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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Guerrero decepciona. Porém as críticas não são justas, já que 2015 é um ano de testes

Paolo Guerrero chegou com status de craque e decisivo no Flamengo. Os torcedores e a diretoria depositaram a confiança no atacante. A seca de gols agora estava resolvido com a sua chegada. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Em 14 jogos disputados com a camisa Rubro-Negra, Guerrero anotou quatro gols e deu três assistências. O investimento de R$ 900 mil mensais já entra em xeque pelos torcedores e pela própria diretoria. Será que valeu a pena?

Os envolvidos na negociação já mostraram que não perdoam o elenco pela campanha irregular na competição. Afinal, tem um jogador caro nesse pacote. O peruano foi a principal contratação do clube para esta temporada e a responsabilidade é enorme. Kayke, atacante de custo bem menor, e contratado para ser o centroavante reserva, tem números mais favoráveis — quatro gols em oito jogos.

As críticas ao Guerrero são válidas, afinal é um atleta que tem notoriedade, e a sua carreira badalou quando estava no Corinthians, fazendo o gol contra o Chelsea, que resultou no título do Mundial de Clubes em 2012. Porém, essas críticas, não são justas. Ele está numa fase de aprimoramento, junto com Oswaldo de Oliveira. O seu rendimento em campo só vai melhorar a partir do ano que vem. Temos que ser sensatos. E vale recordar que Guerrero vem de uma lesão, ou seja, a parte técnica e física ainda não está 100%, fazendo com que haja um sacrifício por parte do peruano para estar apto.

E temos que analisar as suas atuações nos confrontos. Contra o Internacional e Corinthians, ele jogou isoladamente no setor ofensivo. Não tinha um companheiro que tivesse o mesmo raciocínio, e isso dificulta bastante.

Ele precisa dominar, escorar no zagueiro, enxergar a melhor opção, tentar o passe. Perde-se tempo e o zagueiro adversário consegue dar o bote no atacante. Ou seja, falta um jogador que o auxilie. Penso que Guerrero e Kayke seria uma boa opção no atacante flamenguista. Versatilidade, velocidade e marcação-pressão. Oswaldo precisa acertar esse quebra-cabeça.

Mas fique tranquilo: o amor ainda não acabou. As partes envolvidas tentam fazer a conciliação.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Não basta apenas convocar. O maestro precisa reger a seleção brasileira

O técnico Dunga convocou os 23 jogadores que farão parte dos jogos contra Argentina e Peru, válidos pelas Eliminatórias da Copa da Rússia. A grande novidade foi a escalação de Cássio. Mas quero falar do maestro. 

Renato Augusto é o melhor jogador do Corinthians neste Campeonato Brasileiro. E consequentemente, pelas suas atuações, merece estar na lista de relacionados. 

Porém, faço a seguinte pergunta: do que adianta convocar, se não vai escalar? Para os jogos iniciais (contra Chile e Venezuela), o camisa 8 do Timão sentiu o sabor do banco de reservas. Algo impensável. 

Renato é hoje um jogador diferente daquele que foi o maior destaque do Flamengo na conquista do bi-campeonato na Copa do Brasil. Aprendeu a jogar de forma mais coletiva, pensa melhor o jogo. E a seleção brasileira é carente de um meia que possui essas características. Oscar é um parasita em campo. Nem merecia ser convocado. 

Elias, Renato Augusto e Lucas Lima. Trio ideal para os confrontos de novembro. O "renascimento" do meia que passou quatro anos na Alemanha (jogando no Bayer Leverkusen) se deu mesmo após a conquista da Recopa Sul-Americana pelo Corinthians. Foi ali que ele provou que era um jogador diferenciado e que poderia ser útil novamente vestindo a camisa amarela. 

Dunga precisa ter coragem para deixar Oscar e Willian no banco de reservas. O maestro quer e precisa reger a frágil e sem sintonia seleção brasileira. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Lucas Pratto na seleção brasileira? Eu convocaria

O atacante argentino Lucas Pratto, que atualmente está no Atlético-MG, não descartou a possibilidade de defender a seleção brasileira. Ele cita como "mais do mesmo" o ataque da Argentina.

Com 27 anos, ele é um dos destaques do Campeonato Brasileiro. São 12 gols marcados. E um detalhe: nunca perdeu um pênalti na carreira.

Ao lado de Ricardo Oliveira, do Santos, e Neymar, do Barcelona, a seleção brasileira ganharia muito em qualidade. Atualmente, a seleção vive uma fase de carência do estilo homem-gol. E Lucas Pratto se encaixa nesse perfil.

Se o seu pai ou sua mãe biológicos tiverem nascido nesse país, Lucas Pratto conseguiria defender a seleção já quando estivesse com a naturalização oficializada. Caso contrário, apenas em 2020. Isso faz parte de um Estatuto criado pela Fifa, em abril deste ano.

Em 2020, Pratto estaria com 32 anos. Idade boa ainda para jogar. Mantendo a forma e a boa fase, que mal tem ele defender a seleção brasileira?

É difícil encontrar um atacante brasileiro tão eficiente como esse argentino. Além de ter bom posicionamento na área para balançar as redes, ele é solidário, dá assistência, ajuda no meio-campo. Querem mais o quê?

E outra: o Brasil precisa quebrar alguns paradigmas. Só porquê ele é argentino?! Quando o Thiago Alcântara se naturalizou espanhol, a imprensa de lá não criticou. Pelo contrário. Aprovou, até porque ele é um dos melhores meias.

Depois de Ronaldo Fenômeno, não tivemos nenhum 9. Pratto é esse cara. Eu convocaria.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cinco fatores provam que Seleção Olímpica é melhor que a principal

Rogério Micale é técnico da Seleção Olímpica (Foto: CBF)
A Seleção Sub-23, ou Olímpica, fez dois amistosos preparatórios. Contra a República Dominicana, na última sexta-feira, 9, os comandados de Rogério Micale venceram por 6 a 0. Nesta segunda-feira, 12, nova vitória, dessa vez sobre o Haiti, por 5 a 1. O primeiro duelo foi mais fácil, com amplo domínio brasileiro e abusando da criatividade no setor ofensivo. Já contra os haitianos, a dificuldade foi maior, levando-se em conta a forte marcação.

Ao contrário do que vem sendo dito e escrito, penso que os onze gols marcados devem ser levados em conta. Mas não se pode dizer que é o fator principal. Isso é apenas um detalhe. O que deve ser enfatizado é o estilo de jogo do Micale e suas características, que provam que essa seleção de meninos é bem superior à principal. Veja os motivos:

Linha alta:

No Mundial Sub-20, ele já havia feito a equipe jogar com com goleiro e zagueiros adiantados. O resultado: alcançou o vice-campeonato da competição, perdendo para a Sérvia. A ideia é simples: compactar o time e tirar o espaço do adversário. Aplica o estilo atualmente jogado na Europa. E na seleção principal, o que vemos? Na linguagem popular, é um Deus nos acuda. Zagueiros dão espaços, não conseguem interceptar e deixam os atacantes adversários livres para balançar a rede. Vimos isso contra a Alemanha, na Copa do Mundo; Copa América; e recentemente contra o Chile. É muita desorganização.

Toques rápidos e movimentação:

Com Micale, não tem essa filosofia de chutão. Ele trabalha com os jogadores aproximados, facilitando a mobilidade e, consequentemente, a velocidade para puxar os contra-ataques. Isso ficou perceptível no amistoso contra a França, em setembro, e nesses dois últimos amistosos. Para que isso tenha qualidade, Rogério distribui a equipe com Walace, Luan, Kenedy e Valdívia. Já a seleção principal não tem um meia talentoso, que pense o jogo. Lucas Lima poderia ser esse cara, porém Dunga utiliza Elias, que tecnicamente é um jogador mais lento.

Conformados com o desempenho?

A seleção principal vive um problema crônico. Parece que a cada resultado ruim ou desempenho fraco é visto como normal. Os jogadores do atual elenco do Dunga são indiferentes, cabisbaixos. Sentimento ruim ou má-vontade? Difícil resposta. Pela seleção sub-23, vemos o oposto. Uma equipe que quer beirar o fantástico, a melhor formação e aperfeiçoamento. O comportamento da partida de hoje foi extremamente diferente da anterior. Utilizou uma marcação por pressão diferente, abusou do toque de bola, da paciência e dos dribles. Diferença técnica e comportamental. Micale prioriza a ideia que tenta implantar.

