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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Entrevista com Fábio Lucas Neves

Há um tempo recebi, nesse mesmo espaço, o jornalista Milton Neves. E agora recebo o filho do jornalista, o Fábio Lucas Neves. 

Fábio Lucas Magnoni Neves é filho do jornalista e publicitário Milton Neves Filho e de Lenice Chame Magnoni Neves. Fábio nasceu no dia 13 de julho de 1980, em Muzambinho-MG, mas reside em São Paulo-SP há anos. É casado com a jornalista e apresentadora Roberta Peporine, com quem tem duas filhas, Giulia e Maria Beatriz.

Fábio iniciou carreira na Rádio Bandeirantes em 1999, onde se orgulha de ter trabalhado com José Paulo de Andrade. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Foi repórter da TV Bandeirantes entre 2008 e abril de 2011. Atualmente é o editor-chefe do Portal Terceiro Tempo.

Em 2002, Fábio ganhou o troféu Ford-ACEESP como repórter revelação do ano.

Repórter com bastante prestígio, já trabalhou em diversas transmissões de jogos em todo país. Orgulha-se em ter participado da cobertura na Copa do Mundo da África do Sul em 2010, sua primeira participação em quase dez anos de carreira. 


Em seguida, você confere um pouco mais da vida e as opiniões do entrevistado.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Fábio Lucas Neves?
Fábio Lucas Neves: O sujeito mais sortudo do mundo. Marido da Roberta, pai da Juju e da Mabê, filho do Milton e da Lenice e irmão do Rafael e do Netto. Mineiro de Muzambinho, são-paulino, descendente de portugueses, árabes e italianos. Conheço o mundo inteiro graças à bola, mas quero distância dela. 

GD: Antes de seguir a área do jornalismo, queria ser o quê?
FLN: Sempre quis ser jornalista. Até conhecer o empreendedorismo. 

GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
FLN: Acompanhar o São Paulo no Mundial de 2005. "Bati na trave" na escala da Record e não me conformo até hoje. O tempo não volta.

GD: Você acredita que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
FLN: Sim, desde que não frequente os estádios. Torcedor de futebol organizado é uma afronta à sociedade. Já fui ameaçado e hostilizado no Paraná, Pernambuco, Rio, Distrito Federal e em TODOS os estádios de São Paulo. Uma vergonha. Pelo menos, fui chamado de corintiano no Morumbi, são-paulino no Palestra e palmeirense na Vila. Sempre fui imparcial.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
FLN: Luciano do Valle, Milton Neves, Tiago Leifert, Rica Perrone, Raphael Rezende e Galvão Bueno. Além dos amigos Renato Peters, Fernando Fernandes, Andrei Kampff, Bruno Laurence e Nivaldo de Cillo. Ainda os reunirei para um churrasco. 

GD: Como é sua rotina hoje?
FLN: Plantar milho, café e criar gado no Sul de Minas, comprar e vender imóveis rurais e urbanizar áreas próximas às cidades da região. E sentir uma saudade monstruosa da minha família que segue em São Paulo. Por pouco tempo.

GD: Atualmente, você é casado com a também jornalista Roberta Peporine. Como a conheceu e como surgiu o amor entre vocês?
FLN: A conheci na Record em 2001 e foi o maior presente que recebi de Deus, além das nossas meninas de 10 e 5 anos. Ela é filha de família rica e tradicional de Ribeirão Preto e não precisava ter se aventurado em São Paulo. Ainda "usava fraldas" quando a vi pela primeira vez. Hoje, penso que a Roberta só deixou a mordomia do Dom Peporine para se encontrar comigo.

GD: Como é ser filho de Milton Neves, um dos melhores jornalistas da televisão, rádio e internet?

FLN: Um prazer. Um orgulho. Ter como referência pessoal e profissional o próprio pai não tem preço.

GD: Você teve uma passagem pela Record. Como foi trabalhar nessa emissora?
FLN: A Record me deu a Roberta. E a primeira chance como repórter de TV. Preciso dizer mais? Obrigado, Record!

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
FLN: Não. A mídia tradicional definha. Os textos prolixos e óbvios de alguns profissionais, também. O que tem de Sergio Carvalho por aí... Sobreviverão os comunicadores que adotarem uma linha voltada ao entretenimento, como Milton Neves, Tiago Leifert e Rica Perrone e os "diferenciados" como Ricardo Perrone, Jorge Nicola e Rodrigo Mattos, que adotam uma linha investigativa. Os demais seguirão na vala comum, tratando o futebol como física quântica. São "importantes", mas os consumidores fogem... O público para esse tipo de jornalista só diminui. Tipo MTV. A Internet tem revelado grandes produtores de texto e conteúdo. E sem diploma. É o futuro. 
 
GD: Que perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro?
FLN: Ser bom para c***lho! E fugir do lugar comum.

GD: Sem citar nomes, mas já tiveste algum tipo de rusga ou desentendimento com algum colega de trabalho? Ou sempre tudo na paz?
FLN: Sou muzambinhense, mineiro, sossegado. Poderia ter comprado briga com lamentáveis da crônica. E há tantos caras que ganham uma miséria e acham que são importantes... Esquece. 


