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sábado, 8 de março de 2014

A Fifa deveria dar um "chute no traseiro" contra o racismo

Há mais de dois anos, Valcke, o cartola da Fifa, disse " o Brasil merece um chute no traseiro. A partir daí, uma tensa relação entre ele e o país ficou mais tensa. E esta ainda pode piorar.

“Perguntem-me quando a Copa do Mundo terminar”, disse Valcke durante um evento da entidade máxima do futebol neste sábado, assim que perguntado se o Brasil mereceria um novo “chute no traseiro”.

Claro que a Copa do Mundo é o assunto do momento, após o término do Carnaval.

Porém, a mesma Fifa e o mesmo Valcke deveriam dar esse mesmo "chute no traseiro" ao racismo.

Há mais de um mês, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi vítima de preconceito, no jogo realizado no Peru, contra o Real Garcilaso. A Conmebol, entidade responsável pelas competições sul-americanas, como a Libertadores, não aplicou nenhuma multa ao clube. Ou seja, será mais um episódio que ficará guardado apenas na memória da vítima. 

Nesta semana, tivemos dois casos de racismo. Mais uma vez. É corriqueiro.

O árbitro Márcio Chagas da Silva foi chamado de 'macaco' por torcedores e encontrou bananas sobre o seu carro. O caso pode terminar nos tribunais do Rio Grande do Sul. Em entrevista nesta sexta-feira, o procurador Alberto Franco disse que vai oferecer denúncia contra o Esportivo, clube mandante da partida.

No dia seguinte, em Mogi Mirim, Arouca, jogador do Santos, foi a nova vítima.

O jogador que fez o terceiro gol da equipe, na vitória por 5 a 2, relatou que alguns torcedores o chamavam de 'macaco'. Em nota oficial, o meia santista disse  

É lamentável e inaceitável que ainda haja espaço para esse tipo de coisa hoje em dia. Isso só mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer, que não estamos nem perto de um mundo que viva a harmonia entre as pessoas e todas as suas diferenças.
A preocupação das entidades é outra. O racismo já é algo corriqueiro no mundo em que vivemos. Todavia, os agressores devem ser punidos. Fato isolado? Nem pensar. Sabemos que as autoridades tomam uma providência quando os mesmos são feridos.

E para encerrar este post, mas não a discussão sobre o tema, temos que citar o Pelé e a presidente Dilma.

Começaremos pelo começo. O ídolo do futebol não se posiciona, não defende ninguém ou nenhuma causa que não seja a própria, não enfrenta nada, não quer se indispor com quem ele sabe que manda no futebol — aqueles que mandavam no tempo de Mario Filho, em 1947.

Não que tenha sido poupado na carreira. Pelé já relembrou episódios em que os membros da equipe do Santos foram chamados de “macaquitos” na Argentina e de como “ia lá e arrebentava os adversários” quando escutava coisas que “o chateavam”. Há três anos, porém, afirmou que casos de racismo no futebol eram “coisinhas”.

A presidente Dilma apoiou a causa das redes sociais. Colocou em seu Twitter oficial, a tag #FechadoComoTinga. Ganhou notoriedade e um pouco mais de respeito. Porém, nos dois casos desta semana, não se manifestou em prol dos envolvidos. Por que? Te respondo. O caso do volante Tinga ocorrera no Peru. Simples assim. Vocês acham que ela envolveria o nome da nossa 'idolatrada nação'? Em nenhuma hipótese. Tudo isso culmina na falta de bom senso.

E o racismo? Infelizmente vai continuar tendo. Porém, acredito em dias melhores e com punições severas aos agressores.

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