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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Que 2015 seja...

Fartura na mesa, presentes, família, amigos. O Natal é assim.

Comemoramos o nascimento do menino Jesus.

Hora de renovarmos as nossas esperanças e os nossos pedidos por um mundo melhor.

Neste Natal o meu maior desejo é que os nossos corações estejam plenos de esperança e que as nossas almas nos movam sempre em direção ao bem comum. Que o amor nos ilumine e que cada gesto, cada uma das nossas palavras tenham o dom de nos trazer paz e felicidade. 

E para aproveitar este último post do ano, venho para fazer os meus pedidos de 2015. 

Que 2015 seja um ano de muita paz, amor, saúde. Que continuemos com as nossas amizades, reforçando-as. E fazendo novas, para criar uma rede ainda mais forte. 

Que 2015 tenha mais amor e menos guerra (clichê, não?). Mas é a mais pura verdade. 

Que tenhamos um mundo mais justo, com paz e esperança dele ser melhor. 

Não poderia deixar de fazer os meus desejos para aquela modalidade que me contagia, o futebol. 

Que 2015 seja um ano de aprendizado para a nossa seleção. Renovação é a palavra-chave. 

Que 2015 seja um ano de mais futebol dentro das quatro linhas do que nos auditórios do STJD. 

Que o ano que se aproxima seja de paz nos estádios. 

Que 2015 a nossa paixão pelo futebol seja mais forte. 

O próximo pedido é difícil de se realizar, mas vale a tentativa: por um ano que tenhamos um Campeonato Brasileiro decidido no mata-mata. 

Ah, e o mais importante:

Que o próximo ano não tenha gol da Alemanha. 

Desejo a todos um bom fim de Natal e um próspero Ano Novo, com muita paz, saúde, celebração, sabedoria, humildade e felicidade! 

domingo, 21 de dezembro de 2014

Com grande público, Jogo Solidário reúne craques e marca a despedida de ídolo

O domingo para os torcedores, principalmente para os joseenses, foi diferente. No Estádio Martins Pereira, cerca de 9 mil pessoas foram assistir ao Jogo Solidário, que reuniu craques da casa e ídolos do passado, como os goleiros Ronaldo Giovaneli e Velloso, que atuaram de atacante e lateral-direito, respectivamente, o meia Neto e o 'Divino' Ademir da Guia. Além deles, Ricardo Goulart, meia do Cruzeiro, também marcou presença.

O jogo tinha um atrativo a mais: a despedida de Renato Santiago, atacante que teve passagem vitoriosa pelo São José Esporte Clube, Joseense, Taubaté e Guaratinguetá. Antes da partida começar, o atacante foi homenageado pelos parentes, amigos, políticos e dirigentes e alunos de um colégio da cidade. Muito emocionado, Santiago, em seu discurso, agradeceu à torcida pelo apoio e ao São José, pela linda história que construiu.

Quem comandou a partida foi o árbitro Margarida, conhecido por seus gestos afeminados. Inclusive, ele inventou duas cobranças de escanteios para que o Craque Neto cobrasse, perto da torcida que o reverenciava e aplaudia, e um pênalti. Com muita categoria, o árbitro roubou a bola do time da casa e tocou para Biro-Biro, do time das Estrelas. Neto e Margarida ainda proporcionaram um momento de carinho, quando os dois se abraçaram.

Ao fim do primeiro tempo, o placar anotava 4 a 3 para o time dos joseenses Renato Santiago e Ricardo Goulart. Um dos gols mais festejados foi de Ademir da Guia, que demonstrou classe na hora de bater um pênalti. Porém houve um lance dos mais interessantes. Ronaldo Giovanelli usou a mão para driblar o goleiro Charles e finalizou sem ângulo. Ele saiu correndo para comemorar com a torcida, mas quando olhou para trás viu a bola tocar na trave esquerda e não entrar, sutilmente.

Ainda no primeiro tempo, querendo se despedir com honra, o atacante Renato Santiago deixou a sua marca, emocionando os torcedores presentes, que o aplaudiram. Depois de parar em duas defesas do goleiro Jailson, do Palmeiras, o Santiagol aproveitou o rebote de uma bola colocada por Goulart e estufou as redes. Na segunda etapa, o atacante foi substituído e deu uma volta olímpica no estádio, sendo ovacionado pelo público presente. No fim, vitória do time de Renato Santiago e Ricardo Goulart, por 6 a 5.

Mas quem saiu ganhando foram as pessoas do Fundo Social de Solidariedade, que vão receber as toneladas de alimentos que foram arrecadas, já que o ingresso para assistir à "Pelada beneficente" era um quilo de alimento não perecível.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Jogo Solidário reúne craques do passado, e ídolos de São José dos Campos

Neste domingo (21) a partir das 11h, no estádio Martins Pereira, em São José dos Campos, vai acontecer a primeira edição do Jogo Solidário na cidade. Com presenças de ex-jogadores como Neto, Veloso, Ronaldo Giovanelli o, o evento pretende levar mais de 10 mil pessoas ao estádio.

O elenco de astros do futebol será completado com Alex Silva, que já defendeu a Seleção Brasileira, e dois ex-jogadores que fizeram história no Palmeiras. Já agendaram presença na partida o lendário meio-campista Ademir da Guia, o Divino, e Edmundo, o Animal. Outro jogador que confirmou presença foi Ricardo Goulart, meia do Cruzeiro.



Além disso, o evento marcará a despedida de Renato Santiago, ídolo do São José Esporte Clube. Pela Águia do Vale, ficou conhecido por ter feito um gol do meio de campo, ganhando repercussão no cenário nacional.

A lista de jogadores está o site http://www.jogosolidario.com.br/

Quem apitará a partida será o árbitro Margarida.

Para participar do jogo e da festa solidária, basta trocar 1 quilo de alimento não perecível – arroz, feijão, leite em pó, óleo ou macarrão – por um ingresso. A arrecadação será entregue ao Fundo Social de Solidariedade, que distribuirá os donativos a famílias carentes. Crianças até 10 anos têm entrada livre.

A abertura dos portões ocorrerá às 9h. Após o jogo, haverá um terceiro tempo cheio de atrações. Mais informações nas páginas dos organizadores do evento na internet facebook.com/jogosolidariosjc.

Até o encerramento deste post, mais de 9.500 ingressos foram vendidos. A ocupação máxima para esse jogo será de 12.500. Caso sobre ingressos, os mesmos serão vendidos nas bilheterias do estádio.

Pontos de troca de ingressos

- Loja oficial do evento
Vale Sul Shopping (piso térreo)
Informações: 98243-3074

- Doceira Marinella
Informações: 3913-4000

- Lojas TIM
Informações: 3913-5830

- Nikkeypar Matriz
Informações: 3932-5050

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A nova era do futebol: saem os jogadores, entram os diretores

O futebol brasileiro atual está passando por momentos de transição. Em vez de elogiarmos a atitude de um atacante ao fazer um gol, ou de um zagueiro ao tirar a bola em cima da linha, ou de um goleiro ao fazer uma defesa milagrosa, estamos aclamando a vinda ou criticando a saída de um diretor de futebol. Os tempos mudaram. E a nossa filosofia, idem.

Mas por quê dessa mudança tão repentina? Por que o diretor de futebol ganhou tanto status nos últimos três, quatro, cinco anos? A resposta é simples. O profissional em questão toma decisões que influenciam diretamente no desempenho do time dentro de campo. Ele é responsável por selecionar, opinar e sugerir a contratação de jogadores e técnicos de futebol.

Alexandre Matos, renomado diretor de futebol que está de saída do Cruzeiro, é um dos nomes mais citados nos últimos dois anos. Tudo porque ele conseguiu colocar, com esmero, o time mineiro nas alturas e no mercado de negócios. Trouxe Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Resgatou Ceará e Julio Baptista. E ainda trouxe Marcelo Oliveira, treinador que por duas oportunidades ficara com o vice-campeonato da Copa do Brasil com o Coritiba.

As primeiras impressões dos torcedores era que o negócio não daria certo. Mas o efeito foi contrário. E a expectativa alavancou, bem como o sucesso da equipe mineira. Dois Campeonatos Brasileiros, Campeão Mineiro, finalista na Copa do Brasil e tendo a sua marca veiculada na imprensa mundial.

Enquanto o técnico é o cérebro dentro de campo, o diretor é o estrategista fora dele. Rodrigo Caetano (foto) assumiu recentemente a diretoria do Flamengo, e pensa em trazer jogadores de alto nível para a equipe carioca, que passou por maus bocados nesta última edição do Campeonato Brasileiro. Vanderlei Luxemburgo resgatou, livrando da zona do rebaixamento, ou da "confusão", como queira.

A tendência do futebol nos próximos anos é a profissionalização cada fez maior das funções diretivas. No lugar dos gramados, o palanque. Camisas e shorts serão trocados por ternos e calças sociais. Chuteiras por sapatos finos. E assim o futebol vai se tornando em uma espécie de prato fino nas noites natalinas e nas festividades da virada de ano. À "gourmet".

E a tradição do esporte futebol vai por canetas e papéis abaixo, sem fim.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Definidos os confrontos da Copa do Brasil

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) sorteou na manhã desta terça-feira os confrontos da 27ª edição da Copa do Brasil. Com 87 equipes participantes de 26 Estados mais o Distrito Federal, a competição começará em fevereiro e se encerrará em novembro. Vale lembrar que as equipes brasileiras participantes da Libertadores entram nas oitavas de final da Copa do Brasil.

O sorteio teve a participação dos dirigentes das equipes. No começo, foi apresentado um vídeo com os melhores momentos da edição de 2014 vencida pelo Atlético-MG sobre o Cruzeiro.

"Esse sorteio é para democratizar a competição mais democrática do Brasil", disse Manuel Flores, diretor da CBF, na apresentação de cada chave e grupo.

