Quem comandou o Taboão e foi capaz de transformar o time em sensação foi o Fábio Cunha. E é com muito prazer que ele é o meu novo entrevistado.
Fábio Aires da Cunha, mais conhecido como Fábio Cunha, nasceu em São Paulo, no dia 29/09/1974. Ele é autor de dois livros e participou de um capítulo de um outro. Os livros por ele escritos são: Torcida no Futebol: Espetáculo ou Vandalismo? e Técnico de Futebol: A arte de comandar. O livro cujo ele participou escrevendo um capítulo chama-se A Ciência da Grande Área: Futebol e Conhecimento Interdisciplinar.
É mestrado e pós-graduado em Ciência do Movimento pela Universidade Guarulhos, pós-graduado em Treinamento, Técnicas e Táticas esportivas pela Pitágoras Sistema de Educação Superior; Psicologia Esportiva pela Universidade Castelo Branco e Instituto do Esporte Wanderley Luxemburgo; pós-graduado em Metodologia da Aprendizagem e Treinamento do Futebol e Futsal pela Universidade Gama Filho; e bacharelado em esporte com Habilitação em Treinamento de Futsal. Além dessas formações acadêmicas, fez vários cursos complementares, como o de Gestão e Marketing e Workshop do Futebol.
Essa foi a sua terceira participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Em 2009, dirigiu o Barueri e em 2010, como assistente técnico, participou da campanha do Santo André. Desde agosto de 2013, tem o comando do Taboão da Serra.
Depois desse currículo invejável, confira abaixo um pouco mais do entrevistado:
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Fábio Cunha?
Fábio Cunha: Antes de tudo, um apaixonado pelo futebol. Sou um profissional do esporte, muito dedicado, sempre disposto a aprender, sempre buscando me qualificar, um profissional que busca a excelência.
GD: Desde criança,
você já tinha em mente de que gostaria de ser treinador de futebol?
FC: Sempre me
interessei pelo futebol. Meu sonho inicial era ser jogador de futebol, quando
vi que não teria essa oportunidade decidi pela profissão de treinador. Desde o
primeiro dia da faculdade, ainda com 17 anos, estava decidido a seguir essa
carreira.
GD: Como
foi a reação da sua família ao saber que você seria treinador?
FC: Nunca
tive nenhuma rejeição, as decisões sempre foram pessoais e sempre tive
liberdade de escolher minha profissão.
GD: Tem algum time de coração?
FC: Sim, São Paulo.
GD: O que
gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
FC: Ainda tem
muita coisa a fazer e realizar. Estou apenas começando na profissão. Tenho
sonhos grandes, sei que são etapas, algumas que exigem tempo e muito trabalho,
mas procuro chegar no topo.
GD: Você já
escreveu dois livros e participou de outro escrevendo um capítulo. Conte-nos um
pouco mais desses livros.
FC: Gosto
muito de escrever, de produzir conteúdo, produzir conhecimento.
O primeiro
livro foi o resultado da minha monografia da graduação, melhorei o texto e
decidi publica-lo. O segundo
livro surgiu do interesse de escrever sobre a profissão de treinador. Juntei
alguns textos que já havia escrito sobre o tema e resolvi colocar tudo em um
livro.
A
terceira publicação foi uma coletânnea de textos sobre futebol. Tive o prazer
de ser convidado para escrever um capítulo sobre treiamento tático nas
categorias de base.
Pretendo
não parar por aqui, já tenho alguns outros livros iniciados, em breve devo
publicar outro livro.
GD: Quem são os técnicos que mais admira?
FC: Telê Santana, José Mourinho, Pep Guardiola
GD: Como é
sua rotina hoje?
FC: Hoje
estou trabalhando no Clube Atlético Taboão da Serra. Vou todos os dias ao clube
para dar os treinamentos. Nos horários livres procuro estudar futebol.
Também
organizo e ministro cursos para profissionais do futebol nos momentos que tenho
uma folga nos treinamentos e jogos.
GD: Tem
alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
FC: O futebol
é recheado de histórias e momentos curiosos, mas a maioria das vezes são
momentos tragicômicos.
Uma história curiosa: o presidente de um clube
profissional que dirigi na região Norte do Brasil achava que eu deveria fazer
coletivo todos os dias, pois, segundo ele, o coletivo iria dar conjunto à
equipe e aumentar a disputa interna, mas esse mesmo indivíduo não sabe o
desgaste que tal método de treinamento provoca e por que não deve ser utilizado
todos os dias. Segundo essa pessoa treinamento tático não tinha efeito no
futebol daquele estado.
GD: Essa
foi a sua terceira participação na Copa São Paulo. A sua primeira foi em 2009
com o Barueri. O que você aprendeu durante esses 5 anos?
FC: A
carreira de treinador é um constante aprendizado. Acho que
nesse período evolui muito nos aspectos táticos, aprendi novos conceitos e
novas metodologias de treinamento. Nunca um
treinador deve achar que aprendeu tudo ou que não tem mais nada para conhecer.
GD: Nesse
ano, você foi treinador do Taboão da Serra, que ficou na quinta colocação. Como
foi trabalhar com a garotada? Pretende acompanhar esses meninos até a próxima
edição da Copinha?
FC: O
trabalho foi maravilhoso. O grupo que montamos é excelente, os jogadores
entenderam a filosofia, a importância do torneio e se entregaram 100% ao nosso
projeto. Sim,
sempre acompanho a carreira dos atletas que dirigi. Esse
grupo tem muito potencial e tem tudo para ter sucesso na carreira.
GD: Gustavo,
artilheiro do Taboão, foi o grande destaque dessa Copinha. A equipe pretende
continuar com ele ou pretende fazer alguma negociação?
FC: O Gustavo
já foi negociado com o Criciúma
GD: Estamos
próximos de uma Copa do Mundo. A seu ver, Felipão foi a escolha certa para
assumir a Seleção Brasileira? Ele formará uma nova "Família Scolari"?
FC: Acho que
para esse tipo de torneio, torneio curto, com poucos jogos em pouco tempo, o
Felipão é uma excelente escolha. Eu teria
apostado numa opção radical, como foi a sugestão do Guardiola. Mas dos
treinadores do Brasil acho que a escolha do Felipão, para esse momento, foi a
melhor.
GD: No
segundo semestre de 2013, surgiu o movimento Bom-Senso FC. Você tem acompanhado
os desdobramentos desse movimento? Qual a sua opinião sobre?
FC: Sim,
tenho acompanhado. Espero
que seja um movimento que brigue pela melhora do futebol brasileiro e não seja
apenas um movimento passageiro. O futebol
brasileiro precisa de mudanças radicais, principalmente em sua direção. Precisamos
de um calendário mais racional, mais transparência e de dirigentes, realmente
qualificados para essa função.
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores e o que esperar mais do Fabio Cunha.
Tem uma
frase que sempre levo comigo: “Você é do tamanho do seu sonho.”
Eu sempre
corro atrás do meu sonho e nunnca deixei alguém falar que era impossível.
Impossível é o que não tentamos.
Um grande
abraço a todos
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