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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Torneios de base estão em risco e Campeonato Paulista Feminino vai acontecer

Corinthians foi o campeão do Paulista Feminino (Foto: Bruno Teixeira/Ag Corinthians)
Na tarde desta quinta-feira, 18, o autor deste blog conversou com duas fontes ligadas ao futebol paulista para tentar entender o que se passava nos bastidores. Consegui apurar as seguintes situações:

1) Torneios de base (Sub-11, Sub-13, Sub-15 e Sub-17), organizados pela FPF, não vão acontecer;

2) Prioridade é a Série A1 do Campeonato Paulista. Se der certo, tentarão o encerramento da A2 e A3;

3) Campeonato Paulista Feminino vai acontecer. Em qual formato? Não sabemos, mas, com certeza, com menos datas do que o divulgado inicialmente, em março;

4) Campeonato Paulista Sub-20 (masculino) pode ocorrer, também sem a definição do formato; e

5) Copinha 2021 está em risco.

Em abril, o próprio presidente da Federação, Reinaldo Carneiro Bastos, em entrevista ao canal 'Máquina do Esporte', no YouTube, havia falado sobre a possibilidade de não haver torneios de base devido à pandemia do novo coronavírus.

"Nós já informamos a eles que não vai haver essa obrigação. Acho muito pouco provável que aconteça. Pelo que tenho conversado com os clubes, no sub-11, 13, 15 e 17, tanto masculino como feminino, a chance é remota. Há uma pequena possibilidade do sub-20", disse Bastos.

Os times que disputam a Série A1 do Campeonato Paulista vão voltar a treinar apenas no dia 1 de julho, de acordo com o governador João Doria, que anunciou a novidade nessa quarta-feira, 17. O último jogo do campeonato foi no dia 16 de março - Guarani vencera a Ponte Preta por 3 a 2. Já o Campeonato Paulista Feminino estava programado para se iniciar em 12 de abril.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Entrevista com Fernanda Teixeira: "O esporte me traz esperanças em um mundo tão caótico"

Jornalista Fernanda Teixeira no Maracanã (Foto: Arquivo Pessoal)
"Foi uma reviravolta na minha vida". A frase que abre esta entrevista é da jornalista carioca Fernanda Teixeira, que hoje acompanha os clubes do Rio de Janeiro pelo Diário Lance!. Fernanda decidira pelo Direito, já atuava na área e havia começado um mestrado no Uruguai, a mais de 2.300 quilômetros do Rio. Porém, quando surgiu a oportunidade de trabalhar com a comunicação em uma agência de notícias esportivas, o jornalismo entrou em cena. Sem nenhuma influência familiar, mas com suas premissas de que o esporte tem um poder e é responsável por uma transformação social, a reviravolta que trouxe esperanças para Fernanda estava definida.

Nesta entrevista, a jornalista falou sobre a sua carreira, o espaço que as mulheres vêm conquistando no jornalismo esportivo, a polêmica retomada do Campeonato Carioca e a cobertura esportiva que mais a deixou emocionada:

Me emocionou muito estar na cobertura do primeiro jogo do Botafogo, após a morte do Valdir Espinosa. Foi a primeira vez que vi um minuto de silêncio ser totalmente respeitado em um estádio. 

Confira o bate-papo:

Para os futuros leitores, quem é Fernanda Teixeira?
Jornalista do Diário Lance, hoje na cobertura do Futebol Carioca. Uma pessoa que ama o que faz, que está sempre aprendendo e sem medo de mudar quando é para ser feliz.

Houve alguma influência familiar para que você decidisse pelo jornalismo? Quando iniciou essa paixão pela profissão?
Não. Não tenho ninguém da família que seja jornalista. O jornalismo é a minha segunda graduação, a primeira foi o Direito. Costumo dizer que não escolhi o jornalismo, mas o jornalismo me escolheu. Atuava como advogada e havia iniciado um mestrado fora do país, no Uruguai, na área jurídica. Enquanto estava lá surgiu um teste para um trabalho em uma agência de notícias internacional de esportes. Passei no teste e comecei a trabalhar, sem nunca ter tido a experiência na área e foi uma reviravolta na minha vida. Mudei tudo para iniciar na área de comunicação. Quando voltei ao Brasil, resolvi fazer a faculdade. Foi um encontro com a minha vocação. Desde a infância era leitora assídua de jornais e revistas, me emocionava com cada Olimpíada. O esporte me traz esperanças em um mundo tão caótico, sempre acreditei no poder e transformação social do esporte, também vejo como algo divertido e cativante por lidar com a paixão das pessoas. Trabalhar com isso é muito apaixonante. 

