Francisco Garcia Borges. Ou simplesmente Chico Garcia. O moço que começou na rádio da LBV em Porto Alegre e que hoje figura como um dos principais nomes do jornalismo esportivo do Brasil. Chico nasceu no dia 1º de setembro de 1981, em Porto Alegre. Atuou como produtor e comentarista de arbitragem na Rádio Gaúcha. Atualmente, faz parte do time de debate do Jogo Aberto e apresenta Os Donos da Bola para os gaúchos.
Em entrevista ao Blog do Gabriel Dantas, o jornalista comenta sobre o início da carreira, fala de Tite e seleção brasileira e aponta as inspirações de seus textos em seu blog.
Para os futuros leitores, quem é Chico Garcia?
Jornalista diplomado, pós-graduado em Jornalismo Esportivo, árbitro formado pela FGF (Federação Gaúcha de Futebol) para exercer a função de comentarista de arbitragem, coordenador de esportes da Band TV-RS, radialista, apresentador, repórter e comentarista. Escritor de um blog que fala de relacionamentos e autor do site e do canal no youtube Sexo, Amor e Crônicas.
Fale sobre o começo da sua carreira
Foi na RGS 1300 AM, rádio da LBV em Porto Alegre. Bati lá e pedi uma chance. Eles fizeram um teste comigo e me deixaram acompanhar o programa esportivo, as jornadas. Aos poucos fui ganhando oportunidades e quando vi estava fazendo a linha de frente. Foi a minha escola.
Quais são as suas referências no jornalismo esportivo?
Luciano do Valle sempre foi referência. Atualmente Renata Fan, Fabiano Baldasso, Tiago Leifert e Tadeu Schmidt. Entenderam as transformações da profissão.
Qual das transmissões mais te realizou profissionalmente?
A Copa do Mundo de 2014, onde fazia links ao vivo para toda a programação da Band em frente ao Beira-Rio e depois com a cobertura nos estúdios da Band em São Paulo.
Como foi a transação de repórter para apresentador?
Na verdade sigo repórter, mas de forma esporádica. Foi um conjunto de fatores, uma necessidade da empresa, uma vontade minha e acabou acontecendo.
Você tem curso de arbitragem. O que te motivou a fazer? E como você vê o atual momento dos árbitros em geral, no Brasil?
Fiz por um pedido da Rádio Gaúcha na época para me tornar comentarista de arbitragem. Acho que falta uma política de gestão mais adequada para os árbitros. Vivemos um momento delicado e não há preparação.
Qual a importância de participar de um programa tão importante como o Jogo Aberto?
Foi a melhor coisa que me aconteceu em termos profissionais. É uma diversão, me sinto feliz fazendo (parte do programa). É maravilhoso, colho muitos frutos por conta disso, com um alcance espetacular. Recebo mensagens de gente de todo país.
E as discussões entre o Denilson, Ronaldo Giovaneli e Heverton Guimarães?
Faz parte do show. A gente se adora, temos m grupo no WhatsApp, saímos pra jantar. Há um carinho muito grande entre todos. Mas na hora a gente debate forte por conta das ideias.
Como você analisa o trabalho de Dunga na seleção brasileira? Você acredita que o nosso futebol voltará ao seu lugar de destaque?
Não gosto do nome do Dunga. Acho ele pouco atualizado para as ideias do futebol atual. Infelizmente não vejo o Brasil atingindo um patamar mais elevado. Apesar de termos Neymar, o futebol de hoje é coletivo e não vai se sustentar com apenas um jogador. Muita coisa precisa mudar.
Qual a análise que você faz da dupla Gre-Nal em 2015?
O Internacional teve um ano acidentado, mas ainda assim construiu bons resultados. Chegou na semifinal da Libertadores, mesmo perdendo vários jogadores por lesão, depois atravessou um momento conturbado de erros da direção como a troca de técnico em um momento inoportuno, ou então de não verificar o problema da preparação física. No segundo semestre, seguiu perdendo atletas e ainda assim tem resultados. Não vejo como um ano catastrófico, mas a direção cometeu muitos erros. O Grêmio demorou a perceber que Felipão não se enquadrava no perfil que o clube precisava e conseguiu resultados surpreendentes, especialmente pelo trabalho do técnico Roger. Não ganhou nada, é verdade, mas chega com moral para o ano que vem depois da brilhante campanha no Brasileiro.
Tite é o melhor técnico do Brasil?
De longe. Ele sobra no aspecto motivacional, tático, na condução de um grupo. Está muito à frente dos demais.
Recentemente, tem-se comparado o futebol do Corinthians com o do Barcelona. Você considera um exagero? Por quê?
Não é questão de exagero, acho a movimentação diferente. Se for na proporção em relação aos outros times do Brasil até entenderia e mesmo assim não acho certo, pois o Barcelona tem três individualidades geniais, e o Corinthians tem como destaque o grupo.
Quem ganha a Copa do Brasil?
Acredito que o Santos, que tem jogado um futebol brilhante efetivo, mas terá dificuldades, pois o Palmeiras oscila, mas tem bom técnico. E num clássico as coisas se equilibram.
Você é uma figura importante nas redes sociais. Como lida com os elogios e críticas?
Simplesmente entendi que quanto mais seguidores a gente tem, mais atingimos pessoas que vão gostar do nosso trabalho e que vão nos atacar por algum motivo. Não dou bola, procuro aprender na crítica que não é ofensa e adoro os elogios. Serve como um bom termômetro, mas não pode determinar 100% das minhas ações.
Além do Chico Garcia jornalista, tem o lado blogueiro. De onde vem a inspiração para escrever crônicas? Em quem você se inspira?
Nas minhas experiências pessoais, nas histórias de amigos, pessoas conhecidas e um pouco do que observo. Sempre fui muito ouvinte, observador e tive uma capacidade de transformar histórias em palavras. Resolvi colocar isso em prática.
Pretende escrever um livro?
Sim, deve sair do papel no início do ano que vem. O projeto já está em andamento.
No atual jornalismo, são muitos os que exercem a função sem diploma e com falta de credibilidade. Você é a favor do diploma para a atuação? E qual a importância da fonte na hora de divulgar uma notícia?
Defendo sempre o diploma, pois a faculdade nos dá a teoria e os ensinamentos do valor-notícia, credibiliza o papel do jornalista. Mas reconheço que na nossa profissão, não é tudo. Além disso, é preciso prática, discernimento na hora de comunicar. Muitos jornalistas formados são maus profissionais e alguns que não se graduaram entendem bem o ritmo da profissão. Não tenho preconceitos, mas defendo o diploma. Hoje qualquer um é fonte, então é preciso muito cuidado e aí entra o jornalista. Filtrar tudo que chega averiguar a veracidade e ter cuidado. Se hoje qualquer um é fonte ou jornalista por ter uma rede social, mais se faz necessária a função de um jornalista de fato e de direito.
Deixe um recado para seus fãs e para quem deseja ser jornalista como você
Muito obrigado pelo carinho. Nossa profissão não é fácil e vive um momento turbulento e de transformação, mas acredito que os novos profissionais tem mais chances de se adaptarem às novas mídias do que os atuais do mercado. Muitos ficarão para trás. A hora é de vocês, aproveitem isso!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário