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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

10 anos sem Serginho: o que mudou no futebol após a tragédia?

Quarta-feira, 27 de outubro de 2004. Era mais um dia de jogo. São Paulo e São Caetano duelavam forças no Morumbi. O Campeonato Brasileiro chegava ao seu período decisivo. Cinco times alimentavam o sonho do título nacional: Santos, Atlético-PR, São Paulo, São Caetano e Palmeiras.

O jogo poderia ter vários personagens. Mas quis o destino escolher apenas um, e da forma mais triste que alguém poderia imaginar: o zagueiro Serginho.

O jogador acabou ficando marcado por perder cobranças em duas disputas de pênaltis de Libertadores, nas oitavas diante do Palmeiras, em 2001, e na grande decisão contra o Olimpia, em 2002. Ficou marcado por duelar com Romário, que o quis levar para o Fluminense ainda naquele ano.

Àquela altura da partida, ele vinha fazendo uma partida impecável, com bons e precisos desarmes. Porém, aos 15 minutos do segundo tempo, o zagueiro levantou o braço em direção ao árbitro Cleber Abade, possivelmente com aquele gesto típico de jogador que reclama a marcação de uma falta. Ele caminhou, se abaixou e caiu. Grafite, atacante do São Paulo, passava pelo mesmo lugar e chegou a tropeçar no jogador do Azulão.

Começava ali um dos maiores dramas do futebol brasileiro no que diz respeito à saúde dos atletas. Minutos de tensão. Os jogadores de ambas as equipes demonstraram revolta por conta da demora da ação dos médicos. As cenas incluíam massagens cardíacas, choro incontido de colegas e adversários e orações.

O Morumbi ficou quieto por alguns minutos. A única voz que se ouvia era "Serginho!!". Depois de ser levado a um hospital próximo ao estádio, Serginho teve sua morte declarada por volta de 22h30 daquele dia, consolidando a tragédia que chocava o Brasil.

O falecimento do Serginho trouxe à tona, dentre outras questões, o risco que correm os jogadores de futebol que têm problemas cardíacos. Hoje, os clubes e federações se importam mais com a qualidade de vida e saúde dos atletas. E os jornalistas têm participação direta nessa nova ordem. Eles reivindicaram a presença obrigatória de pelo menos uma ambulância nos gramados.

O clube do ABC perdeu 24 pontos e acabou fora da briga pelo título e por uma vaga na Libertadores. O presidente do clube, Nairo Ferreira de Souza, e o médico Paulo Forte foram suspensos por dois anos. E a fase do São Caetano só iria de mal à pior. Depois da tragédia o time nunca mais foi o mesmo. Meses antes, havia sido campeão paulista. Hoje, foi rebaixado à Série D do Brasileirão e vai jogar de novo a segunda divisão estadual em 2015.

Linha do tempo - Morte de Serginho

20h30 - Começa a partida entre São Paulo e São Caetano, no Morumbi
21h16 - Fim do primeiro tempo
21h31 - Começa o segundo tempo
21h44 - Aos 13min e 49s do segundo tempo, Serginho, perto do bico direito da pequena área, se abaixa, coloca as mãos nos joelhos e cai desacordado no gramado.
21h45 - A queda de Serginho chama a atenção dos jogadores do São Caetano e do São Paulo, que pedem agilidade no atendimento médico.
21h45 a 21h48 - Serginho recebe os primeiros atendimentos médicos no gramado de massagistas e médicos de ambas as equipes.
21h49 - Serginho é levado pelo carrinho da maca, ainda sob tentativa de reanimação
21h51 - A torcida grita o nome de Serginho, enquanto o placar eletrônico exibe a mensagem “Serginho, oramos por você”.
21h54 - Serginho é atendido na própria UTI do Morumbi.
21h55 - Serginho deixa o Morumbi em direção ao Hospital São Luiz
22h05 - O atleta chega ao Hospital São Luiz
22h09 - O árbitro Cleber Wellington Abade, após conversar com os capitães dos dois times, resolve encerrar o jogo por falta de condições psicológicas dos jogadores
22h45 - Médicos encerram trabalham de reanimação e declaram óbito de Serginho
23h50 - Hospital São Luiz emite comunicado com a morte do jogador

Graças ao Estatuto do Torcedor e à pressão popular por mudanças no futebol e pelos jornalistas esportivos que acompanhavam a partida, hoje nenhuma partida profissional começa sem a presença de uma ambulância no estádio.

Cenas como os jogadores esmurrando os vidros dela no Morumbi, há dez anos, provavelmente não voltarão a ser vistas na Série A do Brasileirão. Em muitos casos, em divisões inferiores, hoje é comum algum torcedor passar mal no estádio, ser atendido pela ambulância e levado ao hospital, enquanto jogadores e espectadores ficam aguardando o retorno dela para o reinício da partida.

O futebol mineiro é o único que tem qualidade

A atual fase do futebol mineiro é digna de aplausos. Cruzeiro é o líder do Brasileirão, e na vice-liderança aparece o Atlético-MG. A diferença entre eles é de apenas 7 pontos.

Mas não é só de hoje que o futebol mineiro apresenta esse alto índice de qualidade. Em 2013, o Atlético-MG sagrou-se campeão da Libertadores sobre o Olímpia, e, nesse ano, conquistou a Recopa Sul-Americana frente ao Estudiantes, da Argentina. Já o Cruzeiro conquistou o Brasileirão com quatro rodadas de antecedência.

Os dois clubes passaram a ter as suas "casas". E de quebra, os mineiros acabaram com a recente hegemonia dos times do eixo Rio-São Paulo.

O Atlético-MG transformou o estádio no Horto no seu alçapão e atingiu a incrível marca de 38 jogos sem derrotas. Assim, chegou à decisão da Libertadores, que foi imposição da Conmebol foi realizada no Mineirão. Isso, no entanto, não o impediu de ser campeão.

Já o time celeste esperou o Mineirão reabrir em 2013 para adotar uma casa. E os resultados não poderia ser melhores. O clube quadruplicou a média de público em relação ao ano passado (2012), viu a renda crescer em igual proporção e, dentro de campo, obteve ótimos resultados.

E a projeção para esse ano é de mais títulos no Estado de Minas.

Ambas as equipes vão disputar as semifinais da Copa do Brasil (Cruzeiro x Santos e Flamengo x Atlético-MG). Pelo atual momento, é impossível imaginar uma final entre Santos x Flamengo (não desmerecendo nenhuma das duas equipes), mas para o bem do futebol o mais viável é que uma ou as duas equipes se classificassem à final. E tanto Cruzeiro quanto Atlético podem conquistar o título do Nacional.

Qualidade no campo, rendas e públicos à altura, fanatismo e um sentimento de que, sim, é possível fazer com que os clubes do eixo Rio-SP fiquem amedrontados com a fase do futebol mineiro.

Dois anos atrás, em 2012, o sentimento era de medo de que Atlético e Cruzeiro seriam rebaixados no Brasileiro.

O futebol mineiro era o “coitadinho”, comparado à decadência do futebol do nordeste, e comparado à fase astronômica que vivia o futebol do eixo.

Entretanto, a visão mudou. Minas tem sua força. Basta observamos o destaque da imprensa do mundo valorizando a força mineira. O maior jornal da Argentina, Clarín, fez uma excelente reportagem. http://www.clarin.com/deportes/capital-futbol_0_1032497134.html

Não resta dúvidas de que planejamento e atenção são bons valores que o futebol mineiro tem a nos oferecer.

Outros times:

Não podemos ficar apenas na elite, sendo assim o correto a se fazer é mostrar as outras equipes mineiras que vêm dando alegrias à sua torcida, caso de América-MG, sétimo colocado na Série B, e com chances, remostas, diga-se de passagem, de subir para a Série A, do Tupi, que muito pouco não conseguiu o acesso à Série B de 2015 (perdeu para o Paysandu por 1 a 0), e do Tombense, que garantiu a sua vaga na Série C e que luta por uma vaga na final da competição.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Média do Brasileirão 2014 é maior dos últimos quatro anos

Um dos assuntos que mais se repercute nos noticiários esportivos é a presença de torcedores nos estádios, culminando, a cada término da rodada, num aumento ou diminuição da média de público em todo Campeonato Brasileiro.