E a escolha pelo jornalismo esportivo?
Como disse, já iniciei na profissão no jornalismo esportivo. É área que mais tenho interesse. Quando iniciei a faculdade também foi pensando em permanecer no jornalismo

No atual jornalismo, são muitos os que exercem a função sem diploma e com falta de credibilidade. Você é a favor do diploma para a atuação? E qual a importância da fonte na hora de divulgar uma notícia?
Vejo pelo meu caso que o diploma não é indispensável para que seja feito um bom trabalho como jornalista, mas, sem dúvidas, a faculdade te dá inúmeras ferramentas para que vocês se desenvolva como profissional e aperfeiçoe a prática. Ela também dá mais credibilidade. Quanto à fonte, acredito ser o grande patrimônio do jornalista, mas é preciso sempre checar, confirmar e ter segurança na hora de divulgar uma notícia. As pessoas confiam na imprensa profissional como esse “filtro” de credibilidade da informação.

Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
Desde o meu primeiro dia tive a sorte de trabalhar com profissionais incríveis e super. competentes. Aprendi um pouco com cada um deles. Gostaria de citar todos mas não há espaço suficiente. Gosto muito dos textos da Dorrit Harazim e do João Máximo. Sou fã do jeito destemido do João Saldanha e das investigações do Chico Otávio. Também gosto muito das pautas originais da Tatiana Furtado, do Jornal O Globo. A Denise Mota da Folha de São Paulo, minha amiga pessoal, é outra inspiração. E um grande guia e mentor na profissão foi o meu professor Alexandre Carauta. 

Atualmente, você está no Lance! Conte-nos a sua trajetória profissional.
Comecei na agência de notícias Perform Group, na sucursal de Montevidéu, Fiquei lá de 2014 a 2016, quando voltei para o Brasil. Fui Gerente de Mídia da Rio 2016, responsável pela Arena da Juventude, em Deodoro. Passei pelo Jornal da Puc, Rádio Tupi e, finalmente, o Lance, desde 2018. 

Nesse período, qual cobertura mais te emociona?
Me emocionou muito estar na cobertura do primeiro jogo do Botafogo, após a morte do Valdir Espinosa. Foi a primeira vez que vi um minuto de silêncio ser totalmente respeitado em um estádio. Achei justas e muito bonitas todas as homenagens feitas a essa grande figura do futebol brasileiro. No pouco de contato que tive com ele deu para ver que era uma pessoa diferenciada, sempre de bom humor, que tratava a todos com muito respeito. Fiquei muito triste com a partida dele. O Botafogo venceu, por 2 a 1, com um gol nos acréscimos. Os comentários no estádio foram de que ele deu uma “ajudinha” ao time do outro plano. 

Fernanda Teixeira elege a matéria mais emocionante (Foto: Arquivo Pessoal)

Com a popularização da internet, muito se discute a respeito do fim do impresso. Mas o veículo ainda é valorizado, principalmente devido às atualizações sempre constantes ao longo do dia. Como é possível um veículo de comunicação sobreviva a décadas de inovações tecnológicas e mantenha a sua posição de destaque como um dos mais importantes na comunicação social?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares. Gostaria de ter a resposta, mas, realmente não sei. Acho que um caminho interessante é cativar o leitor que se mantém fiel ao impresso. 

A cada ano, o número de mulheres na imprensa esportiva só aumenta. Qual a sua análise da participação feminina nos grandes eventos esportivos e o maior obstáculo enfrentado por você para entrar nessa área?
Melhorou, mas ainda acho um número muito abaixo do ideal. A grande dificuldade é ter que provar a nossa competência e conhecimento o tempo todo, algo não exigido dos homens. O machismo e o assédio enraizados na nossa sociedade são também uma luta diária. 

