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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A despedida de um mito e o adeus ao gênio

O torcedor são-paulino vive dias difíceis. Luís Fabiano se despediu do Tricolor Paulista, e vai para o futebol chinês. E o goleiro que atuou durante 25 anos como jogador profissional, todos pelo São Paulo, decidiu pendurar as chuteiras. E quando as lágrimas e o sentimento de gratidão ainda saíam naturalmente pelos olhos dos apaixonados e fãs, eis que nesta manhã nublosa de quarta-feira, surge uma nova notícia impactante: falece o ex-presidente do clube, Juvenal Juvêncio.

Rogério Ceni e Juvenal Juvêncio apresentam algo em comum: saíram de cena com polêmicas, amigos, desafetos. Escreveram suas histórias nas páginas mais belas do clube mais belo e que entre os grandes, es o primeiro. De fato, é. O comportamento da diretoria e os fracassos que por ela surgiram não minimiza a força e a grandeza de um clube que o torcedor tem o orgulho de dizer para qual torce, canta, vibra, xinga e acompanha.

O Mito, como ficou conhecido o arqueiro, supera a marca de Pelé, que até então era soberano em números. Rogério disputou 1.237 partidas com a camisa do São Paulo. O Rei fez 1.117 pelo Santos. Foram 131 gols na carreira. Marca que, dificilmente, será superada por outro goleiro. É difícil surgir um novo Rogério Ceni. Ele é único, exclusivo no futebol brasileiro e, quiçá, mundial.


E o que dizer de Juvenal Juvêncio? Sinceramente, ele era demais. As declarações eram recheadas com tempero irônico. Ser humano exemplar. Alegre, indicador, vibrante, visionário. É claro que Juvenal não era santo. E algumas heranças da atual gestão do São Paulo tem uma parcela de culpa de JJ. Mas independe. Ele era um cara moderno.

Talvez a maior decepção de Juvenal foi não ter visto a Copa do Mundo sendo realizado no Morumbi. Era um sonho de consumo. Lutou e articulou com todas as suas forças, mas jogo político sempre fará a diferença para se sair com a vantagem.

Juvenal fazia questão de tomar partido, tomar decisões. Escolhia com rigor e nos mais precisos detalhes as contratações do elenco, escolha de treinador, dirigentes. Era único. Em seu exercício, o time paulista conquistou três Campeonato Brasileiros consecutivos, uma Libertadores e um Mundial de Clubes. Histórico. Era compromissado com o São Paulo. Um casamento que ficou marcado entre tapas e beijos.

Goste-se ou não deles, Rogério Ceni e Juvenal Juvêncio são os maiores nomes do futebol brasileiro. Cada um exerceu muito bem as funções que lhe foram transmitidas. Fará falta como personagem e profissional.

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