Nas duas primeiras fases da competição, o time visitante, caso vença fora de casa por dois gols de diferença, elimina o jogo de volta.

Cada clube foi colocado em um dos dois lados da tabela. Dentro de cada lado foram formadas cinco chaves. Primeiramente os clubes foram sorteados para ficar decidido em qual lado da chave eles ficariam. Só depois os primeiros confrontos foram decididos.

Chave 1
Palmeiras-SP x Vitória da Conquista-BA
Sampaio Corrêa-MA x Estrela do Norte-ES
Vitória-BA x Anapolina-GO
ASA-AL x São Raimundo-RR
Botafogo-RJ x Botafogo-PB
Caxias-RS x Capivariano-SP
Figueirense-SC x Princesa do Solimões-AM
Avaí-SC x Operário-MT
Santos-SP x Londrina-PR
Madureira-RJ x Maringá-PR
Sport-PE x Cene-MS
Chapecoense-SC x Interporto-TO
Flamengo-RJ x Brasil de Pelotas-RS
Salgueiro-PE x Piauí-PI
Náutico-PE x Brasília-DF
Paraná-PR x Jacuipense-BA
Goiás-GO x Santo André-SP
Icasa-CE  x Independente-PA
Portuguesa-SP x Santos-AP
Joinville-SC x Ituano-SP

Chave 2

Coritiba-PR x Vila Nova-MG
Fortaleza-CE x River-PI
Ponte Preta-SP x Vilhena-RO
BOA-MG x Moto Clube-MA
Vasco-RJ x Rio Branco-AC
Cuiába-MT x Murici-AL
Atlético-GO x Coruripe-AL
América-RN x Globo-RN
Atlético-PR x Remo-PA
Tupi-MG x Alecrim-RN
Ceará-CE x Confiança-SE
América-MG x Luziânia-DF
Grêmio-RS x Campinense-PB
CRB-AL x Amadense-SE
Criciúma-SC x Atlético-AC ou Real Noroeste-ES
Bragantino-SP x Lajadense-RS
Bahia-BA x Nacional-AM
Luverdense-MT x Cabofriense-RJ
ABC-RN x Boavista-RJ
Paysandu-PA x Águia Negra-MS

Rapidinhas do futebol

O futebol nos reserva notícias a todo momento. Por isso, veja abaixo as principais:

Brasileirão Sub-20:

Ontem (15) dois jogos movimentaram as quartas de final do Brasileirão Sub-20, que está sendo disputado em Porto Alegre. No primeiro jogo, o Atlético-PR venceu o Grêmio por 2 a 1 e avançou às semifinais. Seu adversário será o Fluminense, que venceu o Palmeiras por 2 a 0. A semifinal ocorre quinta-feira, dia 18.

Hoje outros dois jogos completam as quartas de final. Às 15h, o Cruzeiro enfrenta o Botafogo, em Do Vale. No mesmo estádio, só que às 21h45, o Coritiba enfrenta o Corinthians. Os vencedores destes jogos fazem a outra semifinal que também será realizada no dia 18, quinta-feira.

2 anos:

Há 2 anos, o Corinthians conquistara o Mundial de Clubes da Fifa. A equipe paulista venceu o Chelsea por 1 a 0, gol de Guerrero.

Parabéns, São Paulo:

Hoje o São Paulo Futebol Clube completa 79 anos. Foi refundado em 16 de dezembro de 1935. Dentre suas principais conquistas estão 3 Libertadores, 3 Mundiais e 6 Campeonatos Brasileiros.

Mundial de Futsal:

O Brasil conquistou o pentacampeonato no Mundial de Futsal Feminino. A equipe comandada por Eder Popiolski conquistou o quinto título, no início desta terça, em San José, na Costa Rica, contra Portugal, naquele que já é considerado a maior rivalidade do futsal feminino. As nossas meninas venceram, de virada, por 3 a 2. Amanda Lyssa se encarregou de em um contra-ataque, fazer o gol do título, faltando 43 segundos para o fim.

Thierry Henry:

O jogador francês Thierry Henry, campeão mundial com a França em 1998 e autor do gol que eliminou o Brasil na Copa de 2006, na Alemanha, anunciou nesta terça-feira (16) sua aposentadoria do futebol profissional para virar comentarista do canal de televisão britânico Sky Sports.

Tite e Oswaldo de Oliveira:

Tite e Oswaldo de Oliveira, novos técnicos de Corinthians e Palmeiras, respectivamente, serão apresentados hoje em seus respectivos clubes.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Por onde anda: Coelho

E o último Por Onde Anda de 2014 é sobre o lateral Coelho.

Cria das categorias de base do Timão, o lateral-direito Dyego Rocha Coelho, mais conhecido como Coelho, era tratado com muita expectativa. Campeão mundial sub-20 com a seleção brasileira o jogador fez sua estreia no time profissional em junho do mesmo ano, 2003. Sua estreia no time profissional aconteceu dia 3 de julho de 2003, no jogo entre Corinthians 0 x 2 Atlético-MG. Com os anos e o seu eficiente apoio pelos lados do campo, Coelho se firmou entre os titulares da equipe.

Em 2005, foi uma peça importante na conquista do Campeonato Brasileiro, chamando a responsabilidade nas bolas paradas. No entanto, a temporada de 2006 não seria tão boa para o lateral: em partida importante pela Libertadores marcou um gol contra. Muito criticado, Coelho não aguentou a pressão e acabou deixando o Parque São Jorge. Ao todo foram 110 jogos, 14 gols e dois títulos: Campeonato Paulista e Campeonato Brasileiro.

O jogador foi contratado pelo Atlético-MG em 2007, onde protagonizou mais uma polémica: enquanto Kerlon fazia seu conhecido drible da foca, Coelho o agrediu e acabou sendo expulso do Clássico Mineiro.

Na sequência Coelho passou pela Itália, no modesto Bologna, retornou ao time mineiro, tentou a sorte no Karabuskpor da Turquia e pelo Bahia. Sem nenhum destaque. Atualmente, aos 31 anos, defende o Guaratinguetá.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Resumo da semana no mercado da bola

Sexta-feira chegou. E para você que perdeu tudo sobre as negociações que estão rodeando os clubes brasileiros, fique atento.

Confira abaixo a lista dos principais reforços e negociações em andamento*:

Confirmado:
Vinícius Eutrópio, técnico da Chapecoense
Ricardo Drubscky, técnico do Vitória
Carlinhos, ex-Flu, é o novo lateral do São Paulo
Fabiano, ex-Chapecoense, é o novo lateral do Cruzeiro
Moacir Júnior, técnico do Náutico

Falta assinar:
Tite, técnico do Corinthians
Danilo, ex-Chapecoense, indo para o Corinthians
Douglas, ex-Vasco, indo para o Grêmio
Ricardinho, técnico do Santa Cruz
Pará, ex-Grêmio, indo para o Flamengo
Edílson, ex-Botafogo, indo para o Corinthians

Negociando:
Lucas Pratto (Vélez Sarsfield-ARG) - Atlético-MG
Lucas Barrios (Spartak Moscou) - Flamengo
Joel (Coritiba) - Cruzeiro
Camilo (Chapecoense) - Atlético-PR
Henrique (Napoli) - Internacional
Neto Baiano (Sport) - Vitória
Dudu (Grêmio) - Flamengo/Internacional
Leandro (Chapecoense) - Corinthians

* Post finalizado às 14h53

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Desprezar o futebol argentino é um grande erro

Memorável. Essa é a palavra mais correta para definir o que foi o ano de 2014 para o futebol argentino. Com a ajuda do Papa, com o talento de Messi e com a renovação do River Plate, o futebol argentino nos mostra que sim, é possível ser uma potência.

Tudo começou com o título da Libertadores do San Lorenzo, que com a ajuda divina (diga-se de passagem), sobretudo com a garra e com a precisão de seus jogadores, conquistou o principal título de sua história. Eliminou três times brasileiros - Botafogo, Grêmio e Cruzeiro.

O título consagrou o técnico do San Lorenzo, Edgardo Bauza, que já fora campeão da Libertadores em 2008, pela LDU, contra o Fluminense. Agora, a equipe argentina tem o Mundial de Clubes pela frente, e pode jogar contra o badalado time do Real Madrid numa possível final.

Porém, um mês antes da conquista do San Lorenzo, a Argentina presenciou um momento histórico na Copa do Mundo. Jogando no palco do futebol - o Maracanã - a equipe comandada por Alejandro Sabella conquistou o vice-campeonato Mundial. O choro de frustração foi inevitável, mas os aplausos de reconhecimento pelo esforço da seleção também. Afinal, eliminou a Holanda - candidata ao título - nas semifinais.

Por último, mas não menos importante - a conquista do River Plate na Sul-Americana. Entre 1997 e 2014 se passaram 17 anos. Neste período, o torcedor do River Plate viu seu principal rival, o Boca Juniors, levantar 11 taças internacionais. Neste período, o River ficou sem levantar um troféu sequer fora da Argentina, desde que levou a Supercopa da Libertadores daquele ano. E ainda por cima foi disputar a segunda divisão. 17 anos para se esquecer.

A conquista veio com vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Nacional, da Colômbia, em um Monumental de Nuñez pulsante. Invicto. Foram 10 jogos, oito vitórias, dois empates. Com direito a eliminar o Boca nas semifinais, pegando um pênalti do rival. Épico. Como foi a festa da torcida no Monumental, com faixas e sinalizadores. Do jeito argentino. Como deveria ser em todos os países da América, incluindo o Brasil.

Não se pode desdenhar uma competição como a Sul-Americana. Ela não tem tanta notoriedade, como a Libertadores, por exemplo. Mas ter uma taça após 17 anos de fiasco representa, e muito.