GD: Mudando de assunto, o Brasil tem chances de conquistar a Copa 2014? E o que está achando do elenco até então pronto por Felipão?
FLN: Felipão será campeão do mundo com o Brasil em 2014. Tem estrela, comando e foi talhado por Deus para viver no hall dos vencedores. É diferente, especial. 

GD: Para o ano que vem, Felipão deve chamar Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Ramires? Por que?
FLN: Ramires estará na Copa por ser um dos melhores volantes do mundo. Kaká seria uma zebra. E Ronaldinho? Amigo do peito de Felipão e (novamente, no Galo, craque de bola), mas hoje não se enquadra no esquema do técnico. Quem sabe? Tem chances, acredito. 

GD: O Felipão deveria testar algum jogador dos quatro primeiros colocados na tabela do Brasileirão? Se sim, quais jogadores? Por que?
FLN: O Cruzeiro não tem nada a oferecer à seleção, como o Botafogo e o Atlético-PR. Renato Gaúcho "matou" o Zé Roberto no Grêmio. Portanto, não.

GD: Felipão é o técnico ideal para comandar a seleção para 2014?
FLN: Sim.

GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
FLN: É o melhor jogador do mundo. Faltava a grife do Barça.
  
GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
FLN: Deveriam ser extintos. Até Muzambinho-MG saiu da idade da pedra.

GD: Atualmente, Alex - meia do Coritiba - e o Mauro Cesar Petraglia - presidente do Atlético-PR - criticaram a atuação da Globo em mandar nos horários. Você concorda com eles? E o que seria necessario para acabar com esse monopólio?
FLN: Questão complexa. O fim dos Estaduais é fundamental para dirimir algumas polêmicas relacionadas ao calendário. Com datas extras à disposição, tudo fica mais fácil.

GD: O Corinthians vem passando por um momento conturbado. Tite deveria ter sido mandado embora? Por que?
FLN: O Corinthians, que copia o São Paulo do Marcelo Portugal Gouvêa (e não do tétrico Juvenal (que se recupere do câncer e viva mais mil anos)), deve ser vanguardista e manter o seu "Alex Ferguson", à la Telê. Não há profissionais como Tite no mercado. 

GD: Campeonato Paulista é melhor que o Carioca?
FLN: Discussão ultrapassada. Que acabem.

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
FLN: Ajudariam se fossem organizadas. E em prol APENAS dos clubes.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
FLN: Estou morrendo de medo. No campo, tudo será lindo. Mas passaremos vergonha fora dele. Já fechei viagem para Uruguai e Chile durante a Copa de 2014.

GD: A Bélgica vem se tornando o assunto do momento. A seleção pode surpreender e fazer bonito na Copa do Mundo? 
FLN: Não. Será a cara do Hazard contra o Corinthians em Yokohama. Eu estava lá. 

GD: Quais outras seleções, que estarão na Copa, merecem os seus destaques?
FLN: As de sempre: Espanha, Alemanha e Argentina.

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo.
FLN: Fui feliz, sem dúvida, ao longo de mais de uma década no meio. Mas não recomendo a área para minhas filhas. Abortei nesse ano mais um curso de Jornalismo Esportivo com o Alexandre Praetzel para não ser acusado de "vender" falsas expectativas. Não arrumo emprego. E está cada vez mais difícil. Boa sorte!!!!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ponte Preta: momentos distintos

Se no Brasileirão a situação da Ponte Preta não é lá tão boa, na Copa Sul-americana a equipe campineira vai muito bem, obrigado. Ontem, a Macaca enfrentou o Deportivo Pasto, da Colômbia. No primeiro jogo, em Campinas, a equipe brasileira venceu por 2 a 0, com gols de Uendel e Fellipe Bastos. Com o resultado, poderia perder por até um gol de diferença. 

Para passar para a próxima fase, a Ponte Preta enfrentou uma longa viagem. A vontade da Ponte andou lado a lado com o cansaço, claro no rosto de cada titular em campo. Além disso, o frio e a altitude eram fatores combinantes. Mas é Sul-americana. Todos os esforços seriam necessários para que a equipe pudesse voar mais alto em sua primeira competição internacional.

E o que dizer da torcida? Sensacional, emocionante. Mais de 100 torcedores foram ao Estádio Libertad, em San Jose del Pasto, para ver o vôo da Macaca. Daria certo a fé e a superação?

A equipe colombiana colocava uma pressão enorme. Bolas na trave, gol no começo do segundo tempo, catimba. O que seria da Ponte Preta naquela noite? Jorginho apostou em Rafael Ratão, novidade da equipe campineira nos últimos meses. Ao lado de William, formou a dupla de ataque.

Com a maioria dos jogadores atrás da linha da bola, a pressão do Deportivo Pasto foi enorme, mas o placar não se alterou no primeiro tempo. A formação com três atacantes deixava clara a missão do Deportivo de buscar um gol ainda no primeiro tempo. Mina, principal nome do jogo na etapa inicial, deu o cartão de visitas com um chute cruzado aos quatro minutos.

Os erros de passe impediam que a Ponte conseguisse encaixar um contra-ataque, sua principal proposta ofensiva. O primeiro chute da Macaca aconteceu apenas aos 34 minutos, com Alef. Pouco para uma equipe que queria ser conhecida no âmbito aul-americano. 

