Memorável. Essa é a palavra mais correta para definir o que foi o ano de 2014 para o futebol argentino. Com a ajuda do Papa, com o talento de Messi e com a renovação do River Plate, o futebol argentino nos mostra que sim, é possível ser uma potência.
Tudo começou com o título da Libertadores do San Lorenzo, que com a ajuda divina (diga-se de passagem), sobretudo com a garra e com a precisão de seus jogadores, conquistou o principal título de sua história. Eliminou três times brasileiros - Botafogo, Grêmio e Cruzeiro.
O título consagrou o técnico do San Lorenzo, Edgardo Bauza, que já fora campeão da Libertadores em 2008, pela LDU, contra o Fluminense. Agora, a equipe argentina tem o Mundial de Clubes pela frente, e pode jogar contra o badalado time do Real Madrid numa possível final.
Porém, um mês antes da conquista do San Lorenzo, a Argentina presenciou um momento histórico na Copa do Mundo. Jogando no palco do futebol - o Maracanã - a equipe comandada por Alejandro Sabella conquistou o vice-campeonato Mundial. O choro de frustração foi inevitável, mas os aplausos de reconhecimento pelo esforço da seleção também. Afinal, eliminou a Holanda - candidata ao título - nas semifinais.
Por último, mas não menos importante - a conquista do River Plate na Sul-Americana. Entre 1997 e 2014 se passaram 17 anos. Neste período, o torcedor do River Plate viu seu principal rival, o Boca Juniors, levantar 11 taças internacionais. Neste período, o River ficou sem levantar um troféu sequer fora da Argentina, desde que levou a Supercopa da Libertadores daquele ano. E ainda por cima foi disputar a segunda divisão. 17 anos para se esquecer.
A conquista veio com vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Nacional, da Colômbia, em um Monumental de Nuñez pulsante. Invicto. Foram 10 jogos, oito vitórias, dois empates. Com direito a eliminar o Boca nas semifinais, pegando um pênalti do rival. Épico. Como foi a festa da torcida no Monumental, com faixas e sinalizadores. Do jeito argentino. Como deveria ser em todos os países da América, incluindo o Brasil.
Não se pode desdenhar uma competição como a Sul-Americana. Ela não tem tanta notoriedade, como a Libertadores, por exemplo. Mas ter uma taça após 17 anos de fiasco representa, e muito.
No domingo próximo, teremos a decisão do Campeonato Argentino. Com muita emoção. Fé. Garra. O futebol argentino não pode ser desprezado por nós - brasileiros. Temos que ter muito afinco por nossos hermanos.
Que o modo de gestão dos clubes brasileiros aprendam com os nossos vizinhos. Dominaram o ano de 2014. Merecidamente.
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