No domingo próximo, teremos a decisão do Campeonato Argentino. Com muita emoção. Fé. Garra. O futebol argentino não pode ser desprezado por nós - brasileiros. Temos que ter muito afinco por nossos hermanos.

Que o modo de gestão dos clubes brasileiros aprendam com os nossos vizinhos. Dominaram o ano de 2014. Merecidamente.

Entrevista com Clara Albuquerque

O blog tem a honra de receber uma jornalista jovem e que tem dois livros publicados. O nome dela é Clara Albuquerque, que atualmente está no Esporte Interativo.

Clara Albuquerque graduou-se em 2006 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e desde o ano de 2003 dedica-se às atividades de repórter e apresentadora. Começou no projeto da Tv Ferry, no canal 16.

Em 2007, publicou o livro “A Linha da Bola – Tudo o que as mulheres precisam saber sobre futebol e os homens nunca souberam explicar”, pela Gryphus Editora.  A publicação é tratada como um guia para mulheres (e homens!) que ajuda a esclarecer as particularidades do futebol.

Neste ano escreveu o livro 'Os Sem-Copa - Craques que encantaram o Brasil e nunca participaram de um Mundial". Clara costura histórias recheadas de dramas e paixões. De Friedenreich, passando por Oberdan Cattani, Heleno, Tesourinha, Evaristo, até nomes como Geraldo, Roberto Batata e Dener, o livro apresenta, com originalidade, um rico painel do futebol brasileiro. No fim da publicação, pra não deixar faltar ninguém, um capítulo reservado para o “sem-copa” do leitor completa a lista dos vinte e três jogadores que mereciam ter ido à maior competição do futebol mundial.

Desde então, começou a trabalhar como colunista esportiva do jornal Correio da Bahia. Além disso, entre 2008 e 2009, esteve por um breve período atuando como repórter na editoria de cultura e no suplemento Bazar&Cia, ambos do jornal Correio da Bahia.

Na televisão, tinha um quadro, “Tudo às Claras”, no programa Bahia Esporte, da Tv Bahia, afiliada da Rede Globo. E não para por aí. Atuou na mesma emissora como comentarista esportiva do Campeonato Baiano, e pelo PFC/Sportv comentou alguns jogos do Campeonato Brasileiro series A e B, em 2012.

A repórter fez parte da equipe do site Correio24horas no qual tinha um blog, o “Ora Bolas”, um espaço divertido onde a jornalista escrevia de maneira fascinante sobre tudo que tem relação com o mundo do futebol, seu esporte favorito.

Hoje, ela tem o próprio site http://www.claraalbuquerque.com.br/

Confira abaixo a entrevista:

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Clara Albuquerque?
Clara Albuquerque: Jornalista baiana morando no Rio, apaixonada por futebol. Autora dos livros Os Sem-Copa e A Linha da Bola - Tudo o que as mulheres precisam saber sobre futebol e os homens nunca souberam explicar

GD: Resuma um pouco sua trajetória no jornalismo e no jornalismo esportivo. Quais pessoas te influenciaram, o quê te motivou a seguir essa carreira
CA: Sou formada em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia. Em 2011, depois do lançamento do meu primeiro livro – A Linha da Bola, Tudo o que as mulheres precisam saber sobre futebol e os homens nunca souberam explicar – comecei a trabalhar com jornalismo esportivo. Comecei no  jornal Correio (BA), onde mantive uma coluna aos domingos por quatro anos, passei pela TV Bahia, afiliada da Rede Globo e pelo SporTV, como comentarista de futebol. Atualmente, sou apresentadora e comentarista da TV Esporte Interativo. A motivação de seguir e permanecer na profissão é a paixão pelo futebol. Meu trabalho é também meu hobby e isso torna o dia a dia extremamente prazeroso.

GD: Quando e como surgiu o convite do Esporte Interativo para você?
CA: O convite surgiu em outubro de 2013, quando o Esporte Interativo lançou o canal Esporte Interativo Nordeste. Eles procuravam alguém com o meu perfil e que tivesse uma forte ligação com o nordeste,

GD: Mas antes do Esporte Interativo, você teve uma passagem pelo SporTV. Como foi trabalhar na emissora? 
CA: Comecei comentando futebol na TV Bahia, afiliada da Globo ao lado de outro jornalista e, pouco tempo depois, comecei a comentar para o PFC, como comentarista única. Foi onde me apaixonei pela função e sou muito feliz de ter tido essa oportunidade.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira? 
CA: Sou fã do PVC e do Lédio Carmona.

GD: Das mulheres que atuam no jornalismo esportivo brasileiro, qual você mais admira?
CA: Adoro o trabalho da Vanessa Riche! Ela, inclusive, escreveu o prefácio do meu primeiro livro. Admiro o trabalho de muita gente, mas acho uma pena que as mulheres tenham tão pouco espaço como comentaristas.

GD: Existe preconceito contra mulher no jornalismo esportivo? 
CA: Infelizmente, sim. Durante muito tempo, o futebol foi um privilegio dos homens. Quando crianças, eles ganhavam uma bola, as meninas ganhavam uma boneca. Os meninos aprendiam as regras e iam aos estádios, elas eram deixadas de fora dessa paixão. Nada mais lógico do que existir um domínio masculino nesta área profissional. As poucas mulheres que apareciam eram verdadeiras desbravadoras. Mudar isso leva tempo e os homens têm dificuldade em aceitar que a mulher pode ser muito mais do que um rostinho bonito.

GD: Você já escreveu dois livros. Conte-nos um pouco dessas obras.
CA: A Linha da Bola A Linha da Bola, Tudo o que as mulheres precisam saber sobre futebol e os homens nunca souberam explicar, foi o meu primeiro livro, lançado em 2007. Como o nome já diz, é um guia para mulheres (e homens!) que ajuda a entender as minúcias desta paixão nacional. O assunto é tratado com muito bom humor e descontração, driblando o preconceito e provando que as chuteiras podem dar lugar o salto alto.
Os Sem-Copa- Craques que encantaram o Brasil e nunca participaram de um Mundial”, é o meu segundo livro. É uma viagem pelo universo de jogadores brasileiros que tiveram carreiras excepcionais, mas que, pelos mais variados motivos, não estiveram presentes em um Mundial.

GD: Que perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes centros, e conseguir oportunidades em grandes empresas como o Esporte Interativo? 
CA: Estudar e se dedicar muito. Isso vale pra qualquer profissão.

GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
CA: Isso depende muito, recebo a escala, alguns dias antes, com os programas e/ou jogos que vou participar. Os horários mudam muito.

GD: Em sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
CA: Essa é uma grande discussão que mereceria horas de conversa. Acho que o jornalismo esportivo brasileiro tem bons exemplos e outros ruins em todas as suas linhas. Talvez falte mais espaço para o jornalismo investigativo sim.

GD: Sabemos que jornalista trabalha 24 horas atrás de informações. Como você concilia o trabalho na TV com sua vida pessoal? Têm tempo para lazer?
CA: Como trabalho como comentarista, tenho uma folga maior em relação a isso. Quem trabalha com reportagem sofre mais. Às vezes não é fácil conciliar, e por isso é tão importante gostar do que faço todo dia, mas tenho tempo pra lazer sim.

GD: Pelas redes sociais, você recebe muito carinho. Qual é a sensação de recebê-lo? Isso te motiva a seguir na área esportiva?
CA: Claro! O jornalista trabalha pra levar informações ao público. Se o público não existir, ele perde o seu sentido.

GD: Você acredita que um jornalista esportivo deva assumir seu time de coração?
CA: Pra mim, isso é algo totalmente particular. Cada um deve fazer como se sentir mais à vontade.

GD: Um sonho que pretende realizar?
CA: Comentar uma final de Copa do Mundo!

GD: Qual a importância do Esporte Interativo Nordeste? O que o torcedor nordestino pode esperar do EI Nordeste no ano que vem?
CA: O Nordeste ama futebol e não merece ficar escondido. O EI Nordeste é justamente o lugar onde ele pode ver e expressar sua paixão. A importância do canal é imensa, já que muitos torcedores nunca puderam acompanhar um jogo ou até mesmo notícias de seu time na televisão. Faz bem pra paixão, pra cultura e pro respeito da região. O torcedor pode esperar novidades e, claro, muita emoção, em 2015.

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar na Esporte Interativo.
CA: O recado é pra estudar e se preparar muito e correr atrás dos seus sonhos sempre! Não é fácil, mas é apaixonante. 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Entrevista com Bruno Vicari

O blog recebe o jornalista Bruno Vicari, apresentador do Bate-Bola, programa da ESPN Brasil, e comentarista de esportes no SBT.

Bruno Vicari é jornalista formado pelo Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).

Desde 2003, atuou como repórter e plantonista esportivo na rádio Jovem Pan AM (SP). Também colaborou para a revista Vo2max (SP), sobre ciclismo. Na internet, editou desde 22 de abril de 2008 o blog Pedaladas, no site JP Online, onde escrevia sobre ciclismo, triatlo, atletismo, futebol e esportes em geral.

Em abril deste ano deixou a Rádio Jovem Pan, onde trabalhou por 11 anos. Ele foi o grande destaque da digna cobertura do SBT na Copa do Mundo, já que era um dos poucos profissionais que tinha uma opinião mais pesada e critica em relação à Seleção Brasileira.

Em setembro, ele assinou com a ESPN, mas ainda está presente nos telejornais do SBT para dar suas opiniões e noticiar os fatos esportivos. Na casa, ele apresenta o Bate-Bola, um dos programas mais assistidos pelos telespectadores.

Confira a entrevista:

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Bruno Vicari?
Bruno Vicari: Tenho 31 anos, sou Paulistano, formado em Jornalismo pela Universidade Mackenzie.

