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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ponte Preta: momentos distintos

Se no Brasileirão a situação da Ponte Preta não é lá tão boa, na Copa Sul-americana a equipe campineira vai muito bem, obrigado. Ontem, a Macaca enfrentou o Deportivo Pasto, da Colômbia. No primeiro jogo, em Campinas, a equipe brasileira venceu por 2 a 0, com gols de Uendel e Fellipe Bastos. Com o resultado, poderia perder por até um gol de diferença. 

Para passar para a próxima fase, a Ponte Preta enfrentou uma longa viagem. A vontade da Ponte andou lado a lado com o cansaço, claro no rosto de cada titular em campo. Além disso, o frio e a altitude eram fatores combinantes. Mas é Sul-americana. Todos os esforços seriam necessários para que a equipe pudesse voar mais alto em sua primeira competição internacional.

E o que dizer da torcida? Sensacional, emocionante. Mais de 100 torcedores foram ao Estádio Libertad, em San Jose del Pasto, para ver o vôo da Macaca. Daria certo a fé e a superação?

A equipe colombiana colocava uma pressão enorme. Bolas na trave, gol no começo do segundo tempo, catimba. O que seria da Ponte Preta naquela noite? Jorginho apostou em Rafael Ratão, novidade da equipe campineira nos últimos meses. Ao lado de William, formou a dupla de ataque.

Com a maioria dos jogadores atrás da linha da bola, a pressão do Deportivo Pasto foi enorme, mas o placar não se alterou no primeiro tempo. A formação com três atacantes deixava clara a missão do Deportivo de buscar um gol ainda no primeiro tempo. Mina, principal nome do jogo na etapa inicial, deu o cartão de visitas com um chute cruzado aos quatro minutos.

Os erros de passe impediam que a Ponte conseguisse encaixar um contra-ataque, sua principal proposta ofensiva. O primeiro chute da Macaca aconteceu apenas aos 34 minutos, com Alef. Pouco para uma equipe que queria ser conhecida no âmbito aul-americano. 

O time colombiano quase abriu o placar com Pacheco. A trave salvou. 

O primeiro tempo sem possibilidade de reação da Macaca fez Jorginho reforçar a marcação. Adrianinho deu lugar ao volante Magal. Duas linhas de quatro. Uma parede para bloquear as ações dos mandantes. Na frente, a velocidade de Ratão e o oportunismo de William teriam que fazer a diferença. Mas a bola não chegava. Com os erros, o Pasto poderia aproveitar o contra-ataque para marcar. A alteração não surtiu efeito. Recuou ainda mais. E na base do jogo aéreo, veio o castigo. Pacheco levantou e Mina balançou a rede. Delírio no Estádio Libertad. Sete mil pessoas enlouquecidas. O grito de 'si, se puede' ecoava. O que iria fazer a Ponte? Ficaria nervosa, errando passes e oferecendo chances para o Pasto? Ou acalmaria o jogo?

Elias entrou no lugar de Alef. Mais uma chance para que a Ponte Preta parasse de ficar recuada. Não deu. A Macaca seguiu sem explorar o toque de bola e abdicou das já esporádicas idas ao ataque. E para recuar ainda mais, saiu Ratão e entrou Fernando Bob. Estava estampado na cara de Jorginho o seguinte: fiquem recuados. Com isso, a chance da equipe colombiana em arrumar um contra-ataque era mais possível. Porém, não deu certo. Ansiosos, os jogadores do Pasto só criaram uma chance faltando menos de dez minutos para o fim. Mina passou por Roberto, mas acertou a trave.

A pequena torcida da Ponte gritava "Roberto, Roberto!". A retranca deu certo. Fim de papo. Ponte Preta é a primeira equipe brasileira nas quartas de final da competição sul-americana. 

A próxima parada sul-americana será na Argentina. Ponte x Vélez. Segundo sorteio feito pela Conmebol, o Vélez tem o direito de decidir as quartas de final contra a Ponte Preta em casa. As datas, porém, ainda não foram divulgadas de forma oficial pela entidade. 

Após o jogo, Roberto - goleiro e herói da Ponte - soltou o verbo e disse: "Eu falei para a rapaziada ali no banco... Nós temos que ser frios ao ponto que se eles cuspirem nas nossas caras, pegar o cuspe e comer. Isso para fazer eles vomitarem de nojo". Já o técnico Jorginho disse que 'sonhar não custa nada', fazendo referência que a equipe pode avançar muito mais.

Com o apoio da torcida, as atuações seguras de Roberto, novo esquema de Jorginho e a moral elevada,  é bem possível que a situação mude no lado alvinegro.  A equipe volta a se concentrar para o enfrentar o Vasco - concorrente direto na luta para sair do Z4 - pelo Brasileirão, já que a diferença entre o time carioca para o paulista é de apenas três pontos, ou seja, uma vitória. O jogo será realizado no domingo, às 16h00, no Moisés Lucarelli. Como disse o técnico Jorginho, sonhar não custa nada.

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