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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Entrevista com Fábio Lucas Neves

Há um tempo recebi, nesse mesmo espaço, o jornalista Milton Neves. E agora recebo o filho do jornalista, o Fábio Lucas Neves. 

Fábio Lucas Magnoni Neves é filho do jornalista e publicitário Milton Neves Filho e de Lenice Chame Magnoni Neves. Fábio nasceu no dia 13 de julho de 1980, em Muzambinho-MG, mas reside em São Paulo-SP há anos. É casado com a jornalista e apresentadora Roberta Peporine, com quem tem duas filhas, Giulia e Maria Beatriz.

Fábio iniciou carreira na Rádio Bandeirantes em 1999, onde se orgulha de ter trabalhado com José Paulo de Andrade. Passou pela Rádio Jovem Pan e empunhou por seis anos o microfone da TV Record. Foi repórter da TV Bandeirantes entre 2008 e abril de 2011. Atualmente é o editor-chefe do Portal Terceiro Tempo.

Em 2002, Fábio ganhou o troféu Ford-ACEESP como repórter revelação do ano.

Repórter com bastante prestígio, já trabalhou em diversas transmissões de jogos em todo país. Orgulha-se em ter participado da cobertura na Copa do Mundo da África do Sul em 2010, sua primeira participação em quase dez anos de carreira. 


Em seguida, você confere um pouco mais da vida e as opiniões do entrevistado.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Fábio Lucas Neves?
Fábio Lucas Neves: O sujeito mais sortudo do mundo. Marido da Roberta, pai da Juju e da Mabê, filho do Milton e da Lenice e irmão do Rafael e do Netto. Mineiro de Muzambinho, são-paulino, descendente de portugueses, árabes e italianos. Conheço o mundo inteiro graças à bola, mas quero distância dela. 

GD: Antes de seguir a área do jornalismo, queria ser o quê?
FLN: Sempre quis ser jornalista. Até conhecer o empreendedorismo. 

GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
FLN: Acompanhar o São Paulo no Mundial de 2005. "Bati na trave" na escala da Record e não me conformo até hoje. O tempo não volta.

GD: Você acredita que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
FLN: Sim, desde que não frequente os estádios. Torcedor de futebol organizado é uma afronta à sociedade. Já fui ameaçado e hostilizado no Paraná, Pernambuco, Rio, Distrito Federal e em TODOS os estádios de São Paulo. Uma vergonha. Pelo menos, fui chamado de corintiano no Morumbi, são-paulino no Palestra e palmeirense na Vila. Sempre fui imparcial.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
FLN: Luciano do Valle, Milton Neves, Tiago Leifert, Rica Perrone, Raphael Rezende e Galvão Bueno. Além dos amigos Renato Peters, Fernando Fernandes, Andrei Kampff, Bruno Laurence e Nivaldo de Cillo. Ainda os reunirei para um churrasco. 

GD: Como é sua rotina hoje?
FLN: Plantar milho, café e criar gado no Sul de Minas, comprar e vender imóveis rurais e urbanizar áreas próximas às cidades da região. E sentir uma saudade monstruosa da minha família que segue em São Paulo. Por pouco tempo.

GD: Atualmente, você é casado com a também jornalista Roberta Peporine. Como a conheceu e como surgiu o amor entre vocês?
FLN: A conheci na Record em 2001 e foi o maior presente que recebi de Deus, além das nossas meninas de 10 e 5 anos. Ela é filha de família rica e tradicional de Ribeirão Preto e não precisava ter se aventurado em São Paulo. Ainda "usava fraldas" quando a vi pela primeira vez. Hoje, penso que a Roberta só deixou a mordomia do Dom Peporine para se encontrar comigo.

GD: Como é ser filho de Milton Neves, um dos melhores jornalistas da televisão, rádio e internet?

FLN: Um prazer. Um orgulho. Ter como referência pessoal e profissional o próprio pai não tem preço.

GD: Você teve uma passagem pela Record. Como foi trabalhar nessa emissora?
FLN: A Record me deu a Roberta. E a primeira chance como repórter de TV. Preciso dizer mais? Obrigado, Record!

