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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

E agora, José?

A fase do Chelsea é surpreendente, porém de forma negativa. O atual campeão da Premier League não consegue emplacar nesta temporada e vê, a cada rodada, a zona de rebaixamento ficar mais próxima. Hoje apenas um ponto separa o Chelsea, 16º, do Norwich, 18º e primeiro integrante dessa parte desconfortável da tabela.

Nessa segunda-feira, 14, o time encarou o líder e a surpresa desta edição de Campeonato Inglês: o Leicester. O time da casa, comandado pelo eficiente atacante Vardy, não decepcionou a torcida e conseguiu a façanha por 2 a 1. Após 14 anos, o modesto time da cidade pacata voltava a derrotar os Blues. Isso só prova que dinheiro no futebol apenas é significativo. Dinheiro não entra em campo e não se torna uma peça importante. Ali, nas quatro linhas, todos são iguais.

O Chelsea, de José Mourinho, briga para escapar do rebaixamento, enquanto o Leicester, de Claudio Ranieri, quer disputar a Liga dos Campeões da Europa e alcançar voos mais altos pela Europa. É possível.

Vale aqui destacar que os dois treinadores já tiveram rusgas. Mourinho foi o responsável por substituir o técnico italiano em sua primeira passagem pelo Chelsea. O ano era 2004. O luso chegou a afirmar que “era o fim de um ciclo”. Depois, ele atacou Ranieri quando ambos comandavam Inter de Milão e Juventus, respectivamente.

“Ranieri tem a mentalidade de alguém que não precisa vencer”. Frase do cobiçado técnico português em 2008. O treinador atacado preferiu o silêncio. Decidiu mostrar a resposta nos gramados. Perdeu o Campeonato Italiano para o rival. E a cabeça de Mourinho subiu. E continuou com a reputação como mestre dos jogos. Jeito arrogante com todos. Imprensa e técnicos adversários.

Mas quem está acabando com o Chelsea é o próprio Mourinho. Irresponsável nas escalações e sendo claramente derrubado pelos atletas, ele finge não perceber tal ato. Já admitiu que o Chelsea não ficará entre os quatro melhores do Campeonato Inglês, e tenho que concordar. Porque um time bilionário não conseguiu figurar entre os oito na tabela após 16 rodadas, ou 42% do total (38).

É José. A situação piorou. O cara que aparentava ser o José, da paz e amor, se tornou uma figura irreconhecível. Como pessoa, e não como técnico. Pois, com toda essa fase pífia, ele ainda se consolida no seleto grupo dos 15 melhores comandantes do futebol mundial. Porém, precisa levantar a cabeça e mudar de rumo. O clima acabou, relação esfriou. E agora, José?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A despedida de um mito e o adeus ao gênio

O torcedor são-paulino vive dias difíceis. Luís Fabiano se despediu do Tricolor Paulista, e vai para o futebol chinês. E o goleiro que atuou durante 25 anos como jogador profissional, todos pelo São Paulo, decidiu pendurar as chuteiras. E quando as lágrimas e o sentimento de gratidão ainda saíam naturalmente pelos olhos dos apaixonados e fãs, eis que nesta manhã nublosa de quarta-feira, surge uma nova notícia impactante: falece o ex-presidente do clube, Juvenal Juvêncio.

Rogério Ceni e Juvenal Juvêncio apresentam algo em comum: saíram de cena com polêmicas, amigos, desafetos. Escreveram suas histórias nas páginas mais belas do clube mais belo e que entre os grandes, es o primeiro. De fato, é. O comportamento da diretoria e os fracassos que por ela surgiram não minimiza a força e a grandeza de um clube que o torcedor tem o orgulho de dizer para qual torce, canta, vibra, xinga e acompanha.

O Mito, como ficou conhecido o arqueiro, supera a marca de Pelé, que até então era soberano em números. Rogério disputou 1.237 partidas com a camisa do São Paulo. O Rei fez 1.117 pelo Santos. Foram 131 gols na carreira. Marca que, dificilmente, será superada por outro goleiro. É difícil surgir um novo Rogério Ceni. Ele é único, exclusivo no futebol brasileiro e, quiçá, mundial.


E o que dizer de Juvenal Juvêncio? Sinceramente, ele era demais. As declarações eram recheadas com tempero irônico. Ser humano exemplar. Alegre, indicador, vibrante, visionário. É claro que Juvenal não era santo. E algumas heranças da atual gestão do São Paulo tem uma parcela de culpa de JJ. Mas independe. Ele era um cara moderno.

Talvez a maior decepção de Juvenal foi não ter visto a Copa do Mundo sendo realizado no Morumbi. Era um sonho de consumo. Lutou e articulou com todas as suas forças, mas jogo político sempre fará a diferença para se sair com a vantagem.

Juvenal fazia questão de tomar partido, tomar decisões. Escolhia com rigor e nos mais precisos detalhes as contratações do elenco, escolha de treinador, dirigentes. Era único. Em seu exercício, o time paulista conquistou três Campeonato Brasileiros consecutivos, uma Libertadores e um Mundial de Clubes. Histórico. Era compromissado com o São Paulo. Um casamento que ficou marcado entre tapas e beijos.

Goste-se ou não deles, Rogério Ceni e Juvenal Juvêncio são os maiores nomes do futebol brasileiro. Cada um exerceu muito bem as funções que lhe foram transmitidas. Fará falta como personagem e profissional.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

No último dia de 2015, como estará o ranking de sócio-torcedor?

O calendário deste ano do futebol brasileiro está próximo do fim. Domingo, 6 de dezembro, acontece a última rodada do Campeonato Brasileiro, além da final do Brasileiro Feminino entre São José e Rio Preto. 

Mas, e as torcidas? Essas vão fazer um duelo acirrado pela liderança no ranking de sócio-torcedor. Desde a última temporada, Palmeiras e Corinthians disputam a condição de clube com mais sócios-torcedores em São Paulo. Não se pode esquecer do Internacional, que ocupa a liderança desde o ano passado. 

Em novembro, a distância entre os times da capital paulista era de 8.146 afiliados. Hoje aumentou para quase 10 mil. O Alvinegro possui 136.564, enquanto que o Alviverde soma 126.903. Vale lembrar que na final da Copa do Brasil, vencida pelo Palmeiras sobre o Santos, a torcida compareceu em peso e quebrou o recorde no Allianz Parque, trazendo quase 40 mil. 

Quem estará na liderança do ranking no dia 31 de dezembro de 2015? Em uma projeção idealizada pelo site Histórico por um Futebol Melhor, verifica-se que o Colorado permanecerá na liderança. Corinthians e Palmeiras completam o pódio. Fechando o top 5, vem Grêmio e São Paulo. Confira mais detalhes abaixo. 

RANKING ATUAL:

1º Internacional - 147.882
2º Corinthians - 136.564
3º Palmeiras - 126.903
4º Grêmio - 87.551
5º São Paulo - 79.940
6º Cruzeiro - 72.900
7º Flamengo - 65.603
8º Santos - 61.759
9º Atlético MG - 48.025
10º Sport - 42.433

PROJEÇÃO PARA O DIA 31/12:

1º Internacional - 148.600
2º Corinthians - 139.357
3º Palmeiras  - 127.251
4º Grêmio - 87.885
5º São Paulo - 81.267
6º Cruzeiro - 73.164
7º Santos - 62.577
8º Flamengo - 62.440
9º Atlético MG - 48.025
10º Sport - 42.266

sábado, 28 de novembro de 2015

Carreira, seleção brasileira e lado cronista: entrevista com Chico Garcia

Francisco Garcia Borges. Ou simplesmente Chico Garcia. O moço que começou na rádio da LBV em Porto Alegre e que hoje figura como um dos principais nomes do jornalismo esportivo do Brasil. Chico nasceu no dia 1º de setembro de 1981, em Porto Alegre. Atuou como produtor e comentarista de arbitragem na Rádio Gaúcha. Atualmente, faz parte do time de debate do Jogo Aberto e apresenta Os Donos da Bola para os gaúchos.

Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, o jornalista comenta sobre o início da carreira, fala de Tite e seleção brasileira e aponta as inspirações de seus textos em seu blog.

Para os futuros leitores, quem é Chico Garcia?
Jornalista diplomado, pós-graduado em Jornalismo Esportivo, árbitro formado pela FGF (Federação Gaúcha de Futebol) para exercer a função de comentarista de arbitragem, coordenador de esportes da Band TV-RS, radialista, apresentador, repórter e comentarista. Escritor de um blog que fala de relacionamentos e autor do site e do canal no youtube Sexo, Amor e Crônicas.

Fale sobre o começo da sua carreira
Foi na RGS 1300 AM, rádio da LBV em Porto Alegre. Bati lá e pedi uma chance. Eles fizeram um teste comigo e me deixaram acompanhar o programa esportivo, as jornadas. Aos poucos fui ganhando oportunidades e quando vi estava fazendo a linha de frente. Foi a minha escola.

Quais são as suas referências no jornalismo esportivo?
Luciano do Valle sempre foi referência. Atualmente Renata Fan, Fabiano Baldasso, Tiago Leifert e Tadeu Schmidt. Entenderam as transformações da profissão.

Qual das transmissões mais te realizou profissionalmente?
A Copa do Mundo de 2014, onde fazia links ao vivo para toda a programação da Band em frente ao Beira-Rio e depois com a cobertura nos estúdios  da Band em São Paulo.

Como foi a transação de repórter para apresentador?
Na verdade sigo repórter, mas de forma esporádica. Foi um conjunto de fatores, uma necessidade da empresa, uma vontade minha e acabou acontecendo.

Você tem curso de arbitragem. O que te motivou a fazer? E como você vê o atual momento dos árbitros em geral, no Brasil?
Fiz por um pedido da Rádio Gaúcha na época para me tornar comentarista de arbitragem. Acho que falta uma política de gestão mais adequada para os árbitros. Vivemos um momento delicado e não há preparação.