GD: Resuma um pouco sua trajetória no jornalismo e no jornalismo esportivo. Quais pessoas te influenciaram, o quê te motivou a seguir essa carreira, antes de chegar ao SBT e à ESPN passou por outra emissora, seja essa de Rádio ou TV?
BV: Entrei na rádio Jovem Pan em 2003, ainda como estagiário, onde fiquei até abril de 2014. Em 2011, por meus trabalhos na Jovem Pan, recebi o convite pra ser apresentador/comentarista de esportes dentro dos telejornais do SBT. Entre 2011 e 2014 conciliava JP e SBT. Pouco antes da Copa saí da Jovem Pan pra ficar apenas no SBT. E pouco depois da Copa, também por meu trabalho no Mundial, a ESPN me convidou pra fazer parte da emissora.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
BV: Felizmente, nas emissoras onde trabalhei e ainda trabalho, vivo ao lado de grandes profissionais, que me ensinam muito. Na Jovem Pan trabalhei com Tuta, Nilton Travesso, Milton Neves, Claudio Carsughi, Luis Carlos Quartarollo, Flávio Prado, Nilson Cesar, Rogério Assis, Wanderley Nogueira, José Carlos Pereira, Joseval Peixoto... No SBT, além do próprio Joseval Peixoto, aprendi muito com Cesar Filho, Rachel Sheherazade, Marcelo Parada, André Basbaum, Hermano Henning. Todos profissionais que trabalham com muito comprometimento e profissionalismo na frente e atrás das câmeras. A ESPN também tem ótimos profissionais. Palomino, PVC, Mauro César, Bertozzi, Everaldo Marques, Paulo Andrade, Arnando Ribeiro, Tironi, Oddi, Alê Oliveira, Wagner Patti, Baruel, Willian Tavares. Sempre aprendo com a postura de todos. É importante perceber e equilibrar a qualidade de todos! O convívio com ex-atletas profissionais também acrescenta bastante. Tive a felicidade de trabalhar com Cesar Sampaio, Edmílson, Paulo Sérgio, Meligeni, Sorin, Mauro Silva, Dadá Maravilha.

GD: Como você vê a atuação de mulheres no jornalismo esportivo?
BV: Acho ótimo. Não existe esse tipo de "divisão". Existem ótimos profissionais, profissionais preparados, corretos e dedicados independentemente do sexo. É a postura de cada um que conta.

GD: Já ocorreu algum episódio mais embaraçoso quando você estava trabalhando?
BV: Existem histórias curiosas, divertidas, mas isso acontece em qualquer profissão, desde que você trabalhe com prazer. Felizmente sempre trabalhei assim por na minha carreira. Sempre fui muito respeitado e sempre fui profissional.

GD: Que perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes centros, e conseguir oportunidades em grandes empresas como a ESPN?
BV: Para passar por grandes empresas como Jovem Pan, SBT e ESPN você, acima de tudo, precisa ser uma pessoa correta e profissional. Isso vale pra qualquer profissão e qualquer empresa. A partir daí, acho importante você saber ocupar o seu espaço e estar preparado pra agarrar a oportunidade quando ela aparecer. Isso significa que você tem estar aberto a aprender diariamente.

GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
BV: Chego ao SBT às 6h20, pra participar do "Notícias da Manhã", onde entro no ar entre 7h e 9h. Acabando o programa vou pra ESPN, onde faço o "Bate-Bola" das 13h às 15h. Depois retorno pro SBT onde participo do "SBT Brasil" às 19h45. Volto pra casa por volta das 21h.

GD: Sabemos que jornalista trabalha 24 horas atrás de informações. Como você concilia o trabalho na TV com sua vida pessoal? Têm tempo para lazer?
BV: Tenho aos sábados, quando normalmente é a minha folga, e nas manhãs de Domingo, já que à tarde eu estou na ESPN.

GD: Você acredita que um jornalista esportivo deva assumir seu time de coração?
BV: Penso que hoje não existe mais tanto mistério quanto antigamente. Sendo um profissional correto, você pode assumir e a maioria dos torcedores hoje respeita isso.

GD: Quais são suas opiniões a respeito da atual seleção brasileira?
BV: A seleção deu um vexame muito grande na Copa, por causa de vários fatores. Os principais foram as falhas na preparação da equipe. Hoje o Dunga tem como objetivo o resultado imediato e, dentro dessa ideia, ele foi muito eficiente. A questão é se é apenas isso que queremos ver na seleção. Pensando em um futebol diferente, moderno, talvez ele não seja o principal nome. Porém, temos que respeitar a história dele como jogador e também treinador da seleção.

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
BV: Gosto muito dos estaduais, mas acho que eles podem ser mais curtos. Hoje o Paulista, por exemplo, tem uma primeira fase muito longa, desinteressante, e com um regulamento bizarro. A fórmula poderia ser mais curta, como a da Copa do Mundo, por exemplo. Porém, é importante que as equipes menores se mantenham ativas durante toda a temporada.

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
BV: O torcedor do bem ajuda, seja ele da organizada ou não. O problema é que existem pessoas com outros interesses dentro das organizadas. Pessoas violentas, com relações perigosas e que algumas vezes os próprios clubes apoiam. Esses torcedores - que muitas vezes são bandidos - afastam os verdadeiros torcedores dos estádios.

GD: Vimos na Copa, um grande público nas novas arenas. Você é otimista em relação que essas mesmas arenas continuarão a receber um grande público?
BV: Infelizmente não estamos vendo isso. Não é questão de cobrar muito ou pouco o ingresso. Acho justo sim que um grande jogo, em um belo estádio, tenha um ingresso mais caro. É assim em todo tipo de espetáculo. Os clubes fazer no mínimo 30 jogos como mandante durante o ano. Todos os tipos de jogos: de fase inicial de campeonato estadual, passando por clássicos e decisões. Tem público pra todo esse tipo de jogo, com diferentes valores que podem ser cobrados, em diferentes setores. O mais importante é que o estádio esteja cheio sempre. Estádio que dá lucro é estádio cheio, não estádio com ingresso caro.

GD: No domingo presenciamos a despedida do meia Alex. Qual a sua avaliação sobre o atleta? Por que o futebol brasileiro não forma bons meias como décadas atrás?
BV: Foi um dos grandes meias da última deca. Inteligente, profissional e muito correto. É verdade que não temos meias como antes, mas, pior que isso, é que a qualidade dos nossos volantes é ainda mais baixa. Depois de 2012 e 2013 fantásticos o Paulinho caiu bastante... Agora aprece o Lucas Silva. Vamos ver se ele vai evoluir. Talvez o problema esteja mesmo na nossa formação.

GD: Pontos corridos ou mata-mata? Qual o melhor método para o Campeonato Brasileiro?
BV: Para o Brasileirão os pontos corridos, fórmula que premia a regularidade ao longe de toda a temporada. Mata-Mata para estaduais, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana. Temos campeonatos pra todos os gostos.

GD: Neste ano o futebol mineiro teve grandes atuações. Para você, qual foi o grande diferencial de Atlético-MG e Cruzeiro para os demais clubes?
BV: Além deles o América fez um bom campeonato da Série B, só não subiu por causa da briga no tribunal. Os times se planejaram bem, têm boas estruturas e investiram. Agora talvez tenham que pagar essa conta, vamos ver como vão se virar. Porém, os títulos estão aí. Vale destacar o futebol catarinense, sem a mesma tradição, mas com 4 clubes na Série A.

GD: Tite está próximo do Corinthians. O Timão fez bem em não renovar com o Mano Menezes?
BV: Mano fez um bom trabalho, mas não sei qual era o ambiente dele dentro do vestiário. Isso deve ter pesado. De qualquer forma, vendo apenas o que aconteceu dentro de campo, o Corinthians deveria sim ter renovado.

GD: Dê a sua avaliação sobre as equipes que foram rebaixadas para a Série B
BV: Em um campeonato pro pontos corridos não tem discussão: se caíram é porque realmente foram as piores equipes. Lamento Bahia e Vitoria terem caído e que apenas Goiás e Sport sejam os representantes fora do eixo sul/sudeste na Série A. Precisamos ver isso com mais atenção.

GD: Deixe uma mensagem para os nossos leitores que querem seguir a área do Jornalismo
BV: É uma profissão que exige muita dedicação e responsabilidade. Trabalhando com paixão é possível ter sucesso. Abraços

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Por onde anda: Figueroa

A série 'Por onde anda' chega ao seu quarto episódio. E hoje vamos falar (escrever) sobre o lateral Figueroa, que foi um dos destaques do Palmeiras nos anos 2009 e 2010.

Luís Pedro Figueroa Sepúlveda, ou simplesmente, Figueroa, é um lateral-esquerdo chileno. Começou a sua carreira pela Universidad de Concepción em 2002 com apenas 18 anos, e foi comprado pela Universidad de Chile em 2005.

Depois de tanto auge pelas duas equipes chilenas, viveu momentos conturbados devido às mudanças de clubes. Entre 2005 e 2008, foram quatro clubes distintos: Arsenal de Sarandí e Banfield, ambos da Argentina, e Cobreloa e Colo-Colo, do Chile. Foi no último onde obteve grande destaque e foi peça fundamental no título do Campeonato Chileno (Clausura).

No dia 24 de junho de 2009, transferiu-se para o Brasil, onde jogaria no Palmeiras, por 1 ano. Figueroa teve um início animador em 2009, sobretudo pela precisão de seus cruzamentos, porém caiu de rendimento junto com todo o time na reta final do Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, a diretoria não renovou seu contrato, sendo anunciado pelo Unión Española, do Chile.

Neste ano, o Palmeiras foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo a pagar R$ 375,5 mil ao atleta. Os valores se referem a direitos de imagem (R$ 258,8 mil) e confissão de dívida do Verdão (R$ 116,7 mil).

