Não há dúvidas de que o futebol é o esporte mais visto no Brasil e no mundo. Não há dúvidas também de que os investimentos no futebol é astronômico. Mas nos últimos dias, o assunto principal tem sido o handebol. Afinal, as nossas meninas conquistaram o Mundial de Handebol, na Sérvia, derrotando as donas da casa por 22 a 20.
Uma dúvida sempre deve ser questionada: por que há um abismo entre os patrocinadores do futebol para o handebol?
Exemplo: Com um ganho de 500% no investimento feito no
craque Neymar, o grupo DIS é a ponta mais visível de um negócio que
apresenta grande crescimento no Brasil, a compra e venda de direitos
econômicos de jogadores de futebol.
O mercado, que movimenta US$ 3 bilhões por ano no mundo, atrai cada vez mais empresas e investidores individuais atentos à perspectiva de ganhos milionários.
O mercado, que movimenta US$ 3 bilhões por ano no mundo, atrai cada vez mais empresas e investidores individuais atentos à perspectiva de ganhos milionários.
O conceito de direitos econômicos define quem são
os reais "proprietários" de um jogador de futebol. É diferente dos
direitos federativos, que indicam o vínculo do atleta com o clube. Antes
dominado por grandes grupos, geralmente ligados a empresários de
jogadores, o mercado já atrai investidores individuais que buscam uma
aposta de risco, mas com grande perspectiva de lucro.
No handebol, os investimentos vieram. Em 2011, pouco antes do Mundial de São Paulo, a
Confederação Brasileira de Handebol (CBhb) fechou parceria com o time
austríaco Hypo No. A meta era dar rodagem às meninas brasileiras, com o
máximo possível de jogadoras atuando no handebol europeu. A CBhb paga
parte dos salários, e o Hypo, a outra metade. Do time que disputou o
Mundial da Sérvia, seis jogam no Hypo: Dara, Ana Paula, Deonise, Babi,
Alê, melhor jogadora do mundo em 2012, e Fernanda.
O apoio de empresas também fortaleceu a seleção. O primeiro patrocínio
foi o da Petrobras. A parceria com a estatal, iniciada em 2003, foi até
2010 e acabou não renovada pela CBhb( Confederação Brasileira de Handebol), por escolha própria, segundo a
empresa. Por ano, a entidade chegou a receber até R$ 2,9 milhões de
repasse. Em 2011, no Mundial de São Paulo, já sem a marca BR, o Banco
BVA foi o companheiro. O salto financeiro, porém, veio só em 2012,
quando os Correios começaram a patrocinar o time. Neste ano, por meio da
Lei de Incentivo ao Esporte, o Banco do Brasil passou a investir no
handebol dentro do projeto Plano Medalha, criado pelo Governo Federal,
por meio do Ministério do Esporte para dar suporte aos esportes com
chance de pódio nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Ao todo, até lá,
serão R$ 9,4 milhões, sendo 4,4 milhões do BB e R$ 5 milhões dos
Correios, usados para treinamentos, salários e preparação das seleções
masculina e feminina.
Porém, a Seleção Brasileira de Futebol tem apoio de empresas privadas, como Itaú, Guaraná Antarctica, Vivo, Volkswagen, Extra, Nestlé, Sadia, MasterCard, Samsung, Gillette, Gol e Seguros Unimed. Além desses, quem oferece o material esportivo é a Nike.
Após o título do Mundial Feminino, os investimentos terão que ser aumentados. Afinal,
é uma modalidade que estará nas Olímpiadas de 2016. Precisa ser muito
mais do que uma escola. E que as emissoras valorizem mais. O Esporte Interativo foi a única emissora que transmitiu o evento. O SporTV transmitiu Liga Nacional Masculina e Feminina. O abismo não deve existir, já que os esportes fazem do nosso País um marco.
A base do handebol nacional terá em Blumenau, Santa Catarina, um
Centro Nacional de Desenvolvimento voltado às seleções infantil,
cadete, juvenil e júnior, em suas versões feminina e masculina. É disso que precisamos. O futuro do esporte está nas mãos dessa juventude. E para se destacar no Pan-americano de 2015 e nas Olímpiadas do Rio em 2016, injetar investimentos e apostar na classe citada acima são os alicerces para que a modalidade ganhe sucesso e êxito maiores.
Ministério do Esporte: Aldo Rebelo lembra que o handebol é a modalidade mais praticada nas escolas brasileiras e que temos a melhor jogadora do mundo Alexandra.
Gabriel Dantas: E cadê os investimentos para essa modalidade querida? Não tem nem no papel. Vergonhoso.
ME: São investidos R$ 21,8 milhões nas seleções feminina e masculina de handebol desde 2011.
GD: Pouco para uma modalidade que ganhou o Mundial na Sérvia (me refiro ao feminino). E o futebol sempre tem ganhos maiores por que?
ME: Fundamental para o preparo das meninas, Brasil sediou o Mundial de handebol em 2011. Investimento do Ministério do Esporte.
GD: Ok. Espero que o handebol não seja apenas uma escola. Precisa-se de mais apoio e patrocinadores.
ME: Ainda temos Correios e Banco do Brasil como patrocinadores do handebol ;)
GD: Muito pouco. Apenas dois patrocinadores. E o futebol tem quase o quadrúplo. Por que essas diferenças?
ME: Futebol tem muito patrocinador de empresas privadas. Esses dois citados são públicos. Confira: http://www.brasilhandebol.com.br
GD: E por que o Handebol não possui patrocinadores de empresas privadas? É proibido?
ME: Possui! Isso é com a CBhb(Confederação Brasileira de Handebol). Veja o link que passamos. Obrigado.
Aos interessados, o meu Twitter é @Henrighdantas e o do Ministério do Esporte é @minesporte. Agradeço a atenção que o perfil do Ministério do Esporte proporcionou. Algo raro um perfil de tanta importância esclarecer dúvidas pertinentes sobre o caso.
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