Faltando 9 rodadas para o término do Nacional, a média de público é de 15.788 pagantes. Não se considera o público total porque o mesmo nem sempre é divulgado.

A média citada acima é maior dos últimos quatro anos. Veja:

2010: 14.800
2011: 14.976
2012: 13.148
2013: 14.969

A ocupação média dos estádios é de 39%, menos da metade. A maior média já registrada foi no Campeonato de 1983, quando registrou a marca de 22.953 torcedores por jogo.

Voltando à edição atual, confira alguns dados:

Maiores médias como mandante

Como mandante, o Corinthians tem a melhor média de público, com 29.328 pagantes por jogo. Em segundo, vem o São Paulo, com 28.277. O próprio São Paulo registrou o maior público nesta edição do Nacional. Foi na 21ª rodada, no Morumbi, contra o Cruzeiro, quando o Tricolor do Morumbi venceu o time mineiro por 2 a 0. Por falar no clube mineiro, atual campeão do Brasileirão, este aparece na quarta posição do ranking, com uma média de 26.421 pagantes. Uma posição a frente do Cruzeiro aparece o Flamengo. O Rubro-Negro tem uma média de 27.727.

Maiores médias como visitante

Como visitante, há alterações no G4, porém os clubes são os mesmos. Confira:

1° São Paulo - 20.407 pagantes por jogo
2° Flamengo - 20.289 pagantes por jogo
3° Corinthians - 18.927 pagantes por jogo
4° Cruzeiro - 17.694 pagantes por jogo

Maiores ocupações:

Quando o assunto é ocupação, São Paulo e Corinthians ainda aparecem no G4. Porém, este mostra dois clubes que vêm crescendo em número de público nos estádios: Atlético-MG e Criciúma. Primeiro e terceiro, respectivamente. Veja:

1° Atlético-MG - 69%
2° Corinthians - 68%
3° Criciúma - 52%
4° São Paulo - 46%

Menores médias como mandantes:

Na parte debaixo da tabela, um time paulista aparece como surpresa negativa: o Santos, que apenas tem uma média de 8.730 pagantes por jogo. Mesmo levando alguns jogos para o Pacaembu, a equipe praiana deixa a desejar. Confira o ranking do Z4:

17° Chapecoense - 9.272 pagantes por jogo
18° Santos - 8.730 pagantes por jogo
19° Figueirense 7.883 pagantes por jogo
20° Goiás - 6.913 pagantes por jogo

Menores médias como visitantes:

17° Figueirense - 12. 983 pagantes por jogo
18° Bahia - 12.690 pagantes por jogo
19° Goiás - 11.956 pagantes por jogo
20° Atlético-PR - 11.041 pagantes por jogo

Menores ocupações:

Mesmo estando perto do G-4, o Fluminense aparece como um dos clubes cariocas que menos ocupa os estádios. A equipe das Laranjeiras tem uma ocupação média de apenas 26%. Outra equipe carioca que aparece nesse ranking é o Botafogo, que vem sofrendo com a permanência no Z-4 da tabela de classificação e com a constante crise que abala o grupo.

17° Fluminense - 26%
18° Atlético-PR - 25%
19° Goiás - 20%
20° Botafogo - 15%

5 maiores públicos do Brasileirão (público pagante):

São Paulo 2 x 0 Cruzeiro, 14 de setembro - 21ª rodada - 58.627
Cruzeiro 2 x 1 Internacional, 4 de outubro, 26ª rodada, 51.994
Flamengo 0 x 1 Grêmio, 6 de setembro, 19ª rodada - 51.858
Cruzeiro 2 x 3 Atlético-MG, 21 de setembro, 23ª rodada - 49.534
São Paulo 1 x 1 Criciúma, 2 de agosto, 13ª rodada - 46.512

5 menores públicos do Brasileirão (público pagante):



Bahia 0 X 1 Fluminense, 24 de maio - 7ª rodada - 1.345
Botafogo 1 x 0 Coritiba, 19 de julho - 11ª rodada - 1.271
Atlético-PR 2 x 0 Coritiba, 25 de maio - 7ª rodada - 1.063
Figueirense 0 x 2 Bahia, 27 de abril - 2ª rodada - 777
Atlético-PR 1 x 1 Chapecoense, 18 de maio - 5ª rodada - 766

ATENÇÃO: TODOS OS NÚMEROS SÃO DO CAMPEONATO BRASILEIRO - EDIÇÃO 2014.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Temos um herói, um vilão, uma dança e um desabafo

Foi surreal. O Corinthians tinha a vantagem em suas mãos, assegurada. Poderia perder por um gol de diferença. Mas preferiu se levar ao estilo Mano de recuar e sofreu a segunda maior goleada do ano, apenas atrás daquela sofrida diante do Santos, pelo Paulistão, quando foi 5 a 1.

