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sábado, 29 de agosto de 2015

"Vai ser pra sempre uma grande história na minha vida", diz Bibiana Bolson sobre a Copa do Mundo

Bibiana Bolson entrevista o craque Rivellino
Em março de 2014, entrevistei uma jovem repórter. Conheci seu trabalho através das redes sociais. Percebi que ela tinha um brilho no olhar. Apaixonada por esportes, em destaque o futebol. Quis conhecer um pouco mais da vida gaúcha. Hoje, ela tem um grande destaque no canal SporTV e é admirada por muitos em suas redes sociais.

Bibiana Bolson começou a trajetória aos 16 anos. Entrou na faculdade muito nova e imatura, mas sempre foi muito curiosa. Em poucos meses, já estava trabalhando nos laboratórios da PUC-RS, para que assim que surgisse uma oportunidade estivesse preparada. Vieram estágios em online, revistas, jornais e televisão. Quando percebeu, estava formada e completamente realizada.

Teve duas passagens pela RBS TV, afiliada da Rede Globo em Porto Alegre. Apresentou o Jornal do Almoço, fez aparições no Globo Esporte, onde cobria a região de Pelotas. Está na segunda passagem no Canal Campeão. Faz matérias e cobre grandes eventos, como o Brasileirão e o UFC, além de coletivas nos clubes cariocas.

Em nova entrevista para o Blog do Gabriel Dantas, Bibiana comenta sobre a Copa de 2014, o que mudou na sua vida profissional, a admiração dos seus seguidores nas redes sociais e muito mais.

Você participou do maior evento futebolístico, a Copa do Mundo, pelo SporTV. Conte-nos como recebeu o convite e a experiência de cobrir este evento?
Tenho certeza que a Copa do Mundo de 2014 vai ser pra sempre uma grande história na minha vida. Eu era repórter em Pelotas, mas desde 2013 tinha o sonho de poder trabalhar no SporTV. Mandava e-mail para os chefes, portfólio, buscava contatos com frequência. Soube que o canal precisaria usar repórteres das afiliadas da TV Globo para uma grande cobertura (fizemos a maior cobertura da televisão fechada, com mais de 500 pessoas diretamente envolvidas).

Então manifestei meu desejo de estar nesse time. Isso foi em 2013. Quando o ano virou, me preparava para a cobertura do Campeonato Gaúcho, tinha uma tremenda responsabilidade em Pelotas, porque era o retorno do Brasil de Pelotas à elite do futebol e seria minha primeira vez cobrindo dois times para o Estado e apresentando o Jornal do Almoço local. Trabalhei muito, tinha uma meta profissional a cumprir e fiz uma meta pessoal maior.

Era um desafio: enviar pelo menos 3 matérias por semana para o Globo Esporte Estado (quem trabalha em praça sabe que nem tudo que é feito para o jornal local é exibido no estado). Ao final do Gauchão, tinha números ótimos, tinha conseguido dar visibilidade à cidade de Pelotas e também ao meu trabalho. Iniciei o ano bem, mas queria mais.

Em meados de fevereiro, quando o Gauchão ainda estava no começo, recebi uma ligação pedindo meus dados para que um pedido de credenciamento fosse encaminhado à FIFA. Naquele momento, pensei: "Isso é um sonho, não pode ser verdade!". E era. Em maio, passei por um treinamento no Rio de Janeiro. Alguns dias depois, fui informada que havia sido solicitada para ficar na redação da cidade, onde funcionaria a base de toda a cobertura. Queriam conhecer meu trabalho, uma indicação que partiu do próprio SporTV. Era sinal do reconhecimento do trabalho que já vinha fazendo no Rio Grande do Sul.

Quando a Copa começou, me sentia um pouco insegura, me questionava como seria cobrir esse evento e se eu realmente estava preparada para tamanha responsabilidade. Mas com o passar dos dias fui me soltando mais e pude mostrar um pouco do que eu dominava. Um dos diferenciais foi ter o domínio do inglês e do espanhol, facilitou na execução das pautas, no contato com os turistas e foi útil para mostrar o comportamento dos milhares de apaixonados que escolheram o Rio de Janeiro para viver a experiência única de uma Copa do Mundo.

O canal estava 24 horas no ar, então tive também que aprender a executar o jornalismo independente do horário, durante dois meses. Trabalhei muito, passei por perrengues naturais, mas tive oportunidades que vou levar na memória pra sempre. Entrevistei o Caniggia, Passarela, Lothar, acompanhei jogos como Bélgica x Rússia, Espanha x Chile, entrei ao vivo do hotel em que estava a seleção alemã no dia da grande final. Para fechar com chave-de-ouro: vi o gol da Alemanha, na final, de pertinho. (E nesse dia nem estava trabalhando, por sorte, consegui estar no Maracanã no momento do jogo).

Das reportagens que fizeste na Copa do Mundo, qual foi a mais especial? Por quê?
Todas foram especiais. Mas a que mais gosto e que marcou a cobertura era uma que contava sobre Copacabana transformada por turistas, a Copacabana do Mundo.

Neste ano, você entrou para o time do SporTV, mas por um contrato temporário. Como surgiu o contato e o que mudou na sua vida profissional?
Eu estava cumprindo uma licença-estudo da RBS TV. Não estava trabalhando, vim para o Rio de Janeiro para concluir um mestrado e fazer algumas pesquisas. Um repórter (e grande amigo) precisou de uma licença-saúde no SporTV, acabei sendo chamada para cobrir o período e a RBS liberou. Ele ainda não retornou, fui ficando. Quero que ele volte logo, é um repórter fantástico e uma pessoa que eu gosto muito também. Se Deus quiser, vamos trabalhar juntos novamente na emissora ou no mercado (me desliguei da RBS TV em junho).

Sobre o que mudou?! Mudou muito! Essa segunda passagem oportunizou um contato mais longo e diário com os editores, colegas, profissionais envolvidos nas produções do canal. Retornar deu mais credibilidade para o meu trabalho também, é uma possibilidade de aprender com quem conhece muito, oportunidade de circular nos clubes cariocas, trocar informações com colegas de outras empresas, assessores de imprensa, assessores de jogadores, enfim, ampliar minha rede de contatos e mesmo a bagagem de conhecimento.

Todo dia eu aprendo algo novo, num universo que está sempre se modificando. Estar num canal como o SporTV é o sonho de todo jornalista, era o meu e segue sendo, é um daqueles sonhos que você não quer acordar, sabe?! Vejo muita dedicação das pessoas que comandam o projeto do canal, o diretor, Raul Costa Jr., por exemplo, tem uma visão sobre jornalismo que é diferenciada, porque ele gosta de apostar na inovação, consegue identificar potencial em jovens (tanto que tem um projeto para iniciantes- Passaporte SporTV). Ele já havia feito um trabalho de destaque na RBS TV e provou em coberturas de grandes eventos que sempre pode surpreender. Eu sempre acreditei que profissionais de destaques são aqueles que tentam fazer o impossível e vejo isso nessa gestão, seja pelo Raul ou por quem auxilia (muita gente trabalhando/pensando). O programa premiado da Copa "É Campeão" prova isso que eu estou dizendo.

Qual a reportagem mais marcante e o seu jogo mais importante que cobrira para o SporTV nesta segunda passagem?
Eu não gosto dessa coisa de eleger qual a reportagem mais marcante, porque no fundo tenho a sensação que a reportagem mais importante é aquele que ainda não fizemos ou mesmo aquela que estamos fazendo naquele momento.

Uma pessoa que entende muito de telejornalismo, me disse que admirava meu jeito de olhar pro filé mignon ou pra carne de pescoço, que eu encarava as pautas com a mesma empolgação. Acho bondade dessa pessoa em destacar isso, mas no fundo, eu tenho mesmo essa coisa de supervalorizar aquela pauta.

As histórias são tão fascinantes que eu fico muito empolgada! Só acho que o dia-a-dia, treinos, por exemplo, muitas vezes tiram essa empolgação, como em qualquer profissão. A rotina, às vezes, tira o brilho. Porém, vou eleger aqui o trabalho que mais gostei de fazer: uma entrevista exclusiva com Paolo Guerrero, atacante do Flamengo. Dias de negociação, mas quando foi ao ar muitas pessoas falaram. Gostei!