Qual a importância de participar de um programa tão importante como o Jogo Aberto?
Foi a melhor coisa que me aconteceu em termos profissionais. É uma diversão, me sinto feliz fazendo (parte do programa). É maravilhoso, colho muitos frutos por conta disso, com um alcance espetacular. Recebo mensagens de gente de todo país.

E as discussões entre o Denilson, Ronaldo Giovaneli e Heverton Guimarães?
Faz parte do show. A gente se adora, temos m grupo no WhatsApp, saímos pra jantar. Há um carinho muito grande entre todos. Mas na hora a gente debate forte por conta das ideias.

Como você analisa o trabalho de Dunga na seleção brasileira? Você acredita que o nosso futebol voltará ao seu lugar de destaque?
Não gosto do nome do Dunga. Acho ele pouco atualizado para as ideias do futebol atual. Infelizmente não vejo o Brasil atingindo um patamar mais elevado. Apesar de termos Neymar, o futebol de hoje é coletivo e não vai se sustentar com apenas um jogador. Muita coisa precisa mudar.

Qual a análise que você faz da dupla Gre-Nal em 2015?
O Internacional teve um ano acidentado, mas ainda assim construiu bons resultados. Chegou na semifinal da Libertadores, mesmo perdendo vários jogadores por lesão, depois atravessou um momento conturbado de erros da direção como a troca de técnico em um momento inoportuno, ou então de não verificar o problema da preparação física. No segundo semestre, seguiu perdendo atletas e ainda assim tem resultados. Não vejo como um ano catastrófico, mas a direção cometeu muitos erros. O Grêmio demorou a perceber que Felipão não se enquadrava no perfil que o clube precisava e conseguiu resultados surpreendentes, especialmente pelo trabalho do técnico Roger. Não ganhou nada, é verdade, mas chega com moral para o ano que vem depois da brilhante campanha no Brasileiro.

Tite é o melhor técnico do Brasil?
De longe. Ele sobra no aspecto motivacional, tático, na condução de um grupo. Está muito à frente dos demais.

Recentemente, tem-se comparado o futebol do Corinthians com o do Barcelona. Você considera um exagero? Por quê?
Não é questão de exagero, acho a movimentação diferente. Se for na proporção em relação aos outros times do Brasil até entenderia e mesmo assim não acho certo, pois o Barcelona tem três individualidades geniais, e o Corinthians tem como destaque o grupo.

Quem ganha a Copa do Brasil?
Acredito que o Santos, que tem jogado um futebol brilhante efetivo, mas terá dificuldades, pois o Palmeiras oscila, mas tem bom técnico. E num clássico as coisas se equilibram.

Você é uma figura importante nas redes sociais. Como lida com os elogios e críticas?
Simplesmente entendi que quanto mais seguidores a gente tem, mais atingimos pessoas que vão gostar do nosso trabalho e que vão nos atacar por algum motivo. Não dou bola, procuro aprender na crítica que não é ofensa e adoro os elogios. Serve como um bom termômetro, mas não pode determinar 100% das minhas ações.

Além do Chico Garcia jornalista, tem o lado blogueiro. De onde vem a inspiração para escrever crônicas? Em quem você se inspira?
Nas minhas experiências pessoais, nas histórias de amigos, pessoas conhecidas e um pouco do que observo. Sempre fui muito ouvinte, observador e tive uma capacidade de transformar histórias em palavras. Resolvi colocar isso em prática.

Pretende escrever um livro?
Sim, deve sair do papel no início do ano que vem. O projeto já está em andamento.

No atual jornalismo, são muitos os que exercem a função sem diploma e com falta de credibilidade. Você é a favor do diploma para a atuação? E qual a importância da fonte na hora de divulgar uma notícia?
Defendo sempre o diploma, pois a faculdade nos dá a teoria e os ensinamentos do valor-notícia, credibiliza o papel do jornalista. Mas reconheço que na nossa profissão, não é tudo. Além disso, é preciso prática, discernimento na hora de comunicar. Muitos jornalistas formados são maus profissionais e alguns que não se graduaram entendem bem o ritmo da profissão. Não tenho preconceitos, mas defendo o diploma. Hoje qualquer um é fonte, então é preciso muito cuidado e aí entra o jornalista. Filtrar tudo que chega averiguar a veracidade e ter cuidado. Se hoje qualquer um é fonte ou jornalista por ter uma rede social, mais se faz necessária a função de um jornalista de fato e de direito.

Deixe um recado para seus fãs e para quem deseja ser jornalista como você
Muito obrigado pelo carinho. Nossa profissão não é fácil e vive um momento turbulento e de transformação, mas acredito que os novos profissionais tem mais chances de se adaptarem às novas mídias do que os atuais do mercado. Muitos ficarão para trás. A hora é de vocês, aproveitem isso!

domingo, 22 de novembro de 2015

Futebol Europeu: A incrível campanha do Leicester; e Rafa Benítez pode repetir o caminho de Luxemburgo

O torcedor, de forma geral, se tivesse que apostar em um clube inglês, em qual jogaria suas fichas? Chelsea, Manchester United, Manchester City ou Arsenal. Mas uma equipe vem chamando a atenção e é destaque da atual temporada inglesa. O Leicester. Sim, o clube modesto, que amargou a lanterna na temporada 2014/2015 e sofreu para não ser rebaixado.

Até agora, foram 13 rodadas disputadas. São oito vitórias, quatro empates e apenas uma derrota - para o Chelsea. Robert Huth, Riyad Mahrez e Jamie Vardy são os grandes destaques do The Foxers. Vardy tem uma história interessante. Ele foi operário. E tornou-se o primeiro jogador a marcar em 10 jogos consecutivos na Premier League. A equipe venceu, neste sábado, o Newcastle por 3 a 0, mesmo jogando no St. James Park. O próximo compromisso será no dia 28, contra o Red Devils, vice-líder, com um ponto a menos - 27.

É uma equipe que faz a lição de casa e implanta o melhor futebol no Campeonato Inglês. O pesadelo do atual campeão permanece. Manchester United e Manchester City oscilam, enquanto que o Arsenal corre por fora, juntamente com o Tottenham. São 71,8% de aproveitamento e o melhor ataque na competição - 28 gols marcados. Surpreendentes números que comprovam o feito histórico da equipe.

Rafa Benítez e o caminho do futuro:

As péssimas atuações do Real Madrid no Campeonato Espanhol têm nome e sobrenome: Rafa Benítez. O comandante veio para assumir a vaga de Carlo Ancelotti, que foi demitido de forma surpreendente. E os números não são bons. A equipe vem de duas derrotas seguidas - para o Sevilla (3 a 2) e Barcelona (4 a 0). O duelo deste sábado foi a ponta do ice berg para a confirmação: os jogadores não gostam do estilo de atuação do treinador espanhol. Quando se tem um técnico experiente, campeão mundial, não se manda embora. Recupero um post que fiz em junho de 2015 sobre a injustiça que ocorreu. Clique aqui.

E o caminho de Benítez pode ser o mesmo de Vanderlei Luxemburgo. Até hoje, busco explicações sobre ele ter sido treinador do clube merengue em 2005. A demissão de Luxemburgo no time espanhol aconteceu após uma vitória diante do Getafe por 1 a 0 pelo Campeonato Espanhol. Mas, duas semanas antes desse duelo, os comandados de Luxa foram derrotados pelo Barcelona, perdendo por 3 a 0, o que acarretou críticas ao seu método de trabalho e insatisfação. Foram cinco competições disputadas e nenhum título conquistado.

O próximo desafio de Benítez será armar um Real ofensivo e preciso para conquistar a vitória diante do Eibar, fora de casa. O time está na sétima posição e luta por uma vaga à Liga Europa. Já os madrilenhos ocupam a segunda colocação, com 24 pontos somados - seis a menos que o líder e rival Barcelona. A pressão é grande. Até o presidente Fiorentino Pérez vem sendo alvo. Não é o Getafe de 10 anos atrás, mas pode ser a mesma pedra no sapato. E is famosos panos brancos podem ser novamente balançados como sinal de protesto.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O comportamento petulante de Neymar e a falta de seriedade da CBF

Neymar tem um temperamento digno de um jogador que não sabe perder. Ele é muito talentoso, não tenho dúvidas disso. Acho que ninguém tem. Mas a pessoa Neymar precisa de uma mudança rápida e pontual. Há dois tipos do camisa 10: no Barcelona (vestindo a 11), ele aceita os recados e as ordens ditas e propagadas pelos árbitros. Afinal, ele tem experiência ao seu lado, casos de Messi, Iniesta e Piqué. Na seleção brasileira (com a camisa 10), é mimado, irritante.

O comportamento dele contra a Colômbia, em jogo válido pela Copa América, é um dos exemplos. Partiu para cima do árbitro. Quis ser o capitão. Não é e nem merece ser. Ele já foi alvo de críticas do treinador do Celtic - Nell Lennon - por conta de ter exagerado em algumas faltas. A simulação se faz presente no estilo dele. E ninguém vai mudar. Está perdido.

Ontem, contra o Peru, Neymar não jogou absolutamente nada. Foi anulado pelos defensores peruanos. Foi exemplar o comportamento deles. E ainda conseguiram arrancar um cartão amarelo para o atacante. Desequilibrado, ele discutiu com o árbitro José Hernando Buitrago durante os 90 minutos. Atitude irresponsável. Talvez tenha pensado que era amistoso, pelada de fim de ano. Xingou o juiz e para amenizar o clima, ofereceu sua camisa ao colombiano que apitava sua última partida como juiz da Fifa. Experiente, fez um golaço. Recusou o presente.

O jogador ficou sem graça, constrangido. Ainda bem. Ele precisa de um choque para ver se acorda e possui uma melhora em seu comportamento. Isso apenas comprova o quanto essa seleção é medíocre, fraca, tanto psicologicamente quanto tecnicamente. Apenas o Renato Augusto se destacou nesse jogo medonho e fatídico.

