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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cinco fatores provam que Seleção Olímpica é melhor que a principal

Rogério Micale é técnico da Seleção Olímpica (Foto: CBF)
A Seleção Sub-23, ou Olímpica, fez dois amistosos preparatórios. Contra a República Dominicana, na última sexta-feira, 9, os comandados de Rogério Micale venceram por 6 a 0. Nesta segunda-feira, 12, nova vitória, dessa vez sobre o Haiti, por 5 a 1. O primeiro duelo foi mais fácil, com amplo domínio brasileiro e abusando da criatividade no setor ofensivo. Já contra os haitianos, a dificuldade foi maior, levando-se em conta a forte marcação.

Ao contrário do que vem sendo dito e escrito, penso que os onze gols marcados devem ser levados em conta. Mas não se pode dizer que é o fator principal. Isso é apenas um detalhe. O que deve ser enfatizado é o estilo de jogo do Micale e suas características, que provam que essa seleção de meninos é bem superior à principal. Veja os motivos:

Linha alta:

No Mundial Sub-20, ele já havia feito a equipe jogar com com goleiro e zagueiros adiantados. O resultado: alcançou o vice-campeonato da competição, perdendo para a Sérvia. A ideia é simples: compactar o time e tirar o espaço do adversário. Aplica o estilo atualmente jogado na Europa. E na seleção principal, o que vemos? Na linguagem popular, é um Deus nos acuda. Zagueiros dão espaços, não conseguem interceptar e deixam os atacantes adversários livres para balançar a rede. Vimos isso contra a Alemanha, na Copa do Mundo; Copa América; e recentemente contra o Chile. É muita desorganização.

Toques rápidos e movimentação:

Com Micale, não tem essa filosofia de chutão. Ele trabalha com os jogadores aproximados, facilitando a mobilidade e, consequentemente, a velocidade para puxar os contra-ataques. Isso ficou perceptível no amistoso contra a França, em setembro, e nesses dois últimos amistosos. Para que isso tenha qualidade, Rogério distribui a equipe com Walace, Luan, Kenedy e Valdívia. Já a seleção principal não tem um meia talentoso, que pense o jogo. Lucas Lima poderia ser esse cara, porém Dunga utiliza Elias, que tecnicamente é um jogador mais lento.

Conformados com o desempenho?

A seleção principal vive um problema crônico. Parece que a cada resultado ruim ou desempenho fraco é visto como normal. Os jogadores do atual elenco do Dunga são indiferentes, cabisbaixos. Sentimento ruim ou má-vontade? Difícil resposta. Pela seleção sub-23, vemos o oposto. Uma equipe que quer beirar o fantástico, a melhor formação e aperfeiçoamento. O comportamento da partida de hoje foi extremamente diferente da anterior. Utilizou uma marcação por pressão diferente, abusou do toque de bola, da paciência e dos dribles. Diferença técnica e comportamental. Micale prioriza a ideia que tenta implantar.

'É preciso reavaliar todo o futebol brasileiro'

Rogério Micale é bem crítico com relação ao atual momento vivido pelo futebol brasileiro. Ele prega que o futebol praticado aqui parou no tempo há anos, e que precisa avançar se quiser conseguir sucesso no futuro. E mais: é bem enfático ao dizer que as pessoas envolvidas diretamente não querem mudanças. Já o técnico que dirigiu uma equipe em toda a sua "carreira", diz que nem tudo está errado e que não há necessidades de mudança. E o 7 a 1? Vexame na Copa América? Significaram o quê?

Atenção às potências da base, e não mercado sujo do futebol:

O trabalho do Micale é difícil: acompanhar os jogadores da base, tanto do Brasil quanto da Europa. Mas uma coisa deve ser salientada: o técnico do Mundial Sub-20 não se preocupa com jogadores que estão, literalmente, do outro lado do mundo. As potências são o Brasil e os países europeus. China, Emirados Árabes? Que nada! Rogério aposta nos nomes que podem configurar num bom desempenho nos Jogos Olímpicos e, por isso, merece a confiança do torcedor. Só falta o Dunga querer se ajudar. As informações, os conhecimentos e o contato, ele tem.

É um alento para o futebol brasileiro ter ideais modificados por um técnico que era visto com certo olhar de preocupação.

E mais: torço para que Dunga seja demitido imediatamente. Mas se a CBF julgar melhor a permanência dele, o melhor a se fazer é....sentar e chorar. Porque nunca vi uma seleção que joga com medo, como essa.

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