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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Temos um herói, um vilão, uma dança e um desabafo

Foi surreal. O Corinthians tinha a vantagem em suas mãos, assegurada. Poderia perder por um gol de diferença. Mas preferiu se levar ao estilo Mano de recuar e sofreu a segunda maior goleada do ano, apenas atrás daquela sofrida diante do Santos, pelo Paulistão, quando foi 5 a 1.

Quando Guerrero abriu o placar e o Corinthians estava dominando as ações do jogo, pensava-se que a vaga estava mesmo sendo concretizada, embora havia de se esperar o término da partida.

Com o gol, o Atlético-MG teria que fazer quatro para se classificar. Confronto decidido? Nem um pouco: a emoção só começava.

E a apreensão também. Fato é que o Timão recuou, uma prática bem exercida sob o comando de Mano Menezes. E tanta acomodação, surtiu o relaxamento, que surtiu a goleada histórica.

Do gol corintiano até o intervalo, só deu Atlético-MG. Torcida jogando junto, motivando seus jogadores. Aquilo era um replay da final da Libertadores de 2013. Estava fresca na memória. O palco era o mesmo. Porém, aquele mesmo palco foi vítima de uma catástrofe do futebol brasileiro - impossível não se lembrar do 7 a 1.

O time mineiro acuou os visitantes na defesa, que, envolvido, viu os adversários tentarem de todas as formas: chutes, cabeçadas, bolas paradas. A postura ofensiva deu o resultado esperado.

Aos 23min, Guilherme, o melhor em campo até então pelo Atlético-MG, deu lançamento milimétrico para Luan desviar de leve de cabeça e empatar. Mais pressão, e aos 31min o mesmo Guilherme arriscou de fora da área, a bola desviou em Felipe e enganou Cássio.

Faltavam dois gols e 45 minutos. Era que o Galo tinha para oferecer aos seus torcedores.

Os lances dos paulistas no segundo tempo mostraram algo raro até então na partida: finalmente o Corinthians conseguiu igualar – e até dominar por uns instantes – o jogo. Porém, haveria ali uma dependência: Guerrero. Foi o melhor jogador por parte do time paulista.

A partida parecia que teria o ritmo diminuído com o cansaço atleticano na metade final do segundo tempo. Mais de 32 mil pulmões e corações sopravam o grito de 'Eu Acredito!'. E era. Aos 30min, Guilherme, de novo ele, aproveitou sobra para fazer o terceiro atleticano. Bastava um para a classificação histórica.

Será? O torcedor poderia pensar naquela hipótese inimaginável? Sim, aos 42 minutos.

Edcarlos apareceu sozinho na área para, de forma estranha, mandar para o gol.

Ah, o futebol! Ah, a velha discussão: mata-mata ou pontos corridos?

Mas voltando ao jogo. Bem como em todas as histórias, temos um herói e um vilão.

O primeiro foi o Galo. Vitória e classificação justas. Não se pode menosprezar a determinação, garra, vontade, nó tático do Atlético-MG. Jogou como time grande.


O segundo não poderia ser outro: Mano Menezes. O técnico mostra a cada jogo seu poder de incapacidade.

Resta ao Corinthians apagar mais uma eliminação vexatória e dar adeus ao Mano Menezes, que pode levar consigo sua dança ridícula na primeira partida contra o Atlético-MG, no Itaquerão, e que foi encenada pelos jogadores atleticanos após a partida histórica.

Afinal, os deuses do futebol não deixariam aquela bizarra dança do Coach Mano sem punição ou vingança.

“Tem gente aqui que não está preparada pra jogar no Corinthians!”
O desabafo do goleiro Cássio, após a goleada do Mineirão, não tinha uma direção certa, mas poderia atingir muitos dos seus companheiros. Mostra o quão a diretoria errou em não reformular o elenco, dispensar jogadores e contratar um técnico à altura de Tite.

A grande verdade é que existe um vestiário rachado, sem comando. Mano perdeu o controle. Resta saber quem vai fazê-lo voltar.

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