Quando Guerrero abriu o placar e o Corinthians estava dominando as ações do jogo, pensava-se que a vaga estava mesmo sendo concretizada, embora havia de se esperar o término da partida.

Com o gol, o Atlético-MG teria que fazer quatro para se classificar. Confronto decidido? Nem um pouco: a emoção só começava.

E a apreensão também. Fato é que o Timão recuou, uma prática bem exercida sob o comando de Mano Menezes. E tanta acomodação, surtiu o relaxamento, que surtiu a goleada histórica.

Do gol corintiano até o intervalo, só deu Atlético-MG. Torcida jogando junto, motivando seus jogadores. Aquilo era um replay da final da Libertadores de 2013. Estava fresca na memória. O palco era o mesmo. Porém, aquele mesmo palco foi vítima de uma catástrofe do futebol brasileiro - impossível não se lembrar do 7 a 1.

O time mineiro acuou os visitantes na defesa, que, envolvido, viu os adversários tentarem de todas as formas: chutes, cabeçadas, bolas paradas. A postura ofensiva deu o resultado esperado.

Aos 23min, Guilherme, o melhor em campo até então pelo Atlético-MG, deu lançamento milimétrico para Luan desviar de leve de cabeça e empatar. Mais pressão, e aos 31min o mesmo Guilherme arriscou de fora da área, a bola desviou em Felipe e enganou Cássio.

Faltavam dois gols e 45 minutos. Era que o Galo tinha para oferecer aos seus torcedores.

Os lances dos paulistas no segundo tempo mostraram algo raro até então na partida: finalmente o Corinthians conseguiu igualar – e até dominar por uns instantes – o jogo. Porém, haveria ali uma dependência: Guerrero. Foi o melhor jogador por parte do time paulista.

A partida parecia que teria o ritmo diminuído com o cansaço atleticano na metade final do segundo tempo. Mais de 32 mil pulmões e corações sopravam o grito de 'Eu Acredito!'. E era. Aos 30min, Guilherme, de novo ele, aproveitou sobra para fazer o terceiro atleticano. Bastava um para a classificação histórica.

Será? O torcedor poderia pensar naquela hipótese inimaginável? Sim, aos 42 minutos.

Edcarlos apareceu sozinho na área para, de forma estranha, mandar para o gol.

Ah, o futebol! Ah, a velha discussão: mata-mata ou pontos corridos?

Mas voltando ao jogo. Bem como em todas as histórias, temos um herói e um vilão.

O primeiro foi o Galo. Vitória e classificação justas. Não se pode menosprezar a determinação, garra, vontade, nó tático do Atlético-MG. Jogou como time grande.


O segundo não poderia ser outro: Mano Menezes. O técnico mostra a cada jogo seu poder de incapacidade.

Resta ao Corinthians apagar mais uma eliminação vexatória e dar adeus ao Mano Menezes, que pode levar consigo sua dança ridícula na primeira partida contra o Atlético-MG, no Itaquerão, e que foi encenada pelos jogadores atleticanos após a partida histórica.

Afinal, os deuses do futebol não deixariam aquela bizarra dança do Coach Mano sem punição ou vingança.

“Tem gente aqui que não está preparada pra jogar no Corinthians!”
O desabafo do goleiro Cássio, após a goleada do Mineirão, não tinha uma direção certa, mas poderia atingir muitos dos seus companheiros. Mostra o quão a diretoria errou em não reformular o elenco, dispensar jogadores e contratar um técnico à altura de Tite.

A grande verdade é que existe um vestiário rachado, sem comando. Mano perdeu o controle. Resta saber quem vai fazê-lo voltar.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Leandro Damião protagoniza uma cena bizarra. Haverá punição?