Pelo Unión Espaçnola, o atleta fez 19 partidas e não agradou a diretoria e o técnico, sendo vendido ao Olhanense, de Portugal. Porém, fez apenas uma partida e decidiu se transferir para o O'Higgins, também do Chile.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Por onde anda: Adriano Gabiru

Depois de Madson e Lenny, chegou a vez do terceiro jogador da série 'Por onde anda'. E hoje iremos falar sobre Adriano Gabiru, jogador que fez história no Internacional de Porto Alegre.

Adriano Gabiru iniciou sua carreira no CSA. Pelo clube de Maceió, conquistou o Campeonato Alagoano de 1997, logo na primeira temporada como profissional. Em 1998, transferiu-se para o Atlético-PR, permanecendo até 2004. Porém, durante esses anos, foi emprestado para o Olympique de Marseille, da França. No clube paranaense, conquistou o Campeonato Brasileiro de 2001, com grandes méritos, por ser um dos destaques naquela campanha.

Em 2004, foi emprestado para o Cruzeiro. Mas foi em 2006 que ele viria a ter um grande êxito na sua vida profissional. Naquele ano, ele foi contratado pelo Internacional. Viveu momentos difíceis, já que a torcida não se identificou com o atleta. Àquela altura, o time porto-alegrense acabara de conquistar a Copa Libertadores e rumava ao Japão, para a disputa do Mundial de Clubes. O técnico Abel Braga o levou, gerando um certo tom de revolta. 

Foi com grande profissionalismo que Gabiru deu a volta por cima. No dia 17 de dezembro, contra o Barcelona, ele entrou aos 31 minutos, no lugar do ídolo Fernandão. Tanta responsabilidade! Aos 36, ele recebeu um passe do atacante Iarley, entrou na área e desviou do goleiro Valdés, marcando o único gol da partida que deu o título mundial ao Internacional e entrando para a história do clube. 

No ano seguinte, ele não renovou com o Colorado e foi emprestado ao Figueirense. A partir daí nenhum clube por onde ele passou deu certo. Rodou o Brasil, passou por clube do Mato Grosso, voltou ao CSA, onde começou sua carreira e até disputou jogos no futebol amador de Curitiba. 

Retornou ao futebol profissional para a disputa do Campeonato Capixaba, pela equipe do Conilon-ES neste ano. Mas resolveu sair por problemas internos. 

Esse foi o Por onde anda - Adriano Gabiru. Deixe nos comentários qual jogador que você quer ver aqui! 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Racismo no futebol brasileiro: casos, soluções, perspectivas e o grande dilema: como punir e acabar com o episódio?

A torcedora gremista Patrícia Moreira é flagrada pelas câmeras de transmissão do jogo entre Grêmio e Santos chamando o goleiro Aranha de "macaco".


A história do futebol brasileiro contém, ao longo de quase um século, registros de episódios marcados pelo racismo. Eis o paradoxo: se de um lado a atividade futebolística era depreciada aos olhos da “boa sociedade” enquanto profissão destinada a pobres, negros e marginais, de outro ela se achava investida do poder de representar e projetar a nação em escala mundial.

Casos de discriminação racial fazem parte da história do futebol desde que o esporte chegou ao Brasil. No início, o esporte adotado pela elite excluiu os negros. No Brasil, em alguns clubes eles eram proibidos de jogar até a década de 1950, como no caso do Grêmio. O Vasco da Gama foi o primeiro clube a aceitar oficialmente esportistas negros.

Neste ano, já foram registrados 14 casos de racismo no futebol brasileiro; porém alguns ganharam mais destaques, como o do volante Tinga (Cruzeiro); do árbitro Márcio Chagas, do Rio Grande do Sul; e o mais recente e comentado: do goleiro Aranha, do Santos. Este último aconteceu no dia 28 de agosto.

O episódio aconteceu aos 43 minutos do segundo tempo, quando o placar já apontava 2 a 0 para os santistas frente ao Grêmio, em jogo válido pela Copa do Brasil. Os xingamentos partiram de uns grupos de torcedores gremistas localizados atrás do gol defendido por Aranha na segunda etapa, setor normalmente destinado às organizadas na Arena do Grêmio.

Patrícia Moreira (foto) foi uma das envolvidas. Ela foi pega pelas câmeras que filmavam o jogo ofendendo o goleiro de ‘macaco’. Após ter a sua imagem veiculada, em poucos minutos as redes sociais foi palco de revoltas. Tanta revolta acabou culminando na sua prisão e afastamento da torcida porto-alegrense. E o Grêmio foi excluído da competição, gerando rancor.

Mas quando começou o racismo no futebol brasileiro?

Em um dos casos mais polêmicos do futebol, o jogador Grafite, que atuava pelo São Paulo, em 2005, foi alvo de ofensas racistas do jogador Leandro Desábato, do Quilmes, time da Argentina. O jogo era válido pela Libertadores da América, os dois times se enfrentavam no estádio do Morumbi, em São Paulo, quando o são-paulino empurrou o rosto do zagueiro argentino e foi expulso de campo.

Ao justificar sua atitude, Grafite afirmou que foi vítima de racismo, ao ser chamado de “macaco” pelo argentino Desábato foi preso no gramado e ficou dois dias na prisão. O atacante prestou queixa contra o argentino e o jogador só foi liberado após pagar uma multa de R$ 10 mil, e pôde voltar à Buenos Aires, mas se comprometendo a voltar ao Brasil durante o processo.

Quem punir e como punir?
O cenário abre espaço para dois pontos polêmicos - quem punir e como punir. A legislação esportiva dá margem para punições rígidas, mas o texto é dúbio em uma questão central: até onde penalizar os clubes aos quais estão ligados os agentes das manifestações racistas. Geralmente, as penas englobam multas e perdas de mando de campo.

Para o advogado desportivo Maurício Corrêa da Veiga, é fundamental que todas as normas existentes sejam aplicadas.

- No Brasil, temos inúmeros instrumentos normativos. Portanto, não é por falta de lei que os casos de racismo e de discriminação racial não são punidos, mas sim por falta de vontade das autoridades competentes – afirma o advogado.

Campanha educativa resolveria o problema?
Corrêa da Veiga comenta que as campanhas são sempre educativas e podem ajudar. Porém, não é apenas isto.

- As campanhas educativas são importantes e podem orientar o torcedor. Porém, creio que a medida mais eficaz, além da conscientização, é adotar mecanismos de punição para o clube, desta forma, a entidade desportiva adotará os meios necessários para coibir práticas de racismo ou de injúria racial – diz o advogado desportivo.

Racismo, injúria racial ou apartheid?
O sociólogo Marcos Rolim diz que os três fenômenos estão misturados porque os negros são maioria entre os pobres. Rolim ainda diz por que Pelé é tão aclamado pela sociedade.

- No caso, o sucesso, a fama e a riqueza agem como elementos de valorização que costumam neutralizar – para aquele personagem – as reações típicas do racismo – afirma o sociólogo.

Sobre a diferença entre racismo e injúria racial, o sociólogo faz uma rápida diferenciação.

- Se alguém impede que um negro tenha acesso a uma escola, por exemplo, pelo fato de ser negro, isto configura o crime de racismo.  Se uma pessoa agride verbalmente um negro, chamando-o de “macaco”, por exemplo, este é o crime de injúria racial – conclui ele.

A exclusão do Grêmio na Copa do Brasil e a posição do STJD
O advogado Márcio Corrêa da Veiga comenta a posição do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em dois quesitos: na exclusão do Grêmio na Copa do Brasil e na falta de competência criminal para punir os envolvidos no caso de racismo.

 - Deve ser ressaltado que aquele órgão administrativo (STJD) não tem competência criminal, porém, o Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê penas duras para esta prática criminosa (art. 243-G), inclusive com a exclusão do clube do torneio – comenta o advogado.

- A exclusão do time envolvido, daquele campeonato, pode parecer uma pena injusta e desproporcional, pois, afinal, foi apenas um grupo de indivíduos (não evoluídos) que cometeu o ato. Apesar disso, a partir do momento em que você pune a agremiação em razão do ato criminoso praticado por determinado grupo, possivelmente não haverá reincidência, pois os dirigentes terão cuidados redobrados no tocante à fiscalização de seus torcedores – conclui Veiga.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Por onde anda: Lenny

O segundo jogador da série 'Por onde anda' é Lenny. 

Lenny estreou profissionalmente no final de 2005, em alguns jogos do Campeonato Brasileiro, pelo Fluminense. Seu futebol "atrevido" começou a atrair atenção no início da temporada de 2006, durante a disputa da Copa do Brasil.

Seu primeiro título, como profissional, veio com a conquista da Copa do Brasil de 2007, quando o Fluminense derrotou, na final, a equipe do Figueirense. Pouco tempo depois, a despeito da má fase, e de várias lesões, Lenny acabou sendo emprestado ao Sporting Braga, de Portugal.

Após seis meses no futebol português, Lenny foi negociado pelo Fluminense, o dono de seus direitos federativos, com o Palmeiras. No Verdão, disputou 73 jogos e marcou apenas 8 gols. Não tendo sucesso, foi negociado ao Figueirense, de Santa Catarina, em janeiro de 2011

Seis meses depois, foi anunciada a rescisão de seu contrato com o Figueirense devido a lesões que o acompanharam desde os tempos de Palmeiras. Após sua rescisão, Lenny foi parar no Desportivo Brasil.

No ano seguinte, acertou com o Boavista, do Rio de Janeiro. Disputou o Campeonato Carioca. Fez 4 jogos e balançou as redes uma única vez. 

Em 2013, acertou com o Boavista para as disputas do Campeonato Estadual, mas não fez nenhuma partida oficial pela equipe. Em fevereiro do mesmo ano, Lenny anunciou que estava deixando o Brasil para jogar no Japão, no modesto Ventforet Kofu.


