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sábado, 26 de julho de 2014

Torcedor 'coxinha': salvação ou vexame?

“Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. O cântico mais famoso dos brasileiros quando vão aos estádios. É uma das melodias mais açucaradas, no mau sentido, da história. Uma pieguice que já havia sido adaptada por todas as organizadas do país, mas que agora terminou de ser coroada.

A criatividade que sobra quando falamos de torcidas de clubes, desaparece nos jogos da seleção. Vários fatores podem explicar isso, um deles é a falta de aproximação da seleção com o torcedor. Mas a Copa do Mundo de 2014 provou o contrário. Os torcedores cantaram o hino à capela, incentivaram os jogadores, inovaram nas músicas. Porém, sem êxito.

Infelizmente, com a elitização do futebol brasileiro, a tendência é piorar. Daqui uns dias assistir ópera será mais animado que ir ao estádio, já que estão proibindo instrumentos, bandeiras, faixas, etc.

Como na maioria dos países, o amor ao futebol é maior entre as classes mais pobres, é o esporte da classe operária. Mas no maior evento esportivo do mundo, a Copa do Mundo, esta parcela da população é excluída dos estádios, devido aos altos preços dos ingressos.

As famosas e grandes torcidas, com bandas e gritos de guerra ensaiados, estão fora dos estádios, não puderam participar do espetáculo. É a eliminação de um dos pontos mais fortes no futebol brasileiro, capaz de mudar um jogo, acuar o time adversário e dar ânimo para os jogadores.

A “torcida coxinha”, que entrou no lugar, não empolga, não ajuda nos momentos mais difíceis. A elitização dos torcedores é evidente não só pelo seu comportamento, mas também por sua aparência. Nos momentos em que o Brasil passou por maiores dificuldades a torcida coxinha silenciou e os jogadores repetidamente tinham que pedir à torcida que os apoiassem.

Na primeira partida, foi notório o desânimo da torcida após o primeiro gol da Croácia, mas mesmo assim a seleção conseguiu virar e garantir dois gols de vantagem na partida (3 a 1).

Porém, a torcida "coxinha" pode ser favorável ao futebol brasileiro. É essa torcida que pode lotar os estádios, aumentando a média de público. Como disse Fábio Sormani, jornalista da Fox Sports e do Portal Terra, "O que os clubes têm que fazer é cativar torcedores que aparecem de vez em quando nos estádios, especialmente nos dias de jogos importantes, como decisões de campeonatos".

Como diz um trecho do relatório da Pluri Consultoria, “a alta taxa de ocupação dos estádios é fundamental para a viabilidade financeira das arenas e, portanto, do futebol”.

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