O Santos perdeu para o Criciúma, em Santa Catarina, por 3 a 0. Porém, não foi a atuação pífia da equipe santista que chamou a atenção, e sim a atitude bizarra do atacante Leandro Damião.

O lance aconteceu ainda no primeiro tempo. Em bola alçada na área, o atacante que custou (pasme) R$ 42 milhões ao bolso do clube santista, puxou a própria camisa para simular um pênalti.

Após o jogo, em entrevista ao canal SporTV, o atacante foi perguntado pelo repórter Anselmo Caparica sobre o lance. Percebendo que as câmeras o flagraram, ele tentou minimizar a puxada e disse:

“Não, estava tirando ela (a camisa), porque estava apertando, só isso. Um lance normal”, explicou o centroavante. “Nunca tive problema com isso (tentar enganar o árbitro). Todo mundo sabe a pessoa que eu sou”, completou.

Tentativa frustada. Por que a camisa estaria apertando? Por que justo naquele momento ele a resolveu puxar? Perceba na imagem que o zagueiro adversário vem para marcá-lo.

Já que vivemos numa época de Tele Catch, principalmente para o STJD, que observa tudo o que ocorre dentro e fora das quatro linhas, esse lance bizarro não pode passar impune. Será que o árbitro irá colocar na súmula o fato?

Perguntas sem respostas. Apenas os "qualificados" do STJD podem responder com base no processo. Já para Leandro Damião, só resta concluir a minha tese: foi a pior contratação de 2014.

domingo, 12 de outubro de 2014

Sandro Meira Ricci: até quando?

Não dá para acreditar! Sandro Meira Ricci foi árbitro de Copa do Mundo, aqui no Brasil! Como foi o sorteio? Não se sabe. Mas se ele é considerado padrão Fifa, estamos mesmo com uma arbitragem pífia.

Na noite de ontem, no Pacaembu, ele apitou Palmeiras 2 x 1 Grêmio. E mudou a história do jogo a partir da expulsão do atacante gremista Barcos.

Para Diori Vasconcelos, comentarista de arbitragem na Rádio Gaúcha, o camisa 9 disputou a bola e colocou a perna na frente de Cristaldo, mas não chegou a tocar no adversário, que se jogou. Se não houve a falta, não há motivos para a advertência. O cartão vermelho ocorreu quando o Grêmio vencia o jogo por 1 x 0.

Distribuiu cartões à toa. Jogadores do Grêmio não podiam reclamar que já tomavam cartão.

Não há dúvida de que o árbitro brasileiro da Copa fez lambança, errou feio e mexeu no jogo.

Vale aqui parodiar a frase do executivo do Grêmio: “A arbitragem foi decisiva no resultado”

Depois da Copa, parece que algo ocorreu de lá para cá e o juiz não consegue repetir o desempenho e a concentração que o colocaram na condição de melhor árbitro do Mundial (pasme!).

O quadro de arbitragem da CBF é ridícula! Precisamos de melhoras, renovação! Chega dos mesmos árbitros e dos mesmos erros!

Não sou gremista! Apenas luto, mesmo que minimamente, por um futebol mais digno.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Não podemos menosprezar a Chapecoense

É sempre assim: se um time considerado pequeno vence um grande, a mídia crítica a postura do grande. Por que menosprezamos um time pequeno?

A Chapecoense não pode ter esse status. A equipe venceu o São Paulo, Internacional, deu trabalho para Palmeiras, Corinthians, ou seja, está no seleto grupo de time mediano.

O time do interior de Santa Catarina humilhou o Colorado gaúcho na noite de ontem, fazendo 5 a 0 na Arena Condá.

A Chape brigava o tempo todo pela bola, jogando com sangue nos olhos, anulando as principais jogadas do Inter. Uma entrega incrível, uma efetividade no ataque impressionante, atuação perfeita no âmbito tático.

Para se ter uma ideia: o time comandado pelo técnico Jorginho não recebeu um cartão amarelo sequer, ou seja, jogou contra um grande time e jogou limpo e na bola.

Foi uma noite de gala.

