Pages

segunda-feira, 16 de março de 2015

Andrés Sanchez destila mentiras na TV e confronta com seu próprio discurso

O ex-presidente do Corinthians e atualmente Deputado Federal, Andrés Sanchez esteve presente no programa Bate Bola, da ESPN Brasil. Sempre polêmico e irreverente, Sanchez teve momentos de fúrias com os jornalistas da emissora, principalmente com a repórter Camila Mattoso. 

Camila Mattoso colocou Andrés na berlinda quando o questionou sobre os naming rights da Arena Corinthians, sobre a venda de camarotes e cadeiras cativas e sobre a relação com outros dirigentes do clube. 

"A Camila fica preocupada com o que vai acontecer na Arena. Pode ficar tranquila", disse o atual superintendente do Corinthians. Andrés também disse que o acordo para ter naming rights na nova casa do clube paulista é difícil por 'conta do mercado difícil'. 

Vale lembrar que desde que começou a construção de seu estádio em Itaquera em novembro de 2011, o Corinthians planejava a negociação. No entanto, o clube encontrou dificuldade para escolher a empresa que irá batizar o local, adiando por anos a definição. "Quem sabe não anunciamos nos próximos dias ou meses. O torcedor pode ficar tranquilo", afirmou o ex-presidente à ESPN. 

Sanchez também comentou sobre a participação da Arena Corinthians na Copa do Mundo. "Não valeu a pena. Tivemos despesas", disse. "Nas Olimpíadas, não vamos repetir o erro", previu o Deputado eleito pelo PT. 

Andrés também foi perguntado sobre o mandatário da CBF. Sem pestanejar, ele disse que queria trabalhar com Ricardo Teixeira. Disse também que Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, 'faltou com a verdade' em dizer que abandonou o Clube dos 13 por conta de ganhar o estádio. 

Mas isso tem explicação.

O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tinha um aliado de peso em São Paulo: era o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.


O então presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, não escondia o que desejava e, sobretudo, o que fazia no futebol. Em 2007, o Corinthians passou pelo vexame de ver a sua sede invadida pela polícia. Com autorização da Justiça, agentes recolheram documentos e computadores. O alvo era o então presidente Alberto Dualib.

Andrés Sanchez tinha sido vice-presidente de futebol de Dualib pouco antes: eram os tempos de Carlitos Tevez dentro de campo. Fora de campo, quem comandava era Kia Joorabchian (representante da então parceira MSI). O iraniano era acusado de usar o clube para lavar o dinheiro roubado pela máfia russa.

Kia e Andrés viraram íntimos. Saiam sempre juntos para aproveitar a noite paulistana. Dualib acabou condenado a três anos e quatro meses de prisão em regime aberto. Andrés escapou, não se sabe como.

Acuado pela polícia, Andrés pulou rápido para o barco da oposição. E acabou eleito presidente do Corinthians em 2007. É inegável a sua participação no clube. Reformulou a equipe, repatriou o Ronaldo Fenômeno e conquistou grandes títulos. 

Com fama de explosivo e boêmio, Andrés Sanchez virou um personagem importante, não apenas para o Corinthians, mas para a estrutura de poder do futebol brasileiro. Ele virou parceiro preferencial de Ricardo Teixeira, o ex-chefe da CBF. Foi assim que o presidente do time mais popular de São Paulo decidiu votar de acordo com os interesses de Teixeira e da TV Globo, na eleição para o Clube dos 13.

O advogado Francisco Mansur, que coordenava as adaptações do Morumbi para a Copa de 2014, disse que a decisão de excluir o estádio do torneio foi eminentemente política.

- O Morumbi ficou fora da Copa por uma decisão política do presidente da CBF e que também é o presidente do comitê organizador local.

No lugar do Morumbi, entrou Andrés Sanchez com o projeto da Arena do Timão, que teria o custo de R$ 1 bilhão, quatro vezes mais do que a reforma do estádio do São Paulo,

A obra do novo estádio precisava naquela época de R$ 420 milhões de dinheiro público - que viriam de incentivos fiscais da prefeitura. E mais R$ 400 milhões de empréstimo do BNDES, também dinheiro público. Ainda assim, a conta só fecharia com mais R$ 180 milhões.

Sobre a torcida organizada, Andrés Sanchez nunca escondeu que mantém um bom relacionamento com as torcidas organizadas do Corinthians. Mas ele disse que o Corinthians nunca cedeu ingresso às torcidas organizadas e que isso não acontecia na gestão Dualib. 

Porém, no programa “Bola da Vez”, também da emissora ESPN-Brasil, que foi ao ar no dia 1º de abril de 2014, curiosamente no Dia da Mentira, o ex-Presidente do SCCP, Andrés Sanchez, afirmou que fornecia ingressos aos organizados e metade dos ônibus necessários para viagens.

Disse, a quem quisesse ouvir, que, como presidente, tem o direito de fornecer ingressos a quem quer que seja! Sim, de fato, o dirigente de entidade privada tem direito de fornecer o ingresso a quem lhe convier, mas, por consequência, deve assumir as responsabilidades pelos danos causados por seus torcedores.

Vale ainda lembrar que em 2013 Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo fizeram acordo com o Ministério Público para não financiar torcidas organizadas. Só o Palmeiras não faz tal ato. Paulo Nobre se desvinculou das torcidas organizadas. Quem quer ver o jogo, tem que pagar. 

Andrés Sanchez vê a gerência dos clubes como principal fator do aumento da bolha salarial no futebol brasileiro. “Muito por culpa de dirigentes, que seguram jogador. A gestão vai melhorando, os clubes vão aumentando salário para competir e a despesa cresce”, entende. 

Outros pontos:
Andrés ainda disse que quando o Felipão foi demitido do Palmeiras, já estava contratado pela Seleção Brasileira. Afirmou que o salário do Vágner Love é o oitavo mais caro do clube. Ele também comentou sobre as manifestações que aconteceram no Brasil no dia 15 de março. "Manifestação legítima. O povo está certo em ir para ruas.". Para finalizar, comentou sobre o Bom Senso. "Eu apoio o Bom Senso. É um movimento dos jogadores que precisa ser ouvido. Inclusive, apoiei o Paulo André. Porém se perdeu no meio do caminho". 

0 comentários:

Postar um comentário