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quinta-feira, 19 de março de 2015

Dilma anuncia medidas de modernização do futebol. Era realmente preciso?

O governo federal apresentou há instantes uma medida provisória com propostas para modernização do futebol. Entre as medidas, segundo o ministro do Esporte, George Hilton, existe a possibilidade de os clubes renegociarem suas dívidas em parcelas ao longo de até 20 anos. O cronograma de pagamentos das dívidas deve ser feito até 2021.

Os clubes deverão se comprometer com 7 medidas:

1. Publicar demonstrações contábeis padronizadas e auditadas;
2. Pagar em dia as obrigações tributárias, trabalhistas e direito de imagem;
3. Gastar no máximo 70% da receita bruta com o futebol;
4. Manter investimento mínimo e permanente nas categorias de base e no futebol feminino;
5. Não realizar antecipação de receitas a não ser em situações especificas;
6. Adotar um cronograma progressivo de redução dos déficits;
7. Respeitar todas as regras de transparência da Lei Pelé.

As dívidas serão parceladas em 240 meses com o reajuste pela Selic. Nos três primeiros anos, o pagamento será de 2% a 6% das receitas dos clubes.

Os clubes que não cumprirem com suas obrigações salariais e trabalhistas poderão perder pontos nas competições de futebol. 


Dilma está refinanciando dívida de clubes (que ganham milhões) e devem bilhões aos cofres públicos. É preciso mesmo criar uma MP do Futebol para que os clubes paguem os salários e direitos de imagem dos jogadores em dia? Os clubes, que hoje são empresas, precisam ter esse conhecimento desde a sua fundação. Não era preciso criar uma MP para que os mandatários que pensam apenas no lucro arcarem com suas funções.

É preciso aprender a pagar as contas. Os mandatários terão mais uma facilidade, já que esse refinanciamento é facultado. O futebol brasileiro precisa de responsabilidade.

A única parte agradável é a ajuda ao futebol feminino, que está desvalorizado no cenário atual. Apenas é lembrado quando é ano de Pan-Americano e Olimpíadas. É uma luz no fim do túnel.

A MP mexe com as reeleições infindáveis nas federações e nos clubes, além de impor o investimento nas categorias de base — a chave da revolução no futebol. Dilma está comprometida em mudar o futebol, de uma forma que, particularmente, não me agrada. Aguardemos a postura da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, onde os parlamentares vão poder apresentar emendas e modificações.

O 7 a 1 sofrido pelo Brasil na Copa do Mundo do ano passado também foi lembrado. Segundo George Hilton, aquele momento foi “sinal eloquente de que alguma coisa ia mal” no futebol brasileiro. Dilma foi além. "Nos últimos tempos, isto (posto de País do futebol) tem sido colocado em xeque. Não só pelo placar da semifinal contra a Alemanha, que ficará para sempre gravado em nossa memória. Mas principalmente pela administração de nosso futebol, que resulta em alto nível de endividamento".

O Bom Senso mostra que ainda tem força. A forma como a MP está é a prova disso. Junto com o Governo criou mecanismos para organizar o futebol. Vale lembrar que a bancada da bola foi contra no anúncio da MP do futebol, uma vez que reúne congressistas ligados aos clubes e federações de futebol, que apenas querem mamar na teta das entidades, principalmente a CBF, que de forma indireta, teria doado dinheiro às campanhas de 1998 e 2000. Essa mesma bancada foi a responsável por criar a Timemania, uma loteria esportiva que serve para ajudar os clubes de futebol a refinanciarem e pagarem suas dívidas.

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