Pela RBS Caxias, você tinha um quadro chamado ‘Fôlego’. Como surgiu esse quadro?
Sim, esse quadro foi um desafio que fiz pra Bibiana sedentária. Eu tinha participado da Copa do Rio. Quando mudei pra Caxias, voltei um pouco desmotivada para o esporte. Decidi então que faria uma atividade que me desse prazer, que não fosse obrigação. Um cinegrafista da RBS TV corria num grupo, era um time de profissionais competentes e com uma proposta interessante. Fui conhecer e me apaixonei pela dinâmica. Pensei a série de uma forma fora do padrão, porque percebi que a corrida movimentava um mercado paralelo, da venda de acessórios à suplementação. A corrida é paixão, mas é negócio também...Assim foi surgindo ideias! O resultado foi sensacional, um orgulho!

Em outubro de 2014, estiveste presente na UCS (Universidade de Caxias do Sul) na Semana de Comunicação, onde teve um bate-papo com os alunos. Além de você, estava o Maurício Saraiva. Qual foi a sensação de falar para os futuros jornalistas? 
Na PUC-RS, em Porto Alegre, ainda como estudante, eu sempre fui à muitas palestras. Acredito que a minha formação oportunizou que eu buscasse desafios maiores na minha carreira, sei da importância de levar o mercado de trabalho para a academia. Dividir com jovens é também estimulá-los. Nesse dia na UCS, eu estava nervosa, mas orgulhosa! Aos 25 anos falar pra uma plateia é louco, né?! Responsa!

Pelas redes sociais, você recebe muito carinho. Qual é a sensação de recebê-lo? Isso te motiva a seguir na área esportiva?
Eu percebi a força que tinha nas redes sociais recentemente. Porque depois de cada jogo que fazia, buscava meu nome e lia o que enviavam. Reparei que não era só em jogos, mas em matérias de forma geral. Passei a postar mais pra observar a reação. Isso foi tomando uma proporção maior e eu fui aprendendo a compartilhar mais.

Não tenho milhares de seguidores, mas tenho seguidores fiéis. Eles vibram quando apareço. Comentam, sugerem, criticam...Eu gosto desse contato, porque é tudo muito espontâneo o que eles pensam, eles postam. Serve de termômetro também.

Meus chefes e meus colegas acho que nem sabem como uso essas redes. Hoje administro três contas:

Instagram: https://instagram.com/bibihbolson/
Facebook: https://www.facebook.com/bibiana.bolson
Twitter: https://twitter.com/bibianabolson

Juntos somam mais de 15 mil pessoas. Falando de Internet, parece pouco, mas pra mim é algo gigante. Não sou celebridade e nem intenciono ser. Sou jornalista, trabalho com credibilidade. Acho engraçado conhecer 20% dessas pessoas, quer dizer que os outros 80% me conhecem da telinha! Isso é demais!!!!

O seu mestrado terá como assunto o tema racismo no futebol, tendo como base o caso da Patrícia Moreira. Por que decidiu abordar este tema?
Antes do caso da Patricia Moreira, em 2014, passei por uma situação em Pelotas. Fiz uma matéria sobre o assunto logo depois do caso do Tinga, fui vista como "a jornalistazinha metida a besta que mexeu onde não devia". Muitos me rotularam, entenderam que eu estava erguendo uma bandeira para criticar uma torcida em específico. Mas, na verdade, minha intenção era abordar o assunto de forma séria, com informações que as pessoas desconheciam.

Na época, o editor do programa no estado ficou com receio de colocar a matéria no ar. Um tempo depois, vi o Brasil inteiro debatendo a questão, jornais nacionais fazendo matérias sobre o racismo no futebol. Esse foi meu momento de "redenção", do tipo "ufa, ainda há gente interessada em tratar dessa questão".

As pesquisas foram me envolvendo, as ideias foram surgindo. Infelizmente, a minha rotina de trabalho atrasa um pouco minha produção intelectual. É difícil fazer as duas coisas ao mesmo tempo, mas até o final do ano vou publicar um trabalho sobre o assunto e quero transformar em livro posteriormente. Essa vai ser a minha contribuição como jornalista, como cidadã. Quero ser referência nessa temática, ajudar a quebrar essa barreira que nós, imprensa, construímos com o tema.

O que mudou da profissional e pessoa Bibiana de 2014 para cá?
Em 2014, eu estava fazendo jogos no interior do Rio Grande do Sul. Passei pela Copa do Mundo, voltei pro Sul, fui pra Serra Gaúcha, me dediquei à apresentação, melhorei a técnica (a narração principalmente). Estudei muito, aprendi, li. Um belo dia acordei pra me preparar pra cobrir Flamengo x Fluminense no Maracanã. De repente, o Maracanã, templo do futebol, passou a ser meu destino todo final de semana. O que mudou? Mudou tudo!

A Bibiana pessoa aprendeu a ser mais tolerante, a entender que as críticas por mais que sejam arrasadoras, são fundamentais e devem servir de combustível. Eu sei onde quero chegar, sei que pode demorar, mas eu vou conseguir. Em 2014, eu tinha a péssima mania de estabelecer prazos (até tal ano estarei em tal lugar), agora tô mais light. Entendo que a vida tem também seu ritmo e que temos que respeitar. Eu me afastei de amigos e familiares pra viver o sonho do jornalismo esportivo, mudei de cidade muitas vezes nos últimos 4 anos. Essa foi uma mudança (segue sendo) importante, tenho me esforçado mais pra ser presente, priorizando pequenas coisas como uma ligação que recebo da minha mãe: "Já tá em casa, filha? Comeu o quê? Faz um chá! Vai correr!". Mas, de verdade, tenho que agradecer tudo que aconteceu nos últimos 12 meses, sou abençoada!

Para encerrar, o que seus admiradores podem esperar da profissional Bibiana Bolson?
Por conta dos meus "admiradores", eu estou elaborando um projeto para Internet. Ainda que continue na televisão, que eu quero muito, eu estou me especializando em conteúdo online. Pesquisas diárias, artigos, ideias, pilotos, projetos. Quero até o final do ano ter um canal no Youtube, que seja diferente de tudo que tem por aí.

Na minha intimidade, entre amigos, sou muito brincalhona, atrapalhada, cabeça de vento. Portanto, quero colocar mais da minha personalidade nas coisas que produzo. Ter uma pitada mais "artística", de repente, cozinhar falando de futebol, me aventurar por aí... São ideias que surgem.

Bibiana Bolson tem a sua personalidade brincalhona. E essa é tanta, que pode ser observada no trecho abaixo:

"Posso dizer o seguinte: se hoje somos 15 mil pessoas, em breve, vamos atingir UM MILHÃO. E olha eu fazendo expectativa com números e metas altíssimas (risos). Podemos ser um milhão, né?! Pega o milho, deixa ele crescer bastante e pronto. MILHÃO. Brincadeira, gente! Vamos em frente!"

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Gestão dos problemas, da desordem e incapacidade. São Paulo precisa de um articulador, não de um político-torcedor

O que acontece com o São Paulo nesta temporada causa espanto aos torcedores e aos profissionais da comunicação. O Tricolor teve sempre em seu currículo a postura correta dos salários em dia, do comportamento asseado dos dirigentes. Não significa que tudo era certinho. Mas quando algo acontecia no interior da instituição, os sábios conseguiam fazer uma manipulação para que nada fosse vazado à mídia. A intimidade ocorria.

Hoje, tudo se transformou. Políticos decidiram embarcar nessa viagem do futebol, e assumiram postos que não têm cabimento algum. A crise política e econômica vazam a todo momento. E o balcão de negócios da gestão Aidar é muito perceptível.

Salários atrasados, insatisfação, desempenho não é dos melhores. Todos os fatores citados atrapalham dentro das quatro linhas. Mas olhar apenas para o que acontece dentro do campo é não compreender a gravidade da situação que o clube passa.

Crise política, debates e uma tremenda bagunça dentro de campo já foram vividos na década 2000. E o São Paulo conseguiu se reerguer, quando a cúpula elegeu Marcelo Portugal Gouvêa. O presidente recolocou o Tricolor Paulista no seu devido lugar: numa competição de Libertadores, chegando à semifinal, em 2004, e conquistando o torneio em 2005; e em 2006, o clube faturou o Campeão Brasileiro.

Seu sucessor foi Juvenal Juvêncio. A princípio, o novo gestor manteve a político e o termo de compromisso e responsabilidade que fora da gestão passada. Infelizmente, em 2008, devida à fraca saúde, Portugal Gouvêa faleceu. E a derrocada do Tricolor começou.