O resultado é marcante de ambos os lados. Para o Inter, a goleada iguala o placar de 5 a 0 sofrido somente uma vez em um Campeonato Brasileiro: diante do São Caetano, fora de casa, em 2003. Estreante na Série A, a Chape aplicou sua maior goleada em edições do Brasileirão.

Vitória muito justa e merecida do time comandado pelo técnico Jorginho que foi muito superior ao Inter do Abel Braga e o resultado diz tudo o que foi o jogo.

Uma vitória histórica como essa tem que ser devidamente curtida, enaltecida e comemorada, parabenizando a diretoria do clube, patrocinadores, comissão técnica, jogadores, funcionários e torcedores.

E a partida de ontem terminou com a torcida enlouquecida, fazendo a contagem, lembrando uma luta de boxe quando o lutador cai e fica atordoado tentando levantar.

Sendo assim, não menospreze a Chapecoense! Critique os erros irreconhecíveis do Internacional!

sábado, 4 de outubro de 2014

Maurício Assumpção assina o rebaixamento do Botafogo

Maurício Assumpção, presidente do Botafogo, assinou na manhã de ontem o rebaixamento do clube para a Série B. Em uma atitude inesperada, o mandatário do clube carioca demitiu 4 jogadores sem explicação convincente. Segundo ele mesmo, a demissão foi causada por 'indisciplina'. Os laterais Julio Cesar e Edílson, o zagueiro Bolívar e o atacante Emerson Sheik foram afastados do elenco e não fazem mais parte do plano do técnico Vágner Mancini.

Esse ato demonstra a total falta de interesse do presidente com o clube. O clube está a quatro dias de completar três meses de atrasos de salários dos jogadores. E sete de direito de imagem. As dívidas já ultrapassam R$ 800 milhões. E, se existisse uma lei que punisse os clubes por calotes com jogadores e funcionários, a equipe estaria rebaixado há muito tempo. Não é à toa que o dirigente já chorou para a presidente Dilma Rousseff, alegando que o clube poderia abandonar o Brasileirão.

O abandono pode não acontecer. Mas o rebaixamento é quase certo. São remotas as chances do clube carioca escapar do fiasco e retornar à Série B depois de 12 anos. Além dessa questão financeira, Assumpção cometeu um grave erro: enquanto os jogadores se concentravam para enfrentar o Grêmio, no domingo passado, um dia antes, dia 27 de setembro, Maurício comemorou com diversos amigos seu aniversário em um churrasco em sua casa de campo recentemente reformada em Areal, no interior do Rio.

O fato revoltou os jogadores. De acordo com o jornalista Cosme Rímoli, a situação do mandatário é mais complicada do que se poderia imaginar. Isso porque a crise insustentável do Botafogo vem desde janeiro deste ano. Em seu portal no R7, o jornalista afirma que a empresa do pai do presidente do clube e de sua madrasta tem um contrato desde 2010 com o Botafogo. E lhe garante 5% do acordo de patrocínio com a Viton 44. A oposição tentou se unir para pedir a destituição imediata de Assumpção, porém sem êxito.

Além do mais cercou-se de economistas que já contribuíram para desgraçar o Brasil e, agora, acrescentam o Botafogo em seu currículo, simuladores de eficiência com discurso “moderno” e prática predadora.

Maurício Assumpção pode ter a sua vida ainda mais comprometida caso o clube de General Severiano seja rebaixado. Caso isso aconteça, o clube pode ficar um bom tempo na segundona, a não ser que haja uma interferência absurda da CBF e do STJD, que são parceiras. Dirigente asqueroso, situação idem. Vendeu a camisa alvinegra para a Telexfree por mais que soubesse que não se tratava de empresa idônea.

E agora, Maurício? O contrato do rebaixamento está assinado?

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Futebol nas Olimpíadas: uma briga que vai além das quatro linhas

Daqui a dois anos, as Olimpíadas do Rio de Janeiro terão início. E a modalidade mais popular - o futebol - vive seus dilemas. Apesar do nome oficial do evento ser Olimpíadas do Rio 2016, os jogos serão disputados em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador - além do Rio, claro.

A questão a ser resolvida é: qual estádio de São Paulo será palco dos jogos? Rio de Janeiro terá mais um estádio a disposição? São levantamentos que podem ter respostas na frente do seu nariz. Por isso, selecionei alguns aspectos que podem fazer vocês, leitores, a prestarem mais atenção nessa briga futebolística.

