Os treinos do “profe” Juan Carlos Osorio chamam a atenção, bem como as escalações para as partidas. Seu estilo de inovação e rodízio causam controvérsias. E o seu cargo já balança no Morumbi.
Como uma espécie de Professor Pardal, ele transformou o São Paulo em um clube bagunçado taticamente. Lucão, zagueiro, joga de volante. Carlinhos, ponta-esquerda, atua na lateral direita. Mudanças de posição que irritam a torcida, principalmente a organizada.
O torcedor comum sabe que Osorio ainda está engatinhando no Tricolor Paulista. Porém a derrota de ontem, para o Ceará por 2 a 1, foi a gota d'água. O jogo era válido pela oitavas de final da Copa do Brasil. O time cearense não tinha à disposição 16 jogadores. Time reserva, formado por atletas da base. Nem o mais confiante torcedor poderia imaginar essa vitória.
O problema do Osorio é a falta de pulso. Suas entrevistas coletivas e análises das partidas são interessantes, inteligentes. O rodízio é algo que vem com ele desde os tempos de Atlético Nacional, da Colômbia.
O rodízio não é a solução para esse constrangedor momento do Tricolor. A incompetência da diretoria é um dos motivos. Após perder Paulo Miranda, Souza, Denilson, Jonathan Cafu entre outros, o zagueiro Rafael Toloi pode ser negociado para o futebol italiano. Sem recursos, o jeito é investir na base, queimando os jogadores.
Quando Ganso chutou o copo na frente de Osorio, o colombiano nada fez. Faltou comando, profissionalismo, e isso é algo inadmissível. O meia, que já foi considerado um craque, não consegue acertar um passe ou dar assistência. Com ele, o time é ruim. Sem ele, a situação piora.
Alexandre Pato pediu ao treinador para ser deslocado para a ponta-esquerda. Osorio atendeu ao pedido. Mas na partida de ontem, começou na direita, lado em que há improdutividade do atacante.
Osorio está na lista dos 50 melhores técnicos do mundo. Não é pouca coisa. Está no clube paulista, repleto de tradição e conquistas. O elenco é limitado. A falta da palavra de Carlos Miguel Aidar espanta o professor. E o futebol mexicano pode ser o novo destino, de acordo com o jornal do país.
Independentemente, é preciso ter paciência. Eficiente ou não, o colombiano quer mostrar serviço, causar intensidade e boa impressão. Tanto para a diretoria quanto para os treinadores e jogadores.
De forma geral, os grandes veículos de comunicação, em vez de apoiar um técnico estrangeiro, ficam pedindo o seu boné. Estranho comportamento. Os mesmos que pedem a saída, querem um técnico de fora para comandar a seleção brasileira (em letras minúsculas, mesmo).
Deixe o Osorio trabalhar, fazer o rodízio, com ou sem moderação. Cientista das quatro linhas. Um pouco de paciência não faz mal à ninguém.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Osorio é Professor Pardal, mas há de se ter paciência
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