São Paulo não ganha um título desde 2012, ano em que faturou o título inédito da Copa Sul-Americana, após vencer o Tigres-ARG. O último Campeonato Brasileiro foi conquistado em 2008. Nos últimos três anos, a história chega a ser irrisória, repleta de tropeços e vexames. Derrota para a Ponte Preta, Penapolense, Bragantino e, recentemente, pela Copa do Brasil, para o Ceará.

Os rivais Corinthians e Palmeiras foram comandados por verdadeiros coronéis. Sem preparo administrativo nenhum, Alberto Dualib e Mustafá Contursi afundaram, respectivamente, suas instituições. E vale aqui citar o Vasco, de Eurico Miranda. Um dos personagens mais tristes e escabrosos da história do futebol.

Cartolas boquirrotos, vendetas e acertos de bastidores. Discórdia era coisa de segundos para jorrar na mídia e causar debates polêmicos. A parceria do Corinthians com o MSI trouxe ilusões, um título e muitas dívidas.

E o São Paulo assistia de camarote a debandada dos rivais. Conquistava vitórias imponentes, contratava jogadores de alto nível. Conquistou o Mundial de Clubes, em 2005, contra o poderoso Liverpool, de Gerrard. E a provocação rolava solto.

Quem poderia imaginar que o São Paulo de 2015 vive a época do coronelismo de 1980 ou 2005. Após a saída de Muricy Ramalho, Milton Cruz segurou as pontas até onde pôde. Numa cartada de Ataíde Gil Guerreiro, veio Juan Carlos Osorio. Técnico pouco conhecido no cenário do futebol. Mas que foi eleito entre os 50 melhores do Mundo.

A proposta de Carlos Miguel Aidar convenceu Osorio a comandar o São Paulo. Vitórias consecutivas, um novo estilo de jogar, Michel Bastos sendo o destaque, fatores que apontaram o treinador colombiano como um revolucionário. Porém, aos poucos, o elenco foi se desmanchando. Rafael Toloi, zagueiro, foi o oitavo atleta a deixar o clube depois da chegada de Osorio, somando um valor de R$ 53,4 milhões em vendas. E a dívida ainda permanece.


A venda exacerbada, o problema técnico de alguns jogadores, a divisão da cúpula do clube. Tudo isso causou chateação no pobre "profe". A sua saída é questão de tempo, embora ele tenha apoio do grupo. Mas o problema maior está em Carlos Miguel Aidar, que derrotou Juvenal Juvêncio na eleição passada.

Os presidentes dos clubes brasileiros não pensam no negócio, investimento, valorização dos atletas e torcedores. Estão mais preocupados em se eleger. São mais políticos. Nem mesmo a criação de um novo pacote de Sócio-Torcedores foi suficiente para que a crise amenizasse e causasse um sentimento de gratidão na torcida.

Viagens para diretores e conselheiros, com passagens, hospedagens e carros com motorista. Pacotes para namoradas e filhas. Tudo na conta do clube. E o planejamento foi para o ralo.

Como sair dessa crise? Quem vai presidir o Tricolor com seriedade e profissionalismo, sem atacar clubes rivais? Marco Aurélio Cunha decidiu se afastar do clube, e se dirigiu ao futebol feminino.

A gestão de Aidar termina em 2017. Muito tranquilo, disse que até o fim do seu mandato tudo estará em ordem. "Eu não tenho nenhuma preocupação com impeachment, minha consciência está absolutamente tranquila. Até 2017, as finanças estarão equilibradas e alguns títulos já terão sido conquistados", garantiu o presidente em entrevista à Rádio Jovem Pan.

Paulistão e Libertadores já são passado. Copa do Brasil ainda é uma realidade, porém o Tricolor nunca conquistou esse campeonato. Brasileirão é queda livre. Brigará por uma vaga na Sul-Americana, e olhe lá.

Gestão dos problemas, da desordem, da falta de capacidade. São Paulo precisa urgentemente de um articulador, como o Ganso deveria ser. Precisa de um cara ofensivo, mas com responsabilidade, como Luís Fabiano poderia render. Precisa de um cara íntegro e que saiba administrar as contas. Esse é o caso do zagueiro Luis Eduardo.

Quem deve estar chateado até ao âmago pela ofensa à instituição é Marcelo Portugal Gouvêa, que de cima vê um inferno no clube de tantas glórias.

O torcedor são-paulino já viu isso acontecer com os adversários. Riu, fez piadas, esnobou e se divertiu com o desfecho. Porém teme que os rivais façam o mesmo. É o feitiço virando contra o feiticeiro?

Vagner Love renasce das cinzas e se torna uma peça importante

Em fevereiro de 2015, o atacante Vagner Love foi contratado pelo Corinthians. O jogador rescindiu o contrato com o Shandong Luneng, da China. Receberia cerca de R$ 500 mil mensais, sem contar com as luvas, o que gera em torno de R$ 800 mil. Investimento caro e audacioso para uma equipe que ainda estava em disputa da Libertadores, e para um jogador que estava num mercado longe de ser uma potência.

No dia 14 do mesmo mês, o atacante do amor fez sua estreia contra o Botafogo-SP. Jogo válido pelo Campeonato Paulista, na Arena Corinthians. O Alvinegro venceu por 2 x 1, sem gol do recém-contratado. Após nove jogos, o primeiro gol saiu. Contra o Bragantino, também pelo Paulistão, o atacante balançou as redes. Era um sinal de que ele seria um atacante fazedor de gols, podendo ajudar. A diretoria, até então, não sabia se iria renovar com o peruano Guerrero.

Vagner ganhou a confiança de Tite e da fanática torcida. Começou algumas partidas como titular. Contra o XV de Piracicaba, balançou as redes novamente. Porém, o rendimento caiu. Afundou no poço. Sete jogos em branco. Luciano, vindo do Pan-Americano de Toronto, começou a cair nas graças do torcedor. Cinco gols em três jogos. Love foi deixado de lado. E as críticas começaram a surgir de todos os lados.

Nem mesmo os dois gols seguidos - contra Figueirense e Ponte Preta - fizeram com que as críticas parassem. Vaias do torcedor. E Luciano começou a ser xodó. Tite até barrou o atacante, deixando na reserva e não entrando em algumas ocasiões. Luciano e Malcom era a dupla oficial.

Jogo contra o Santos. Oitavas de final da Copa do Brasil. Jogo de ida. Luciano rompe os ligamentos do joelho, e deixa o gramado. Tite poderia optar por Danilo, jogando como pivô, ou dar mais uma oportunidade ao camisa 99. Fez a segunda opção. Corinthians já vinha jogando mal. Com a entrada dele, piorou.

Love tem duas características: o giro em direção ao gol e a capacidade de driblar um jogador, apenas. Ele não tem a função de pegar a bola no meio-campo e arrancar até a área adversária. É um jogador que atua apenas num espaço de 15, 20 metros.

Embora seja veterano, ele é inteligente, veloz. Apenas para arrancar à área e finalizar ao gol. Quando tem a bola, não consegue ter uma ação instantânea para passar ou fazer o lançamento para o companheiro de equipe. Torna-se lento.

Ontem, contra o Cruzeiro, Tite deu a cartada final. Ao meu ver, era a última chance para o atacante. E correspondeu em grande estilo. Entregou-se em campo, deu carrinho, marcou sob pressão os defensores e foi decisivo, fazendo dois gols.

Luciano só volta em 2016. Danilo ainda é uma opção. Malcom e Love podem dar certo na frente. É claro que o ex-Shandong está longe de ser craque. Desaprender a jogar, isso obviamente não aconteceu, Vagner Love.

O que acontece é muito simples: a oscilação, falta de confiança em si mesmo. Por isso, faça o arroz com feijão. É muito fácil. Seja o atacante de origem, que fique na área e espere o passe ou cruzamento na medida. Contra o Santos, na quarta-feira, a decisão pode parar em seus pés.

Love é o pássaro Fênix. Renasce das cinzas. E vê agora uma nova oportunidade para ser o cara da finalização e do poder de decisão.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Osorio é Professor Pardal, mas há de se ter paciência

Os treinos do “profe” Juan Carlos Osorio chamam a atenção, bem como as escalações para as partidas. Seu estilo de inovação e rodízio causam controvérsias. E o seu cargo já balança no Morumbi.

