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segunda-feira, 28 de julho de 2014

As primeiras amostras de Dunga

Ontem, o "Fantástico", programa exibido pela TV Globo, exibiu uma entrevista com o novo técnico da seleção brasileira, Dunga. Dunga disse ao Fantástico que, na nova administração, vai exigir dos jogadores mais foco e autocontrole. Um longo trabalho que começa agora para reconquistar a confiança do torcedor.

Sobre o Neymar, que é a referência da Seleção, ele disse que "não se pode jogar em função do Neymar. Mas o Neymar jogar em função da seleção". O Brasil vai criar uma estrutura para que ele possa ser o diferencial, concluiu.

Infelizmente, ainda o boné foi o assunto da entrevista. Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, em sua apresentação, disse que o instrumento deveria estar escrito com a frase 'Força Bernard', e não 'Força Neymar' antes do jogo contra a Alemanha. Na ocasião, Bernard substituiu o camisa 10. Dunga disse que "Quando você for dar entrevista, você tem que dar entrevista com o chapeuzinho da Seleção Brasileira".

Sobre ele ser agente de futebol, ele negou. Disse apenas que fez "uma apresentação".

E já que se discute tanto sobre a reformulação do futebol brasileiro, Dunga deu algumas pistas de quem pode ser convocado para os próximos amistosos.

"O Cruzeiro foi campeão brasileiro tinha bons jogadores, o Atlético de Madrid tinha bons jogadores que poderiam estar também", avisou.

Confira abaixo os melhores momentos da entrevista:

Marketing:
“O foco maior tem que ser a seleção brasileira. Dar entrevista? É com o chapeuzinho da seleção. Ou não dá. Tem que ter o marketing pelo futebol, pela qualidade. O Brasil tem que falar do que faço no campo do que do extra-campo”.

Felipão:
"O cara foi campeão do mundo, campeão do mundo não se discute. Você paga pelas suas decisões, bem ou mal. E ele teve a hombridade de chegar e falar: 'é isso, eu que estou aqui para tomar as decisões e tomei'"

Neymar:
"Não jogar em função do Neymar. Mas o Neymar jogar em função da seleção. O Brasil vai criar uma estrutura para que ele possa ser o diferencial."

Privacidade:
“Eu acho que em certo momento a seleção tem que ter privacidade. Só que eles (holandeses e alemães) tinham fora do muro deles, aí sim tinha a exposição na mídia. No treinamento teve pouca".

Motivação:
"Se não tiver um pra dá-lhe um berro. E uma coisa assim que tem que ter em qualquer grupo, qualquer grupo, não tem jeito: eu não tenho que ficar melindrado de chamar atenção de mandar para aquele país. Acho que isso está faltando um pouco no futebol em geral do Brasil moderno, quando tem essa exposição na mídia, essa grande exposição, então todo mundo está muito com dedinho para chamar atenção do outro"

Futebol ultrapassado?
"Não é que o Brasil esteja defasado. O problema do Brasil é que os jogadores com 14, 16, 17 anos começam a sua formação e já vão para Europa. Então, o Brasil perde nesse aspecto. O futebol não mudou. O que decide é talento. O que decide é qualidade técnica"

Primeira lista:
“Tenho três jogadores em cada posição. São jogadores jovens, com bom rendimento, mas não pode em nenhum momento se comprometer, e tem que deixar com o friozinho na barriga, até o último segundo ansioso”. 

Fred:
"Quanto ao Fred, é um grande atacante, não teve o resultado esperado por todos na Copa do Mundo. Na outra Copa vai estar com 34 anos, 35, vai ser difícil, né? Então vai depender muito do momento dele lá na frente"

Dunga x Imprensa:
"Vai depender. Quando o cara fizer uma pergunta que é maldosa e eu ter a paciência de pensar e responder. E não ser gaúcho na ponta da faca e responder na hora. E que algumas respostas você não precisa nem dar, porque não vai mudar a opinião da pessoa."

Agente de jogador:
"Em 2004, eu parei de jogar futebol. Me foi procurado por uma pessoa do Rio Grande do Sul para eu apresentar um investidor da Europa, eu vim apresentei o investidor da Europa. [Não é agenciamento] porque eu fiz uma apresentação. Isso aí fora da negociação, aí o clube negociou diretamente com o empresário"

O Dunga 'paz e amor' foi visto. Mas acredito eu que não será assim. Os resultados trarão consigo essa forma de ser. Sob o ponto de vista tático, é claro que o coletivo e a qualidade técnica fazem a diferença. Porém, a seleção brasileira nesta Copa não teve esses dois quesitos. Fomos dependentes do Neymar até os 40 minutos do segundo tempo. Depois, as consequências vieram e estão até hoje presentes para serem analisadas. O Brasil sem Neymar é uma seleção qualquer. E no Brasil tem bons jogadores que devem ser testados e lapidados. A ver. E não podemos esquecer de um detalhe interessante: Dunga, em sua entrevista  de apresentação como novo técnico da seleção, disse que daria uma entrevista para todos (profissionais da imprensa) ouvirem. Já mostrou que não é um homem de palavras, não?

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