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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Seleção Brasileira já teve um técnico estrangeiro. Hoje, seria visto como ignorância pela cartolagem

Mesmo com o anúncio de Dunga como treinador da seleção brasileira, a discussão para ter um técnico estrangeiro no comando da seleção continua. E isso não é de hoje. Desde 2013, quando Pep Guardiola anunciou que não renovaria com o Barcelona, torcedores e críticos esportivos pediam o espanhol para ocupar a vaga de Mano Menezes.

Alguns, torceram o nariz, pois achavam que um técnico estrangeiro não seria adequado para o futebol brasileiro. Porém, após sofrer a maior derrota da história para a Alemanha por 7 a 1, os mesmos pediram reformulação. Felipão foi mandado embora, junto com sua comissão técnica e assessor de imprensa.

Em enquetes promovidas por alguns portais reconhecidos, a maioria colocava como técnico ideal Pep Guardiola. Porém, estamos no arcaísmo e na ignorância. Que diga José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Gilmar Rinaldi, que não aceitaram a contratação ou qualquer especulação de um técnico de fora assumir a seleção canarinho. Eles esqueceram de que os Estados Unidos nesta Copa de 2014 foi comandada por um alemão - Klinsmann, pupilo de Low, campeão com a Alemanha. A seleção norte-americana chegou às oitavas de final, sendo eliminada pela Bélgica.

Eles esqueceram, também, de que já tivemos um técnico estrangeiro assumindo a seleção. Foi por apenas um jogo, e em 1955. O primeiro treinador estrangeiro a comandar a seleção foi, ironicamente, um argentino: Filpo Nuñez, o técnico icônico da equipe do Palmeiras que ficaria conhecida como Primeira Academia, esteve à frente dos demais jogadores alviverde representando o Brasil na inauguração do Estádio do Mineirão, em sete de setembro de 1965, em um amistoso contra o Uruguai.

Contando com jogadores como Ademir da Guia, Dudu, Djalma Santos e outros, o clube paulista era uma das principais equipes do Brasil na época e venceu os uruguaios por 3 a 0, gols de Rinaldo e Tupãzinho, no primeiro tempo, e Germano, na etapa final.

É evidente que precisamos de alguém capaz de pensar o esporte futebol de maneira mais ampla. Precisamos de alguém que saiba cuidar também da, digamos, mentalidade. E, sinceramente, não vejo ninguém no Brasil com essas características. A CBF chegou a discutir a contratação de um estrangeiro, mas, consta, recuou. Depois dessa pesquisa, aí é que não acontece mesmo. Precisamos de um técnico que ensine um jogador o que é tática (certo, Neymar?). O nacionalismo para comandar a seleção brasileira é pífia. Os melhores jogos são na Europa. Os melhores técnicos estão na Europa. As melhores torcidas, também. 

O nacionalismo tortuoso venceu. A mania de andar em círculos, também. Voltamos ao passado. E continuaremos no passado. Somos pré-históricos.

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