'É preciso reavaliar todo o futebol brasileiro'

Rogério Micale é bem crítico com relação ao atual momento vivido pelo futebol brasileiro. Ele prega que o futebol praticado aqui parou no tempo há anos, e que precisa avançar se quiser conseguir sucesso no futuro. E mais: é bem enfático ao dizer que as pessoas envolvidas diretamente não querem mudanças. Já o técnico que dirigiu uma equipe em toda a sua "carreira", diz que nem tudo está errado e que não há necessidades de mudança. E o 7 a 1? Vexame na Copa América? Significaram o quê?

Atenção às potências da base, e não mercado sujo do futebol:

O trabalho do Micale é difícil: acompanhar os jogadores da base, tanto do Brasil quanto da Europa. Mas uma coisa deve ser salientada: o técnico do Mundial Sub-20 não se preocupa com jogadores que estão, literalmente, do outro lado do mundo. As potências são o Brasil e os países europeus. China, Emirados Árabes? Que nada! Rogério aposta nos nomes que podem configurar num bom desempenho nos Jogos Olímpicos e, por isso, merece a confiança do torcedor. Só falta o Dunga querer se ajudar. As informações, os conhecimentos e o contato, ele tem.

É um alento para o futebol brasileiro ter ideais modificados por um técnico que era visto com certo olhar de preocupação.

E mais: torço para que Dunga seja demitido imediatamente. Mas se a CBF julgar melhor a permanência dele, o melhor a se fazer é....sentar e chorar. Porque nunca vi uma seleção que joga com medo, como essa.

domingo, 11 de outubro de 2015

Ti-Ti-Ti-Te-Te-Te, vem logo Tite!

Será que o alto patamar da CBF tem assistido aos jogos de seus funcionários? Será que Dunga assiste ao VT das partidas e ainda permanece com a tese de que a seleção brasileira vem tendo boas atuações? Sério, não dá. Dunga não serve para comandar um clube, quanto mais uma seleção. Impossível.

Pior que o Dunga, acredito que seja o Sebastião Lazaroni, responsável por uma campanha pífia na Copa do Mundo de 1990. O atual técnico da seleção não tem planejamento tático, estratégias, inteligência.

O ideal para arrumar essa bagunça é ele: Tite. O comandante do Corinthians é inteligente e muito metódico. Ele tem o seu código de conduta que não abre mão. Conhecimento, riqueza, profissional, atento.

Em outubro de 2014, enquanto poderia estar em casa, relaxando, decidiu se reciclar. Foi acompanhar o trabalho de Carlo Ancelotti, então treinador do Real Madrid. Ele esperava receber convites para trabalhar no Brasil, depois de ver frustrado o seu plano de dirigir a seleção brasileira.

Com Carlo Ancelotti, Tite aprendeu mais sobre o esquema tático 4-1-4-1, que tanto sucesso fez na Copa do Mundo de 2014. Aprendeu sobre o sistema de um departamento que mede a qualidade dos jogadores, a preparação.

Pela Flórida Cup, competição realizada nos Estados Unidos em janeiro deste ano, fez a lição. Adotou sistemas de jogo poucas vezes utilizado na vitoriosa passagem anterior. Jogou com um volante à frente dos zagueiros, atrás de dois meias compactos, além de dois atacantes abertos pela esquerda e um centroavante. Que inteligência!

Os resultados vieram com o tempo. Invencibilidade, melhor equipe do Brasil. A derrota e o vexame para o Guarani-PAR merece ser dita aqui. Foi com o erro que o melhor técnico deste país aprendeu a valorizar mais a posse de bola e sempre procurar a meta adversária. Não é necessário recuar.

Diferentemente de Dunga. Não fez reciclagem. Esperou a chance cair no seu colo. Agarrou com todas as forças. E vexames possíveis. Fiasco na Copa América. Ainda bem que foi eliminada pelo Paraguai. Se passasse enfrentaria a Argentina, e a pancada seria mais dolorosa. E justa.

Veio as Eliminatórias. A seleção que botava perigo, hoje é ameaçada por qualquer outra, Ninguém mais respeita a amarelinha desbotada. Esqueça! O primeiro jogo foi contra o Chile, nessa quinta-feira. A derrota era um resultado já esperado, antes mesmo da bola rolar. Atual campeã da Copa América, base mantida, foco no trabalho, competência. E o fato foi consumado. Derrota por 2 a 0 e gritos de 'olé'. Que baile, e poderia ter sido cinco ou até seis.

Torcedores chilenos presentes no estádio entoaram brava e euforicamente o famoso cântico "Chi-Chi-Chi-le-le-le-viva-Chile", que foi criada por um estudante de 20 anos, em 1933, a bordo de um barco. Hoje é um hino popular.