Que a CBF, "presidida" pelo Marco Polo Del Nero tome providências. Neymar não é mais um menino. É pai, deveria ter consciência e respeito. Mas ainda tem pensamento de um menino de sete anos. E que Dunga e Gilmar Rinaldi, experientes e ultrapassados, possam deixar de legado o valor humano. A CBF não é séria. Neymar, muito menos.

domingo, 15 de novembro de 2015

Categorias de base do Santos é destaque no futebol paulista; veja números

Trabalho, estrutura, inovação. É assim que o Santos reformulou o seu futebol na base. A equipe vai além de Pelé ou Neymar. As categorias sub-11, sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20 escreveram uma história única e com destaque no futebol paulista. Todas essas se classificaram para as finais.

Neste domingo, pela manhã, o sub-11 da Vila Belmiro empatou com o Palmeiras, e não ficou com o título. Mero detalhe. O Santos é a maior fábrica de talentos. Por isso chega forte para as competições. E isso merece ser destacado.

Pelo sub-13, o Alvinegro poderia até empatar contra o Corinthians, para ser campeão. Porém, a equipe não deu chances e goleou por 4 a 0. No sub-15, os novos Meninos da Vila venceram o Red Bull Brasil por 2 a 1, no CT Rei Pelé. Avançaram para a final e enfrentam o Audax Osasco. Primeira partida acontece no próximo sábado, 21.

O sub-17 do Santos venceu, de virada, o Corinthians por 2 a 1, e também chegou à final. O primeiro jogo da decisão também acontece no sábado, 21. O Peixe enfrenta o São Paulo.

No sub-20, mais um confronto entre Santos e Corinthians. O time da Baixada Santista passou pelo Red Bull Brasil nesse sábado. A vitória por 1 a 0 coloca a equipe praiana frente a frente com o Corinthians, que eliminou o Flamengo-SP.

Se todos os clubes fizessem a mudança que o Santos teve, o futebol da base seria mais valorizado. Não tenha dúvidas disso. Hoje são 150 profissionais cuidando da garotada. Trabalho com atenção. Creio que hoje o Santos seja o clube a se espelhar nesse aspecto de formação de jogadores.

Veja números do Santos nas categorias de base:

Sub-11: 

Jogos: 22
Vitórias: 15
Empates: 5
Derrotas: 2
Gols marcados: 42
Gols sofridos: 5
Saldo: +37

Sub-13:

Jogos: 22
Vitórias: 16
Empates: 6
Gols marcados: 58
Gols sofridos: 7
Saldo: +51

Sub-15:

Jogos: 30
Vitórias: 22
Empates: 6
Derrotas: 2
Gols marcados: 79
Gols sofridos: 14
Saldo: +65

Sub-17:

Jogos: 30
Vitórias: 21
Empates: 4
Derrotas: 5
Gols marcados: 82
Gols sofridos: 27
Saldo: +55

Sub-20:

Jogos: 28
Vitórias: 19
Empates: 6
Derrotas: 3
Gols marcados: 67
Gols sofridos: 10
Saldo: +57

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Resposta à Fábio Porchat

Pela manhã deste domingo, conecto a internet, abro o Twitter e logo de cara me deparo com uma crônica daquele se intitula intelectual Fábio Porchat. Não deve ser levado em conta atitudes ou escritas desse cara. Mas enfim. Como jornalista, fui ler. Ele decidiu falar sobre a relação da torcida com o futebol. E já começa dizendo que torcer para um time de futebol é inútil. Depois ele fala da sua relação com o Vasco. Talvez quisesse se redimir do erro ou da ignorância. Mas não consegue. E piora a situação escrevendo: “Não tem lógica nenhuma torcer que nem um imbecil". Sério, como pode ter esse pensamento arcaico?

Fábio não deve saber o que é futebol. Ou não deve ter a essência e a paixão de torcedor. Tentarei ajudá-lo, apesar de não ser a minha função. Fábio, futebol é uma arte. Estamos falando de um esporte em que o torcedor apaixonado, verdadeiro, assume a posição de técnico e até mesmo de jogador. Ele comparece ao estádio, apoia o seu time do coração, xinga o árbitro, apesar de ser um erro de cultura. Mas, acima de tudo, estamos falando de uma paixão.

Se você é antenado, deve saber da história do garoto Matheus. Ele tem seis anos e sofre de uma doença rara. Torcedor do Cruzeiro, ele é fã do atacante Willian. E tinha um sonho: ter o seu nome gritado no Mineirão. Em um domingo de manhã, o mesmo que eu tive que perder o meu tempo lendo a sua crônica, o Cruzeiro  e os torcedores prepararam uma linda recepção ao menino.

“Olê, olê, olê, Matheus, Matheus” foi um dos gritos que embalaram a entrada de Matheus no gramado do Mineirão. A emoção tomou conta de todos que estavam presentes no estádio. Durante o Hino Nacional, ele ficou abraçado ao atacante que vem sendo o destaque do Campeonato Brasileiro.


Ana Cândida de Oliveira Marques. Sabe a quem me refiro? Ela é uma senhora de 94 anos e é uma personagem ímpar na torcida do Atlético Mineiro. Conhecida como Vovó do Galo, comparece a todos os jogos do time de coração.

Futebol tem disso. Tem essa capacidade de hipnotizar, contagiar. O tempo não é um empecilho para o torcedor exercer a sua função, paixão.

Além de arte, futebol é cultura. Saiba que o Campeonato Brasileiro tem 20 times. E não trinta e sete conforme você escreveu em seu artigo.

Só quem tem dedicação, apreço, zelo, paixão e compromisso verdadeiro com o time, indo ao estádio tanto na fase boa quanto na fase ruim, pode comentar sobre algo. Esta é a minha resposta.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Corinthians garantiu o hexacampeonato

O Corinthians é o campeão do Brasileirão 2015. Fato. E merecidamente. As próximas rodadas serão apenas para formalizar aquilo que já está escrito. É um carimbo na faixa. Sexto título brasileiro. E não adianta tentar desmerecer a qualidade, o talento, a disciplina do excelente time montado pelo técnico Tite.

Neste domingo, não tomou conhecimento do Independência. A partida deveria acontecer no Mineirão. Seria mais apropriado para um clima de decisão de campeonato. O Atlético-MG tentou utilizar a força do 'Eu Acredito' e de sua torcida. Aliás, vale um adendo: que comportamento infantil de alguns imbecis. Cuspir no técnico Tite é mais uma prova real de que a humanidade deu errado.

Pronto. Voltando ao embate. O Corinthians aplicou um nó tático. Troca de passes em velocidade, jogadas por todos os setores do campo. E mesmo com peças limitadas, casos de Edílson e Guilherme Arana, o Corinthians provou que tem um elenco que consegue refletir em campo o brilhantismo que é visto nos treinos.

Colocar o título do Corinthians na conta da arbitragem é mais um erro. Todos os clubes foram beneficiados pela corte. Afinal, o nível aqui é pífio. O Corinthians não se importou com ela. Fez sua parte nas quatro linhas. E o prêmio está aí.

O próximo confronto é contra o Coritiba, em Itaquera. Uma vitória simples e um tropeço do Galo diante do Figueirense serão suficientes para carimbar o ano 2015 na faixa. Caso o time mineiro ainda consiga um resultado positivo, a comprovação fica para a próxima rodada. Vitória contra o Vasco, em São Januário, já é suficiente para gritar 'É campeão!!'. Independentemente da vitória do Atlético-MG contra o São Paulo.

Resultado incontestável diante de toda sua superioridade. E não foi apenas ontem. Foi em todo o campeonato. Quando o primeiro turno terminou, a diferença do time paulista para o mineiro era de quatro pontos. Hoje, é de 11. Isso são apenas alguns números. Confira outros.

Melhor ataque: 61 gols
Melhor defesa: 25 gols
Maior saldo de gols: 36
Desempenho em casa: 89,58%
Desempenho fora de casa: 58.82%

Campanha no turno: 40 pontos - 19 jogos (12 vitórias, 4 empates e 3 derrotas)
Campanha no returno: 33 pontos - 14 jogos (10 vitórias, 3 empates e 1 derrota)

Melhores em 10 rodadas: 23 pontos
Rodadas no G-4: 25
Rodadas na liderança: 17

Segunda maior invencibilidade no campeonato: 7 rodadas

Faltando 5 jogos para terminar o campeonato, o Corinthians soma 73 pontos. O Cruzeiro, campeão da edição anterior, terminou com 80 pontos somados. São 15 pontos possíveis. Impossível não pensar que o Timão passe essa marca.

Quando foi campeão em 2011, o Corinthians somou 71 pontos. Incrível. Em 2005, quando o formato do campeonato era diferente e contava com 22 clubes, o time conquistou 81 pontos.

E o técnico Tite foi capaz de transformar o elenco em situações apertadas e conturbadas. Quando ocorreu a eliminação para o Tolima, ele continuou e foi premiado com o título nacional de 2011. O mesmo acontece após quatro anos. Eliminação vexatória para o Guarani, do Paraguai. Salários atrasados, divisão no elenco. Tite segura a bomba e consegue mais um título em sua carreira.

O resultado de ontem e os números comprovam que o Corinthians é o campeão deste ano. Justamente.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Guerrero decepciona. Porém as críticas não são justas, já que 2015 é um ano de testes

Paolo Guerrero chegou com status de craque e decisivo no Flamengo. Os torcedores e a diretoria depositaram a confiança no atacante. A seca de gols agora estava resolvido com a sua chegada. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Em 14 jogos disputados com a camisa Rubro-Negra, Guerrero anotou quatro gols e deu três assistências. O investimento de R$ 900 mil mensais já entra em xeque pelos torcedores e pela própria diretoria. Será que valeu a pena?

Os envolvidos na negociação já mostraram que não perdoam o elenco pela campanha irregular na competição. Afinal, tem um jogador caro nesse pacote. O peruano foi a principal contratação do clube para esta temporada e a responsabilidade é enorme. Kayke, atacante de custo bem menor, e contratado para ser o centroavante reserva, tem números mais favoráveis — quatro gols em oito jogos.

As críticas ao Guerrero são válidas, afinal é um atleta que tem notoriedade, e a sua carreira badalou quando estava no Corinthians, fazendo o gol contra o Chelsea, que resultou no título do Mundial de Clubes em 2012. Porém, essas críticas, não são justas. Ele está numa fase de aprimoramento, junto com Oswaldo de Oliveira. O seu rendimento em campo só vai melhorar a partir do ano que vem. Temos que ser sensatos. E vale recordar que Guerrero vem de uma lesão, ou seja, a parte técnica e física ainda não está 100%, fazendo com que haja um sacrifício por parte do peruano para estar apto.

E temos que analisar as suas atuações nos confrontos. Contra o Internacional e Corinthians, ele jogou isoladamente no setor ofensivo. Não tinha um companheiro que tivesse o mesmo raciocínio, e isso dificulta bastante.

Ele precisa dominar, escorar no zagueiro, enxergar a melhor opção, tentar o passe. Perde-se tempo e o zagueiro adversário consegue dar o bote no atacante. Ou seja, falta um jogador que o auxilie. Penso que Guerrero e Kayke seria uma boa opção no atacante flamenguista. Versatilidade, velocidade e marcação-pressão. Oswaldo precisa acertar esse quebra-cabeça.

Mas fique tranquilo: o amor ainda não acabou. As partes envolvidas tentam fazer a conciliação.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Não basta apenas convocar. O maestro precisa reger a seleção brasileira

O técnico Dunga convocou os 23 jogadores que farão parte dos jogos contra Argentina e Peru, válidos pelas Eliminatórias da Copa da Rússia. A grande novidade foi a escalação de Cássio. Mas quero falar do maestro. 

Renato Augusto é o melhor jogador do Corinthians neste Campeonato Brasileiro. E consequentemente, pelas suas atuações, merece estar na lista de relacionados. 

Porém, faço a seguinte pergunta: do que adianta convocar, se não vai escalar? Para os jogos iniciais (contra Chile e Venezuela), o camisa 8 do Timão sentiu o sabor do banco de reservas. Algo impensável. 

Renato é hoje um jogador diferente daquele que foi o maior destaque do Flamengo na conquista do bi-campeonato na Copa do Brasil. Aprendeu a jogar de forma mais coletiva, pensa melhor o jogo. E a seleção brasileira é carente de um meia que possui essas características. Oscar é um parasita em campo. Nem merecia ser convocado. 

Elias, Renato Augusto e Lucas Lima. Trio ideal para os confrontos de novembro. O "renascimento" do meia que passou quatro anos na Alemanha (jogando no Bayer Leverkusen) se deu mesmo após a conquista da Recopa Sul-Americana pelo Corinthians. Foi ali que ele provou que era um jogador diferenciado e que poderia ser útil novamente vestindo a camisa amarela. 

Dunga precisa ter coragem para deixar Oscar e Willian no banco de reservas. O maestro quer e precisa reger a frágil e sem sintonia seleção brasileira. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Lucas Pratto na seleção brasileira? Eu convocaria

O atacante argentino Lucas Pratto, que atualmente está no Atlético-MG, não descartou a possibilidade de defender a seleção brasileira. Ele cita como "mais do mesmo" o ataque da Argentina.

Com 27 anos, ele é um dos destaques do Campeonato Brasileiro. São 12 gols marcados. E um detalhe: nunca perdeu um pênalti na carreira.

Ao lado de Ricardo Oliveira, do Santos, e Neymar, do Barcelona, a seleção brasileira ganharia muito em qualidade. Atualmente, a seleção vive uma fase de carência do estilo homem-gol. E Lucas Pratto se encaixa nesse perfil.

Se o seu pai ou sua mãe biológicos tiverem nascido nesse país, Lucas Pratto conseguiria defender a seleção já quando estivesse com a naturalização oficializada. Caso contrário, apenas em 2020. Isso faz parte de um Estatuto criado pela Fifa, em abril deste ano.

Em 2020, Pratto estaria com 32 anos. Idade boa ainda para jogar. Mantendo a forma e a boa fase, que mal tem ele defender a seleção brasileira?

É difícil encontrar um atacante brasileiro tão eficiente como esse argentino. Além de ter bom posicionamento na área para balançar as redes, ele é solidário, dá assistência, ajuda no meio-campo. Querem mais o quê?

E outra: o Brasil precisa quebrar alguns paradigmas. Só porquê ele é argentino?! Quando o Thiago Alcântara se naturalizou espanhol, a imprensa de lá não criticou. Pelo contrário. Aprovou, até porque ele é um dos melhores meias.

Depois de Ronaldo Fenômeno, não tivemos nenhum 9. Pratto é esse cara. Eu convocaria.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cinco fatores provam que Seleção Olímpica é melhor que a principal

Rogério Micale é técnico da Seleção Olímpica (Foto: CBF)
A Seleção Sub-23, ou Olímpica, fez dois amistosos preparatórios. Contra a República Dominicana, na última sexta-feira, 9, os comandados de Rogério Micale venceram por 6 a 0. Nesta segunda-feira, 12, nova vitória, dessa vez sobre o Haiti, por 5 a 1. O primeiro duelo foi mais fácil, com amplo domínio brasileiro e abusando da criatividade no setor ofensivo. Já contra os haitianos, a dificuldade foi maior, levando-se em conta a forte marcação.

Ao contrário do que vem sendo dito e escrito, penso que os onze gols marcados devem ser levados em conta. Mas não se pode dizer que é o fator principal. Isso é apenas um detalhe. O que deve ser enfatizado é o estilo de jogo do Micale e suas características, que provam que essa seleção de meninos é bem superior à principal. Veja os motivos:

Linha alta:

No Mundial Sub-20, ele já havia feito a equipe jogar com com goleiro e zagueiros adiantados. O resultado: alcançou o vice-campeonato da competição, perdendo para a Sérvia. A ideia é simples: compactar o time e tirar o espaço do adversário. Aplica o estilo atualmente jogado na Europa. E na seleção principal, o que vemos? Na linguagem popular, é um Deus nos acuda. Zagueiros dão espaços, não conseguem interceptar e deixam os atacantes adversários livres para balançar a rede. Vimos isso contra a Alemanha, na Copa do Mundo; Copa América; e recentemente contra o Chile. É muita desorganização.

Toques rápidos e movimentação:

Com Micale, não tem essa filosofia de chutão. Ele trabalha com os jogadores aproximados, facilitando a mobilidade e, consequentemente, a velocidade para puxar os contra-ataques. Isso ficou perceptível no amistoso contra a França, em setembro, e nesses dois últimos amistosos. Para que isso tenha qualidade, Rogério distribui a equipe com Walace, Luan, Kenedy e Valdívia. Já a seleção principal não tem um meia talentoso, que pense o jogo. Lucas Lima poderia ser esse cara, porém Dunga utiliza Elias, que tecnicamente é um jogador mais lento.

Conformados com o desempenho?

A seleção principal vive um problema crônico. Parece que a cada resultado ruim ou desempenho fraco é visto como normal. Os jogadores do atual elenco do Dunga são indiferentes, cabisbaixos. Sentimento ruim ou má-vontade? Difícil resposta. Pela seleção sub-23, vemos o oposto. Uma equipe que quer beirar o fantástico, a melhor formação e aperfeiçoamento. O comportamento da partida de hoje foi extremamente diferente da anterior. Utilizou uma marcação por pressão diferente, abusou do toque de bola, da paciência e dos dribles. Diferença técnica e comportamental. Micale prioriza a ideia que tenta implantar.

'É preciso reavaliar todo o futebol brasileiro'

Rogério Micale é bem crítico com relação ao atual momento vivido pelo futebol brasileiro. Ele prega que o futebol praticado aqui parou no tempo há anos, e que precisa avançar se quiser conseguir sucesso no futuro. E mais: é bem enfático ao dizer que as pessoas envolvidas diretamente não querem mudanças. Já o técnico que dirigiu uma equipe em toda a sua "carreira", diz que nem tudo está errado e que não há necessidades de mudança. E o 7 a 1? Vexame na Copa América? Significaram o quê?

Atenção às potências da base, e não mercado sujo do futebol:

O trabalho do Micale é difícil: acompanhar os jogadores da base, tanto do Brasil quanto da Europa. Mas uma coisa deve ser salientada: o técnico do Mundial Sub-20 não se preocupa com jogadores que estão, literalmente, do outro lado do mundo. As potências são o Brasil e os países europeus. China, Emirados Árabes? Que nada! Rogério aposta nos nomes que podem configurar num bom desempenho nos Jogos Olímpicos e, por isso, merece a confiança do torcedor. Só falta o Dunga querer se ajudar. As informações, os conhecimentos e o contato, ele tem.

É um alento para o futebol brasileiro ter ideais modificados por um técnico que era visto com certo olhar de preocupação.

E mais: torço para que Dunga seja demitido imediatamente. Mas se a CBF julgar melhor a permanência dele, o melhor a se fazer é....sentar e chorar. Porque nunca vi uma seleção que joga com medo, como essa.

domingo, 11 de outubro de 2015

Ti-Ti-Ti-Te-Te-Te, vem logo Tite!

Será que o alto patamar da CBF tem assistido aos jogos de seus funcionários? Será que Dunga assiste ao VT das partidas e ainda permanece com a tese de que a seleção brasileira vem tendo boas atuações? Sério, não dá. Dunga não serve para comandar um clube, quanto mais uma seleção. Impossível.

Pior que o Dunga, acredito que seja o Sebastião Lazaroni, responsável por uma campanha pífia na Copa do Mundo de 1990. O atual técnico da seleção não tem planejamento tático, estratégias, inteligência.

O ideal para arrumar essa bagunça é ele: Tite. O comandante do Corinthians é inteligente e muito metódico. Ele tem o seu código de conduta que não abre mão. Conhecimento, riqueza, profissional, atento.

Em outubro de 2014, enquanto poderia estar em casa, relaxando, decidiu se reciclar. Foi acompanhar o trabalho de Carlo Ancelotti, então treinador do Real Madrid. Ele esperava receber convites para trabalhar no Brasil, depois de ver frustrado o seu plano de dirigir a seleção brasileira.