O time colombiano quase abriu o placar com Pacheco. A trave salvou. 

O primeiro tempo sem possibilidade de reação da Macaca fez Jorginho reforçar a marcação. Adrianinho deu lugar ao volante Magal. Duas linhas de quatro. Uma parede para bloquear as ações dos mandantes. Na frente, a velocidade de Ratão e o oportunismo de William teriam que fazer a diferença. Mas a bola não chegava. Com os erros, o Pasto poderia aproveitar o contra-ataque para marcar. A alteração não surtiu efeito. Recuou ainda mais. E na base do jogo aéreo, veio o castigo. Pacheco levantou e Mina balançou a rede. Delírio no Estádio Libertad. Sete mil pessoas enlouquecidas. O grito de 'si, se puede' ecoava. O que iria fazer a Ponte? Ficaria nervosa, errando passes e oferecendo chances para o Pasto? Ou acalmaria o jogo?

Elias entrou no lugar de Alef. Mais uma chance para que a Ponte Preta parasse de ficar recuada. Não deu. A Macaca seguiu sem explorar o toque de bola e abdicou das já esporádicas idas ao ataque. E para recuar ainda mais, saiu Ratão e entrou Fernando Bob. Estava estampado na cara de Jorginho o seguinte: fiquem recuados. Com isso, a chance da equipe colombiana em arrumar um contra-ataque era mais possível. Porém, não deu certo. Ansiosos, os jogadores do Pasto só criaram uma chance faltando menos de dez minutos para o fim. Mina passou por Roberto, mas acertou a trave.

A pequena torcida da Ponte gritava "Roberto, Roberto!". A retranca deu certo. Fim de papo. Ponte Preta é a primeira equipe brasileira nas quartas de final da competição sul-americana. 

A próxima parada sul-americana será na Argentina. Ponte x Vélez. Segundo sorteio feito pela Conmebol, o Vélez tem o direito de decidir as quartas de final contra a Ponte Preta em casa. As datas, porém, ainda não foram divulgadas de forma oficial pela entidade. 

Após o jogo, Roberto - goleiro e herói da Ponte - soltou o verbo e disse: "Eu falei para a rapaziada ali no banco... Nós temos que ser frios ao ponto que se eles cuspirem nas nossas caras, pegar o cuspe e comer. Isso para fazer eles vomitarem de nojo". Já o técnico Jorginho disse que 'sonhar não custa nada', fazendo referência que a equipe pode avançar muito mais.

Com o apoio da torcida, as atuações seguras de Roberto, novo esquema de Jorginho e a moral elevada,  é bem possível que a situação mude no lado alvinegro.  A equipe volta a se concentrar para o enfrentar o Vasco - concorrente direto na luta para sair do Z4 - pelo Brasileirão, já que a diferença entre o time carioca para o paulista é de apenas três pontos, ou seja, uma vitória. O jogo será realizado no domingo, às 16h00, no Moisés Lucarelli. Como disse o técnico Jorginho, sonhar não custa nada.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Milan x Barcelona: o jogo da Champions League

Hoje, tem o clássico do futebol europeu. Milan e Barcelona fazem um duelo de grandes equipes e muitas histórias, jogos inesquecíveis. Além disso, temos uma grande safra de craques. Do lado milanista, temos Kaká (que joga hoje, mas possivelmente não os 90 minutos), Balotelli, Robinho (possivelmente atuará) e outros. Já pelo catalão, a lista é grande, mas daremos destaques para Xavi, Iniesta, Messi e Neymar.

Porém, vamos relembrar a história desse confronto.

Pela Liga dos Campeões, foram realizados 15 jogos, sem contar com o de hoje. São cinco vitórias do time milanista, 7 do Barcelona e 5 empates. Ou seja, aproveitamento de 47% para o Barcelona, 27% para os milanistas e empate. Já pela Supercopa Europeia, o resultado é favorável para o Milan. Foram 2 jogos, sendo 1 vitória e 1 empate.

A atuação do Milan no San siro é razoável. Pela Liga dos Campeões, foram 8 jogos. Foram 3 vitórias do Milan, 2 empates e 3 vitórias do Barcelona. Já o Barcelona, tem um aproveitamento melhor. Em sete jogos, foram apenas uma derrota, 2 empates e 4 vitórias.

O Milan conseguiu a maior vitória diante do Barcelona, na Liga dos Campeões - na temporada 93/94. Os italianos aplicaram 4 a 0. E o melhor: foi em uma final. Gols de Daniele Massaro(2), Dejan Savićević e Marcel Desailly. Já a maior vitória aplicada pelos catalães, foi na temporada 59/60, em que Puskas, jogador húngaro e que defendeu o Real Madrid na época, foi o artilheiro com 12 gols. O jogo entre Barcelona e Milan foi 5 a 1.

A última partida disputada entre as duas equipes foi na temporada, em que o time comandado por Messi venceu por 4 a 0. Dois gols do argentino, um de Alba e outro de Villa.

O Milan venceu apenas 1 dos últimos 9 Jogos. E essa vitória ocorreu na temporada passada, também. Gols de Boateng e Muntari. Até então, foi considerado por muitos jornalistas e analistas do futebol uma verdadeira zebra.