Você tem trabalhado com foco nos clubes do Rio de Janeiro. Temos visto atualmente um “conflito” entre eles com relação à volta do futebol em meio à pandemia. Qual a sua opinião a respeito?
Acho que a volta deve ser feita quando houver a garantia de segurança para todos os envolvidos, sejam atletas funcionários ou imprensa. Considero um pouco precoce a volta enquanto ainda lutamos pela redução do número de contágios e óbitos. 

Como é a relação dos clubes e jogadores com a imprensa como um todo no Rio de Janeiro?
Em geral é uma relação bem profissional e de colaboração. Os jogadores hoje são muito “blindados” pelas assessorias. É difícil ter um contato direto, mas a comunicação dos clubes costuma sempre ajudar. Entre colegas também nos ajudamos bastante.

Qual análise você faz do futebol carioca?
É um pouco maltratado por alguns erros de quem conduz, mas ainda acredito no potencial de voltar a ser o futebol mais charmoso do Brasil, com rentabilidade e mais competitivo. 

Fernanda entrevista o meia Nenê, do Fluminense
(Foto: Arquivo Pessoal)
Qual a rotina de uma setorista?
Ficar ligado em tudo o que acontece no clube o tempo todo. Na redação, pensar em pautas todos os dias, cultivar as fontes e lembrar datas marcantes. Quando há jogos, somos os primeiros a chegar e últimos a sair. É preciso estar atento aos detalhes que só são possíveis de ver pessoalmente para tornar a cobertura interessante porque com o digital todos têm acesso muito rápido às informações. 

Um jogo inesquecível que você trabalhou como repórter
Fui escalada para fazer a visão daquele jogo em que o Fluminense venceu o Grêmio por 5 a 4, no Brasileirão de 2019. Foi uma loucura todas as reviravoltas que me obrigaram a mudar o texto diversas vezes. O fechamento do jornal era logo em seguida e não podia atrasar. 

Uma entrevista que gosta de recordar
Gostei muito do resultado de uma exclusiva que fizemos com o Nenê, no ano passado. Ele é muito bem articulado e o papo rendeu bastante. 

Você é muito jovem e tem uma carreira muito importante dentro do jornalismo esportivo. Quais são seus próximos objetivos?
Acho que essa pandemia nos ensinou que devemos viver um dia de cada vez e dar o nosso melhor. Ainda sonho em participar de grandes coberturas como repórter, como uma Copa do Mundo ou Olimpíada. 

Deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo 
Não deem ouvidos a quem desestimula seguir na carreira jornalística. Quando fazemos o que amamos, as coisas fluem e se acertam sozinhas. É uma profissão apaixonante. 

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Do factual na rádio à final da Copa do Mundo: a trajetória de Roberta Barroso, que afirma: "Batalhei muito para chegar onde estou hoje"

Roberta Barroso é a entrevistada do blog (Foto: Divulgação/ESPN)
Produtora, apresentadora, repórter. Carismática e responsável por cobrir os times do Rio de Janeiro pelos canais ESPN, desde novembro de 2019, a jornalista conversou com o blog para falar um pouco mais da sua carreira, os momentos marcantes e como tem sido a sua rotina de trabalho em virtude da pandemia do novo coronavírus.

Roberta Barroso Teixeira Millem nasceu em 15 de outubro de 1982. A jornalista formou-se em 2006, mas em 2005 já fizera o seu primeiro estágio, na Rádio Tupi. Em fevereiro daquele ano, ela dava informações do Trânsito e fazia plantão.

Em julho de 2005, foi para a TV Brasil, onde era produtora/repórter do programa EsporTVisão, ficando na emissora até janeiro de 2006. De lá até hoje, não saiu mais do esporte. Com passagens pelo Esporte Interativo, onde foi apresentadora do Caderno de Esportes e Via Esporte (Programa de entrevistas com atletas olímpicos), também ingressou no campo da reportagem.