Com Carlo Ancelotti, Tite aprendeu mais sobre o esquema tático 4-1-4-1, que tanto sucesso fez na Copa do Mundo de 2014. Aprendeu sobre o sistema de um departamento que mede a qualidade dos jogadores, a preparação.

Pela Flórida Cup, competição realizada nos Estados Unidos em janeiro deste ano, fez a lição. Adotou sistemas de jogo poucas vezes utilizado na vitoriosa passagem anterior. Jogou com um volante à frente dos zagueiros, atrás de dois meias compactos, além de dois atacantes abertos pela esquerda e um centroavante. Que inteligência!

Os resultados vieram com o tempo. Invencibilidade, melhor equipe do Brasil. A derrota e o vexame para o Guarani-PAR merece ser dita aqui. Foi com o erro que o melhor técnico deste país aprendeu a valorizar mais a posse de bola e sempre procurar a meta adversária. Não é necessário recuar.

Diferentemente de Dunga. Não fez reciclagem. Esperou a chance cair no seu colo. Agarrou com todas as forças. E vexames possíveis. Fiasco na Copa América. Ainda bem que foi eliminada pelo Paraguai. Se passasse enfrentaria a Argentina, e a pancada seria mais dolorosa. E justa.

Veio as Eliminatórias. A seleção que botava perigo, hoje é ameaçada por qualquer outra, Ninguém mais respeita a amarelinha desbotada. Esqueça! O primeiro jogo foi contra o Chile, nessa quinta-feira. A derrota era um resultado já esperado, antes mesmo da bola rolar. Atual campeã da Copa América, base mantida, foco no trabalho, competência. E o fato foi consumado. Derrota por 2 a 0 e gritos de 'olé'. Que baile, e poderia ter sido cinco ou até seis.

Torcedores chilenos presentes no estádio entoaram brava e euforicamente o famoso cântico "Chi-Chi-Chi-le-le-le-viva-Chile", que foi criada por um estudante de 20 anos, em 1933, a bordo de um barco. Hoje é um hino popular.

Aposto no cântico "Ti-Ti-Ti-Te-Te-Te, vem logo Tite", para que as humilhações e vexames não aconteçam e que a identidade da seleção brasileira volte a ser como já fora um dia. Com Dunga, a vaga na Copa da Rússia, em 2018, fica ameaçada.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Gabriel Jesus não precisa ser craque

O talento e a habilidade são inegáveis. Gabriel Jesus prova que será um dos grandes nomes do futebol brasileiro. Mas ser um grande nome não significa ser, necessariamente, um craque. Calma, garoto! Na partida deste domingo, contra a Chapecoense, o camisa 33 teve várias oportunidades para balançar a rede adversária. Mas, em vez de chutar, preferia o drible, estilo bonito, categórico. Não precisa!

Jogador tem que ser eficiente. Ele é muito novo para querer ser um novo Neymar, embora ele próprio tenha rejeitado esse rótulo. Mas a comparação também é inevitável. Gabriel Jesus tem que fazer o simples. Logo, logo será negociado para algum clube europeu, ganhará fama, o valor de passe subirá, marketing. Tudo isso é envolvido.

Mas como ele jogará em um grande time europeu, sendo que abusa em algumas jogadas, perde bolas fáceis, se irrita quando não recebe a bola? Não é assim, Gabriel! Tenha a sua personalidade. Faça o mesmo estilo que te consagrou. No Sub-17 e na Copa São Paulo deste ano.

Contra o Cruzeiro, em jogo válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil, provou que poderia ser o Messias. E não Messi. Mostrou no Mineirão a patente de um jogador talentoso. Mas vai ser grande jogador se tiver um bom orientador, apoio da família e, principalmente, ajuda psicológica.

E, sinceramente, as más exibições contra São Paulo e Chapecoense já são necessárias para que Marcelo Oliveira o coloque por um tempo no banco de reservas.

sábado, 3 de outubro de 2015

Osorio, vá ser feliz no México

Não há mais clima para Juan Carlos Osorio ficar no Brasil, especificamente continuar no comando do São Paulo. Com jeito simpático e inovador, fruto do seu trabalho no Atlético Nacional, da Colômbia, Osorio veio para o Brasil. Carlos Miguel Aidar, presidente do Tricolor Paulista, o chamou. Ele aceitou.

A promessa de um time competitivo, forte para brigar por títulos não aconteceu, apesar da equipe estar na semifinal da Copa do Brasil e ter eliminado Ceará e Vasco. A posição na tabela do Campeonato Brasileiro ainda não agrada. Nem mesmo a fantástica vitória sobre o Grêmio, em Porto Alegre, foi capaz de renovar as esperanças.

Não há jeito. Osorio, seja feliz no México. Implante o seu modelo e conquiste a vaga para a edição da Rússia. Lá, haverá a valorização do treinador estrangeiro. Não é igual aqui. Há preconceito, visão deturpada.

Tanto o treinador colombiano como os diretores da Federação Mexicana não se reuniram ainda para discutir o contrato. Mas a proposta existe. Está fundamentada. E o projeto é para ser a longo prazo. Então, aceite o convite, mestre.

Osório já demonstrou sua insatisfação no tricolor desde que vários jogadores importantes foram negociados pela diretoria do clube após sua chegada. O colombiano não foi avisado que seria feito um desmanche na equipe por problemas financeiros.

Faltou prestígio ao treinador. A sua vinda foi uma das melhores coisas que o futebol brasileiro tem para noticiar e - por que não? - se orgulhar após aquele fatídico 7 a 1 sofrido contra a Alemanha, na semifinal de Copa do Mundo.

Uma roda de conversas com Levir Culpi, Tite, Marcelo Oliveira e Osorio seria fantástico. Planejamento, conhecimento, estratégias, valorização. Seria algo para aplaudir. Mas aqui falta incentivo. Com certeza, no México, Osorio teria liberdade para fazer as suas invenções e seria aplaudido pela torcida. Aqui, nem mesmo acertando, o técnico é elogiado. Fica difícil.

Portanto, mestre Juan, aceite a proposta do México e esbanje sua simpatia por aí. Quem sabe, em 2018, o senhor esteja comandando uma grande seleção e conquistando feitos inéditos. É melhor trabalhar fora do Brasil para ser valorizado do que ficar aqui para ser sucateado e tratado como um qualquer.

domingo, 27 de setembro de 2015

Ronaldinho Gaúcho não é uma peça importante para o Fluminense

Esqueça o estilo ousado e alegre de Ronaldinho Gaúcho. Esse acabou e ele está próximo do fim. Prefere as noites do que os gramados. A ostentação noturna do que as assistências. E o rendimento em campo é pífio. Pelo Fluminense, não conseguiu mostrar 1% do que sabe. Ou sabia. O clube carioca estava feliz e empolgado pela contratação. Afinal, R10 - está mais para R0 -, é um atleta de grande cunho internacional. Ou seja, a expansão da marca Fluminense poderia crescer.

Nove jogos, sete como titular. Nenhum gol e nenhuma assistência. No Querétaro, seu antigo clube, a imprensa dizia que ele participou de apenas quatro partidas como titular – e só atuou os 90 minutos em dois jogos.

Que decadência. Já foi eleito o melhor do mundo pela Fifa em 2004 e 2005. Hoje, dificilmente estaria no meu time de bairro. Sua categoria e inteligência é inegável, para ser coadjuvante em gravações musicais.

Ronaldinho Gaúcho mudou. Para pior. A noite, sem limite. Os gramados, questão de tempo. Peter Siemsen, presidente do Fluminense, já afirmou que pode rescindir o contrato com o cara que poderia superar a a magia de Pelé.

A verdade é que Ronaldinho não é importante para o elenco do Fluminense. E o Fluminense não precisa de Ronaldinho. As suas extravagâncias fazem com que o elenco se reparta. Causa burburinhos. Enderson Moreira não aguentou e foi demitido. Eduardo Baptista chegou com status de solução. E fez a escolha errada. Poderia ter continuado no Sport e ter feito história.

Ele arruinou carreiras de goleiros, laterais e zagueiros. Hoje arruína a paciência dos torcedores. Haja vaias! E a sua própria vida beira a zona de rebaixamento. Chegou a noite e com ela o passaporte para as boates e as mulheres. Já o Fluminense, esqueça. Ele não está nem aí. O importante é o salário de R$ 400 mil que pinga na conta todo mês.

A diretoria das Laranjeiras errou. Deve investir na base e torcer para que erros como esse não aconteçam no futuro. A base de Xerém é forte. Presenciei in loco bons jogos. Veja o desempenho de Gustavo Scarpa no jogo de hoje contra o Goiás. Golaço e carrega o piano nas costas. É disso que o Flu precisa.

De Ronaldinho virou ‘Robalinho'. De craque virou comum.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Resultados, classificações e artilheiras do Brasileirão Feminino

Hoje tivemos a terceira rodada do Brasileirão Feminino. Confira os resultados:

Grupo 1

Pinheirense-PA 1 x 1 Iranduba-AM
Santos 2 x 1 Ferroviária

Grupo 2
Kindermann-SC 3 x 0 Portuguesa
Centro Olímpico (ADECO) 13 x 0 Duque de Caxias

Grupo 3
América MG 0 x 2 Foz Cataratas
São Francisco-BA 1 x 4 São José

Grupo 4:
Viana-MA 0 x 2 Botafogo PB

Caucaia 1 x 1 Tiradentes-PI

Classificações:

Grupo 1:

1° Santos - 9 pontos
2° Ferroviária - 6 pontos
3° Rio Preto - 6 pontos
4° Iranduba-AM - 1 ponto
5° Pinheirense-PA - 1 ponto

Grupo 2:

1° Flamengo - 9 pontos
2° Centro Olímpico - 6 pontos
3° Portuguesa - 6 pontos
4° Kindermann-SC - 3 pontos
5° Duque de Caxias - 0 ponto

Grupo 3:

1° São José - 9 pontos
2° América-MG - 6 pontos
3° Foz Cataratas - 6 pontos
4° São Francisco - 3 pontos
5° Mixto-MT - 0 ponto

Grupo 4:

1° Tiradentes-PI - 7 pontos
2° Botafogo-PB - 7 pontos
3° Caucaia-CE - 4 pontos
4° Vitória-PE - 2 pontos
5° Viana-MA - 1 ponto

Artilheiras:
Gabriela (Adeco-SP) 7 gols
Ketlen (Santos) 4 gols
Gabi Portilho (São José) 4 gols
Byanca (Adeco-SP) 3 gols
Nene (Ferroviária) 3 gols

Próxima rodada - 23/09

Grupo 1:
Ferroviária x Rio Preto, às 15h
Iranduba-AM x Santos, às 15h

Grupo 2:
Duque de Caxias x Kindermann, às 15h
Flamengo x Centro Olímpico, às 15h

Grupo 3:
São José x América-MG, às 15h
Mixto-MT x São Francisco, às 15h

Grupo 4:
Vitória-PE x Caucaia-CE, às 15h
Tiradentes-PI x Viana-MA, às 15h

Fluminense está há oito jogos sem vencer; confira os maiores jejuns do Brasileirão

Foto: Reprodução
O Fluminense, ao término do primeiro turno, era candidato ao título do Brasileirão. Porém a contratação de Ronaldinho Gaúcho e a perca de comando por parte de Enderson Moreira fez com que o projeto fosse para o ralo.

