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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Entrevista com Bruno Formiga

Polêmico, divertido e usa a frase "Humanidade deu errado". Ele é Bruno Formiga, comentarista do Esporte Interativo. O jornalista formado pela Unifor (Universidade de Forataleza) nasceu no dia 19 de setembro de 1982. Passou por jornal O POVO e pelas afiliadas da TV Cultura e Record em Fortaleza. Nasceu no mesmo estado. Ele participa do programa Dois Toques (imagem acima) e do Jogando em Casa, programa exibido todos os dias às 21hs. É também colaborador da revista Placar. 

Mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalha numa emissora que mais cresce no país. 

''É muito engraçado. Até pouco tempo eu era apenas um telespectador. Agora sou companheiro de trabalho. Gratificante demais. Porém, é preciso ressaltar. Todos são muito parceiros e simples. Fazem a adaptação parecer fácil. E você nem percebe que está ao lado de gente que já fez tanto no jornalismo.'' 

Confira um pouco mais do nosso entrevistado:

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, explique quem é Bruno Formiga? 
Bruno Formiga: Sou jornalista formado pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e pós-graduado em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará. Hoje, trabalho como editor e comentarista no Esporte Interativo e colaboro com a revista Placar.

GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
BF: Iniciei minha carreira profissional em 2006, na rádio Transamérica. Passei por jornal O POVO e pelas afiliadas da TV Cultura e Record em Fortaleza. Sempre quis trabalhar com futebol. Fosse jogando, escrevendo ou falando. Sempre foi o foco.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
BF: O cara que mais respeito é o Juca Kfouri. Um dos primeiros a trabalhar em várias plataformas e manter o mesmo nível crítico e engajado. É uma referência. 

GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
BF: Não existe rotina. Dependo de escala, dos eventos. Normalmente trabalho no período tarde-noite. Entro por volta de 15h30min e vou embora 22h30min - quando faço o Jogando em Casa. Pela manhã normalmente organizo pautas e matérias da Placar.

GD: Que perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, e conseguir oportunidades em grandes empresas como a Esporte Interativo?
BF: Ser um apaixonado pelo que faz. O brilho no olho abre muitas portas. Porém, não dá para viver só de vontade. É preciso ter conhecimento, fazer muito, muito contato e ter muita criatividade para olhar sempre por uma brecha diferente a cada matéria ou cada partida. 

GD: Como é trabalhar ao lado de grandes jornalistas do EI, como André Henning, Vitor Sérgio, Henrique Marques e entre outros?
BF: É muito engraçado. Até pouco tempo eu era apenas um telespectador. Agora sou companheiro de trabalho. Gratificante demais. Porém, é preciso ressaltar. Todos são muito parceiros e simples. Fazem a adaptação parecer fácil. E você nem percebe que está ao lado de gente que já fez tanto no jornalismo.

GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
BF: Passei dois meses treinando e jogando em um time da terceira divisão do campeonato cearense. Era a forma de mostrar de perto o lado menos atrativo do esporte. Fui registrado na CBF e assinei contrato. Entrei em campo e tudo. E testemunhei o quanto o jogador precisa ser guerreiro, muito mais que talentoso. Perdi 11 quilos em 60 dias.

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
BF: Sinto falta da investigação, que ficou com revistas e jornais. O jornalismo esportivo foi muito mais para o lado do entretenimento. No geral, porém, acho bem satisfatório. Cobrimos muito bem. 

GD: Como conversamos no Twitter, a sua frase mais utilizada é a "Humanidade deu errado". Para os futuros leitores, explique como surgiu essa frase?
BF: Um grande amigo meu em Fortaleza, Fernando Graziani, sempre comentou isso. É um cara tão crítico quanto eu. A gente falava isso de forma engraçada, para descrever uma situação tosca e bizarra. Acabou virando um rótulo.

GD: Mudando de assunto, o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do Mundo de 2014? Faltou alguma seleção que, particularmente, queria? 
BF: Gostei dos classificados. Mas já há três Copas que sinto falta do Egito. Um time que dominou a África e ficou de fora do Mundial. 

GD: Brasil é favorito ao título?
BF: Acho que está no segundo escalão, ao lado de Argentina, Itália, Holanda e outras seleções. Os favoritos mesmo são Espanha e Alemanha.

GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
BF: Provavelmente. Já mostrou um amadurecimento gigante. Só tem a evoluir como jogador de grupo. Vai melhorar ainda mais o passe, o posicionamento e a finalização. 

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
BF: Os estaduais precisam ser menores. Dois meses, no máximo. Ou, talvez, virarem subdivisões do Brasileiro, como acontece na Europa. Não sou contra acabar. Entendo a importância para os clubes menores. Mas do jeito que está é inviável.

GD: O que achou do título do Cruzeiro? Qual jogador merece o seu destaque?
BF: O grupo do Cruzeiro é absurdo. Um time compacto, veloz, forte. Foi um título justo, merecido e com sobras. Acho que o grande nome do time e do Brasileiro foi mesmo o Éverton Ribeiro.

GD: Sobre o Futebol Nordestino, Sampaio Corrêa e Santa Cruz chegaram à final da Série C, e subiram para a Série B, consequentemente. Como você avalia essas duas equipes?
BF: Sampaio Corrêa colheu frutos de um trabalho de longo prazo. Tinha a mesma base desde 2012. Entrou forte na Série C e confirmou o favoritismo, assim como o Santa Cruz. O time de Pernambuco sofreu um pouco mais, até pela pressão, mas formou um elenco de muita qualidade. Acesso para lá de justo.

GD: Qual é a sua avaliação sobre o Futebol Nordestino como um todo? Deve melhorar em algum quesito?
BF: Está evoluindo e ficando bem mais estruturado. É claro que ainda existe um abismo financeiro. Mas hoje os clubes têm projeto de sócio, trabalho de marketing e gestores de futebol profissional. O caminho trilhado é bom. 

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
BF: Já ajudaram. Hoje atrapalham. O preço que se paga pela tal "festa" é muito alto. Infelizmente viraram foco para a junção de marginais e grupos crimonosos. O caráter coletivo facilita muito a vida de quem está lá para descarregar frustrações e cometer crimes. Não sáo o problema sozinho. Mas representam boa parte dele.

GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
BF: Não tenho dúvidas que o evento vai ser um sucesso. Tudo vai funcionar, como na Copa das Confederações. O problema é o antes e o depois, quando a carruagem virar abóbora.

GD: Sobre a Liga dos Campeões, você já tem uma equipe favorita ao título?
BF: Bayern de Munique, até mais que o Barcelona. É um time frio. Parece não sofrer pressão alguma.

GD: Em janeiro, estará nas TVs a cabo o Esporte Interativo Nordeste. Qual a importância dessa nova emissora?
BF: É o primeiro canal dedicado a uma região. É história. Vai ser uma janela do Nordeste para ele mesmo.

GD: O que o torcedor nordestino pode esperar do EI Nordeste? Como será a programação?
BF: Mais de 200 jogos, programas de entrevista, de debate, noticiário. É o lugar para ver o time dele e os rivais.

GD: Qual o legado do Esporte Interativo?
BF:Fazer esporte com emoção.
 
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo e nos conte como é trabalhar na Esporte Interativo.
BF: O Esporte Interativo respira esporte. É um ambiente jovem, vibrante. Muito bacana. Quem quiser seguir em frente não pode deixar a paixão de lado nunca. É o que move e o que faz o desgaste da profissão parecer pequeno. Além disso, é preciso estudar e ficar sempre atualizado para formar opiniões firmes e ter senso de analisar as situações sem clubismo.

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