Acertou para 2014, com o Atlético Sorocaba. Jogou apenas uma partida, contra a Portuguesa, no dia 19 de fevereiro de 2014. Pediu rescisão do seu contrato, após entrar em acordo com a diretoria. 

Na carreira, conquistou dois títulos: Copa do Brasil, em 2007, pelo Fluminense; e o Campeonato Paulista de 2008, com o Palmeiras. Disputou 151 jogos e marcou em 21 oportunidades, 

Gostaram? Quem você quer ver no 'Por onde anda'. Deixe a sua resposta nos comentários.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Chapecoense tirou pontos importantes dos times grandes; o São Paulo foi o mais afetado

A Chapecoense venceu mais um time grande neste Brasileirão. Ontem, no Maracanã, construiu o placar de 4 a 1 e venceu o Fluminense com autoridade. Com dois gols de Bruno Silva, um de Camilo, outro de Leandro e um contra de Rafael Lima no fim. Além de grande atuação do goleiro Danilo, dono de dois milagres em finalizações de Fred.

O time catarinense só enfrentou o Flu três vezes na história, mas nunca perdeu: venceu as duas esse ano pelo Brasileiro e empatou um amistoso em 1976.

O resultado deixou os cariocas distantes do G-4, com 57 pontos, a quatro de distância do Atlético-MG restando três rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro. Já o Alviverde foi a 39 pontos, escapou do Z-4 e empurrou o Coritiba para a zona de rebaixamento.

Embora esteja nesta situação, a Chapecoense é conhecida por ter tirado pontos importantes dos times grandes. Confira abaixo:

São 10 vitórias, sendo que 6 foram contra times 'grandes':

2 x 0 Palmeiras
1 x 0 Flamengo
5 x 0 Internacional
1 x 0 Fluminense
4 x 1 Fluminense
1 x 0 São Paulo

São 9 empates; porém, 4 foram contra os considerado 'grandes':

1 x 1 Corinthians
1 x 1 Santos
0 x 0 São Paulo
0 x 0 Atlético-MG

Dos times que brigam pelo título, o São Paulo foi o mais afetado. Perdeu um jogo e empatou outro. Ou seja, se tivesse vencido os dois jogos contra o time catarinense, os comandados de Muricy Ramalho estariam neste momento com 72 pontos, um ponto atrás do líder Cruzeiro, 73.

Veja como estaria o G-6 caso essas equipes tivessem vencido seus jogos contra a Chape:

1 - Cruzeiro - 73
2 - São Paulo - 72
3 - Atlético-MG - 64
4 - Corinthians - 64
5 - Internacional - 63
6 - Fluminense - 63

Na parte debaixo da tabela, o Palmeiras se manteria na 14ª colocação, com 42 pontos.

Isso é fruto do excelente trabalho que a Chapecoense fez e vem fazendo no Brasileirão, que começou com a arrancada fantástica sob o comando do Jorginho. Mesmo com as dificuldades técnicas e financeiras, ela não se limitou à grandiosidade de outras equipes.

E que fique claro para os que não entendem: este post serve apenas para ilustrar como o campeonato poderia ganhar mais emoção caso não houvesse tropeços.

Para quem ainda persiste em criticar que este mesmo tem o intuito de menosprezar o time catarinense, leia este texto feito no mês passado. http://gabrieldantas-futebol.blogspot.com.br/2014/10/nao-podemos-menosprezar-chapecoense.html

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Por onde anda Madson?

O blog inicia uma nova série: por onde anda? Uma série que contará como anda alguns jogadores que fizeram sucesso no futebol brasileiro e hoje estão sumidos do cenário futebolístico. Um verdadeiro resgate, uma volta ao passado da modalidade mais popular do Brasil e do mundo.

E para iniciarmos a série, contaremos como anda Madson, o ex-motorzinho do Santos.

Madson Formagini Caridade, mais conhecido como Madson, nasceu em Volta Redonda, RJ, em 21 de maio de 1986. Atua como meia-atacante pelo Al-Khor, do Catar.

Madson iniciou sua trajetória no futebol ainda nas divisões de base do clube local, conhecido como "Micão". Em 2005, chamou a atenção do Vasco e foi contratado. Na época, um meia-atacante extremamente habilidoso e veloz, acabou promovido aos profissionais em 2006, pelo então técnico Renato Gaúcho.

Com a saída de Renato Gaúcho e a chegada de Celso Roth para o comando do Vasco em 2007, o meia-atacante foi perdendo espaço e foi emprestado para o Duque de Caxias, clube também do Rio de Janeiro.

Pelo Duque de Caxias, foi eleito o melhor jogador da Segunda Divisão do Campeonato Carioca de 2007. No final do Estadual, foi emprestado ao América-RN; no entanto, a escassez de canhotos no elenco vascaíno levou o técnico Antônio Lopes a solicitar a reintegração de Mádson.

Em 2008 , reestreou pelo Vasco, e foi o responsável pelas principais jogadas ofensivas do time, atuando de forma despojada e com grande destaque. Tanto destaque fez com que o Santos o contratasse, Por mostrar empenho, velocidade inacreditável, bons passes e belos gols, Mádson se tornou uma das peças fundamentais da equipe.

Depois, sem grande sucesso na equipe paulista, foi emprestado ao Atlético-PR. Porém, ficou maior parte dos jogos no banco de reservas devido às atitudes de indisciplinas. O Peixe, com o qual tinha vínculo, não o queria. No fim de 2011, o empresário Léo Rabello conseguiu um teste no Al Khor, do Catar.

Em 56 jogos disputados, marcou 10 vezes.

E aí, gostaram da estreia? Quem você quer ver por aqui? Deixe nos comentários.

sábado, 15 de novembro de 2014

O jornalismo esportivo precisa renascer

Muitos profissionais divergem quando o assunto é o limite entre jornalismo e entretenimento. O jornalismo esportivo tem mudado muito nos últimos anos, passando de coberturas simples e objetivas para programas com reportagens dinâmicas, com características que se aproximam cada vez mais da indústria do entretenimento.

Basta observarmos alguns portais esportivos. Ao invés de uma manchete sobre um jogo de Sul-Americana ou final da Copa do Brasil, nos deparamos com a notícia de que 'Kaká se separou da sua esposa', ou 'Conheça a nova affair do Neymar'. Sinceramente, dá nojo, me entristece profundamente.

Lembro de uma frase do Alessandro Abate, editor do Lance!, na qual ele disse: "A gente precisa se profissionalizar, mas se profissionalizar para ser jornalista e fazer jornalismo, não entretenimento".

Essa frase se encaixa com o meu perfil. É simplesmente ridículo ver os portais com notícias sobre os famosos esportistas. Deixa o Ego, G1, R7, dentre outros noticiarem algo tão pífio no universo do qual faço parte.

Porém, precisa-se partir para um outro viés. O leitor/espectador não quer entender o esporte, não quer aprofundar os saberes sobre os esportes. Ele quer apenas uma divulgação de factóides acerca dos jogadores, equipes, técnicos, dirigentes, autoridades, campeonatos, olimpíadas, copas etc. Só se quer ficar a par dos escores dos jogos e também (pra não dizer principalmente) ler “notícia” de esporte como quem lê matérias de fofocas de revistas da tevê, sobre a vida de seus ídolos.

Por isso, Neymar, Cristiano Ronaldo e outros personagens são mais vistos em capas de revistas e portais noticiosos do que propriamente numa coluna de Esportes.

O jornalismo esportivo diário é, na realidade, um jornalismo de variedades, amenidades, cujo tema não é o esporte em si, mas os seus conglomerados e actantes (personagens) que compõem essa rede mercadológica. Ou seja, tem público que consome esse tipo de "informação".

Vamos ser mais claros, exemplificando:

"Neymar faz dois gols e ajuda o Barcelona a se classificar para a próxima fase da Champions"
"Nova affair de Neymar foi vista em uma praia de nudismo"

Qual dessas notícias vai ganhar mais enfoque? Nem precisa demorar muito para responder. É claro que é a segunda. Depois de noticiada, vai virar pauta do programa Mulheres, da TV Gazeta.

Um outro exemplo é o Tiago Leifert (foto). Começou na TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo, apresentando o Vanguarda Mix; depois, foi para a Globo de São Paulo apresentar de segunda a sexta-feira o Globo Esporte. E hoje comanda o The Voice. Do esportivo ao musical. Por que essa mudança? Será que Leifert sabe a diferença entre Jornalismo e entretenimento?.

Que fique claro: não estou fazendo uma crítica à ele. É um bom profissional. Mas que é inadmissível, ah, isso é. Qualquer outro apresentador poderia estar no lugar dele.

Sinto falta de um jornalismo esportivo de caráter científico e investigativo. Não quero, em essência, manifestar um repúdio ao jornalismo esportivo factual. Pelo contrário, pois parto de um pressuposto de que o público leitor já foi adestrado para isso, saber da intimidade dos famosos jogadores. Um beijo ou uma separação ou uma traição vale mais do que um gol de placa.

O que se pretende é tentar despertar outros ou novos ângulos de interesses ao leitor/espectador, a fim de fazer com que o público conheça o jornalismo esportivo como em tese ele deveria ser: noticiando as falcatruas que tem na CBF; apresentar a parcela de compra dos direitos de TV que cada clube tem com a emissora; a transição no mercado da bola, será que houve alguma irregularidade; quem comprou o atacante Heverton para ser escalado contra o Grêmio na última rodada do Brasileirão de 2013? É isso que o público consumidor do esporte futebol deveria saber.

