Reprodução: Portal MSN |
O contrato de produtividade é o mais novo método implantado no Brasil para ajudar os jogadores. Porém, na Europa, esse sistema já foi utilizado. Em 2003, o Barcelona utilizou esse planejamento. Onze anos depois, o presidente Paulo Nobre traz ao Brasil essa nova fórmula. O contrato de produtividade reduz os salários em relação aos
valores de mercado e oferece bonificações com base nas metas atingidas
pelos clubes e jogadores.
A regularidade nas partidas
disputadas e as conquistas de títulos são os fatores que determinam o
sucesso (ou fracasso) desse tipo de contrato. Mas será que a fórmula teria sucesso no futebol brasileiro?
Para os jogadores mais renomados, não. Eles querem ganhar status e receber o salário em dia, mesmo obtendo fracasso dentro de campo. Já para os veteranos, é uma ótima iniciativa. Na teoria, a análise pode ser útil e agradável. Mas na prática sabemos o quão é difícil.
Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, defende a ideia de que o atleta pode vir a receber muito mais com a produtividade atrelada ao contrato do que ele receberia com o salário normal. É uma prática muito comum no mundo dos executivos de grandes corporações, entretanto encontra resistência no futebol brasileiro.
Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, defende a ideia de que o atleta pode vir a receber muito mais com a produtividade atrelada ao contrato do que ele receberia com o salário normal. É uma prática muito comum no mundo dos executivos de grandes corporações, entretanto encontra resistência no futebol brasileiro.
Com a troca constante de jogadores em seus elencos e a dança da cadeira
entre os técnicos, a aceitação dessa nova filosofia pode ser dificultada
para os clubes no Brasil. O modelo pode ser inviável para equipes
menores, com elencos fracos e sem estrutura, pois as metas e os títulos
estariam distantes. O jogador que assina um contrato por produtividade
com uma equipe de menor expressão pode sair no prejuízo, já que as
chances de conquista serão quase nulas. Porém, ao aplicar o mesmo modelo
em clubes com grande estrutura, com um elenco forte e peças de
reposição à altura, a possibilidade do método ser bem sucedido poderia
ser maior: vantagem para os dois lados.
Iniciar o processo de contratação com dúvida sobre o potencial
rendimento do atleta, talvez não seja uma boa de começar uma relação de
trabalho, pois o método pode indicar uma possível desconfiança do clube
sobre o desempenho do jogador. Se por um lado existe a motivação para vencer e conquistar as
premiações, as metas coletivas podem divergir com as metas individuais.
Interesses pessoais podem vir à frente dos interesses coletivos e a
motivação do grupo para ganhar títulos pode se transformar em egoísmo.
Porém, quem sou eu para analisar essa nova filosofia? Pensando nisso, entrei em contato com alguns jornalistas para que deem suas opiniões.
Rodrigo Bueno, comentarista da Fox Sports
Acho muito positivo para o clube, muitas vezes não é para o jogador. Não
à toa, os jogadores que aceitam esse tipo de contrato são quase sempre
os que têm problemas médicos sérios e/ou são veteranos.
Bruno Formiga, comentarista do Esporte Interativo
Acho
que o contrato de produtividade como ficou mais conhecido só vale em
acordos de risco. Ou seja, com jogadores veteranos, com histórico de
lesão, ou com os baladeiros problemáticos. No outros casos, você acaba
criando um clima competitivo demais no elenco e talvez não seja nada
saudável para o rendimento do time. Acertar
um valor e colocar cláusulas de produtividade por metas atingidas, no
entanto, acho uma boa. Dá segurança ao jogador de ter um salário fixo e
motivo-o a não amolecer durante a temporada. Nesse caso me parece
estimulante para as duas partes.
Eduardo Tironi, comentarista da ESPN
Eu concordo com este tipo de contrato, muito comum em empresas. Os
clubes brasileiros nao podem mais gastar sem nenhum tipo de
responsabilidade. A produtividade é uma forma de sangrar menos os cofres
dos clubes. Um exemplo extremo: na Alemanha, jogadores que sofrem
contusão param de receber salário do clube depois de um tempo. Pode ser
um exagero, mas só para se ter uma ideia de como o profissionalismo
chega a níveis inimagináveis.
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