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quarta-feira, 5 de março de 2014

A maldição da Bola de Ouro

Ganhar um prêmio como destaque da temporada é algo sensacional e cobiçada por todos os atletas.

A Bola de Ouro é assim. É como se fosse uma musa e os homens correm atrás dela.

Esta premiação foi criada em 1956. O jogador inglês Stanley Matthews foi o primeiro a conquistar essa hegemonia.

A partir de 2010, a Bola de Ouro passou-se a chamar Bola de Ouro da Fifa, através da fusão dos prêmios Melhor jogador do mundo pela FIFA e Ballon d'Or. 

Embora seja importante para a galeria, algo tem chamado a atenção. Após a premiação, é realizada a Copa do Mundo. E quem ganha esta homenagem espetacular não faz um papel fundamental defendendo as cores do seu país. 

Em 2001, Michael Owen (Inglaterra) ganhou o prêmio. Foi o quarto jogador inglês a ganhar, antes dele vieram Kevin Keegan, duas vezes (1978; e 1979), Bobby Charlton (1966) e Stanley Matthews (1956). 

A expectativa criada sobre Owen era enorme. Fez boas partidas, balançou as redes duas vezes, sendo uma dessas contra o Brasil nas quartas de final, mas não conseguiu evitar a saída prematura da Inglaterra contra o próprio Brasil.

Já em 2005, Ronaldinho Gaúcho encantava o mundo com suas jogadas de efeito. O mundo estava ansioso para vê-lo jogar na Copa de 2006, realizada na Alemanha. Ele havia faturado o prêmio também nesse ano, um pouco antes da Copa. Ronaldinho finalizou menos, recebeu menos bolas, driblou menos, fez menos lançamentos, deu menos passes e seu total de atuações na partida foi bem menor. Fiasco. Eliminação do Brasil para a França.

Em 2010, um baixinho argentino estava incomodando muito zagueiro por aí. Lionel Messi, atacante do Barcelona, mostrava um tango com flamingo nos estádios por onde passava. Com tanta classe, ele faturou o prêmio Bola de Ouro. Herdou a camisa 10 de Maradona na Copa. Que responsabilidade! 

Foram 450 minutos de Messi em campo na África do Sul - e nenhum gol do atacante, que fez 38 pelo Barcelona à época. O que pesou? A camisa 10 é um efeito colateral para qualquer atleta. Na semifinal contra a Alemanha, foi anulado pelos volantes Schweinsteiger e Khedira. A Copa de 2014 é uma obsessão.

Neste ano, o felizardo da vez foi Cristiano Ronaldo. Merecido. Foram 69 gols em uma única temporada. Quebrando recordes e mais recordes. O seu jeito vaidoso e arrogante é o que mais chama a atenção dos torcedores. Não me venha com papo de beleza, ok?

Como será o desempenho de Cristiano, defendendo as cores de Portugal? Na última Copa, na África, fez um papel de figurante. Fez seus gols, mas abaixo do esperado. Quatro anos se passaram. Nova mentalidade, novo estilo de jogo. É o que saberemos daqui a 100 dias. Se levarmos em conta o fator e os exemplos citados acima, CR7 terá que jogar muito além do que está jogando. A ver.

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