Como uma espécie de Professor Pardal, ele transformou o São Paulo em um clube bagunçado taticamente. Lucão, zagueiro, joga de volante. Carlinhos, ponta-esquerda, atua na lateral direita. Mudanças de posição que irritam a torcida, principalmente a organizada.

O torcedor comum sabe que Osorio ainda está engatinhando no Tricolor Paulista. Porém a derrota de ontem, para o Ceará por 2 a 1, foi a gota d'água. O jogo era válido pela oitavas de final da Copa do Brasil. O time cearense não tinha à disposição 16 jogadores. Time reserva, formado por atletas da base. Nem o mais confiante torcedor poderia imaginar essa vitória.

O problema do Osorio é a falta de pulso. Suas entrevistas coletivas e análises das partidas são interessantes, inteligentes. O rodízio é algo que vem com ele desde os tempos de Atlético Nacional, da Colômbia.

O rodízio não é a solução para esse constrangedor momento do Tricolor. A incompetência da diretoria é um dos motivos. Após perder Paulo Miranda, Souza, Denilson, Jonathan Cafu entre outros, o zagueiro Rafael Toloi pode ser negociado para o futebol italiano. Sem recursos, o jeito é investir na base, queimando os jogadores.

Quando Ganso chutou o copo na frente de Osorio, o colombiano nada fez. Faltou comando, profissionalismo, e isso é algo inadmissível. O meia, que já foi considerado um craque, não consegue acertar um passe ou dar assistência. Com ele, o time é ruim. Sem ele, a situação piora.

Alexandre Pato pediu ao treinador para ser deslocado para a ponta-esquerda. Osorio atendeu ao pedido. Mas na partida de ontem, começou na direita, lado em que há improdutividade do atacante.

Osorio está na lista dos 50 melhores técnicos do mundo. Não é pouca coisa. Está no clube paulista, repleto de tradição e conquistas. O elenco é limitado. A falta da palavra de Carlos Miguel Aidar espanta o professor. E o futebol mexicano pode ser o novo destino, de acordo com o jornal do país.

Independentemente, é preciso ter paciência. Eficiente ou não, o colombiano quer mostrar serviço, causar intensidade e boa impressão. Tanto para a diretoria quanto para os treinadores e jogadores.

De forma geral, os grandes veículos de comunicação, em vez de apoiar um técnico estrangeiro, ficam pedindo o seu boné. Estranho comportamento. Os mesmos que pedem a saída, querem um técnico de fora para comandar a seleção brasileira (em letras minúsculas, mesmo).

Deixe o Osorio trabalhar, fazer o rodízio, com ou sem moderação. Cientista das quatro linhas. Um pouco de paciência não faz mal à ninguém.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Érika e Cristiane são apresentadas no PSG

Medalhistas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a meia Érika e a atacante Cristiane foram apresentadas, oficialmente, como as novas jogadoras do Paris Saint-Germain, da França. Érika assinou por duas temporadas. Já a atacante Cris, por apenas um ano.

O time parisiense terá com principal disputa, a Champions League Feminina, além da Liga Francesa e a copa da Liga da França. Na Liga dos Campeões da temporada passada, o PSG perdeu a decisão para o Frankfurt, da Alemanha.

A estreia das duas com a camisa do PSG ainda não está confirmada. A estreia na liga francesa ocorre no dia 30, contra o Rodez. Em sorteio realizado nesta manhã, o PSG conheceu seu adversário na primeira fase da Champions League Feminina. Será o Olimpia Cluj, campeão romeno.

Os confrontos de ida dessa fase serão jogados nos dias 7 e 8 de outubro; e a volta nos dias 14 e 15 do mesmo mês.

Tanto Érika quanto Cristiane esbanjaram empolgação ao falar dessa nova fase.

"Estou muito feliz por chegar a um time como o Paris Saint-Germain, que já possui grandes jogadoras. Quando recebi a proposta, vi uma oportunidade de viver uma nova aventura e ganhar troféus", disse a meia-campista.

"Quando jogamos pelo Paris, queremos necessariamente ganhar o Campeonato Francês, a Copa da França e a Champions League, que é a maior competição. Por isso que voltei para a Europa", comentou a atacante de 30 anos.

Érika teve uma pequena passagem pelos Estados Unidos, onde atuou pelo FC Gold Pride, em 2009. Já Cristiane, teve atuação na Alemanha, Suécia, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos. Ambas já atuaram no futebol brasileiro, quando, juntas, defenderam o Santos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Seleção do 1° turno do Campeonato Brasileiro

O primeiro turno do Campeonato Brasileiro teve seu fim na noite deste domingo. O Corinthians foi campeão simbólico, após vencer a sua partida contra o Avaí, por 2 x 1, destaque para o atacante Luciano, autor dos dois tentos. O Atlético-MG foi à Chapecó, e perdeu para a Chapecoense por 2 x 1.

O returno começará no próximo final de semana, uma vez que no meio desta semana teremos o início da Copa Sul-Americana, e da fase oitavas de final da Copa do Brasil.

Com isso, o Blog do Gabriel Dantas decidiu montar a seleção do primeiro turno. Confira!

Goleiro: Danilo Fernandes (Sport)
Lateral direito: Fágner (Corinthians)
Zagueiro: Jemerson (Atlético-MG)
Zagueiro: Pedro Geromel (Grêmio)
Lateral esquerdo: Renê (Sport)

Volante: Rafael Carioca (Atlético-MG)
Volante: Rodrigo Dourado (Internacional)
Meia: Jadson (Corinthians)
Meia: Cícero (Fluminense)

Atacante: Lucas Pratto (Atlético-MG)
Atacante: Alexandre Pato (São Paulo)

Técnico: Eduardo Baptista (Sport)

domingo, 16 de agosto de 2015

Arena das Dunas vai receber o Torneio Internacional de Futebol Feminino

O Torneio Internacional de Futebol Feminino terá a sua sétima edição no final de 2015. A primeira ocorreu em 2009, em São Paulo, no Estádio do Pacaembu. Até 2012, o campeonato aconteceu na cidade. Nos últimos dois anos, o torneio aconteceu em Brasília, no Estádio Mané Garrincha. Para este ano, um novo local foi escolhido.

Inaugurado em 2014, a Arena das Dunas, estádio de Natal, será palco dos jogos de quatro seleções. A participação da seleção brasileira é certa. Outras três seleções serão convidadas. O Brasil tem cinco títulos (2009, 2011, 2012, 2013 e 2014) e um vice-campeonato, em 2010, após empatar com o Canadá, que tinha feito a melhor campanha.

A arena, que tem capacidade para 42.024 pessoas, tem custo de manutenção anual que pode variar entre 10 e 14 milhões de reais, de acordo com a BDO Brazil. América-RN e ABC, principais clubes do Rio Grande do Norte, mandam seus jogos no novo estádio.

A partir das investigações sobre a Petrobras e o suposto envolvimento em corrupção pela operação Lava Jato, o grupo OAS pretendia colocar à venda 100% dos ativos. Mas a empresa ainda não comentou publicamente sobre o assunto.

A competição deve ocorrer entre os dias 8 e 20 de dezembro.

sábado, 15 de agosto de 2015

Com gol de Chu, São José vence Audax pela semifinal do Paulista Feminino

Após eliminar a Ferroviária na semana passada, o São José enfrentou o Audax Osasco, em partida válida pela semifinal do Campeonato Paulista Feminino. Sem a zagueira Sandra, coube a Bagé, recuperada de lesão, ser a liderança em campo.

O Audax começou melhor, investindo suas jogadas pelas laterais, com Juli. Patrícia Sochor, principal jogadora do time, ficou responsável pela criação no meio-campo. O time de Osasco tinha mais posse de bola, mas pouco finalizava ao gol defendido por Andréa Tovar. Emily Lima pedia mais marcação, porém espaços eram deixados.

O torcedor presente no estádio Martins Pereira perdeu a paciência com a volante Edna Baiana, pouco inspirada em campo, errando passes e comprometendo o setor defensivo. Após o pedido da torcida, a técnica Emily apostou em Mariana Pires. E o São José começou a ter meio-campo e marcação.

Aos 40 minutos, Mariana finalizou de longe, a goleira Monique desviou e a bola bateu no travessão, animando o torcedor joseense. Quatro minutos mais tarde, em jogada individual pela ponta-esquerda, a atacante Chu deixou duas adversárias no caminho, entrou em diagonal e finalizou no canto esquerdo da goleira osasquense. Um belo gol!