Caso o público admire outra modalidade que não seja o futebol, há de se apresentar algumas curiosidades, vendas, marketing, patrocínios. Há tanta coisa boa  e preponderante a ser noticiada pela veracidade dos fatos. Mas não. Preferem veicular que o atual mandatário da CBF, Marco Polo Del Nero, aparece em imagens carinhosas com Katherine Fontenele, 50 anos mais jovem; ou de que o mesmo Del Nero terminou o seu relacionamento com a modelo Carol Muniz.

A cura da doença do jornalismo esportivo tem cura: chama-se renascer. Trazer de volta àquelas características de décadas atrás.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Para-heróis: superação e exemplos de vida.

Esteja pronto para se surpreender com o que vai ler neste livro. É a vida que está ao seu lado e talvez você não veja. Não precisa nem gostar de esporte, muito menos do esporte praticado por pessoas com muito mais dificuldades do que as demais, como é o caso. Basta gostar de boas histórias, como estas, contadas pelo olhar sensível e comovente da repórter Joanna de Assis.

As histórias de dez pessoas especiais com um sonho em comum: tornarem-se campeões paraolímpicos. Alguns já nasceram com uma deficiência, outros a encontraram mais tarde, mas todos eles descobriram que, mesmo num corpo limitado, o que faz a diferença na vida de um herói é o coração.

Mas eles já são campeões. Demonstram a superação e são exemplos de vida.

Se buscarmos qual é a primeira coisa ou expressão que nos vem à cabeça quando falamos em deficiência, na maioria das vezes termos como dificuldade, incapacidade, e falta de algo, serão os lideres em nossas mentes. E por que isto acontece?

Isto acontece porque, desde sempre, a sociedade discrimina e classifica as pessoas com deficiência usando os termos que citamos a pouco.

Os 10 atletas citados pela Joanna são deficientes, pois encontraram uma barreira em sua vida. Mas não são incapazes. Muito pelo contrário. São capazes de fazer suas atividades, trazer emoção para quem assiste às competições e levar os seguintes pensamentos: superação, vencer barreiras e ultrapassar limites.

O livro-reportagem Para-Heróis é surpreendente a qualquer um que leia as suas páginas, pois mexe com o que é invisível. Não a aparência de uma pessoa deficiente, não a ausência de um braço, uma perna ou da voz… Mas a força que carrega dentro de si.

Nos dizeres do tetracampeão mundial de Para-canoagem Fernando Fernandes, “Joanna tem algo a mais, que a torna ainda mais especial: a delicadeza e o olhar de uma mulher que vivencia e ama o esporte”.

Mesmo que você não seja fã de esporte, o livro lhe irá inspirar para seguir lutando por seus sonhos, sem desistir quando encontrar qualquer dificuldade, lhe dará forças para encontrar seu objetivo e finalmente superar todos os obstáculos.

Joanna de Assis:

Joanna de Assis nasceu em São Paulo (SP) no dia 24 de dezembro de 1981.

Iniciou sua carreira em 1999 no jornal A Gazeta Esportiva. Nos anos seguintes, passou pelos portais Terra, UOL e GloboEsporte.com.

Trabalhou também no Cartão Verde da TV Cultura e na produtora Casablanca, onde apresentou o Cozinhando com o Craque, um programa misto de entrevista com culinária. Além disso, teve uma passagem pela revista Placar.

Atualmente é repórter do SporTV. Sua primeira participação no canal aconteceu por acaso: após a ausência de outro profissional que iria cobrir uma partida de futebol, Joana foi enviada de última hora pelo Globoesporte.com para trabalhar no jogo. Além de repórter, participa do Bem Amigos, programa apresentado por Galvão Bueno.


Joana também faz parte da equipe de repórteres da TV Globo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Alan Ruiz: o cara do Gre-Nal

Em apenas 12 minutos, Alan Ruiz decidiu o Gre-Nal a favor do Tricolor Gaúcho.

Alan Ruiz entrou no lugar do Luan, que fez uma excelente partida. Àquela altura o jogo estava 2 a 1 para os comandados de Felipão. Logo em seguida, Ruiz fez o terceiro gol, de cabeça, após cobrança de falta. Oportunista, estava bem colocado. Sem goleiro, só empurrou. Fez o quarto também, e fechou a goleada em lance de muita plástica e com um chute certeiro.

Após fazer o quarto gol, comemorou na frente de Abel Braga, causando revolta por parte dos Colorados, que naquela fase do jogo estavam nervosos, sem rumo algum. D'Alessandro, seu compatriota, foi tirar satisfação. A confusão estava armada.

Felipão, inteligente e cirúrgico, decidiu sacá-lo após confusões para evitar expulsão, já que tinha recebido o cartão amarelo.

Alan Ruiz ta longe de ser gênio. Até porque em alguns jogos ele não rende o esperado. Ele é um jogador importante para o grupo. Tem que chamar a responsabilidade e ser o cara da criação e do oportunismo. Igual fez ontem.

Com apenas 12 minutos, fez dois gols, giro, passes precisos, armou contra-golpes. Sem dúvida, foi o cara da partida. Merece elogios.

Boas atuações como a de ontem faz com que a diretoria gremista estude a renovação de seu contrato, junto com San Lorenzo. Bom para o Grêmio e sua torcida. Bom para o futebol brasileiro, já que os meias daqui são poucos criativos e decisivos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Contra o Galo, Luxa errou apenas uma vez; no conjunto, os erros não apagam o brilhante trabalho no Flamengo

Quando chegou ao Flamengo, Vanderlei Luxemburgo tinha uma dura e conturbada missão: tirar o Flamengo da lanterna. As rodadas foram passando, o torcedor foi jogando junto com o time e o inacreditável aconteceu: o Flamengo saiu do Z-4 e já está garantido na Série A de 2015.

Foi o único técnico que conseguiu levar mais de 50 mil torcedores ao Maracanã para ver sua equipe jogar contra o Sport, mesmo estando na parte de baixo da tabela. Algo raro.

Como ele mesmo dizia em suas entrevistas coletivas, "precisamos sair da zona da confusão". E saiu. Porém, não tinha apenas o Campeonato Brasileiro a ser disputado. Havia a Copa do Brasil. O time é limitado, chegaram reforços importantes, como o lateral Anderson Pico e o atacante Eduardo da Silva. Mesmo assim, não era o time ideal. Pelo menos para disputar a fase de mata-mata.

Entretanto, com a garra dos jogadores e o apoio incondicional do torcedor, a equipe conseguiu eliminar o Coritiba e o América-RN, nas oitavas e quartas de final, respectivamente, chegando assim à semifinal. Luxa sempre dizia que a Copa do Brasil não era o objetivo maior. E tinha razão.

Ontem, contra o Atlético-MG, ele errou ao não escalar o meia Gabriel, novo xodó do Rubro-Negro. Colocou Élton, Luis Antônio e Mattheus Bebeto, filho do ex-jogador da seleção brasileira, Bebeto.

Pela "qualidade" de lançamento do Mattheus, seria interessante ter Everton, Nixon ou Gabriel com velocidade em campo. Mas não. O time estava lento. Cometeu os mesmos erros que o Corinthians contra o mesmo Galo e no mesmo estádio, o Mineirão.

A eliminação por 4 a 1 (mesmo placar do Galo sobre o Corinthians) retrata que Luxemburgo não é o maior culpado pela eliminação. Levir Culpi tem seus méritos. Tinha jogadores à altura e um banco de reservar de dar inveja. Já o banco do Flamengo, era de se assustar. Pouca qualidade, salvo do meia Gabriel.

"O medo de perder tira a vontade de ganhar", já dizia Luxemburgo. E foi exatamente isso que aconteceu. Não se pode tirar os méritos dele à frente do clube carioca.

Contra o Galo, Luxa errou apenas uma vez, ao não colocar o meia Gabriel. Mas no conjunto de seu trabalho, os erros não podem interferir na excelente e surpreendente recuperação da equipe no Campeonato Brasileiro. Em atividade, é o quarto melhor técnico do Brasil, ao meu ver, atrás apenas de Muricy Ramalho (São Paulo), Levir Culpi (Atlético-MG) e Marcelo Oliveira (Cruzeiro). Estes dois últimos irão disputar a final da Copa do Brasil.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Glórias, decadência e o acesso à Série A: o exemplo do Joinville

Cinquenta minutos do segundo tempo. O grito da liberdade e do respiro aliviado! Chegou a hora!

O Joinville está de volta à Série A, depois de 26 anos longe dela. Um time que almejou o acesso histórico desde a temporada passada, porém bateu na trave. E a mesma bola que bateu na trave entrou na noite de uma terça-feira, 04 de novembro. Voo mais alto da equipe de Santa Catarina. Mas para chegar onde está, a equipe passou por momentos de glórias e decadências.

A partir da união dos departamentos de futebol do América e do Caxias, os dois clubes profissionais da cidade na época, foi fundando o Joinville Esporte Clube. Menos de um mês depois, o Joinville estreava no Campeonato Catarinense diante do Marcílio Dias. Em 36 jogos, obteve uma espetacular campanha, com 21 vitórias, 10 empates e apenas 5 derrotas. O JEC nascia campeão.

O fim da década de 1970 e o início da de 80 foi simplesmente espetacular para o time, torcida e cidade. Investindo pesado nas contratações, o clube conquistou por 8 vezes o Campeonato Catarinense, e ainda foi vice em duas outras oportunidades.

A década seguinte foi marcada por grande irregularidade. Diante da dificuldade que assombrava os clubes brasileiros, o JEC traçou uma década sem títulos no profissional. E isso culminou na decadência da equipe catarinense. O clube inaugurou a Arena Joinville. E o início da caminhada no novo estádio foi árduo. Mesmo com a torcida comparecendo em peso, a equipe não conseguia recuperar o prestígio no cenário nacional. Em 2008 e 2009, chegou a ficar sem calendário.

