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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A nova era do futebol: saem os jogadores, entram os diretores

O futebol brasileiro atual está passando por momentos de transição. Em vez de elogiarmos a atitude de um atacante ao fazer um gol, ou de um zagueiro ao tirar a bola em cima da linha, ou de um goleiro ao fazer uma defesa milagrosa, estamos aclamando a vinda ou criticando a saída de um diretor de futebol. Os tempos mudaram. E a nossa filosofia, idem.

Mas por quê dessa mudança tão repentina? Por que o diretor de futebol ganhou tanto status nos últimos três, quatro, cinco anos? A resposta é simples. O profissional em questão toma decisões que influenciam diretamente no desempenho do time dentro de campo. Ele é responsável por selecionar, opinar e sugerir a contratação de jogadores e técnicos de futebol.

Alexandre Matos, renomado diretor de futebol que está de saída do Cruzeiro, é um dos nomes mais citados nos últimos dois anos. Tudo porque ele conseguiu colocar, com esmero, o time mineiro nas alturas e no mercado de negócios. Trouxe Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Resgatou Ceará e Julio Baptista. E ainda trouxe Marcelo Oliveira, treinador que por duas oportunidades ficara com o vice-campeonato da Copa do Brasil com o Coritiba.

As primeiras impressões dos torcedores era que o negócio não daria certo. Mas o efeito foi contrário. E a expectativa alavancou, bem como o sucesso da equipe mineira. Dois Campeonatos Brasileiros, Campeão Mineiro, finalista na Copa do Brasil e tendo a sua marca veiculada na imprensa mundial.

Enquanto o técnico é o cérebro dentro de campo, o diretor é o estrategista fora dele. Rodrigo Caetano (foto) assumiu recentemente a diretoria do Flamengo, e pensa em trazer jogadores de alto nível para a equipe carioca, que passou por maus bocados nesta última edição do Campeonato Brasileiro. Vanderlei Luxemburgo resgatou, livrando da zona do rebaixamento, ou da "confusão", como queira.

A tendência do futebol nos próximos anos é a profissionalização cada fez maior das funções diretivas. No lugar dos gramados, o palanque. Camisas e shorts serão trocados por ternos e calças sociais. Chuteiras por sapatos finos. E assim o futebol vai se tornando em uma espécie de prato fino nas noites natalinas e nas festividades da virada de ano. À "gourmet".

E a tradição do esporte futebol vai por canetas e papéis abaixo, sem fim.

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