Em oito jogos neste returno, são sete derrotas e um empate. É o lanterna do returno, com apenas um ponto somado. Sofreu 18 gols. Enderson Moreira foi demitido por injusta causa. Veio Eduardo Baptista como uma aposta para dias melhores. E logo na estreia uma derrota acachapante contra a Ponte Preta por 3 x 1.

Nesta edição do Campeonato Brasileiro, os maiores jejuns ficam com:

Sport - 10 jogos (15ª --> 24ª)
Vasco - 9 jogos (15ª --> 23ª)

O Fluminense já passou por situações semelhantes a essa no campeonato por pontos corridos.

11 jogos - 2009
10 jogos - 2003 e 2006
9 jogos - 2013 e 2008

Os maiores jejuns da história do Brasileirão por esse método fica a cargo do:

São Caetano/2006 e América-RN/2007: 15 jogos

Nos últimos 10 jogos, o Fluminense venceu um jogo, empatou outro e soma oito derrotas. São apenas quatro pontos conquistados. É a pior campanha!

O clube está na 13ª colocação e respira por aparelhos.

Informações com ajuda do Futdados

sábado, 19 de setembro de 2015

A vinda de Neto à São José dos Campos

Bate-papo com Neto
Torcedores de várias idades. E de vários clubes. Porém a idolatria a um craque é a mesma. Afinal, ele passou pelos quatro grandes clubes de São Paulo. Não é para qualquer jogador conquistar esse feito. Ele teve personalidade dentro das quatro linhas. E possui fora delas, com o poder do microfone. 

Craque Neto esteve presente em São José dos Campos nessa terça-feira, 15. Ele participou de um evento no Sesc. Com mediação do jornalista Cláudio Nicolini, Neto não teve marcação cerrada dos zagueiros e partiu para o ataque durante os 90 minutos, tempo do bate-papo. 

Falou sobre Corinthians, Política, transmissão mais emocionante, a importância de Luciano do Valle, o encontro com Rivellino, a atual fase da seleção brasileira, categoria de base. Vários assuntos. 

Torcedores marcam presença no evento que teve participação
de Craque Neto
Aplausos, olhares concentrados, fixados no entrevistado e palestrante da noite. Não teve cartão amarelo e vermelho, muito menos xingamentos. Os torcedores tiveram a oportunidade de fazer perguntas para o Xodó da Fiel. 

Após 1h30 de encontro, o ex-jogador tomou uma atitude que raros notáveis têm: decidiu tirar fotos e dar autógrafos com os 150 participantes da noite. 

Fila longa. Era 22h e Neto ainda atendia aos fãs. Que atitude! Você, leitor, pode discordar do ponto de vista dele nas transmissões, criticá-lo por certas condutas. Mas nessa noite qualquer análise sistemática seria em vão. 

Encontrei com o Neto momentos antes de se iniciar a palestra. Minha reação foi perplexa. Ainda estou, aliás. Tive a oportunidade de conversar por alguns instantes. E o presenteei com um livro, escrito por mim. Para quem quer conhecer o meu trabalho, clique aqui

Ele fez questão de tirar uma foto comigo com o livro em suas mãos. Que emoção! Fiquei honrado! Feliz! Foi uma noite especial. Fui tiete e jornalista!

Após o momento com os torcedores, novamente encontrei com o Neto e fiz algumas perguntas. Confira!

Há 25 anos, você esteve aqui em São José. O jogo era São José x Corinthians, e o Timão venceu por 2 x 1, sendo que você fez um dos gols. Você se recorda do lance?

Todos os jogos são importantes e ficam na história. Esse jogo foi importante para a nossa caminhada rumo ao título do Brasileirão 1990. Mas vou ser sincero: não me recordava desse dado histórico. Fico feliz em você ter me lembrado disso. 

Em 2014, você participou do Jogo Solidário. Qual foi a importância desse evento? Você gostou do gramado do Martins Pereira?

Foi um evento muito legal! Tivemos mais de dez mil pessoas, uma excelente arrecadação de alimentos. E o estádio está bonito, condições excelentes para a prática do futebol, gramado bem cuidado. Que continue assim!

Corinthians e Palmeiras têm a intenção de jogarem a Copa São Paulo de Futebol Júnior aqui em São José. Qual a sua opinião?

Olha, acho que a cidade de São José dos Campos ganharia muito com isso. O povo de São José é acolhedor, gosta de futebol, é fanático. Então, a cidade precisa dessa relação com os grandes clubes. Sou super a favor!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Público de jogo da Série D é maior que sete partidas da divisão de elite

Remo-PA e Vilhena-RO se enfrentaram pela última rodada da Série D. O jogo definia os classificados para a próxima fase do campeonato. Jogando no Mangueirão, a equipe paraense levou a melhor, vencendo por 3 x 0, gols de Léo Paraíba, Sílvio e Chicão. O Leão encara, pela fase seguinte, Palmas, do Tocantins.

O jogo foi movimentado, bom de acompanhar. A torcida fez uma linda festa, como é de costume em Belém. O que quero expor é que o público dessa partida foi superior a sete duelos pelo Campeonato Brasileiro da Série A.

Quase 30 mil pessoas acompanharam Remo x Vilhena. Apenas cinco partidas alcançaram um público superior a metade do total do confronto da Série D. E três superaram o total de torcedores.

Confira abaixo:

Público na Arena do Grêmio: 46.915 presentes
Público no Maracanã: 10.805 presentes
Público na Arena Corinthians: 42.075 presentes
Público na Arena Pernambuco: 6.939 presentes
Público na Ressacada: 4.810 presentes
Público no Mineirão: 45.991 presentes
Público no Allianz Parque: 22.794 presentes
Público no Couto Pereira: 16.714 presentes
Público na Arena Condá: 10.800 presentes
Público no Moisés Lucarelli: 8.273 presentes

Em negrito, estão os públicos superiores ao do confronto Remo x Vilhena, pela Série D do Brasileirão. Compareceram ao Mangueirão 29.699 torcedores, atingindo a renda de R$ 766.666,00. 

Flamengo vence a sexta partida seguida e iguala recordes de 1978 e 1982

O segundo turno do Flamengo é impecável. Em seis jogos disputados, foram seis vitórias. São 18 pontos conquistados em 18 possíveis. O time é outro. Com cara nova. Kayke, que veio do ABC-RN, é a grande novidade do Rubro-Negro. Faro de gol, decisivo. Alan Patrick, que não teve oportunidade no Palmeiras, é o cara da criação.

Oswaldo de Oliveira chegou no lugar de Cristóvão Borges. E o comportamento da equipe mudou. Mais determinante, focada em campo. Espírito de vitória. Embora tenha sido eliminado na Copa do Brasil, o Flamengo não se abalou. E o G-4 é realidade no Brasileirão.

No começo da temporada, quando a equipe empatou com o Bragantino em 2 x 2, num jogo amistoso, o torcedor estava desconfiado. Algo daria errado na competição. As derrotas vinham e as más atuações mostravam que o clube brigaria para evitar o rebaixamento. Hoje é diferente.

A vitória sobre a Chapecoense por 3 a 1, fora de casa, foi importante por dois motivos. Primeiro, para continuar no G-4 e ainda poder sonhar com uma vaga para a Libertadores ou pré-Libertadores. Segundo, por recuperar a fase de 1978 e 1982. Nesses anos citados, a equipe conseguiu a proeza de vencer seis jogos de forma consecutiva.

Confira abaixo os retrospectos:

As 6 vitórias em 1978:

1 x 0 no Americano
4 x 1 no Bangu
2 x 1 no Nacional-AM
2 x 1 na Portuguesa
2 x 0 no Paysandu
2 x 1 no XV de Piracicaba

As 6 vitórias em 1982:

3 x 2 no São Paulo
4 x 3 no Náutico
5 x 0 no Treze
3 x 0 no Ferroviário
3 x 1 no Treze
2 x 1 no Ferroviário

As 6 vitórias em 2015:

2 x 1 no São Paulo
1 x 0 no Sport
3 x 0 no Avaí
3 x 1 no Fluminense
2 x 0 no Cruzeiro
3 x 1 na Chapecoense

Desempenho:

1978 - 13 gols marcados e 4 sofridos
1982 - 20 gols marcados e 7 sofridos
2015 - 14 gols marcados e 3 sofridos

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A culpa não é só da arbitragem

Edilson Pereira de Carvalho (Foto: Reprodução)
Nas duas últimas semanas, o tema arbitragem começou a ganhar proporções estratosféricas. Todos os programas de televisão, jornais impressos e portais aderiram. Parece que é atual. Mas não. Isso vem desde em 2005, no esquema em que 11 partidas foram consideradas "contaminadas", mesmo com o próprio Edílson dizendo que em muitas delas ele sequer tinha conseguido manipular o resultado.

Houve a anulação e a posterior remarcação dos jogos. O Corinthians foi o time mais beneficiado, e sagrou-se campeão do Campeonato Brasileiro daquele ano. A partir disso, surgiram várias teorias insustentáveis, dizendo que o Timão seria ajudado em futuras competições.

No Brasileirão de 2015, dez anos após esse escândalo, ainda há torcedores e - pasmem - jornalistas acreditando nessa teoria maluca, insuportável.

A verdade é que a arbitragem do futebol brasileiro e mundial é ruim de verdade. Basta ver o gol anulado a favor da Costa Rica, no amistoso contra a seleção brasileira. Nesta rodada do Nacional, Wallace, zagueiro do Flamengo, deu uma assistência com a mão. Ricardo Oliveira, impedido, balançou as redes a favor do Santos contra o Sport.

O beneficiado de hoje fatalmente será o surrupiado de amanhã. Joguem no lixo as teorias. Agora, se você tem a prova concreta, baseada em documentos e fontes que a competição está mesmo sendo apontada para um único clube, divulgue nas redes sociais. Seja forte e vá em frente!

É insuportável ter que assistir aos programas de esportes, tanto na rádio quanto na TV. Lembro que se discutia a bola rolando, a qualidade e defeito dos adversários. Hoje, em média, 55% do tempo dos programas são dedicados aos homens de preto, amarelo, azul, vermelho.

O beneficiado de hoje fatalmente será o surrupiado de amanhã. Não há nenhum movimento organizado para buscar uma solução. E isso é problema da sociedade brasileira. Sempre queremos levar vantagem em tudo. Quando somos beneficiados, ficamos quieto e negamos as versões. Quando prejudicados, gritamos, pedimos justiça, clemência!

O torcedor tem motivos para desconfiar da nossa arbitragem. Porém, desconfiar é diferente de apontar, acusar um beneficiado sem prova legítima, verídica. Agora, se há desconfiança, o certo seria investigar. Algo que não ocorrerá tão cedo.

O caso de 2005 foi ato isolado. Atualmente, dirigentes são omissos e cordeiros da CBF. Dizem amém aos comandos de Del Nero e sua trupe. E assim fica difícil para se ter uma evolução.

É evidente também que os árbitros de hoje ficam mais expostos, com muitas câmeras mostrando todos os detalhes. Três, quatro décadas passadas, não era assim. Os erros sucessivos são confirmados com a utilização do VT. Por isso, para minimizar esses, sou a favor do uso da tecnologia na modalidade, como ocorre no Vôlei e Tênis.

A tabela do Brasileirão com certeza seria diferente se os erros não tivessem acontecidos. Devemos todos ter prudência. E campeonato que segue!

sábado, 5 de setembro de 2015

Olhares de desconfiança sobre a seleção brasileira

Neymar pode começar no banco de reservas (Foto: Reprodução)
Às 17h, o Brasil enfrenta a Costa Rica. Amistoso preparatório para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. A seleção brasileira espera resgatar a confiança do torcedor e até da boa parte da imprensa. É difícil resgatá-la, uma vez que foram dois vexames em menos de um ano (Copa do Mundo e Copa América).

Além desse fator, as atuações contra Honduras e México, antes mesmo da Copa América, foram sofríveis, não causando nenhum sopro de otimismo. Neymar continua sendo a única fonte de esperança do torcedor. Mas no amistoso de logo mais, o atacante pode começar no banco.

E a dependência?

Vaias são mais comuns nos cardápios que antecedem as competições. Isso é fato, e não teoria. Comandada por Dunga, a seleção ficará de fora da Copa das Confederações de 2017, pela primeira vez. E ficar de fora da Copa 2018 já se torna real.

Lucas Lima, Philippe Coutinho, Roberto Firmino, Douglas Costa e Fernandinho. Cinco jogadores que começaram a temporada voando em seus clubes. Os torcedores criam a confiança. Mas quando eles jogam na seleção, o desempenho cai drasticamente e o apoio vira irritação.

O que não pode entrar no cardápio de Dunga é o oba-oba. Foi assim com Felipão, em 2013, quando a seleção humilhou a Espanha no Maracanã, goleando por 3 x 0. Na Copa do Mundo do ano seguinte, o fenômeno inverso.

Amistoso pode ser banal a olho nu. Para os brasileiros, não. É essencial para a manutenção do técnico e de sua comissão, e a evolução, degrau a degrau, do torcedor na forma de torcer, vibrar. Para outras seleções, amistosos são como jogo-treinos, a fim de melhorar e aperfeiçoar a qualidade técnica e física dos convocados.

A ver o comportamento dos jogadores em campo. Uma boa exibição, tudo se torna perfeito, e nenhum erro será observado. As críticas desaparecerão num simples estalar de dedos. Uma derrota ou empate, o que pode ser considerado vexatório, acarretará numa enxurrada de críticas, e a cabeça de Dunga será pedida.

A seleção busca nesses amistosos (a equipe joga na terça-feira, contra os Estados Unidos) mais que um resultado positivo. Busca conforto e a recuperação do apoio perdido. O fracasso sinalizou a necessidade de correção de rota.

sábado, 29 de agosto de 2015

"Vai ser pra sempre uma grande história na minha vida", diz Bibiana Bolson sobre a Copa do Mundo

Bibiana Bolson entrevista o craque Rivellino
Em março de 2014, entrevistei uma jovem repórter. Conheci seu trabalho através das redes sociais. Percebi que ela tinha um brilho no olhar. Apaixonada por esportes, em destaque o futebol. Quis conhecer um pouco mais da vida gaúcha. Hoje, ela tem um grande destaque no canal SporTV e é admirada por muitos em suas redes sociais.

Bibiana Bolson começou a trajetória aos 16 anos. Entrou na faculdade muito nova e imatura, mas sempre foi muito curiosa. Em poucos meses, já estava trabalhando nos laboratórios da PUC-RS, para que assim que surgisse uma oportunidade estivesse preparada. Vieram estágios em online, revistas, jornais e televisão. Quando percebeu, estava formada e completamente realizada.

Teve duas passagens pela RBS TV, afiliada da Rede Globo em Porto Alegre. Apresentou o Jornal do Almoço, fez aparições no Globo Esporte, onde cobria a região de Pelotas. Está na segunda passagem no Canal Campeão. Faz matérias e cobre grandes eventos, como o Brasileirão e o UFC, além de coletivas nos clubes cariocas.

Em nova entrevista para o Blog do Gabriel Dantas, Bibiana comenta sobre a Copa de 2014, o que mudou na sua vida profissional, a admiração dos seus seguidores nas redes sociais e muito mais.

Você participou do maior evento futebolístico, a Copa do Mundo, pelo SporTV. Conte-nos como recebeu o convite e a experiência de cobrir este evento?
Tenho certeza que a Copa do Mundo de 2014 vai ser pra sempre uma grande história na minha vida. Eu era repórter em Pelotas, mas desde 2013 tinha o sonho de poder trabalhar no SporTV. Mandava e-mail para os chefes, portfólio, buscava contatos com frequência. Soube que o canal precisaria usar repórteres das afiliadas da TV Globo para uma grande cobertura (fizemos a maior cobertura da televisão fechada, com mais de 500 pessoas diretamente envolvidas).

Então manifestei meu desejo de estar nesse time. Isso foi em 2013. Quando o ano virou, me preparava para a cobertura do Campeonato Gaúcho, tinha uma tremenda responsabilidade em Pelotas, porque era o retorno do Brasil de Pelotas à elite do futebol e seria minha primeira vez cobrindo dois times para o Estado e apresentando o Jornal do Almoço local. Trabalhei muito, tinha uma meta profissional a cumprir e fiz uma meta pessoal maior.

Era um desafio: enviar pelo menos 3 matérias por semana para o Globo Esporte Estado (quem trabalha em praça sabe que nem tudo que é feito para o jornal local é exibido no estado). Ao final do Gauchão, tinha números ótimos, tinha conseguido dar visibilidade à cidade de Pelotas e também ao meu trabalho. Iniciei o ano bem, mas queria mais.

Em meados de fevereiro, quando o Gauchão ainda estava no começo, recebi uma ligação pedindo meus dados para que um pedido de credenciamento fosse encaminhado à FIFA. Naquele momento, pensei: "Isso é um sonho, não pode ser verdade!". E era. Em maio, passei por um treinamento no Rio de Janeiro. Alguns dias depois, fui informada que havia sido solicitada para ficar na redação da cidade, onde funcionaria a base de toda a cobertura. Queriam conhecer meu trabalho, uma indicação que partiu do próprio SporTV. Era sinal do reconhecimento do trabalho que já vinha fazendo no Rio Grande do Sul.

Quando a Copa começou, me sentia um pouco insegura, me questionava como seria cobrir esse evento e se eu realmente estava preparada para tamanha responsabilidade. Mas com o passar dos dias fui me soltando mais e pude mostrar um pouco do que eu dominava. Um dos diferenciais foi ter o domínio do inglês e do espanhol, facilitou na execução das pautas, no contato com os turistas e foi útil para mostrar o comportamento dos milhares de apaixonados que escolheram o Rio de Janeiro para viver a experiência única de uma Copa do Mundo.

O canal estava 24 horas no ar, então tive também que aprender a executar o jornalismo independente do horário, durante dois meses. Trabalhei muito, passei por perrengues naturais, mas tive oportunidades que vou levar na memória pra sempre. Entrevistei o Caniggia, Passarela, Lothar, acompanhei jogos como Bélgica x Rússia, Espanha x Chile, entrei ao vivo do hotel em que estava a seleção alemã no dia da grande final. Para fechar com chave-de-ouro: vi o gol da Alemanha, na final, de pertinho. (E nesse dia nem estava trabalhando, por sorte, consegui estar no Maracanã no momento do jogo).

Das reportagens que fizeste na Copa do Mundo, qual foi a mais especial? Por quê?
Todas foram especiais. Mas a que mais gosto e que marcou a cobertura era uma que contava sobre Copacabana transformada por turistas, a Copacabana do Mundo.