No segundo tempo, o jogo ficou mais aberto. O técnico Arthur Elias pediu mais ofensividade de suas atacantes, já que no primeiro tempo houve um marasmo no setor ofensivo. O São José buscava o segundo gol, mas faltava acertar o último passe.

Aos 24 minutos, Gabi Portilho foi substituída pela meia-atacante Carlinha. Pouco tempo depois, Emily colocou Paulinha e Karina Pelé, meia e atacante, respectivamente, para revitalizar a criação e o setor ofensivo da equipe.

Nove minutos mais tarde, o lance de maior polêmica da partida. Carlinha foi derrubada e no embalo, Karina Pelé, também. A torcida pediu pênalti, mas na interpretação da arbitragem, os dois lances foram normais.

Quase no fim da partida, Karina Pelé teve oportunidade para fazer o segundo gol, mas Monique defendeu. A partir daí, a equipe joseense apenas se preocupou em manter o resultado e garantir a vantagem do empate na próxima semana.

O jogo de volta está marcado para o próximo domingo, dia 23, às 16h, no estádio José Liberatti, em Osasco, já que o Audax tem a melhor campanha geral do campeonato.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio Martins Pereira, São José dos Campos
Hora: 10h
Motivo: Semifinal do Campeonato Paulista Feminino

Árbitro: Eleandro Pedro da Silva
Assistentes: Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo e Renata Ruel Xavier de Brito.

SÃO JOSÉ: Andrea Tovar; Raquelzinha, Gislaine, Bagé e Yasmim; Edna Baiana (Mariana Pires 40´/1º), Pepê (Paulinha 28´/2º), Monique Peçanha e Gabi Portilho (Carlinha 26´/2º); Alanna e Chu (Karina Pelé 31´/2º). Técnica: Emily Lima

AUDAX OSASCO: Monique; Leidiane, Ingrid, Suellen e Juli; Camila (Jackeline 37´/2º), Mayara, Maria e Patrícia Sochor (Juliana 30´/2º); Grazielle e Gabi Nunes (Marjorie 25´/2º). Técnico: Arthur Elias.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Emily Lima critica o mercado do futebol feminino: "Não sabemos vender o produto"

Emily Lima é uma técnica dedicada, esforçada e competente. Provou isso quando treinou a Juventus, quebrando a barreira e sendo a primeira mulher a comandar uma equipe. Passou pela seleção brasileira sub-15 e sub-17. Atualmente, comanda o São José. No clube desde janeiro de 2015, Emily busca títulos e quer que as suas jogadoras pensem nisso sempre.

Jogadora de futebol por 15 anos, sendo que quase oito dedicados ao exterior, e técnica há 5, Emily traz a experiência da ação dentro das quatro linhas e o trabalho na preparação das atletas de base. Nascida em São Paulo, em 29 de setembro de 1980, ela tem 34 anos, 20 deles dedicados ao futebol feminino.

Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, Emily comentou sobre a transição das quatro linhas para o comando técnico, criticou o mercado do futebol feminino e falou da expectativa do torcedor joseense.

Para os futuros leitores, quem é Emily Lima?
É uma pessoa com caráter e que ama futebol.

Quando começou a sua carreira no futebol?
Comecei com 13/14 anos.

Durante quase um ano, você jogou na Itália. Como foi a experiência?
Joguei 7 anos na Espanha e meia temporada na Itália. Experiência única, vivi esse tempo lá o que o masculino vive aqui no Brasil. Existe respeito e valorização. 

A transição de jogadora para a área do treinamento foi natural? Você fez algum curso para se especializar?
Foi natural, pois sabia que não poderia mais atuar como atleta, devido aos meus problemas físicos. Fiz cursos pra me especializar, pois via que só a experiência de campo não ia chegar ao auto-rendimento.

Você esteve no comando da Seleção Feminina Sub-15 e Sub-17. Como surgiu o convite?
O convite surgiu do coordenador técnico que acompanhava meu trabalho no Juventus da Mooca.

Agora estás no comando do São José. Qual a sua avaliação do grupo, uma vez que os recursos foram diminuídos?
Só tenho a agradecer esse grupo e toda diretoria pelo que vem fazendo e dando continuidade ao trabalho que vinha sendo feito.

Por que falta investimento no futebol feminino? Em sua opinião, esse déficit é culpa do Estado? A mídia também tem sua parcela de culpa?
Não sabemos vender o produto futebol feminino. Culpa de todos.

Qual a importância das Olimpíadas para o futebol feminino no Brasil?
No meu ponto de vista, nenhuma.

Como formar novas Formigas, Martas e Cristianes?
Não existe formar novas Marta,  Formigas etc...Temos que formar atletas de futebol que estejam preparadas para jogar uma Copa do Mundo em alto rendimento e Olimpíadas também. Alguém formou novos Pelés? 

Você sente as mesmas dificuldades e preconceitos agora como treinadora iguais ao que eram quando atuava como atleta?
As dificuldades são diferentes. E a época também é outra.

O que o torcedor do São José pode esperar no restante do Campeonato Paulista? E até onde o clube pode chegar no Brasileirão Feminino?
Pode esperar uma equipe guerreira, que não vai desistir nunca de seus objetivos. Treinamos sempre para ser campeãs.

Neste sábado, às 10h, o São José encara o Audax, pelo Campeonato Paulista. Jogo acontece no Martins Pereira, em São José dos Campos. É a primeira partida da semifinal. 

Palmeiras joga mal, perde para o Flamengo e apenas cumpre tabela no Brasileirão Sub-20

Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com
Na noite desta quinta-feira, no Martins Pereira, em São José dos Campos, interior de São Paulo, Palmeiras e Flamengo se enfrentaram. O Verdão vinha de derrota para o Fluminense na rodada anterior, e precisava de uma vitória para se manter na briga por uma vaga na próxima fase. Já o Flamengo, bastava o empate.

Porém, de forma convincente, o clube carioca venceu por 2 x 0, com gols de Cafú e Felipe Viseu. Agora, o Flamengo enfrenta o Fluminense, na próxima quarta-feira (19), às 15h, na Gávea. O Flu é o líder do grupo, com 13 pontos. Em segundo, vem o Rubro-Negro, com 12. Como apenas o primeiro colocado vai à decisão do Brasileiro Sub-20, o vencedor do duelo garantirá a classificação.

Também na próxima quarta-feira, o Alviverde duela contra o Vasco, apenas para cumprir tabela. Às 15h, enfrentam-se no estádio Los Larios, em Duque de Caxias.

O jogo

Assim que a bola rolou, o Flamengo partiu para o campo de ataque. Em menos de dois minutos, Thiago Santos teve duas oportunidades. A que levou maior perigo foi a segunda tentativa. Na saída do goleiro Daniel Fuzato, o atacante tocou rasteiro no canto direito, raspando na trave, e arrancando suspiros do torcedor flamenguista presente no estádio.

O Palmeiras não se encontrava em campo. Errando muitos passes, o Flamengo aproveitava para puxar contra-ataques, principalmente pelo lado esquerdo, com Marquinhos e Thiago Santos. Com o decorrer do tempo, a partida ficou mais equilibrada. O meio-campo das duas equipes não criava, e a bola era mal-tratada.

Se com a troca de passes não era a solução, a alternativa era a bola parada. E foi assim que o Flamengo chegou ao primeiro gol. Aos 33 minutos, Cafú, em linda cobrança de falta, abriu o placar para o time carioca. Foi o primeiro gol dele na competição. Após o gol, o técnico Zé Ricardo pediu mais intensidade dos seus jogadores. Queria mais gols. Porém a ordem não foi cumprida, e o foco foi a marcação.

O Verdão, apesar de mais posse de bola, não conseguiu furar o bloqueio adversário. Gabriel Leite, Marcos Coelho e Everton tentaram de longa distância, mas nenhuma das finalizações levou perigo à meta de João Lopes. Fim do primeiro tempo, e o placar seguia o mesmo.

Após o intervalo, o Palmeiras voltou com uma postura mais ofensiva. Laerte tentou, mas esbarrou na defesa do goleiro flamenguista. O rubro-negro procurava não se expor, para evitar a velocidade nos contra-ataques palmeirenses. Porém, após um erro na saída de bola palmeirense, Trindade puxou o contra-ataque e cruzou para a grande área. Felipe Viseu, de carrinho, aumentou a vantagem para o Flamengo.