Roberta Barroso foi contratada pela Rede Record, em 2011. Ficou dois anos na casa, onde fazia reportagens para o Esporte Fantástico, programa exibido aos sábados. Dois anos mais tarde, em 2013, voltou para o rádio, para integrar o time da Rádio Globo, do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 2014, Roberta foi contratada pela Band para atuar como repórter e apresentadora do Jogo Aberto. Em novembro de 2019, passou afazer parte dos canais ESPN.

Confira o bate-papo com a jornalista:

Qual foi o teu primeiro passo para ingressar no jornalismo esportivo? Já sonhava em trabalhar na área?
A minha mãe sempre foi apaixonada por esporte. Lá em casa era assim: meu pai não via muito futebol, e minha mãe ficava até tarde, assistindo aos jogos. Cresci com isso. Minha mãe acompanhando, apaixonada pelo time do coração. E ela sempre falava para fazer jornalismo. Mas, no inicio, até pensei em fazer jornalismo factual, não tinha pensado em fazer jornalismo esportivo. Por influência dela, acabei entrando nessa área. Só trabalhei uma vez com factual quando fui estagiária na Rádio Tupi, em 2005. Aí fui para a TV Brasil, onde fui produtora do programa EsporTVisão. De lá pra cá, não saí mais do esporte.

Nesse período, qual cobertura mais te emociona?
Tem muitas coberturas especiais que fiz durante esse período. Posso dizer que uma reportagem muito especial que fiz e ficou guardada até hoje foi na Comunidade Pavão-Pavãozinho, no Rio de Janeiro. Era um projeto que a polícia implantou na comunidade, para aproximar as crianças das policiais por causa da UPP. Lembro que entrevistei um menino chamado Pingo. Foi uma matéria bem emocionante, porque ele disse que já tinha perdido muitos amigos por causa da guerra entre policiais e traficantes. Uma reportagem que me marcou muito.

Um jogo inesquecível que você trabalhou como repórter?
Tem vários, né? (risos). Finais de campeonatos sempre são marcantes, jogos especiais que mudam do nada. Posso destacar a final da Copa do Mundo de 2014. Imagina cobrir uma final da Copa do Mundo, no seu país, no Maracanã? Só faltou o Brasil estar lá, mas a Seleção foi eliminada na semifinal pela Alemanha. Foi muito especial fazer aquela cobertura. E o jogo Brasil x Espanha, na final da Copa das Confederações, que, aí sim, pude ver o Brasil ser campeão no Maracanã. Esses jogos foram bem marcantes. Olimpíadas também são marcantes. É difícil escolher um outro, pois no jornalismo esportivo sempre somos surpreendidos, mas acredito que esses foram os mais especiais.

É mais “fácil” ser apresentadora ou repórter? A preparação é diferente?
Não tem nada fácil (risos). Essa profissão exige muito trabalho, muito estudo, muita dedicação. Você sempre tem que estar atualizado. Se você não sabe o que está acontecendo, tem que ir atrás. E eu acho que para você se tornar uma profissional completa, eu acho que é importante passar pelos dois lados, tanto na apresentação quanto na reportagem.

Você tem uma carreira muito importante dentro do jornalismo esportivo. Quais são seus próximos objetivos?
Tenho algumas metas, né? No começo da carreira, no Esporte Interativo, fui apresentadora – até comecei no caminho inverso. Também quero fazer coberturas internacionais – quem sabe me tornar correspondente. Então, são algumas metas e tenho certeza que vão acontecer. Em algum momento (risos).

Roberta Barroso tem um sonho de ter um programa esportivo próprio (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

Estamos vivendo um momento diferente no esporte e na sociedade como um todo. A pandemia do coronavírus fez com que modalidades fossem suspensas ou até mesmo canceladas. Qual a sua perspectiva para o futebol brasileiro pós-pandemia?