Neste ano, você entrou para o time do SporTV, mas por um contrato temporário. Como surgiu o contato e o que mudou na sua vida profissional?
Eu estava cumprindo uma licença-estudo da RBS TV. Não estava trabalhando, vim para o Rio de Janeiro para concluir um mestrado e fazer algumas pesquisas. Um repórter (e grande amigo) precisou de uma licença-saúde no SporTV, acabei sendo chamada para cobrir o período e a RBS liberou. Ele ainda não retornou, fui ficando. Quero que ele volte logo, é um repórter fantástico e uma pessoa que eu gosto muito também. Se Deus quiser, vamos trabalhar juntos novamente na emissora ou no mercado (me desliguei da RBS TV em junho).

Sobre o que mudou?! Mudou muito! Essa segunda passagem oportunizou um contato mais longo e diário com os editores, colegas, profissionais envolvidos nas produções do canal. Retornar deu mais credibilidade para o meu trabalho também, é uma possibilidade de aprender com quem conhece muito, oportunidade de circular nos clubes cariocas, trocar informações com colegas de outras empresas, assessores de imprensa, assessores de jogadores, enfim, ampliar minha rede de contatos e mesmo a bagagem de conhecimento.

Todo dia eu aprendo algo novo, num universo que está sempre se modificando. Estar num canal como o SporTV é o sonho de todo jornalista, era o meu e segue sendo, é um daqueles sonhos que você não quer acordar, sabe?! Vejo muita dedicação das pessoas que comandam o projeto do canal, o diretor, Raul Costa Jr., por exemplo, tem uma visão sobre jornalismo que é diferenciada, porque ele gosta de apostar na inovação, consegue identificar potencial em jovens (tanto que tem um projeto para iniciantes- Passaporte SporTV). Ele já havia feito um trabalho de destaque na RBS TV e provou em coberturas de grandes eventos que sempre pode surpreender. Eu sempre acreditei que profissionais de destaques são aqueles que tentam fazer o impossível e vejo isso nessa gestão, seja pelo Raul ou por quem auxilia (muita gente trabalhando/pensando). O programa premiado da Copa "É Campeão" prova isso que eu estou dizendo.

Qual a reportagem mais marcante e o seu jogo mais importante que cobrira para o SporTV nesta segunda passagem?
Eu não gosto dessa coisa de eleger qual a reportagem mais marcante, porque no fundo tenho a sensação que a reportagem mais importante é aquele que ainda não fizemos ou mesmo aquela que estamos fazendo naquele momento.

Uma pessoa que entende muito de telejornalismo, me disse que admirava meu jeito de olhar pro filé mignon ou pra carne de pescoço, que eu encarava as pautas com a mesma empolgação. Acho bondade dessa pessoa em destacar isso, mas no fundo, eu tenho mesmo essa coisa de supervalorizar aquela pauta.

As histórias são tão fascinantes que eu fico muito empolgada! Só acho que o dia-a-dia, treinos, por exemplo, muitas vezes tiram essa empolgação, como em qualquer profissão. A rotina, às vezes, tira o brilho. Porém, vou eleger aqui o trabalho que mais gostei de fazer: uma entrevista exclusiva com Paolo Guerrero, atacante do Flamengo. Dias de negociação, mas quando foi ao ar muitas pessoas falaram. Gostei!

Pela RBS Caxias, você tinha um quadro chamado ‘Fôlego’. Como surgiu esse quadro?
Sim, esse quadro foi um desafio que fiz pra Bibiana sedentária. Eu tinha participado da Copa do Rio. Quando mudei pra Caxias, voltei um pouco desmotivada para o esporte. Decidi então que faria uma atividade que me desse prazer, que não fosse obrigação. Um cinegrafista da RBS TV corria num grupo, era um time de profissionais competentes e com uma proposta interessante. Fui conhecer e me apaixonei pela dinâmica. Pensei a série de uma forma fora do padrão, porque percebi que a corrida movimentava um mercado paralelo, da venda de acessórios à suplementação. A corrida é paixão, mas é negócio também...Assim foi surgindo ideias! O resultado foi sensacional, um orgulho!

Em outubro de 2014, estiveste presente na UCS (Universidade de Caxias do Sul) na Semana de Comunicação, onde teve um bate-papo com os alunos. Além de você, estava o Maurício Saraiva. Qual foi a sensação de falar para os futuros jornalistas? 
Na PUC-RS, em Porto Alegre, ainda como estudante, eu sempre fui à muitas palestras. Acredito que a minha formação oportunizou que eu buscasse desafios maiores na minha carreira, sei da importância de levar o mercado de trabalho para a academia. Dividir com jovens é também estimulá-los. Nesse dia na UCS, eu estava nervosa, mas orgulhosa! Aos 25 anos falar pra uma plateia é louco, né?! Responsa!

Pelas redes sociais, você recebe muito carinho. Qual é a sensação de recebê-lo? Isso te motiva a seguir na área esportiva?
Eu percebi a força que tinha nas redes sociais recentemente. Porque depois de cada jogo que fazia, buscava meu nome e lia o que enviavam. Reparei que não era só em jogos, mas em matérias de forma geral. Passei a postar mais pra observar a reação. Isso foi tomando uma proporção maior e eu fui aprendendo a compartilhar mais.

Não tenho milhares de seguidores, mas tenho seguidores fiéis. Eles vibram quando apareço. Comentam, sugerem, criticam...Eu gosto desse contato, porque é tudo muito espontâneo o que eles pensam, eles postam. Serve de termômetro também.

Meus chefes e meus colegas acho que nem sabem como uso essas redes. Hoje administro três contas:

Instagram: https://instagram.com/bibihbolson/
Facebook: https://www.facebook.com/bibiana.bolson
Twitter: https://twitter.com/bibianabolson

Juntos somam mais de 15 mil pessoas. Falando de Internet, parece pouco, mas pra mim é algo gigante. Não sou celebridade e nem intenciono ser. Sou jornalista, trabalho com credibilidade. Acho engraçado conhecer 20% dessas pessoas, quer dizer que os outros 80% me conhecem da telinha! Isso é demais!!!!

O seu mestrado terá como assunto o tema racismo no futebol, tendo como base o caso da Patrícia Moreira. Por que decidiu abordar este tema?
Antes do caso da Patricia Moreira, em 2014, passei por uma situação em Pelotas. Fiz uma matéria sobre o assunto logo depois do caso do Tinga, fui vista como "a jornalistazinha metida a besta que mexeu onde não devia". Muitos me rotularam, entenderam que eu estava erguendo uma bandeira para criticar uma torcida em específico. Mas, na verdade, minha intenção era abordar o assunto de forma séria, com informações que as pessoas desconheciam.

Na época, o editor do programa no estado ficou com receio de colocar a matéria no ar. Um tempo depois, vi o Brasil inteiro debatendo a questão, jornais nacionais fazendo matérias sobre o racismo no futebol. Esse foi meu momento de "redenção", do tipo "ufa, ainda há gente interessada em tratar dessa questão".

As pesquisas foram me envolvendo, as ideias foram surgindo. Infelizmente, a minha rotina de trabalho atrasa um pouco minha produção intelectual. É difícil fazer as duas coisas ao mesmo tempo, mas até o final do ano vou publicar um trabalho sobre o assunto e quero transformar em livro posteriormente. Essa vai ser a minha contribuição como jornalista, como cidadã. Quero ser referência nessa temática, ajudar a quebrar essa barreira que nós, imprensa, construímos com o tema.

O que mudou da profissional e pessoa Bibiana de 2014 para cá?
Em 2014, eu estava fazendo jogos no interior do Rio Grande do Sul. Passei pela Copa do Mundo, voltei pro Sul, fui pra Serra Gaúcha, me dediquei à apresentação, melhorei a técnica (a narração principalmente). Estudei muito, aprendi, li. Um belo dia acordei pra me preparar pra cobrir Flamengo x Fluminense no Maracanã. De repente, o Maracanã, templo do futebol, passou a ser meu destino todo final de semana. O que mudou? Mudou tudo!

A Bibiana pessoa aprendeu a ser mais tolerante, a entender que as críticas por mais que sejam arrasadoras, são fundamentais e devem servir de combustível. Eu sei onde quero chegar, sei que pode demorar, mas eu vou conseguir. Em 2014, eu tinha a péssima mania de estabelecer prazos (até tal ano estarei em tal lugar), agora tô mais light. Entendo que a vida tem também seu ritmo e que temos que respeitar. Eu me afastei de amigos e familiares pra viver o sonho do jornalismo esportivo, mudei de cidade muitas vezes nos últimos 4 anos. Essa foi uma mudança (segue sendo) importante, tenho me esforçado mais pra ser presente, priorizando pequenas coisas como uma ligação que recebo da minha mãe: "Já tá em casa, filha? Comeu o quê? Faz um chá! Vai correr!". Mas, de verdade, tenho que agradecer tudo que aconteceu nos últimos 12 meses, sou abençoada!

Para encerrar, o que seus admiradores podem esperar da profissional Bibiana Bolson?
Por conta dos meus "admiradores", eu estou elaborando um projeto para Internet. Ainda que continue na televisão, que eu quero muito, eu estou me especializando em conteúdo online. Pesquisas diárias, artigos, ideias, pilotos, projetos. Quero até o final do ano ter um canal no Youtube, que seja diferente de tudo que tem por aí.

Na minha intimidade, entre amigos, sou muito brincalhona, atrapalhada, cabeça de vento. Portanto, quero colocar mais da minha personalidade nas coisas que produzo. Ter uma pitada mais "artística", de repente, cozinhar falando de futebol, me aventurar por aí... São ideias que surgem.

Bibiana Bolson tem a sua personalidade brincalhona. E essa é tanta, que pode ser observada no trecho abaixo:

"Posso dizer o seguinte: se hoje somos 15 mil pessoas, em breve, vamos atingir UM MILHÃO. E olha eu fazendo expectativa com números e metas altíssimas (risos). Podemos ser um milhão, né?! Pega o milho, deixa ele crescer bastante e pronto. MILHÃO. Brincadeira, gente! Vamos em frente!"