Mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalha numa emissora que mais cresce no país.
''É muito engraçado. Até pouco tempo eu era apenas um telespectador. Agora sou companheiro de trabalho. Gratificante demais. Porém, é preciso ressaltar. Todos são muito parceiros e simples. Fazem a adaptação parecer fácil. E você nem percebe que está ao lado de gente que já fez tanto no jornalismo.''
Confira um pouco mais do nosso entrevistado:
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, explique quem é Bruno Formiga?
Bruno Formiga: Sou
jornalista formado pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e
pós-graduado em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade
Federal do Ceará. Hoje, trabalho como editor e comentarista no Esporte
Interativo e colaboro com a revista Placar.
GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
BF: Iniciei
minha carreira profissional em 2006, na rádio Transamérica. Passei por
jornal O POVO e pelas afiliadas da TV Cultura e Record em Fortaleza.
Sempre quis trabalhar com futebol. Fosse jogando, escrevendo ou falando.
Sempre foi o foco.
GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
BF: O
cara que mais respeito é o Juca Kfouri. Um dos primeiros a trabalhar em
várias plataformas e manter o mesmo nível crítico e engajado. É uma
referência.
GD: Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
BF: Não
existe rotina. Dependo de escala, dos eventos. Normalmente trabalho no
período tarde-noite. Entro por volta de 15h30min e vou embora 22h30min -
quando faço o Jogando em Casa. Pela manhã normalmente organizo pautas e
matérias da Placar.
GD: Que
perfil precisa ter um profissional para se destacar nos grandes
centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, e conseguir oportunidades em
grandes empresas como a Esporte Interativo?
BF: Ser
um apaixonado pelo que faz. O brilho no olho abre muitas portas. Porém,
não dá para viver só de vontade. É preciso ter conhecimento, fazer
muito, muito contato e ter muita criatividade para olhar sempre por uma
brecha diferente a cada matéria ou cada partida.
GD: Como é trabalhar ao lado de grandes jornalistas do EI, como André Henning, Vitor Sérgio, Henrique Marques e entre outros?
BF: É
muito engraçado. Até pouco tempo eu era apenas um telespectador. Agora
sou companheiro de trabalho. Gratificante demais. Porém, é preciso
ressaltar. Todos são muito parceiros e simples. Fazem a adaptação
parecer fácil. E você nem percebe que está ao lado de gente que já fez
tanto no jornalismo.
GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
BF: Passei
dois meses treinando e jogando em um time da terceira divisão do
campeonato cearense. Era a forma de mostrar de perto o lado menos
atrativo do esporte. Fui registrado na CBF e assinei contrato. Entrei em
campo e tudo. E testemunhei o quanto o jogador precisa ser guerreiro,
muito mais que talentoso. Perdi 11 quilos em 60 dias.
GD: Na
sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não
faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
BF: Sinto
falta da investigação, que ficou com revistas e jornais. O jornalismo
esportivo foi muito mais para o lado do entretenimento. No geral, porém,
acho bem satisfatório. Cobrimos muito bem.
GD: Como conversamos no Twitter, a sua frase mais utilizada é a "Humanidade deu errado". Para os futuros leitores, explique como surgiu essa frase?
GD: Como conversamos no Twitter, a sua frase mais utilizada é a "Humanidade deu errado". Para os futuros leitores, explique como surgiu essa frase?
BF: Um
grande amigo meu em Fortaleza, Fernando Graziani, sempre comentou isso.
É um cara tão crítico quanto eu. A gente falava isso de forma
engraçada, para descrever uma situação tosca e bizarra. Acabou virando
um rótulo.
GD: Mudando
de assunto, o que achou das 32 seleções classificadas para a Copa do
Mundo de 2014? Faltou alguma seleção que, particularmente, queria?
BF: Gostei
dos classificados. Mas já há três Copas que sinto falta do Egito. Um
time que dominou a África e ficou de fora do Mundial.
GD: Brasil é favorito ao título?
BF: Acho
que está no segundo escalão, ao lado de Argentina, Itália, Holanda e
outras seleções. Os favoritos mesmo são Espanha e Alemanha.
GD: Neymar
é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se
tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a
Europa?
BF: Provavelmente.
Já mostrou um amadurecimento gigante. Só tem a evoluir como jogador de
grupo. Vai melhorar ainda mais o passe, o posicionamento e a
finalização.
GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
BF: Os
estaduais precisam ser menores. Dois meses, no máximo. Ou, talvez,
virarem subdivisões do Brasileiro, como acontece na Europa. Não sou
contra acabar. Entendo a importância para os clubes menores. Mas do
jeito que está é inviável.
GD: O que achou do título do Cruzeiro? Qual jogador merece o seu destaque?
BF: O
grupo do Cruzeiro é absurdo. Um time compacto, veloz, forte. Foi um
título justo, merecido e com sobras. Acho que o grande nome do time e do
Brasileiro foi mesmo o Éverton Ribeiro.
GD: Sobre
o Futebol Nordestino, Sampaio Corrêa e Santa Cruz chegaram à final da
Série C, e subiram para a Série B, consequentemente. Como você avalia
essas duas equipes?
BF: Sampaio
Corrêa colheu frutos de um trabalho de longo prazo. Tinha a mesma base
desde 2012. Entrou forte na Série C e confirmou o favoritismo, assim
como o Santa Cruz. O time de Pernambuco sofreu um pouco mais, até pela
pressão, mas formou um elenco de muita qualidade. Acesso para lá de
justo.
GD: Qual é a sua avaliação sobre o Futebol Nordestino como um todo? Deve melhorar em algum quesito?
BF: Está
evoluindo e ficando bem mais estruturado. É claro que ainda existe um
abismo financeiro. Mas hoje os clubes têm projeto de sócio, trabalho de
marketing e gestores de futebol profissional. O caminho trilhado é bom.
GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
BF: Já
ajudaram. Hoje atrapalham. O preço que se paga pela tal "festa" é muito
alto. Infelizmente viraram foco para a junção de marginais e grupos
crimonosos. O caráter coletivo facilita muito a vida de quem está lá
para descarregar frustrações e cometer crimes. Não sáo o problema
sozinho. Mas representam boa parte dele.
GD: Em
relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A
organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
BF: Não
tenho dúvidas que o evento vai ser um sucesso. Tudo vai funcionar, como
na Copa das Confederações. O problema é o antes e o depois, quando a
carruagem virar abóbora.
GD: Sobre a Liga dos Campeões, você já tem uma equipe favorita ao título?
BF: Bayern de Munique, até mais que o Barcelona. É um time frio. Parece não sofrer pressão alguma.
GD: Em janeiro, estará nas TVs a cabo o Esporte Interativo Nordeste. Qual a importância dessa nova emissora?
BF: É o primeiro canal dedicado a uma região. É história. Vai ser uma janela do Nordeste para ele mesmo.
GD: O que o torcedor nordestino pode esperar do EI Nordeste? Como será a programação?
BF: Mais de 200 jogos, programas de entrevista, de debate, noticiário. É o lugar para ver o time dele e os rivais.
GD: Qual o legado do Esporte Interativo?
BF:Fazer esporte com emoção.
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem
seguir a àrea do jornalismo e nos conte como é trabalhar na Esporte
Interativo.
BF: O
Esporte Interativo respira esporte. É um ambiente jovem, vibrante.
Muito bacana. Quem quiser seguir em frente não pode deixar a paixão de
lado nunca. É o que move e o que faz o desgaste da profissão parecer
pequeno. Além disso, é preciso estudar e ficar sempre atualizado para
formar opiniões firmes e ter senso de analisar as situações sem
clubismo.
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