A gente vai ter um mundo diferente, até encontrarem a vacina. Temos visto todos os protocolos sendo feitos. Tudo vai ser bem diferente. É difícil dizer o que vamos encontrar pela frente. As coletivas são virtuais. Mando as perguntas para os assessores e os entrevistados respondem tudo à distância. E quando a gente voltar vai ser diferente. As famosas zonas mistas não vão ter, não tem como ficarem todos reunidos. Porém, sempre com o pensamento positivo de que as coisas vão melhorar. Temos que ter essa esperança.

Como tem sido a sua rotina de trabalho?
A rotina tem sido bem intensa. Tenho agendado entrevistas e feito pelo Skype. Tenho entrado ao vivo, faço toda apuração, mandando mensagens para as fontes, para que a gente possa passar o melhor conteúdo para o telespectador. É um aprendizado, pois a gente se grava, edita e envia o material. Tem dado certo e está funcionando.

Historicamente, o futebol sempre foi considerado um ambiente hostil e predominado por homens. Mas, a cada ano, o número de mulheres na imprensa esportiva só aumenta. Qual a sua análise da participação feminina nos grandes eventos esportivos e o maior obstáculo enfrentado por você para entrar nessa área?
Eu vejo com muita alegria a participação feminina, mais mulheres estão escolhendo o jornalismo esportivo. Aquela velha história de que "ah, futebol é coisa pra homem", não tem essa. Somos todos iguais. Nós viemos para ficar. Eu quero que mais mulheres entrem no jornalismo esportivo. A luta foi grande para chegarmos até aqui. Tem sempre obstáculos para passar na vida. Todos os espaços podem ser ocupados por nós, mulheres. Que bom que algumas empresas reconhecem isso. Nós vamos passar por todos esses obstáculos. Essa luta é antiga. Que bom que hoje somos mais e sempre seremos mais. Nada e nem ninguém vai me parar. Sigo o meu caminho, com dedicação, e isso é o mais importante.

Em sua opinião, por que há ainda um espanto ao deparar com mulheres no futebol?
É porque é uma coisa enraizada, que vem de muitos e muitos anos. Porque sempre teve aquela de que a mulher tinha que trabalhar  em casa. Mas eu não vejo mais como espanto e acredito que muitas pessoas já não vejam mais como isso também. É claro que alguma pessoa ou outra que vai ter preconceito. Fico muito feliz por ver mais mulheres trabalhando com o futebol e isso é incrível.

No atual jornalismo, são muitos os que exercem a função sem diploma e com falta de credibilidade. Você é a favor do diploma para a atuação? E qual a importância da fonte na hora de divulgar uma notícia?
Sou, sim, a favor do diploma. Muita coisa, quando entrei nesse mundo do jornalismo, aprendi na faculdade. Depois, na prática, você vai aprendendo muito mais. Fazer a faculdade e ter o diploma, você acaba saindo na frente. Sobre a fonte, é fundamental. Você tem que saber preservá-la. Se ela te pede off, você não pode revelar. E é assim que é possível obter novas fontes. Tem que ter uma boa relação. É uma relação de confiança e nós precisamos muito dessas fontes. Nesse período de pandemia, as fontes têm sido fundamentais para que o trabalho aconteça.

Para finalizar, para você, o que é ser repórter e quais dicas poderia dar para os futuros estudantes que querem seguir essa área?
Ser repórter é especial, é não ter rotina, é abrir mão de muita coisa. É muito sacrificante. Muitas vezes você não está no aniversário de quem você ama, nos eventos com seus amigos, mas se você é apaixonado pela profissão, apaixonado por aquilo você gosta, é mais especial ainda. Ser jornalista é ter paixão. E a dica que eu dou para os estudantes: se dediquem muito. Saibam que tem todos esses sacrifícios, não tem final de semana. Você tem uma vida completamente dedicada à profissão. Mas se você escolheu isso, vá em frente. Corram atrás, busquem. É dedicação, amor. Eu batalhei muito para chegar onde estou hoje e continuo aprendendo cada vez mais para crescer mais também. E quando você conquista com o seu trabalho, com a sua dedicação, aí não tem coisa melhor. Então, se você quer trabalhar com televisão, vá atrás. Quer trabalhar com rádio? Vai lá, busque. As coisas acontecem para quem corre atrás. É uma profissão apaixonante.