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
FLN: Não. A mídia tradicional definha. Os textos prolixos e óbvios de alguns profissionais, também. O que tem de Sergio Carvalho por aí... Sobreviverão os comunicadores que adotarem uma linha voltada ao entretenimento, como Milton Neves, Tiago Leifert e Rica Perrone e os "diferenciados" como Ricardo Perrone, Jorge Nicola e Rodrigo Mattos, que adotam uma linha investigativa. Os demais seguirão na vala comum, tratando o futebol como física quântica. São "importantes", mas os consumidores fogem... O público para esse tipo de jornalista só diminui. Tipo MTV. A Internet tem revelado grandes produtores de texto e conteúdo. E sem diploma. É o futuro. 
 
GD: Que perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro?
FLN: Ser bom para c***lho! E fugir do lugar comum.

GD: Sem citar nomes, mas já tiveste algum tipo de rusga ou desentendimento com algum colega de trabalho? Ou sempre tudo na paz?
FLN: Sou muzambinhense, mineiro, sossegado. Poderia ter comprado briga com lamentáveis da crônica. E há tantos caras que ganham uma miséria e acham que são importantes... Esquece. 


GD: Mudando de assunto, o Brasil tem chances de conquistar a Copa 2014? E o que está achando do elenco até então pronto por Felipão?
FLN: Felipão será campeão do mundo com o Brasil em 2014. Tem estrela, comando e foi talhado por Deus para viver no hall dos vencedores. É diferente, especial. 

GD: Para o ano que vem, Felipão deve chamar Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Ramires? Por que?
FLN: Ramires estará na Copa por ser um dos melhores volantes do mundo. Kaká seria uma zebra. E Ronaldinho? Amigo do peito de Felipão e (novamente, no Galo, craque de bola), mas hoje não se enquadra no esquema do técnico. Quem sabe? Tem chances, acredito. 

GD: O Felipão deveria testar algum jogador dos quatro primeiros colocados na tabela do Brasileirão? Se sim, quais jogadores? Por que?
FLN: O Cruzeiro não tem nada a oferecer à seleção, como o Botafogo e o Atlético-PR. Renato Gaúcho "matou" o Zé Roberto no Grêmio. Portanto, não.

GD: Felipão é o técnico ideal para comandar a seleção para 2014?
FLN: Sim.

GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
FLN: É o melhor jogador do mundo. Faltava a grife do Barça.
  
GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
FLN: Deveriam ser extintos. Até Muzambinho-MG saiu da idade da pedra.

GD: Atualmente, Alex - meia do Coritiba - e o Mauro Cesar Petraglia - presidente do Atlético-PR - criticaram a atuação da Globo em mandar nos horários. Você concorda com eles? E o que seria necessario para acabar com esse monopólio?
FLN: Questão complexa. O fim dos Estaduais é fundamental para dirimir algumas polêmicas relacionadas ao calendário. Com datas extras à disposição, tudo fica mais fácil.

GD: O Corinthians vem passando por um momento conturbado. Tite deveria ter sido mandado embora? Por que?
FLN: O Corinthians, que copia o São Paulo do Marcelo Portugal Gouvêa (e não do tétrico Juvenal (que se recupere do câncer e viva mais mil anos)), deve ser vanguardista e manter o seu "Alex Ferguson", à la Telê. Não há profissionais como Tite no mercado. 

GD: Campeonato Paulista é melhor que o Carioca?
FLN: Discussão ultrapassada. Que acabem.

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
FLN: Ajudariam se fossem organizadas. E em prol APENAS dos clubes.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
FLN: Estou morrendo de medo. No campo, tudo será lindo. Mas passaremos vergonha fora dele. Já fechei viagem para Uruguai e Chile durante a Copa de 2014.

GD: A Bélgica vem se tornando o assunto do momento. A seleção pode surpreender e fazer bonito na Copa do Mundo? 
FLN: Não. Será a cara do Hazard contra o Corinthians em Yokohama. Eu estava lá. 

GD: Quais outras seleções, que estarão na Copa, merecem os seus destaques?
FLN: As de sempre: Espanha, Alemanha e Argentina.

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo.
FLN: Fui feliz, sem dúvida, ao longo de mais de uma década no meio. Mas não recomendo a área para minhas filhas. Abortei nesse ano mais um curso de Jornalismo Esportivo com o Alexandre Praetzel para não ser acusado de "vender" falsas expectativas. Não arrumo emprego. E está cada vez mais difícil. Boa sorte!!!!

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