E hoje é uma outra história, um outro jogo. Quem serão os personagens? Robinho ou Neymar? Duas gerações distintas que tiveram passagem pelo Santos. Haja emoção! Afinal, é a Liga dos Campeões em evidência.








domingo, 20 de outubro de 2013

Testar ou não testar? Eis a questão

A Confederação Brasileira de Futebol anunciou nesta sexta o amistoso da seleção brasileira contra o Chile. A partida acontece em 19 de novembro, no estádio Rogers Centre, em Toronto, no Canadá, às 22 horas (horário de Brasília).

O time nacional terá outro compromisso na América do Norte, onde enfrenta Honduras, três dias antes (16 de novembro), em Miami, Estados Unidos. Com isso, Felipão deve, em tese, convocar os jogadores que estarão na Copa do ano que vêm.

Mas testar outros jogadores não seria uma boa?

É claro que nomes certos estarão tanto nesses amistosos quanto na Copa, por exemplo, Jefferson(goleiro), Daniel Alves(lateral direito), Thiago Silva(zagueiro), Paulinho(meia), Neymar(atacante), entre outros, mas nesse Brasileirão, estamos observando uma boa safra de jogadores, principalmente na primeira parte da tabela. Temos o Everton Ribeiro, meia do Cruzeiro, Ederson, atacante do Atlético-PR, Pará, lateral do Grêmio, e tem o gordinho-artilheiro Walter, do Goiás.

Com base nisso, perguntei a três jornalistas renomados, cujos tiveram passagens por aqui, a seguinte pergunta: O Felipão deveria testar algum jogador dos quatro primeiros colocados na tabela do Brasileirão? Se sim, quais jogadores? Por que?

Confira as respostas de Fábio Salgueiro, comentarista do Terra e Bandsports, Paulo Vinícius Coelho(que ainda não entrevistei), comentarista da ESPN, e Luiz Ademar, comentarista do SporTV/Premiere e Presidente da ACEESP.

Fábio Salgueiro:
Vejo o Felipão com poucas dúvidas para fechar o grupo que disputará a Copa do Mundo em 2014. Com o baixo rendimento de Alexandre Pato e Lucas e o quadro de lesões de Fred, o treinador deve estar concentrando suas forças no ataque.


No entanto, as opções não são muitas interessantes entre as equipes que estão no G-4. Jô e Bernard estão garantidos para o Mundial. Creio que outro atleticano, o atacante Diego Tardelli, mereceria uma chance pelo momento que vive no Galo.


Já das equipes que ocupam as primeiras quatro posições do nacional, não vejo nenhum atacante que possa fazer o treinador abrir neste momento as portas da seleção brasileira.

Paulo Vinícius Coelho(PVC):
Acho que deveria testar Tardelli, atacante do Atlético-MG que não está no G-4. Gostaria de ver teste com Everton Ribeiro, mas a fila tem William do Chelsea antes. 

Luiz Ademar:
Não vejo nenhuma injustiça por parte do Felipão ao não convocar jogadores entre os 4 do Brasileirão. É claro que o Dedé foi e merece lutar por uma vaga. Eu daria chance para o Fábio, goleiro do Cruzeiro, também.

Felipão poderia testar jogadores como o zagueiro Miranda, do Atlético de Madrid. Quem sabe, mais para frente, o Ganso, do SP, que é um meia diferente de todos que estão na Seleção. O Diego Tardelli eu também testaria.

No mais, a Seleção vai com o que tem.

Concordam ou não com as opiniões dos jornalistas? Deixe a sua opinião.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Reformulação do elenco já

Quinta-feira, 18 de outubro. 

Depois de três horas de reunião com dirigentes, Tite continua no comando do Corinthians. Mais uma vez, o treinador ficou na corda bamba. Mas, o bom ano de 2012 foi fundamental para a continuidade do trabalho. Pelo Brasileirão, nos últimos 12 jogos o time conseguiu apenas uma vitória, marcou apenas três gols e não vence há quatro rodadas. A má sequência causou a queda para a 13ª colocação do Campeonato Brasileiro.

Decisão acertada? Não. 

Tite tem sua parcela de culpa pelo momento atual do Corinthians. Já os jogadores, muito mais. São eles os responsáveis por jogar. Tite não entra dentro do campo. Porém, quem coloca os mesmos para atuar, é ele [Tite].

Tite tem mais nove jogos no Brasileirão para conseguir fazer o time reagir. Para isso, ele conta com os retornos dos atacante Paulo Guerrero e Alexandre Pato.

Os dirigentes do Corinthians garantiram nesta quinta-feira que o técnico Tite deve continuar no cargo pelo menos até o fim do ano, quando termina o contrato. 

Já que Tite vai continuar no Timão, é importante que haja uma reformulação no elenco imediatamente. Ibson e Maldonado, até quando? Douglas tem que ir embora, procurar novos rumos. Diego Macedo e Rodriguinho, recém contratados, devem ser titulares, pois apresentam um bom potencial. Cleber e Gil devem formar a zaga. Pato, Guerrero e Sheik no ataque. Já Romarinho, é outro que poderia arrumar suas malas. Ele apenas continua no Corinthians, por conta de ter feito um gol histórico contra o Boca Juniors, pela Libertadores do ano passado. Talvez seja o efeito de ídolo que tenha feito de Romarinho um jogador 'meia-boca'.

