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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Rogério Correa relembra histórias e fala do lado "artístico"; confira entrevista


Rogério Corrêa em participação no Redação SporTV
Rogério Corrêa é um dos principais nomes da locução esportiva no país. Com 15 dedicados ao Grupo Globo, ele se consolidou como a voz do futebol mineiro. Tem passagem pela TV Alterosa, afiliada do SBT em Belo Horizonte, canais PSN, nos Estados Unidos e TV Bandeirantes.

O que pouca gente se recorda é que ele já esteve à frente da bancada do Redação SporTV, teve que superar a timidez para ficar frente às câmeras. Além disso, também é escritor e pintor nas horas vagas, sempre colocando a sua pintura nas redes sociais.

Em um bate-papo muito legal, Rogério relembrou histórias, contou bastidores de transmissões, analisou o momento dos clubes mineiros e também comentou a respeito da Seleção Brasileira.

Confira!

Para início de entrevista, gostaria que você se apresentasse. Quem é Rogério Corrêa? 
Sou mineiro. Nasci em Resplendor-MG, mas fui criado, estudei, me formei e comecei a trabalhar em Juiz de Fora-MG.


Como e onde foi o pontapé inicial da sua carreira como jornalista e narrador? 
Comecei em Rádio, em Juiz de Fora - na Rádio Sociedade, atual Rádio Solar. Passei para a TV. Trabalhei no SBT, na Band, na PSN nos EUA... Sou jornalista há mais de 30 anos - metade deles como narrador esportivo da Globo. Na TV Globo de Juiz de Fora, comecei a narrar uns compactos. Depois, passei a narrar jogos ao vivo no SBT de BH.

Ser narrador sempre foi sua primeira opção? 
Tudo foi acontecendo aos poucos. Queria ser repórter de Rádio. Depois, repórter de TV. Depois, narrador de TV...

Conte-nos como foi a sua chegada à TV Globo. Foi rápido o processo de adaptação? 
O início é sempre difícil. O primeiro ano, especialmente. Comecei como repórter de geral na Globo de Juiz de Fora, aos 22 anos, cobrindo esporte, cultura, política, economia, buraco de rua... tudo ao mesmo tempo. Foi um aprendizado.

Atualmente, você é um dos principais nomes da narração esportiva. Ter esse status aumenta a pressão sobre o trabalho? 
A responsabilidade é sempre grande. Não podemos tomar o tempo das pessoas impunemente. É preciso fazer o melhor para o telespectador.

Rogério se preparando para mais uma transmissão
Como é a relação com as torcidas mineiras? As pessoas te abordam bastante nas ruas? 
Sim. Bastante. Em 99% dos casos, as pessoas são muito carinhosas. Adoro trabalhar para o torcedor mineiro. O torcedor é a razão do nosso trabalho. 

2013 e 2014 foram anos especiais para o futebol mineiro. Relatar títulos importantes, tanto de Cruzeiro e Atlético-MG, também os credenciam como os principais anos da sua carreira? 
A década em si está sendo especial. Será lembrada como a década de ouro do futebol mineiro pelos títulos importantes do Atlético, do Cruzeiro e do América. Estou só tendo o privilégio de relatar. Os protagonistas são os craques e as torcidas. 

Rogério Correa, Paulo Cesar de Oliveira e Juninho Pernambucano:
transmissão de uma partida da Copa do Mundo
Uma das transmissões mais comentadas é a Batalha dos Aflitos. É possível contar os bastidores? A chegada ao estádio, as dificuldades na transmissão? 
Era para ser um jogo importante, como vários outros. Mas foi épico. O estádio encheu cedo. Tentei descrever o turbilhão de coisas que estavam acontecendo. Foi um jogo atípico, envolvendo dois clubes de torcidas apaixonadas: Náutico e Grêmio. O Grêmio, mesmo com quatro jogadores expulsos, venceu. E, depois do jogo, lembro que fiquei cinco horas só pensando em tudo o que aconteceu. Não conseguia tirar o jogo da cabeça.

