“Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. O cântico mais famoso dos brasileiros quando vão aos estádios. É uma das melodias mais açucaradas, no mau sentido, da história. Uma
pieguice que já havia sido adaptada por todas as organizadas do país,
mas que agora terminou de ser coroada.
A criatividade que sobra quando falamos de torcidas de clubes, desaparece
nos jogos da seleção. Vários fatores podem explicar isso, um deles é a
falta de aproximação da seleção com o torcedor. Mas a Copa do Mundo de 2014 provou o contrário. Os torcedores cantaram o hino à capela, incentivaram os jogadores, inovaram nas músicas. Porém, sem êxito.
Infelizmente, com a elitização do futebol brasileiro, a tendência é
piorar. Daqui uns dias assistir ópera será mais animado que ir ao
estádio, já que estão proibindo instrumentos, bandeiras, faixas, etc.
Como na maioria dos países, o amor ao futebol é maior entre as
classes mais pobres, é o esporte da classe operária. Mas no maior evento
esportivo do mundo, a Copa do Mundo, esta parcela da população é excluída dos estádios,
devido aos altos preços dos ingressos.
As famosas e grandes torcidas, com bandas e gritos de guerra
ensaiados, estão fora dos estádios, não puderam participar do
espetáculo. É a eliminação de um dos pontos mais fortes no futebol
brasileiro, capaz de mudar um jogo, acuar o time adversário e dar ânimo
para os jogadores.
A “torcida coxinha”, que entrou no lugar, não empolga, não ajuda nos
momentos mais difíceis. A elitização dos torcedores é evidente não só
pelo seu comportamento, mas também por sua aparência. Nos momentos em que o Brasil passou por maiores dificuldades a torcida
coxinha silenciou e os jogadores repetidamente tinham que pedir à
torcida que os apoiassem.
Na primeira partida, foi notório o desânimo da torcida após o
primeiro gol da Croácia, mas mesmo assim a seleção conseguiu virar e
garantir dois gols de vantagem na partida (3 a 1).
Porém, a torcida "coxinha" pode ser favorável ao futebol brasileiro. É essa torcida que pode lotar os estádios, aumentando a média de público. Como disse Fábio Sormani, jornalista da Fox Sports e do Portal Terra, "O que os clubes têm que fazer é cativar torcedores que aparecem de vez
em quando nos estádios, especialmente nos dias de jogos importantes,
como decisões de campeonatos".
Como diz um trecho do relatório da Pluri Consultoria, “a alta taxa de
ocupação dos estádios é fundamental para a viabilidade financeira das
arenas e, portanto, do futebol”.
sábado, 26 de julho de 2014
Torcedor 'coxinha': salvação ou vexame?
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