Aposto no cântico "Ti-Ti-Ti-Te-Te-Te, vem logo Tite", para que as humilhações e vexames não aconteçam e que a identidade da seleção brasileira volte a ser como já fora um dia. Com Dunga, a vaga na Copa da Rússia, em 2018, fica ameaçada.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Gabriel Jesus não precisa ser craque

O talento e a habilidade são inegáveis. Gabriel Jesus prova que será um dos grandes nomes do futebol brasileiro. Mas ser um grande nome não significa ser, necessariamente, um craque. Calma, garoto! Na partida deste domingo, contra a Chapecoense, o camisa 33 teve várias oportunidades para balançar a rede adversária. Mas, em vez de chutar, preferia o drible, estilo bonito, categórico. Não precisa!

Jogador tem que ser eficiente. Ele é muito novo para querer ser um novo Neymar, embora ele próprio tenha rejeitado esse rótulo. Mas a comparação também é inevitável. Gabriel Jesus tem que fazer o simples. Logo, logo será negociado para algum clube europeu, ganhará fama, o valor de passe subirá, marketing. Tudo isso é envolvido.

Mas como ele jogará em um grande time europeu, sendo que abusa em algumas jogadas, perde bolas fáceis, se irrita quando não recebe a bola? Não é assim, Gabriel! Tenha a sua personalidade. Faça o mesmo estilo que te consagrou. No Sub-17 e na Copa São Paulo deste ano.

Contra o Cruzeiro, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil, provou que poderia ser o Messias. E não Messi. Mostrou no Mineirão a patente de um jogador talentoso. Mas vai ser grande jogador se tiver um bom orientador, apoio da família e, principalmente, ajuda psicológica.

E, sinceramente, as más exibições contra São Paulo e Chapecoense já são necessárias para que Marcelo Oliveira o coloque por um tempo no banco de reservas.

sábado, 3 de outubro de 2015

Osorio, vá ser feliz no México

Não há mais clima para Juan Carlos Osorio ficar no Brasil, especificamente continuar no comando do São Paulo. Com jeito simpático e inovador, fruto do seu trabalho no Atlético Nacional, da Colômbia, Osorio veio para o Brasil. Carlos Miguel Aidar, presidente do Tricolor Paulista, o chamou. Ele aceitou.

A promessa de um time competitivo, forte para brigar por títulos não aconteceu, apesar da equipe estar na semifinal da Copa do Brasil e ter eliminado Ceará e Vasco. A posição na tabela do Campeonato Brasileiro ainda não agrada. Nem mesmo a fantástica vitória sobre o Grêmio, em Porto Alegre, foi capaz de renovar as esperanças.

Não há jeito. Osorio, seja feliz no México. Implante o seu modelo e conquiste a vaga para a edição da Rússia. Lá, haverá a valorização do treinador estrangeiro. Não é igual aqui. Há preconceito, visão deturpada.

Tanto o treinador colombiano como os diretores da Federação Mexicana não se reuniram ainda para discutir o contrato. Mas a proposta existe. Está fundamentada. E o projeto é para ser a longo prazo. Então, aceite o convite, mestre.

Osório já demonstrou sua insatisfação no tricolor desde que vários jogadores importantes foram negociados pela diretoria do clube após sua chegada. O colombiano não foi avisado que seria feito um desmanche na equipe por problemas financeiros.

Faltou prestígio ao treinador. A sua vinda foi uma das melhores coisas que o futebol brasileiro tem para noticiar e - por que não? - se orgulhar após aquele fatídico 7 a 1 sofrido contra a Alemanha, na semifinal de Copa do Mundo.

Uma roda de conversas com Levir Culpi, Tite, Marcelo Oliveira e Osorio seria fantástico. Planejamento, conhecimento, estratégias, valorização. Seria algo para aplaudir. Mas aqui falta incentivo. Com certeza, no México, Osorio teria liberdade para fazer as suas invenções e seria aplaudido pela torcida. Aqui, nem mesmo acertando, o técnico é elogiado. Fica difícil.

Portanto, mestre Juan, aceite a proposta do México e esbanje sua simpatia por aí. Quem sabe, em 2018, o senhor esteja comandando uma grande seleção e conquistando feitos inéditos. É melhor trabalhar fora do Brasil para ser valorizado do que ficar aqui para ser sucateado e tratado como um qualquer.