No ano seguinte, foi disputar a Série D do Brasileiro. E terminou desclassificado nas quartas de final pelo América (AM). Porém, logo após a derrota, o setor jurídico do clube identificou que o adversário havia utilizado um jogador irregular nas duas partidas disputadas, então a equipe subiu para a Série C.

Com o objetivo de resgatar a história vitoriosa do clube, o JEC iniciou um processo de reformulação. O trabalho contínuo de reorganização resultou no título inédito e incontestável da Série C em 2011, gerando a volta à segunda divisão nacional após oito anos.

No seu retorno para a Série B, o Joinville acaba o ano em 6º lugar com 60 pontos, 11 pontos atrás do 4º Lugar, o Vitória. O Time chegou a ficar algumas rodadas no G4 do Campeonato, mas após a saída de alguns jogadores perdeu forças e acabou fora. Em 2013 a posição se repetiu, 6º Lugar com 59 pontos, 1 ponto a menos que o 4º lugar, o Figueirense, seu rival.

2014 veio e o drama também. Será que o mesmo filme voltaria a se repetir? A equipe se reformulou e novamente investiu pesado em reforços. No Estadual, o fim do jejum não veio, mas o clube mostrou que reviveu para o futebol catarinense e brasileiro.

Veio o Campeonato Brasileiro. E a equipe mostrou que queria o acesso. Início de empolgar o torcedor e fazer com que o brilho nos olhos aparecesse. Porém, em alguns momentos, uma crise parecia rondar o Joinville. Mas com o apoio da torcida na Arena, e com grandes apresentações, a equipe chegou à 34ª rodada com 63 pontos, necessitando de apenas um empate para o acesso.

Todavia, a equipe queria mais. E veio a vitória sobre o Sampaio Corrêa-MA, por 2 a 1. O JEC voltou para o lugar onde não deveria ter saído: a Série A. O Joinville é um dos melhores times da Série B. Pés no chão? Sim. Humildade? Com certeza, mas agora os adversários que se cuidem. Respeito e moral esse clube tem de sobra.

sábado, 1 de novembro de 2014

Técnicos gaúchos fazem sucesso apenas na seleção brasileira; na Série A, são raros

A escola gaúcha de técnicos tem predominado na seleção brasileira nos últimos 13 anos. Com exceção de Carlos Alberto Parreira, que comandou a seleção canarinho em 2006, desde 2001 há técnicos do Sul do País comandando a seleção.

Oswaldo Brandão foi o precursor nos anos 50 e abriu espaço para João Saldanha, Carlos Froner e Cláudio Coutinho, por exemplo. Da nova geração, temos Dunga, Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes.

Porém, na Série A do Brasileirão é uma raridade encontrarmos técnicos gaúchos. Dos 20 técnicos atuais, apenas 3 são gaúchos. Se for levado em consideração a Região Sul do Brasil, o número aumenta para 5, ou seja, 20% do total. Confira abaixo:

Atlético-MG – Levir Culpi (Curitiba, PR)
Atlético-PR – Claudinei Oliveira (Santos, SP)
Bahia – Gilson Kleina (Curitiba, PR)
Botafogo – Vagner Mancini (Ribeirão Preto, SP)
Chapecoense – Jorginho (São Paulo, SP)
Corinthians – Mano Menezes (Passo do Sobrado, RS)
Coritiba – Marquinhos Santos (Santos, SP)
Criciúma – Toninho Cecílio (Avaré, SP)
Cruzeiro – Marcelo Oliveira (Pedro Leopoldo, MG)
Figueirense – Argel Fucks (Santa Rosa, RS)
Flamengo – Vanderlei Luxemburgo (Nova Iguaçu, RJ)
Fluminense – Cristóvão Borges (Salvador, BA)
Goiás - Ricardo Drubscky (Belo Horizonte, MG)
Grêmio – Felipão (Passo Fundo, RS)
Internacional – Abel Braga (Rio de Janeiro, RJ)
Palmeiras – Dorival Júnior (Araraquara, SP)
Santos – Enderson Moreira (Belo Horizonte, MG)
São Paulo – Muricy Ramalho (São Paulo, SP)
Sport – Eduardo Baptista
Vitória – Ney Franco (Vargem Alegre, MG)

A maioria das teses passa quase sempre pela disciplina, a mão firme, que tanto caracteriza essa dependência por técnicos oriundos de lá. A prova que o DNA dos treinadores do Sul tem chamado a atenção dos dirigentes brasileiros.

Mas vale um adendo: não é apenas a garra que vence uma partida e muito menos um campeonato. Há técnica, qualidade, passes refinados e categoria por trás disso tudo. O futebol-força, como é caracterizado o futebol gaúcho ganhou corpo, vem sendo utilizada como modelo. Entretanto, há um certo gosto de um estilo chato e feio, já que se compara ao futebol argentino ou uruguaio, influência pelos limites geográficos.

Precisa-se reinventar os estilos do futebol. Por que não copiar as estratégias do Campeonato Alemão, Espanhol ou Inglês? Priorizar a posse de bola, jogar de forma limpa, dando um brilho aos olhos dos torcedores. Seria um avanço importante para que futuramente sejamos vistos novamente como o País do Futebol.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

10 anos sem Serginho: o que mudou no futebol após a tragédia?

Quarta-feira, 27 de outubro de 2004. Era mais um dia de jogo. São Paulo e São Caetano duelavam forças no Morumbi. O Campeonato Brasileiro chegava ao seu período decisivo. Cinco times alimentavam o sonho do título nacional: Santos, Atlético-PR, São Paulo, São Caetano e Palmeiras.

O jogo poderia ter vários personagens. Mas quis o destino escolher apenas um, e da forma mais triste que alguém poderia imaginar: o zagueiro Serginho.

O jogador acabou ficando marcado por perder cobranças em duas disputas de pênaltis de Libertadores, nas oitavas diante do Palmeiras, em 2001, e na grande decisão contra o Olimpia, em 2002. Ficou marcado por duelar com Romário, que o quis levar para o Fluminense ainda naquele ano.

Àquela altura da partida, ele vinha fazendo uma partida impecável, com bons e precisos desarmes. Porém, aos 15 minutos do segundo tempo, o zagueiro levantou o braço em direção ao árbitro Cleber Abade, possivelmente com aquele gesto típico de jogador que reclama a marcação de uma falta. Ele caminhou, se abaixou e caiu. Grafite, atacante do São Paulo, passava pelo mesmo lugar e chegou a tropeçar no jogador do Azulão.

Começava ali um dos maiores dramas do futebol brasileiro no que diz respeito à saúde dos atletas. Minutos de tensão. Os jogadores de ambas as equipes demonstraram revolta por conta da demora da ação dos médicos. As cenas incluíam massagens cardíacas, choro incontido de colegas e adversários e orações.

O Morumbi ficou quieto por alguns minutos. A única voz que se ouvia era "Serginho!!". Depois de ser levado a um hospital próximo ao estádio, Serginho teve sua morte declarada por volta de 22h30 daquele dia, consolidando a tragédia que chocava o Brasil.

O falecimento do Serginho trouxe à tona, dentre outras questões, o risco que correm os jogadores de futebol que têm problemas cardíacos. Hoje, os clubes e federações se importam mais com a qualidade de vida e saúde dos atletas. E os jornalistas têm participação direta nessa nova ordem. Eles reivindicaram a presença obrigatória de pelo menos uma ambulância nos gramados.

O clube do ABC perdeu 24 pontos e acabou fora da briga pelo título e por uma vaga na Libertadores. O presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, e o médico Paulo Forte foram suspensos por dois anos. E a fase do São Caetano só iria de mal à pior. Depois da tragédia o time nunca mais foi o mesmo. Meses antes, havia sido campeão paulista. Hoje, foi rebaixado à Série D do Brasileirão e vai jogar de novo a segunda divisão estadual em 2015.

Linha do tempo - Morte de Serginho

20h30 - Começa a partida entre São Paulo e São Caetano, no Morumbi
21h16 - Fim do primeiro tempo
21h31 - Começa o segundo tempo
21h44 - Aos 13min e 49s do segundo tempo, Serginho, perto do bico direito da pequena área, se abaixa, coloca as mãos nos joelhos e cai desacordado no gramado.
21h45 - A queda de Serginho chama a atenção dos jogadores do São Caetano e do São Paulo, que pedem agilidade no atendimento médico.
21h45 a 21h48 - Serginho recebe os primeiros atendimentos médicos no gramado de massagistas e médicos de ambas as equipes.
21h49 - Serginho é levado pelo carrinho da maca, ainda sob tentativa de reanimação
21h51 - A torcida grita o nome de Serginho, enquanto o placar eletrônico exibe a mensagem “Serginho, oramos por você”.
21h54 - Serginho é atendido na própria UTI do Morumbi.
21h55 - Serginho deixa o Morumbi em direção ao Hospital São Luiz
22h05 - O atleta chega ao Hospital São Luiz
22h09 - O árbitro Cleber Wellington Abade, após conversar com os capitães dos dois times, resolve encerrar o jogo por falta de condições psicológicas dos jogadores
22h45 - Médicos encerram trabalham de reanimação e declaram óbito de Serginho
23h50 - Hospital São Luiz emite comunicado com a morte do jogador

Graças ao Estatuto do Torcedor e à pressão popular por mudanças no futebol e pelos jornalistas esportivos que acompanhavam a partida, hoje nenhuma partida profissional começa sem a presença de uma ambulância no estádio.

Cenas como os jogadores esmurrando os vidros dela no Morumbi, há dez anos, provavelmente não voltarão a ser vistas na Série A do Brasileirão. Em muitos casos, em divisões inferiores, hoje é comum algum torcedor passar mal no estádio, ser atendido pela ambulância e levado ao hospital, enquanto jogadores e espectadores ficam aguardando o retorno dela para o reinício da partida.