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quinta-feira, 17 de julho de 2014

E esperávamos por mudanças

Depois da demissão de Luis Felipe Scolari e sua comissão técnica e do assessor de imprensa, Rodrigo Paiva, parecia que a CBF estava mesmo querendo repensar sobre o futebol brasileiro. Mas ficou somente no parecia. Jornalistas e torcedores estavam esperançosos para ver como seria a entrevista coletiva de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero na manhã de hoje, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Ali, seria anunciado um novo projeto para o bem da seleção brasileira. Porém, esse bem não se concretizou.

Alexandre Gallo foi mantido como coordenador das categorias de base da seleção brasileira, e provavelmente será o técnico nas Olimpíadas de 2016. Ou seja, a reformulação começaria por ele. Quanta mediocridade. Para piorar, Marin diz que projeto de reformulação do futebol brasileiro começou há um ano e seis meses na CBF. Como? Particularmente, não vi uma mudança de lá pra cá.

Com isso, entramos na teoria "pior do que está, não fica". Mas ficou. Enquanto esperávamos por Leonardo, Raí, Zico, Falcão para ser o novo coordenador técnico, Marin nos surpreende e anuncia Gilmar Rinaldi. Sim, um empresário de jogadores, como Adriano Imperador, é o novo coordenador. Não poderia começar pior essa tal de reformulação.

Marin e Del Nero colocaram logo uma raposa para tomar conta do galinheiro. Ter Gilmar Rinaldi como coordenador técnico da seleção brasileira não seria um conflito de interesses, uma vez que ele gerencia a carreira de jogadores? CBF segue no mesmo ponto de sempre. Dificilmente veremos uma reformulação. Espero que o novo técnico seja disciplinado e não aceite o que os engravatados e "ex-empresário" queiram. 

Na coletiva, Gilmar Rinaldi começou dizendo que não exerce mais a função de agente Fifa. Conta outra. O futebol brasileiro segue sendo manipulado e dirigido por empresários engravatados. Para continuar, o que mais incomodou o Gilmar no Brasil 1 x 7 Alemanha foi um boné (pasme!). O boné escrito 'Força Neymar' estava errado. Deveria ser Força Bernard, substituto do camisa 10 naquele vexame. Por que não aceitar esse vexame? É tão difícil dizer a verdade sobre aquela pífia atuação da seleção brasileira?

E Gilmar ainda concluiu: "não quero saber de treinador estrangeiro". Por que tanta ignorância? É claro que no Brasil existem técnicos capacitados, como Muricy Ramalho e Tite. Mas qual o problema de um argentino, alemão, espanhol ou francês assumir a nossa seleção? Os Estados Unidos teve um alemão como técnico e chegou às oitavas. Continuamos na mesmice e naquele olhar para nosso umbigo. A CBF segue pensando apenas nela. Era uma vez, uma seleção brasileira. Hoje, é uma seleção de dinastia.

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