Marcos Valadares, técnico do Palmeiras, gesticulava. Pedia mais atenção e intensidade de seus jogadores. Mas a equipe abusava dos erros e da lentidão. Pouco finalizou na partida. Foram oito tentativas, sendo que apenas duas foram em direção ao gol. Já o Flamengo, administrou nos minutos finais, e comemorou após o apito final.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Futebol de 5 e Futebol de Sete: entenda as adaptações e o funcionamento

Os Jogos Parapan-Americanos ocorrem em Toronto, no Canadá. O Brasil tem um desempenho fantástico. E o destaque vai para a Natação e o Atletismo. Porém, o Brasil mostra potência no Futebol.

Tanto nos Jogos Parapan-Americanos quanto no Paralímpico, o futebol é dividido em duas áreas - 5 e 7. O futebol de 5 é disputado em uma quadra que segue as medidas do futsal, com algumas alterações nas regras tradicionais. Já o de 7, o campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol.

Confira um pouco da história dessa modalidade:

Futebol de 5: História e favoritismo

Em 1978, foi organizado na cidade de Natal (RN), o primeiro campeonato da modalidade. Porém a modalidade só entrou para o programa dos Jogos Paraolímpicos em Atenas-2004. Antes, em 1998, o Brasil conquistara o primeiro Mundial, realizado em Paulínia, interior de São Paulo.

A seleção brasileira venceu todas as edições. Em 2004, vitória sobre a Argentina por 3 x 2. Em Pequim, 2008, a decisão foi contra os anfitriões chineses e nova vitória, desta vez por 2 x 1. Na última edição, Londres-2012, os rivais do Brasil foram os franceses. E confirmação do favoritismo. Vitória por 2 a 0 na decisão da medalha dourada.

Em 2007, no Parapan do Rio de Janeiro, o Brasil venceu a Argentina, e conquistou o primeiro título nos Jogos. O bi veio em Guadalajara, no México. Os rivais: sim, a Argentina. Vitória por 1 x 0. Em novembro do ano passado, a seleção comandada por Ricardinho tornou-se campeão mundial, no Japão, exatamente contra os nossos maiores rivais.

Classificações:

No Futebol de 5, existem três classificações:

B1
Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância

B2
Atletas com percepção de vultos

B3
Atletas que conseguem definir imagens

Como é praticado?

O futebol de 5 é exclusivo para cegos. As partidas normalmente são em uma quadra de futsal adaptada com uma banda lateral (barreira feita de placas de madeira, evitando que a bola saia em lateral, a não ser que seja por cima desta).

Cada time é formado por cinco jogadores: um goleiro, que tem visão total e quatro na linha, totalmente cegos e que usam uma venda nos olhos para deixá-los todos em iguais condições, já que alguns atletas possuem um resíduo visual (vulto) que dão, nesta modalidade, alguma vantagem a estes.

Cada seleção possui um Chamador, espécie de guia. Ele fica atrás do gol adversário, orientando a melhor jogada. Contudo, o guia não pode sair da área delimitada.

A torcida não pode se manifestar, já que a prática da modalidade deve ocorrer em um ambiente silencioso. A bola possui guizos. Daí a necessidade do silêncio durante o andamento da partida. Através do som emitido pelos guizos, os jogadores podem identificar onde a bola se encontra.

Regras:

Dois tempos de 25 minutos;
Intervalo de dez minutos;
Uma pequena área de onde o goleiro não pode sair para realizar defesa nem pegar na bola de 5 por 2 metros;
Após a terceira falta, é cobrado um tiro livre da linha de oito metros ou do local onde foi sofrida a infração;
Os jogadores são obrigados a falar a palavra espanhola "voy" ("vou" em português), sempre que se deslocarem em direção a bola, na tentativa de se evitar choques.

Desempenho no Parapan de Toronto:

Brasil 6 x 0 Chile
Brasil 3 x 0 Colômbia
Uruguai 0 x 4 Brasil


Hoje tem Brasil x Argentina, às 19h

Futebol de Sete:


Foi na cidade de Edimburgo, na Escócia, em 1978, que aconteceram as primeiras partidas para os jogadores que possuem paralisia cerebral, decorrente de sequelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais.

Em Barcelona (1992), o Brasil estreou nos Jogos Paralímpicos e ficou em sexto lugar. Na Paralimpíada de Atlanta (1996), a seleção brasileira ficou em penúltimo lugar. Quatro anos mais, em Sidney, medalha de bronze. E em Atenas, a medalha de prata.

Classificação:

O grau varia de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento físico. Quanto maior a classe, menor o comprometimento do atleta. Cada time deve ter sempre um jogador que seja C5 ou C6 em campo. Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor, ficando impossibilitados até mesmo de correr. Nesse caso, a posição mais ideal é a de goleiro.

Como é praticado?

O campo tem no máximo 75m x 55m, com balizas de 5m x 2m e a marca do pênalti fica a 9,20m do centro da linha de gol.

Cada equipe atua com sete jogadores (incluindo o goleiro) e cinco reservas. Os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral e não usam cadeira de rodas.

Regras:

Dois tempos de 30 minutos;
Intervalo de 15 minutos;
Não existe regra para impedimento;
A cobrança lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão.

Desempenho no Parapan de Toronto:

Brasil 7 x 0 Venezuela
Brasil 7 x 0 Argentina
Brasil 8 x 0 Canadá


Amanhã tem Brasil x EUA - Semifinal

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Leonardo Morais comenta sobre a segunda edição do Jogo Solidário: "Expectativa de casa cheia"

Leonardo Morais ao lado de Marcelinho Carioca.
Reprodução: Facebook
O Jogo Solidário foi um sucesso em 2014. Dez mil pessoas estiveram no Estádio Martins Pereira, em São José dos Campos, para recordar e prestigiar os craques do passado e do presente. Neto, Ademir da Guia, Biro-Biro. Ricardo Goulart, Léo Costa, e a despedida oficial de Renato Santiago, um dos maiores ídolos da história do futebol joseense.

E a segunda edição da partida beneficente irá ocorrer. Ao que tudo indica, será no dia 18 de dezembro (sexta-feira). Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, Leonardo Morais, organizador do evento, comentou sobre a expectativa. "A expectativa é de casa cheia, lotar o Estádio Martins Pereira, que possui capacidade para 12.500 pessoas", comentou.

Leonardo também falou do surgimento do projeto, sobre as vantagens de associar a marca ao jogo e de uma possível transmissão em um canal.

Como surgiu a ideia de promover o Jogo Solidário?
Isso surgiu através de um sonho. Eu acompanho o meu tio desde pequeno, quando ele era jogador de futebol. E, no ano passado, busquei fazer algo de diferente na cidade, já que nunca teve algo do tipo. E graças a Deus deu certo.

De início, qual era a sua expectativa?
A minha expectativa era de 5 mil pessoas, e conseguimos duplicar, atingindo 10 mil. O trabalho começou um pouco mais tarde, portanto a expectativa foi além do pensado.

Como você fez para trazer jogadores consagrados?
Busquei inspiração no meu tio. Não é um caminho fácil. E precisa ter contato. Se não tiver contato, eles não vêm.

E para a segunda edição, qual a sua expectativa?
A expectativa é de casa cheia. Pretendemos lotar o Martins Pereira, que possui capacidade para 12.500 pessoas.

Pretende superar a marca de 10 toneladas, atingida no ano anterior?
Com certeza. A tendência é que seja arrecadada 12,5 toneladas.

O que o torcedor pode esperar dessa nova edição?
Não posso adiantar nomes. Mas estou tentando trazer um craque, pentacampeão da Copa do Mundo.

Recentemente, você postou uma foto com o Sergio, ex-goleiro do Palmeiras. É um indício?
Não. Tenho um projeto com ele, mas se refere à outro negócio.

Quando os nomes dos participantes serão divulgados?
Dentro de 15 dias já terei a confirmação.

A data do jogo está marcada para o dia 18 de dezembro, sexta-feira...
Isso. Só estou aguardando a confirmação do Secretário de Esportes para confirmar a data. Haverá uma gincana, ou algo do tipo em dezembro, promovida pela Prefeitura, então dependo da confirmação do secretário.