Investir na base seria uma outra boa alternativa. Leo e Leonardo, a dupla que jogou pela Copinha nesse ano, poderiam ser testados, ou pelo menos, colocados na reserva. Tudo é uma questão de bom-senso para melhorar a equipe.

O Corinthians não briga pelo G4, e sim para fugir do Z4. Portanto, com esse elenco grandioso, porém limitado, o Corinthians for rebaixado, pense no efeito que Tite causou. Por outro lado, se continuar na Série A, o idolatrismo continuará sendo colocado e todos os torcedores irão aplaudir a decisão da diretoria. Hipocrisia? Sim.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Welcome to Brazil, Bosnians

O que dizer de um país que tanto sofreu com as guerras civis e hoje é idolatrada em todo mundo? O que dizer de um povo que ''chorava'' sangue e agora comemora? Essa é a Bósnia-Herzegovina. Um país velho nas guerras, mas novo no futebol.

Com uma campanha de fazer inveja, a Bósnia era considerada - no começo - um patinho feio. Talvez faria uma campanha vexatória, sem brilho. Porém, os resultados começaram a aparecer e uma luz no fim do túnel começava a surgir para esse povo batalhador, para esses jogadores que nunca desistiram.

Para chegar à primeira Copa, a Bósnia apostou no intercâmbio. Dos 11 titulares da equipe contra a Lituânia, nesta terça, oito jogam nos grandes centros - nenhum defende clubes locais. Quatro jogam na Alemanha, dois na Itália e outros dois na Inglaterra. Lulic (Lazio), Dzeko (Manchester City) e Pjanic (Roma) estão entre as estrelas do elenco. Ibisevic, do Stuttgart, fez o único gol do jogo nesta terça.

O jogo contra a Lituânia poderia ficar marcado na história. Como seria o desfecho?

Começou tenso. O goleiro da Bósnia, Asmir Begovic, estava sofrendo, porém defedendo todos os chutes. O tempo passava rápido e o nervosismo veio da mesma forma. Salpingidis abriu o placar para a Grécia contra Liechtenstein. Mais pressão. Begovic era o nome do jogo, assim como o goleiro lituanês, cujo esqueci o nome. Perdão!

Veio a segunda etapa. A Bósnia marcou. Festa no estádio da Lituânia. Que nada! Gol invalidado. Sofrimento. Gol da Grécia. Karagounis. E agora, Bósnia? Seria hoje?

Sim, seria. Aos 23 minutos, veio o alívio e a festa. Gol de Vedad Ibisevic, herói da partida.

O tempo continuava a passos lentos. Cada torcedor olhava para o seu relógio. Quanto tempo passou? Pouco.

48 minutos do segundo tempo. Acabou! Pode gritar, torcedores e jogadores bósnios!

O grito da independência do futebol está dado.

Sejam bem-vindos, bósnios!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Pressão para o lado azul de Minas

Dois jogos, duas derrotas. Esse é o Cruzeiro atualmente. Porém, ainda continua na liderança, com 10 pontos de vantagem para o vice, que é o Grêmio. Mas, afinal, o que se passa com o ''campeão'' brasileiro? Nos dois últimos jogos, a equipe vêm demonstrando um futebol fora do normal. Erra passes, falta garra e determinação. Será que o comodismo está afetando?

Não é normal ver um time perder um gol sem goleiro, praticamente, certo Willian? O atacante perdeu uma incrível chance diante do São Paulo. Ontem, aconteceu o mesmo, mas com o meia Ricardo Goulart. Ele avançou, avançou, avançou, mas parou no goleiro Giovanni.

Cadê a consistência técnica?

Marcelo Oliveira precisa conversar com os jogadores e colocar o foco em primeiro lugar. Não se pode pensar que o campeonato já está decidido, pois o Grêmio vem jogando muito, principalmente com o efeito de Renato Gaúcho ao utilizar um esquema diferente: o 3-5-2.

A situação do Cruzeiro está ficando tensa que até os torcedores estão brigando com outros próprios.
Cusparada em atleticanos e lançamento de duas bombas. Vale lembrar que o STJD já puniu o Vasco e o Corinthians por conta da violência de torcedores imbecis. Com isso, a própria entidade pode punir o time celeste, causando a perda do mando de campo. Da ascensão ao abismo. Isso vai continuar? Só o futuro dirá.


domingo, 13 de outubro de 2013

Bragantino vence ASA e encerra jejum

Chegar ao G-4 segue ainda distante, mas o Bragantino não perdoou a fragilidade do lanterna ASA, venceu por 2 a 0, em Bragança Paulista, e encerrou uma sequência de duas derrotas seguidas. Já o rival conhece seu 9º revés consecutivo e vê o rebaixamento cada vez mais próximo.

Com a vitória neste sábado, o Bragantino chegou aos 39 pontos, oito atrás do Avaí, primeiro integrante do G-4. Já o ASA segue estacionado em 23 pontos, nove a menos que o ABC, a primeira equipe fora da degola.