Você foi o narrador responsável pela primeira transmissão esportiva na web. Partida entre Minas x Suzano, pela Superliga de Vôlei. Narrar para a internet é diferente? Conte-nos sobre esse confronto.
Isso foi em 2009.  Foi uma grande novidade para a época. O time da Globo estava à frente do tempo. Mobilizamos toda uma estrutura de TV para fazer um jogo para o globoesporte.com. Junto com o Emanuel Castro e a Rosane Araújo, responsáveis pela transmissão, comemoramos muito o pioneirismo do evento, que tive o privilégio de narrar. Só agora, dez anos depois, isso começa a virar algo mais comum. E, dez anos, em termos de tecnologia, &e acute; uma eternidade. Tenho orgulho de ter participado, com os demais colegas de transmissão.

Dentre tantas coberturas esportivas, você tem participação direta em Olimpíadas e Copas do Mundo. O preparo é diferente? A responsabilidade é maior? 
A preparação é muito maior. São muitas modalidades e delegações. Mas a responsabilidade é a mesma. Sempre.

Uma transmissão especial, aquela que você se recordará por muito tempo. Tem alguma? 
A Batalha dos Aflitos. Toda hora vem um amigo falar. 

Apresentar o Redação SporTV: como foi essa experiência? Li que você era tímido e fez aulas de teatro para “quebrar esse gelo”... 
É verdade. Era muito tímido. Mas hoje acho que muita gente já teve esta fase. Faz parte do amadurecimento. Apresentar o Redação foi uma honra. É um programa que vejo diariamente.

Rogério na apresentação do Redação

Além da narração, outro dom seu se dá no mundo da arte. Essa paixão pelo desenho começou em qual momento? 
Sempre desenhei, desde muito pequeno... A diferença é que agora estou postando nas redes sociais (risos). Agradeço a quem está prestigiando e curtindo. Faço desenhos a lápis, nanquim, aquarela, guache... essas coisas. 

“Uma escola em jogo” é o livro que você publicou em 2016. Qual foi o intuito de escrever sobre as modalidades? Imagino que tenha um lado social nisso... 
O objetivo foi incentivar a prática esportiva. O Esporte é um grande auxiliar na educação e na melhoria da saúde. O "Uma escola em jogo" também fala sobre o incentivo à leitura, outra coisa que considero fundamental. 

Nesse tempo de vida dedicada ao esporte, tem uma história curiosa ou engraçada? 
Várias. Numa transmissão em Nova Lima, jogaram spray de pimenta na torcida. Em pouco tempo, o cheiro chegou forte à cabine. A garganta e os olhos ardiam. Todo mundo ao meu lado foi embora, um a um. Comentaristas, técnicos... Fiquei sozinho na cabine, falando e passando mal. Rsss. Agora, é engraçado.

Homenagem ao Maestro Junior, por Rogério
Correa
O que Rogério Corrêa gosta de fazer no seu momento de lazer?
Desenhar, ler e... brincar com meu filho.

Ano de Copa América: o que esperar da Seleção Brasileira após a Copa do Mundo e amistosos que não agradaram tanto?
O Brasil é uma potência do futebol e sempre pode se reerguer, de uma hora para outra. Espero o melhor na Copa América. 

Qual sua expectativa para o futebol mineiro em 2019? 
Acho que Cruzeiro e Atlético vão lutar por títulos em campeonatos importantes. E o América tem time para voltar à Série A.

Para finalizar, qual dica você daria para quem almeja ser narrador? 
Estudar muito. O mais importante é escolher algo que você gosta e que, ao mesmo tempo, que te dá perspectiva. Comigo, deu certo. Gosto muito de trabalhar com esporte e de atender ao público. Vou feliz para o trabalho todos os dias.


Entrevista efetuada via e-mail. Quero agradecer ao jornalista pela atenção para com o blog.