A preparação será a mesma do ano anterior? Terá preliminar?
A preliminar não vai acontecer. E o Terceiro Tempo, como no ano anterior, está confirmado, porém será numa casa noturna, ainda sem definição do lugar.

Qual a importância de uma marca se associar ao Jogo Solidário?
Visibilidade, responsabilidade social, endo-marketing (marketing dentro da empresa). Essas são algumas das vantagens.

Há uma previsão dessa partida ser transmitida?
A gente está trabalhando com três emissoras de televisão. Tivemos proposta, e a análise da melhor proposta será feita.

Pode citar os nomes das emissoras?
Fox Sports, SporTV e ESPN. Dessas, a que está mais perto de fechar é a Fox Sports.

Deixe um recado para o torcedor
Espero a presença do público, e que este ano seja o melhor do que o primeiro, e que a meta de arrecadação seja atingida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Desabafo!

O ambiente do Jornalismo já foi melhor. Há 20 anos, um jornalista poderia escolher o braço da profissão que queria desempenhar. Hoje, com o mercado enxugado, o jornalista desempenha múltiplas funções. E será assim. Pode ser um bom redator, mas um péssimo diagramador.

O Jornalismo agoniza. Passa por um momento conturbado. Demissões em massa. Redações enxugadas. A crise mundial afeta muito.

Quando assisto documentários sobre o tempo de ouro que um dia a profissão já teve, o contraste é perceptível. Um dia desses fui visitar uma sede do jornal da minha cidade. Que desespero! Silêncio que gritava! Telefone estático, mudo. Meu Deus!

Os veículos impressos ficam marcados por tantos processos e tantas condenações. O veículo audiovisual empobrece em produção. A situação está difícil! Respiramos por aparelhos!

Algumas pessoas me questionam: por que você escolheu a profissão?. Sinceramente, não aguento mais esse tipo de pergunta. É clichê.

Porém, respondo: não foi a primeira opção. Queria, a princípio, fazer Direito. Sofri desta hesitação. Sempre me disseram que eu tinha uma habilidade para comunicar (mesmo sendo tímido). Sempre me disseram que eu tinha habilidade para escrever.

Minha escolha foi motivada pela curiosidade sobre o mundo. Ganhar bagagem cultural. Trabalhar em várias editorias, embora eu queira me especializar na área de esportes.

E não satisfeitas com a minha resposta, outra pergunta é feita: "você teve apoio?". Digo: Não! Fazer Jornalismo partiu de mim. E aconselho: não espere apoio de ninguém. Faça aquilo que você deseja. Ouça conselhos. Converse com alguém que já fez a graduação de que tanto deseja. Foi isso que fiz. Percebi que estava no caminho certo!

Precisamos de referências. Precisamos de investimentos. Precisamos de formação. Ainda bem que o diploma é algo exigido, porque o nível poderia ser pior do que estamos vivenciando.

Mas do que adianta estudar quatro anos, fazer especializações e cursos, sendo que ao ligar a TV você se depara com Gugu, Ratinho, Marcelo Rezende, Nicole Bahls, Sabrina Sato. Nossa! Que desânimo!

Eu acredito que o Jornalismo voltará ao seu auge. De forma diferente, é claro. As redes sociais e o crescimento do Jornalismo On line são provas reais.

Espero ver, novamente, aquela redação cheia. Espero ouvir o barulho do telefone. Espero que este ano (2015) acabe logo. E que os anos seguintes sejam melhores.

Que a notícia deixe de ser vulgar, superficial, decorrente de um jornalismo preguiçoso que estamos assistindo. Que o setor esportivo seja somente de notícias esportivas. Nada de fofocas, ostentação! Deixe isso para os vulgares!

E àqueles que me perguntam: por que o Jornalismo? Complemento: com grandes palavras e pequenas atitudes, eu quero mudar o mundo. O mundo da minha profissão. O mundo que será o meu futuro!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Maurício Noriega fala sobre o livro de Oswaldo Brandão, o seu novo projeto e de sua relação com Jota Júnior

Jornalista, comentarista e escritor. Esse é o perfil de Maurício Noriega, nascido em 1 de julho de 1967, na cidade de Jaú, interior de São Paulo. É um dos profissionais mais conceituados no meio esportivo brasileiro. Com mais de 20 anos de carreira e mestrado em Jornalismo Digital, Noriega é respeitado por onde passa.

Em 2009, lançou seu primeiro livro, Os 11 Maiores Técnicos do Futebol Brasileiro. Cinco anos depois, escreveu Oswaldo Brandão - libertador corintiano, herói palmeirense. E recentemente divulgou que o terceiro livro está para ser lançado.

"É sobre o Rivellino. O objetivo é tentar explicar porque Roberto Rivellino encantou gerações de torcedores e jogadores que o admiram mesmo sem tê-lo visto jogar (apenas em vídeo)", disse em uma rede social.

Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, o comentarista do SporTV contou alguns detalhes das suas obras já publicadas e de sua relação com Jota Júnior, uma vez que ele participará do documentário produzido por quatro alunos da Faculdade Cásper Líbero.

Há um ano você lançou o livro "Oswaldo Brandão - Libertador Corintiano, Herói Palmeirense". Como surgiu a ideia?
Surgiu em uma conversa com meu saudoso pai, Luiz Noriega, que era muito amigo do Brandão. Ele me ajudou a contatar a família do Brandão e a conseguir um farto material de pesquisa.

Quais foram as pessoas que você entrevistou?
Foram dezenas de pessoas, jogadores, ex-jogadores, familiares, dirigentes, jornalistas, gente do Brasil, da Argentina, do Uruguai.

Por que você escolheu escrever sobre ele?
Porque o considero uma das personalidades mais fascinantes do futebol brasileiro.

A repercussão foi positiva. Como você avalia os elogios?
Foi muito boa a recepção do livro, em especial num País que quase não lê, como o Brasil, e em uma área em que se lê menos ainda, o futebol.

Mas antes, em 2009, você escreveu "Os 11 Maiores Técnicos de Futebol Brasileiro". Qual foi o critério de escolha?
Avaliação de resultados e impactos como inovação, estratégia, longevidade, contando, principalmente, a partir da conquista da Copa de 1958 e do ano seguinte, 1959, quando foi realizado o primeiro torneio de âmbito nacional entre clubes no Brasil.

Qual foi o processo de produção utilizado para as produções dos livros?
Pesquisa, entrevista, checagem, o processo normal de uma produção de livro com viés jornalístico.


Já tem outro projeto em vista?
Em breve, provavelmente em agosto, lanço um livro sobre o Rivellino, um perfil do craque.







Recentemente, você participou do documentário sobre o Jota Júnior. Conte-nos alguns detalhes.
Na verdade ainda não gravei as entrevistas.

Quando você conheceu o Jota?
Conheci o Jota em 1987, quando meu pai e ele narraram os Jogos Pan-americanos para a TV Gazeta, num projeto especial, um pool de narradores. Fui acompanhar meu pai e conheci o Jota.

Qual foi a primeira transmissão feita com ele?
Não me lembrou ao certo o jogo, mas foi em 2002.

Como é o Jota dentro e fora das cabines?
Um grande companheiro de trabalho, amigo, parceiro, conselheiro, divertido, bom papo. Jotinha é uma companhia que todos da equipe querem ter em nossas transmissões e viagens.

Tem alguma história engraçada ou curiosa que vivenciou com o Jota?
Jota é uma grande figura. Um cara de uma tranquilidade sensacional. Certa vez, numa transmissão, um coordenador falou tanto que conseguiu a proeza de tirar o Jota do sério. Jotinha não teve dúvidas, tirou o fone de ouvido, narrou sem retorno, sem contato da coordenação, com a mesma categoria, até se acalmar por completo. No intervalo, pediu ao coordenador que o deixasse trabalhar pois sabia o que estava fazendo. Sem levantar a voz.

Qual a sua opinião sobre o mercado de documentários esportivos?
Temos muito material para ser pesquisado e pouca produção.

Para finalizar, qual seu melhor momento como jornalista? E pior? O que espera do futuro?
Espero que o pior já tenha passado há bastante tempo para eu não me lembrar e que o melhor ainda esteja por vir.

sábado, 1 de agosto de 2015

A Outra Face do Gol: documentário que retrata a grandeza de Jota Júnior

Reprodução: Facebook
Documentário é uma representação da realidade. Conta a vida e a obra de um artista, personalidade ou de um narrador. Um narrador que nasceu na cidade de Americana, no interior de São Paulo, e que conquistou o Brasil com a sua voz marcante. Humilde, simpatia, grandiosidade. O legado de Jota Júnior.