São Paulo:
É a maior dúvida a ser resolvida. O novo estádio do Palmeiras disputa a indicação com a Arena Corinthians. Corre por fora o estádio do Morumbi. Porém, o comitê da Fifa que trata dos torneios olímpicos de futebol disse que pretende utilizar estádios que sediaram a última Copa do Mundo, ou seja, a Arena Corinthians larga na frente.

Aldo Rabelo, ministro do Esporte, quer levar algumas partidas do evento para a Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Por qual motivo? Ele é palmeirense, e no jantar do primeiro evento-teste do estádio, Aldo Rebelo sentou-se ao lado do presidente do clube, Paulo Nobre. Há evidentemente uma amizade. Além disso, Rabelo pediu para que a Fifa reconhecesse o Alviverde como campeão do mundo de 1951, Deu certo.

Quem corre por fora é o Morumbi. O estádio do São Paulo Futebol Clube foi vetado para a Copa de 2014. Isso aconteceu porque Juvenal Juvêncio, ex-presidente do Tricolor, teria sido pressionado para mudar seu voto para Kléber Leite, apoiado por Ricardo Teixeira, para a presidência do Clube dos 13.

À época, em 2010, Juvenal só não mudou de candidato, como fez campanha, lutou de forma dura para a vitória de Koff, presidente do Grêmio. Além disso, a prefeitura de São Paulo, que era governada por Gilberto Kassab, atual candidato ao Senado Federal, estaria envolvida no plano B, a construção de nova arena para o Mundial (no caso a Arena Corinthians). Mas por quê? Porque o Corinthians aderiu à campanha de Kléber Leite. Andrés Sánchez, candidato a Deputado Federal pelo PT, apoiado por Lula, corintiano, seu amigo de longa data e que financiou a construção do estádio.

Para o Morumbi ser palco da Copa, precisaria de uma reforma que custaria R$ 250 milhões, enquanto o estádio do Timão custava aos cofres públicos, à época, R$ 450 milhões. O valor total da construção da Arena Corinthians foi mais de R$ 750 milhões, um terço do valor. Com tantos empecilhos, quase que São Paulo não sediou a abertura da Copa.

No dia 16 de agosto de 2014, o São Paulo entregou ao comitê organizador dos Jogos Olímpicos de 2016 uma carta de intenções oficiais, demonstrando seu interesse em receber as partidas de futebol da Olimpíada do Rio. São Paulo deve receber cerca de 14 jogos, seis a mais que o Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro:
O Maracanã tem seu lugar garantido nas Olimpíadas de 2016. Quem quer ter seu espaço, agora, é o Engenhão, cujo nome verdadeiro é Estádio Olímpico João Havelange. Mandatário máximo da FIfa entre 1974 e 1998, João Havelange teve seu nome envolvido em caso de corrupção na venda de direitos da Copa do Mundo. Ao lado do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e Nicolás Leóz, então presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, o dirigente recebeu propina da empresa suíça de marketing esportivo ISL. Ao todo, U$S 22 milhões (R$ 44 milhões em valores atuais) foram inseridos em contas relacionadas aos brasileiros entre 1992 e 2000. 

O Engenhão custou R$ 380 milhões aos cofres públicos. Apesar do alto investimento, o estádio apresentou falhas em sua cobertura e acabou interditado no dia 26 de março do ano passado. Em 2013, três vereadores queriam alterar o nome do estádio, passando a se chamar João Saldanha. Porém, o projeto não avançou e o nome continua sendo o mesmo. 

O estádio abrigará as provas de atletismo, porém, sem receber partidas há mais de um ano, os governantes do Rio de Janeiro querem dar uma resposta empírica para os torcedores. Além disso, João Havelange, atualmente com 98 anos, participou de duas Olimpíadas, conquistando até uma medalha de bronze para a delegação brasileira. Em 2016, o ex-mandatário estará com cem anos, fato que pode servir como festa para ele e os convidados ilustres. 

Sendo assim, o futebol, que já não vive bons momentos, pode ter cenas futuras mais esdrúxulas. A ver como será daqui pra frente.