O time de Bragança Paulista teve um início eletrizante. Logo aos 2min, Léo Jaime aproveitou vacilo da zaga alagoana, bateu forte e fez o primeiro dos donos da casa. No geral, o Bragantino mandou no primeiro tempo. Tinha mais posse de bola e criava algumas boas oportunidades.

Já o ASA, pouco assustou. Não ofereceu nenhum tipo de perigo e mostrou uma fragilidade muito grande na defesa. Aproveitando isso, o time de Bragança dominou o segundo tempo e ainda fez mais um gol para decretar a vitória. Aos 34min, Magno Cruz rolou para Lincom que só teve o trabalho de mandar para as redes. 2 a 0. Fim de papo.

sábado, 12 de outubro de 2013

Viva o drama da Tequila!

Ontem o México recebeu, no estádio Azteca, o Panamá. O jogo poderia decidir a situação da Concacaf para a Copa do Mundo de 2014, aqui no Brasil. A equipe de Honduras, que venceu a Costa Rica por 1 a 0, poderia garantir a terceira vaga do continente para a Copa. Poderia caso a equipe do México empatasse com o Panamá.

Porém isso não ocorreu. A seleção mexicana contou com o apoio da torcida e conseguiu bater o Panamá, rival direto por uma vaga. A vitória do México veio com um gol de bicicleta nos minutos finais.

Com o resultado, os mexicanos chegaram aos 11 pontos, três atrás da Honduras, última seleção dentro da zona de classificação direta para o Mundial. Os dois times têm mais uma partida na competição.

Além de manter a possibilidade de passar Honduras, o México ainda assumiu a quarta colocação do grupo, posição que lhe dá direito de disputar a repescagem. A vantagem para os panamenhos é de três pontos.

Na próxima rodada, o Panamá enfrenta os Estados Unidos e ficará com a quarta posição - repescagem - caso vença os e torça para que a Costa Rica vença o México. Já o México, tem que vencer os costarriquenhos e torcer para que os EUA vença o Panamá. Honduras - para garantir a sua vaga - precisa vencer a Jamaica, lanterna do grupo.

A partida foi dominada pelos mexicanos até os minutos finais, quando Tejada empatou o duelo para o Panamá. O México abriu o placar aos 39 minutos da primeira etapa, com Peralta, o artilheiro da seleção nas Eliminatórias. Porém faltando menos de 5 minutos para terminar a partida, Raul Jimenez surge e brilha. O jovem atacante havia acabado de entrar e no primeiro toque na bola fez um golaço de bicicleta na entrada da área. México 2 x 1 Panamá. O estádio Azteca foi ao delírio.

Se terminar as Eliminatórias na quarta colocação, o México terá de disputar a repescagem contra a Nova Zelândia, uma partida em cada país.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A Copa do Nordeste já começou

Ontem foi dado o pontapé inicial na Copa do Nordeste. Mas não começou com os jogos, e sim com o sorteio para definição dos grupos. O sorteio foi realizado em Salvador. O maior campeonato regional do país, terá início no dia 20 de janeiro de 2014. Serão 16 clubes na disputa, divididos em quatro grupos.

Ao contrário do ano passado, quando equipes do mesmo estado não poderiam ficar no mesmo grupo, o sorteio para 2014 proporcionou surpresas. Sport e Náutico na mesma chave assim como Confiança e Sergipe.

As regras serão as mesmas, com relação a edição desse ano. Porém, vale ressaltá-las:

A Copa do Nordeste será disputada em 4 fases:
Na primeira, 16 equipes serão divididas em quatro grupos (A, B, C e D) e jogarão entre si partidas de ida e volta. Os dois melhores times de cada chave se classificam para as quartas de final cujo cruzamento será da seguinte forma:

1º Grupo A x 2º Grupo C
1º Grupo C x 2º Grupo A
1º Grupo B x 2º Grupo D
1º Grupo D x 2º Grupo B

Após duas partidas, serão conhecidos os semifinalistas e, na sequência, após outras duas partidas, os finalistas.

Em caso de empate em pontos ganhos entre dois ou mais clubes na primeira fase, o desempate para efeito de classificação será definido observando-se os critérios abaixo:

1º) maior número de vitórias;
2º) maior saldo de gols;
3º) maior número de gols pró;
4º) confronto direto (quando o empate ocorrer entre dois clubes);
5º) menor número de cartões vermelhos recebidos;
6º) menor número de cartões amarelos recebidos;
7º) sorteio.

Na fase eliminatória (quartas de final, semifinais e final), em caso de empate de pontos, serão considerados:

1º) maior saldo de gols;
2º) maior número de gols pró assinalados no campo do adversário;
3º) cobrança de pênaltis

Vale lembrar que o CAMPEÃO da competição assegurará uma vaga na Copa Sul-americana do mesmo ano.

Confira os grupos:

GRUPO A:
Vitória
América-RN
Confiança 
Sergipe.

GRUPO B
Bahia
Santa Cruz
CSA
Vitória da Conquista.

GRUPO C: 
Ceará
CRB
Treze 
Potiguar.

GRUPO D: 
Sport, 
Náutico
Guarany
Botafogo

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Entrevista com Milton Neves

É com muita honra, mas com muita honra mesmo, que recebo nesse humilde espaço mais um jornalista de alta categoria. O nome dele é Milton Neves, blogueiro do UOL e apresentador do Terceiro Tempo, na TV Bandeirantes.