Cada narrador segue um estilo próprio quando está transmitindo uma partida de futebol, e tudo isso serve para passar para o ouvinte ou telespectador, o sentimento dos torcedores, jogadores. E o Jota consegue ultrapassar.

A descrição não apenas do gol, mas de reações da torcida, os detalhes da jogada, a alegria do povo. É de arrepiar qualquer apaixonado por esporte e transmissão esportiva!

Foi percebendo essa importância de Jota no cenário esportivo, que quatro alunos da Faculdade Cásper Líbero resolveram fazer um documentário que tivesse como  relevância a memória do esporte, especificamente o futebol.

Por meio de sua carreira profissional e suas histórias de vida, Beatriz Cesarini, Gustavo Amorim, Leonardo Levatti e Victor Lopes decidiram embarcar na viagem histórica do atual narrador do SporTV.

Em entrevista por telefone, Leonardo Levatti, um dos responsáveis pela idealização do projeto, conta como surgiu a ideia de produzir esse especial, o primeiro contato com o narrador e a importância do documentário A Outra Face do Gol.

No momento de iniciar o projeto de um documentário, quais são os principais pontos que devem ser levados em consideração?
Não partimos da certeza de que seria um documentário, e sim de um tema. Depois, vimos que a melhor plataforma para colocar esse tema em prática seria o documentário. Partimos da biografia do Jota Júnior e o seu trabalho está voltado para o apelo audiovisual, que é a transmissão televisiva, embora ele tenha feito parte do rádio. A partir disso, pensamos como seria o desdobramento desse documentário. Então, o primeiro ponto foi concluir que iríamos contar a história, pessoal e profissional, do Jota. Uma quase biografia audiovisual. 

Como surgiu o projeto de fazer um documentário sobre o Jota Júnior?
No primeiro momento, desde que entrei na faculdade, queria falar sobre a narração esportiva, pois pretendo seguir essa carreira. Aí surgiu a ideia de falarmos de um narrador esportivo. Vários nomes da TV Globo foram citados, como Galvão Bueno, Cléber Machado, Luís Roberto. Como estagiava na emissora, quis fazer sobre o Jota Júnior, porque eu o conheci nos corredores. De início, comecei esse projeto com o Victor Lopes, que também pretende ser narrador. Mas depois puxei mais duas pessoas que gostavam de esportes em geral. E a galera aceitou. E o Jota é um cara muito acessível, que te abre espaços. Pensando nisso, quis levar para o lado pessoal, pois as pessoas conhecem apenas o narrador Jota Júnior devido à sua competência. Ele é um exemplo além das transmissões. Um exemplo a ser seguido. 

Leonardo conta uma história que merece ser registrada: 

"No Ensino Médio, eu tinha um professor de História chamado Fred. Como eu queria, e ainda quero, ser narrador, falei para ele da minha paixão. E o meu professor conhecia o Jota Júnior. Então, ele passou o meu contato para o Jota. E no primeiro ano de faculdade, o Jota me ligou, dizendo que eu seria um grande profissional. Uma prova de generosidade. Um ser humano fantástico"

Qual foi a reação do narrador em saber que vocês queriam homenageá-lo?
O Jota reagiu de forma honesta, simples e generosa de sempre. Ele agradeceu o convite, ficou feliz e topou participar do documentário. E costumo dizer que não há nenhuma dificuldade em entrar em contato com o Jota. A gente consegue tirar todas as nossas dúvidas com ele. Muito humilde! 

Celso Unzelte é o orientador deste projeto. De que forma ele está contribuindo para a realização do trabalho?
O Celso é um cara do ramo. E, além do apoio, através de sua experiência, ele adverte, dependendo do entrevistado, a maneira correta de se fazer. Ele evita ao máximo que erros aconteçam. Conversamos muito sobre recortes, roteiros, detalhes. Ele é incentivador, pensa alto e nos faz pensar alto. 

Quando será a apresentação do documentário? As pessoas terão acesso?
Não podemos esquecer que é um projeto de TCC. Será apresentado à banca no final deste ano. E temos um compromisso em apresentar um trabalho à altura. De prático, o conteúdo será colocado no Youtube e a divulgação será feita através das redes sociais. Queremos que o público conheça a pessoa Jota Júnior, o seu legado. 

Após o documentário, qual o próximo passo? Pretendem escrever um livro, por exemplo?
É uma pergunta bacana, mas ainda é cedo para responder. Estamos focados para fazer o melhor documentário possível. Portanto, nem conversamos a respeito de escrever um livro.  

Milton Neves, Rogério Assis, Maurício Noriega são alguns dos entrevistados. Dá para adiantar alguma história curiosa que eles contaram?
Tem uma curiosidade (risos). Mas não vou contar quem divulgou. Alguns de nossos entrevistados afirmaram que o Jota Júnior é confundido com o Milton Leite. E o Jota reage da forma mais natural possível, dando risada. Foi uma coisa que nos chamou atenção. Tem, por exemplo, a Copa do Mundo da Argentina, em 1978. O narrador trabalhava na Rádio Gazeta AM e passou por algumas dificuldades. O desfecho deixarei para o documentário.

Vocês foram à Americana, cidade natal do Jota. Conte-nos um pouco dessa viagem. 
A cidade é super receptiva, acolhedora e tranquila. Quase pacata. A rigor, passamos lá cerca de três dias. Conversamos com os três filhos do narrador, amigos de infância, além dos primeiros contatos profissionais do Jotinha. Não resta dúvida: Jota Jr é o cara de Americana! Não há quem não o conheça e não há quem não reconheça sua importância!

Para vocês, qual a importância deste trabalho?
Este trabalho tem uma contribuição gigante, seja para qualquer pessoa. Para quem é amante do esporte, é um exemplo prático do campo esportivo, na locução. O grande propósito é contar a história dessa figura que é respeitada. Queremos mostrar a importância deste ícone esportivo! 

Deixe uma mensagem para quem pretende fazer um documentário na faculdade e para quem admira o trabalho do Jota Júnior. 
Para quem quer fazer documentário, saiba que o caminho é longo, extenso. Porém é proporcional ao seu desejo. Se você quer contar a história de forma profunda, fiel à história do perfilado, prepare-se: roteiros, edições, entrevistas. Agora, se você quer fazer um quase superficial, é claro que em tempo e logística, você tenha um ganho. Mas o material não colherá uma semente. Em suma, corra atrás. Dedique-se. Agora, quem admira o trabalho do Jota, parabéns! Porque o trabalho do Jota é de fato admirável. Um dos mais expressivos que temos no mercado. Querido e respeitado por todos! O Jota Júnior é fantástico! 

O tempo do documentário está estimado em 50 minutos. Os narradores Cléber Machado e Milton Leite também participarão do projeto. 

Perfil dos integrantes:

Beatriz Cesarini: Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Tem 22 anos, apaixonada por esportes. O sonho, que já começou a ser realizado no período em que trabalhou na gazetaesportiva.net, é ser jornalista esportiva.

Gustavo Amorim: Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, 22 anos, e esportista desde os tempos que dormia no berço. Adora assistir, participar e interagir em qualquer modalidade e vê o esporte como uma das ferramentas para uma sociedade mais justa.

Leonardo Levatti: Estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Sonhador por essência, sua meta é ser narrador esportivo ou apresentador. Passou pelas rádios Jovem Pan, Nova Difusora de Osasco e Gazeta AM. Trabalhou na TV Gazeta e na TV Globo. Alegria e simplicidade, foco e fé!

Victor Lopes: Estudante de Radiojornalismo na Faculdade Cásper Líbero, 20 anos e criativo. Apaixonado pelos mais variados esportes. Tentou ser jogador, mas não tinha potencial. Respira o futebol, graças a seu pai. Em 2013 e 2014, narrou pela Gazeta AM o Campeonato Brasileiro das Séries A e B. Sonha em ser narrador esportivo de uma grande emissora de televisão. Bom-humor e hiperatividade fazem parte do seu dia a dia.

Perfil do homenageado:

Nome completo: José Francischangelis Júnior
Nascimento: 7 de dezembro de 1948 (66 anos)
Cidade: Americana
Emissora atual: SporTV