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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Lutar sempre, desistir jamais. Esse foi o lema da Ponte Preta.

Dia 11 de dezembro de 2013. Poderia ser uma data histórica. Poderia ser o primeiro título de expressão da Ponte Preta. Poderia ser a consagração de ter um feito uma excelente campanha na Sulamericana. Porém, só ficou no poderia. O Lanús dominou o jogo. Não teve Ponte Preta atuando. Sem dúvidas, o time argentino mereceu ficar com o título. Não se pode menosprezar o trabalho do técnico Guillermo Barros Schelotto.

Quarta-feira passada, a Ponte Preta conseguiu um empate no Pacaembu. Péssimo resultado, talvez. Teria que vencer. Caso o Lanús marcasse um gol, teria que fazer o gol de empate, para forçar a prorrogação. Não deu. No primeiro tempo, Ayala e Blanco fecharam o caixão. Dois a zero. Como reverter a situação? Para piorar, o técnico pontepretano Jorginho foi expulso. Tudo por água abaixo.

Quatro mil fanáticos viajaram até a Argentina e, mesmo com a derrota, não se intimidaram com a aparência de "praça de guerra" da casa do Lanús, com cercas e arames farpados. Afinal, esses torcedores têm que ser aplaudidos. O que eles fizeram nessa competição é algo indescrítivel. Viajaram com o time. Sofreram com o time. Vibraram com o time. Choraram com o time. Emoção sem tamanho. Corajosos, barulhentos. Porém, ontem, o que se ouviu foi o barulho ensurdecedor do time argentino. 

Não deu para a Ponte. Terá que esperar por mais algum ano, ou alguns anos, para terem o título de expressão. Já o Lanús, quebra o jejum de seis temporadas sem levantar uma taça e ainda se garante na disputa de outras duas em 2014: a Libertadores da América e a Copa Suruga, contra o Kashiwa Reysol, no Japão. Além disso, disputará a Recopa contra o Atlético-MG. Essas duas equipes já disputaram uma final. Conmebol de 1997. Com show de Marques e Valdir, o Galo fez 4 a 1, na Argentina. No jogo de volta, 1 a 1. O Galo era comandado por Emerson Leão.

Voltando ao jogo. Quarenta mil argentinos na entrada do estádio. Clima de guerra. Será que a Ponte seria atraída? O Lanús fez uma pressão interminável na saída de bola, distribuiu pancadas, fez catimbas. Tudo que os argentinos sabem fazer. A Ponte, então, assumiu o papel que mais gosta: retraiu-se em busca do contra-ataque perfeito. Porém, nada feito. Uendel, suspenso, deu vaga à Fernando Bob. Magal, novidade na escalação, faria o papel de volante. De nada adiantou. Fernando Bob não se lançou ao ataque. Magal estava perdido em campo. Qual era o problema da Ponte? Cadê aquele time aguerrido? Faltava o mesmo espírito de jogo contra o São Paulo.

A única coisa que o Magal fez foi errar o domínio da bola e ver Ayala balançar as redes. O nervosismo estava no rosto dos pontepretanos, tanto em campo quanto fora dele. Jorginho fora expulso ainda no primeiro tempo. Ele ainda viu o segundo gol do time argentino. Blanco. 

Na volta para o segundo tempo, a Ponte Preta teve algumas mudanças. Magal por Adailton e Artur por Ferrugem. Nada dava certo. O único ataque da Ponte foi perdido por Rildo. Furou a cabeçada na frente do goleiro Marchesin. Sai Rildo, entra William, artilheiro da equipe na temporada. Com ele em campo, a Ponte Preta atacou mais. Porém, sem felicidade.

O Lanús utilizou a técnica argentina. Controlou o jogo com paciência, catimba e tranquilidade. Fim de papo. Lanús campeão da Sulamericana. Jogadores pontepretanos desabam em campo. Choram em campo. Não sabiam o que fazer. Na entrega das medalhas, Jorginho reuniu o grupo e disse: ''É uma honra ter essa medalha. Sintam-se orgulhosos por participar dessa história linda". Parabéns. Emocionante! 

Parabéns a Ponte Preta pela competição que fez. Quebrou barreiras e expectativas. Venceu adversários favoritos. Parabéns a essa torcida torcida fanática, que esteve com o clube nos momentos em que mais precisava. Deu show nas arquibancadas. Parabéns ao técnico Jorginho. Remontou a Ponte Preta. Trouxe auto-estima, confiança para o grupo. Sempre mostrou que tudo era preciso e possível. Porém, a vaga na Libertadores não veio. Assim, o Botafogo, quarto colocado no Brasileiro, fica com a vaga, e nenhuma equipe paulista irá disputar a competição. Isso acontece após 16 anos. A última vez que a Libertadores não teve representante(s) paulista(s) foi em 1998, quando teve Cruzeiro (Campeão da Libertadores 97), Vasco (Campeão do Brasileiro 97) e Grêmio (Campeão da Copa do Brasil 97). 

Lutar sempre, desistir jamais. O lema que representou bem a Ponte Preta. O título não veio, infelizmente. Mas o espírito de luta sempre ficará marcado na história da equipe nessa competição. Como diz o hino, 
Ponte Preta inflamante
Ponte Preta emoção
Ponte Preta gigante
raça de campeão

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