Antes de começar o meu texto, quero esclarecer que não sou sensacionalista e muito menos oportunista. Afinal, eu e vários torcedores, apaixonados por futebol, excetos os idiotas que fazem piadas a respeito dos falecidos, estamos chocados com a notícia do desmoronamento de uma parte do Itaquerão. O legado do Craque dos Boleiros é informar o torcedor, independentemente do seu clube de coração.
O acidente constado no Itaquerão ocorreu às 12h50min. O Corpo de Bombeiros se dirigiu ao local rapidamente, já que, de acordo com o telefonema dado por um dos operários, haveria mortos. Isso foi confirmado. A princípio, três pessoas haviam morrido, porém, de acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros, Mauro Lopes, o número de falecidos seriam dois.
Três estruturas metálicas da Arena Corinthians caíram na parte traseira
do estádio em construção, causando a morte de duas pessoas. As
estruturas foram atingidas por um guindaste que estava colocando a
última treliça, de 500 toneladas, sobre o prédio leste. O painel de LED
que fica na parte externa do local também foi danificado. O estádio
teria de ser entregue até o fim deste ano. O guindaste utilizado era o maior do Brasil. Mas o que é o prazo de entrega da obra perto dessas pessoas que se foram? Temos que pedir a Deus que Ele dê forças para as famílias envolvidas.
O acidente poderia causar mais mortos e feridos. O horário de almoço fez com que os demais operários se retirassem do local. A obra já foi interditada pela Odebrecht, que vai emitir uma nota oficial em instantes. Vale informar que o Sport Clube Corinthians Paulista não tem nada a ver com o caso. A culpada é a construtora ou qualquer outra entidade ou prestadora de serviço. Por isso, cabe à Perícia uma análise profunda do fato. Não adinta culpar sujeito A ou B sem provas.
A tragédia desta quarta-feira, em São Paulo, vem juntar-se a uma longa lista que,
desde o início do século XX, já fez centenas de mortos e milhares de
feridos em estádios de futebol em todo o mundo. Porém, vamos dar enfoque aos estádios brasileiros.
Em 21 de novembro de 1995, num amistoso entre Corinthians e Taubaté,
um muro do estádio da cidade caiu e 20 pessoas foram parar no fosso;
cinco delas se feriram gravemente.
Na final da Copa João Havelange, em 2000, o Estádio São Januário, do
Vasco, estava lotada para a partida contra o São Caetano. Resultado: a
grade que separa a torcida do gramado cedeu e 175 pessoas se feriram. O
jogo foi interrompido.
Dois anos depois, numa partida entre Ponte Preta e Guarani, no Brinco
de Ouro da Princesa, 25 pessoas caíram de uma altura de quatro metros,
após rompimento do alambrado.
Mas o primeiro episódio do gênero que aconteceu aqui no Brasil ocorreu em 1964, quando parte da
arquibancada da Vila Belmiro caiu em um jogo entre Santos e Corinthians,
deixando 181 torcedores feridos. Cinco anos depois, em 2 de março de
1969, um tumulto no jogo entre os dois times, no Morumbi, derrubou um
dos muros do estádio e matou um torcedor.
Em 1973, o Fluminense viajou ao Piauí para um amistoso contra o
Tiradentes, que marcaria a inauguração do Estádio Alberto Tavares da
Silva, o Albertão. Mais de 30 mil pessoas lotaram o estádio, uma grade
de segurança se rompeu e cinco pessoas morreram. Pelo menos outras 70 se
feriram.
Em 25 de novembro de 2007, o Bahia jogava contra o Vila Nova, pela
penúltima rodada do octogonal final da Série C do Campeonato Brasileiro. A ficha técnica do jogo apontou um número total de 60.007 pessoas nas arquibancadas.
Aos 25 minutos, um clarão se formou. Parecia uma confusão. Mas foi algo pior. A queda de um pedaço da arquibancada do estádio Fonte Nova, em
Salvador, matou sete pessoas, sendo que seis morreram no local. Depois do fato, o estádio foi implodido e depois de alguns anos de reconstrução, hoje temos a Arena Fonte Nova.
Nesse ano, na Amazônia, tivemos mais uma notícia triste. Um operário faleceu enquanto trabalhava na obra da Arena Amazônia. Segundo informações da polícia, o trabalhador teria se desequilibrado e
caído de uma altura estimada de cinco metros após tentar passar de uma
coluna para o andaime. A morte, segundo o Instituto Médico Legal, foi
ocasionada por traumatismo craniano.
Estamos próximos de uma Copa do Mundo e é preciso, sobretudo, ter segurança. É preciso zelar pela integridade dos torcedores que vão aos estádios. Não estou preocupado com o prazo do Itaquerão, até porque a vida de um ser humano tem mais valor que qualquer data estipulada. Os estádios podem ser construídos novamente, mas a vida de um, dois, independentemente do número de operários, não podem ser devolvidas, reconstruídas. Por isso, reitero o que disse no primeiro parágrafo: "Não estou sendo sensacionalista". Informação, sim. Respeito, também.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
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