Milton Neves Filho nasceu em Muzambinho, Minas Gerais, no dia 6 de agosto de 1951. É jornalista e radialista. Iniciou a carreira em 1968, aos dezessete anos, como locutor na Rádio Continental em sua cidade natal. Radialista esportivo, trabalhou na Rádio Colombo em Curitiba, na Rádio Jovem Pan AM de São Paulo (onde marcou época a frente do programa Terceiro Tempo e do Plantão de Domingo) e na Rádio Oscar Monchito de Goiânia. Atualmente está na Rádio Bandeirantes AM e na BandNews FM.

Desde os anos 90 dedica-se também à apresentação de debates televisivos sobre futebol, obtendo grandes audiências. Iniciou na Rede Manchete, apresentando o Canal 100, programa clássico onde mostrava o futebol sob uma ótica cinematográfica. Depois, na Rede Bandeirantes, seguiu comandando os programas esportivos "Gol O Grande Momento", "Esporte Total Debate" e "Super Técnico". Em dezembro de 2001, seguiu para a Rede Record apresentando os programas "Terceiro Tempo" e "Debate Bola". Na Rede Mulher de Televisão e afiliadas apresentando o programa "Golaço".

Atualmente, após seu retorno à Rede Bandeirantes, apresenta o "Terceiro Tempo" aos domingos. Durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, estreou um novo programa, também na área esportiva, com o nome de "Band Mania". Participaram da atração os ex-jogadores Denílson, Emerson e Vampeta.

É assumidamente torcedor do Atlético Mineiro e do Santos.

Um de seus atritos mais polêmicos é com Sílvio Luiz, narrador, e com o técnico Emerson Leão.

Abaixo, você poderá acompanhar mais sobre esse excelente comunicador.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Milton Neves?
Milton Neves: Um caipira abençoado por Deus

GD: Como é a sua relação com Muzambinho?
MN: Direta, por telepatia, coração, amor eterno 

GD: Você gosta de ser crítico usando a ironia? 
MN: Sei não...tenho meu jeito, nasci assim

GD: Você gosta de utilizar a brincadeira nos programas de TV. Você acha que de certa forma inspirou o estilo de Leifert na Globo?
MN: O brilhante Tiago Leifert é ''filho do Debate Bola" (2001-2007) da Rede Record

GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Teve alguma influência?
MN: Em 1967, em Muzambinho, em serviço de alto-falante

GD: Em quais empresas de mídia já trabalhou?
MN: Rádios Continental de Muzambinho, Colombo (Paraná), Jovem Pan, Bandeirantes e TVs Gazeta, Manchete, Band, Record, Band (novamente), TV Assembléia e Rede Mulher.

GD: TV ou Rádio? Qual dessas oferece um maior suporte?
MN: Óbvio que é a TV, que é o Canhão. O rádio é apenas um revólver. 

GD: Você é assumidamente torcedor do Atlético-MG e do Santos. Quando as duas equipes se enfrentam, para qual você torce mais?
MN: Sou Santos desde 06/08/1951 e Galo desde 06/10/2001.

GD: Como é sua rotina hoje?
MN: Só vou à Band às quartas e domingos. No mais, faço 18 colunas de rádio por dia por telefone e vou ao meu escritório às segundas e quintas-feiras.

GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
MN: Mais nada, só manter isso aí e esperar 2016 para me aposentar.

GD: O que levou um profissional tão completo a optar pela área de esportes?
MN: Destino e o amor pelo Santos. Tanto ouvia rádio que resolvi tentar ser radialista.

GD: Acreditas que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração? 
MN: Por que não? Não só pode, como deve.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
MN: Flavio Gomes, Cláudio Zaidan, Ruy Carlos Ostermann e Tadeu Schmidt.

GD: Você tem uma histórica briga com o Avallone em 1997, no Mesa Redonda. Por quê começou aquela rusga?
MN: Foi coisa dele que estava fora da realidade. Foi uma pena, mas ele mereceu a “esfrega” que levou.  

GD: Você tem um atrito muito grande com Silvio Luiz e com o técnico Emerson Leão. Por quais motivos ocorreram esses atritos?
MN: Silvio Luiz adora falar mal das pessoas, é crônico, e Leão foi infeliz e covarde, xingou o cara errado.

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
MN: Satisfatória não, é a melhor do mundo.

GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
MN: Anote aí três delas: Mauro Beting, Ibraim José e Telê Santana. Já o “célebre” e saudoso Ibraim José, moço de Itapetininga-SP e ex-Rádio e TV Tupi, marcou época na Rádio Jovem Pan AM. Após um “Plantão Esportivo Permanente”, que eu comandava na emissora, Ibraim José, o popular Fuinha, leu a primeira manchete do “Jornal da Madrugada” que ele apresentava nos anos 80: “General Costa chega à Brasília e canta amanhã”! Era Gal Costa, a baiana então no auge da carreira. Mauro Beting, além de jornalista, radialista, filho de milionário, palmeirense, escritor, cineasta, piloto de avião, cabeleireiro, pasteleiro e físico nuclear, gaba-se de ser campeão mundial em resolução de palavras cruzadas. Nos estúdios da Rádio Bandeirantes, às 11h18m de 12 de setembro de 2011, Mauro Beting travou diante da questão: “Explosivo com cinco letras”. Pensou, pensou, pensou e cravou: “Porva”. Em 1992, em final de tarde, na Sala da Assessoria de Imprensa do Detran, recebi ligação do saudoso empresário Julinho Bordon, então meu patrocinador pelo Grupo Bordon das transmissões de futsal da TV Jovem Pan e da F-1 pela Rádio Jovem Pan. Ele estava me convidando para o jantar de comemoração de seu aniversário no restaurante Esplanada Grill, nos Jardins, do qual era um dos sócios. Sai do Ibirapuera, apanhei o locutor e amigão Antonio Freitas na Av. Paulista e fomos lá para o evento na Rua Haddock Lobo. Restaurante lotado, a festa comia solta e nós dois fomos acomodados na mesa principal ao lado do aniversariante, de Osmar Santos e de sua então esposa Rosamaria, Fernando Casal De Rey e esposa, presidente Pimenta, do São Paulo, diretor Kalef João Francisco Neto, Carlos Alberto Torres e de Telê Santana. Telê de olhos vermelhos depois de umas caipirinhas, soube mais tarde. Mal me sentei à mesa, longa e de madeira maciça de bancos sem encosto, bem defronte ao Telê, quando imediatamente o saudoso treinador se levanta, dobra o corpo, debruça na mesa e com uma faca na mão direita perto de meu rosto passou a gritar: “Fala agora que eu coloco o Elivélton na reserva só porque ele é titular na Seleção e que estou provocando o Parreira por ciúmes. Fala, vamos, fala agora! Falar lá na rádio é fácil, quero ver é falar aqui”. E “zunia” e “chuchava” no ar a faca texana de ponta reta e não pontuda entre meus peito e rosto e eu só me afastando. Foram os 10 ou 15 segundos mais longos de minha vida, mas deu tempo para o ágil e assustado Casal De Rey puxar Telê pela cintura e “me salvar”. Deixei a mesa do salão principal com Antonio Freitas e fomos para o reservado que tinha um declive, nos fundos do restaurante. Foi quando chega o agitado Julinho Bordon: “Pô, Milton Neves, você quer acabar com minha festa”? “Eu não, o Telê sim é que quis acabar com minha vida”, respondi. Foi um grande susto, mas mais tarde tive o prazer e a honra de ter feito a Telê as duas últimas homenagens que ele recebeu em vida. No SuperTécnico da Band e no Terceiro Tempo da Record. Ufaaaa...

GD: Você teve uma passagem pela Record e pela Rede Mulher. Como foi trabalhar nessas duas emissoras? 
MN: Foi maravilhoso. 7 anos de Record e 3 de Golaço na Rede Mulher. Valeu por tanto emprego que arrumei pra tanta gente.  

GD: Tens uma passagem pela Rádio Jovem Pan. Foi um dos momentos mais marcantes em sua carreira?
MN: É claro, foram 33 anos fantásticos. Mas ela foi muito infeliz de sair comigo por imbecis ciúmes. Ela 'sifu' sem mim.

GD: A Renata Fan foi lançada por você?
MN: É a pessoa que mais ajudei profissionalmente em minha vida

GD: Qual Copa do Mundo que você cobrira foi a melhor? Por que?
MN: A de 90, porque foi a primeira e que sai bem, graças a Deus

GD: Mudando de assunto, o que achou do título do Brasil na Copa das Confederações? Você acha que vai existir um clima de oba-oba apenas por ter ganhado da Espanha?  
MN: Foi uma deliciosa zebra, mas os europeus vieram em férias

GD: Depois do título, Felipão é mesmo o técnico ideal para a Copa 2014?
MN: Não era de jeito nenhum, mas passou a ser.

GD: No assunto Seleção Brasileira, você prefere a de 70 ou 82?
MN: A de 70, disparado. A de 82 não ganhou nada.

GD: Ronaldinho Gaúcho e Kaká merecem uma oportunidade no time de Felipão? 
MN: Sim, merecem, mas estão fora.

GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro e mundial. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
MN: Já é e será maior ainda. O Santos o 'doou' e 'sifu'.

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?  
MN: Devem ser encurtados

GD: Corinthians passa por um momento conturbado. Chegou a hora de Tite ser demitido?
MN: Não, pô. O cara é o atual campeão mundial de clubes

GD: Existe cartel na CBF?
MN: A CBF não cheira bem faz anos

GD: As torcidas organizadas atrapalham ou ajudam o futebol?
MN: Estupram a bola do futebol do Brasil.

GD: Nesse início de Brasileirão, quem é a grande surpresa e decepção?   
MN: Cruzeiro é a surpresa. O Inter é a decepção.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
MN: Será uma bela Copa, o Brasil tem sorte.

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo, e nos conte como é apresentar o Terceiro Tempo, na Bandeirantes, e ser blogueiro no UOL? 
MN: É uma honra. E para vocês, três conselhos: aprendam Inglês, saibam tudo de computador e sejam doentes pelo jornalismo.

Essa foi a entrevista com um ícone do jornalismo brasileiro.