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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Se o futebol morrer na TV aberta, coitado dos torcedores

Só tem uma solução: ou melhora ou sai do ar. É nessa linha que a Globo quer trabalhar. A emissora vai exigir melhor qualidade do futebol e fará um alerta: se os espetáculos não melhorarem e a audiência não subir, dentro de alguns anos o esporte deixará de ser interessante para a TV aberta.

É claro que o nível do futebol brasileiro não é o dos melhores. Mas, se continuar assim, em cinco, dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai "morrer" na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente.

Mas e a Band? Podemos dizer que a Band é carregada pela Globo, já que a emissora que tem sede no Rio de Janeiro tem largas vantagens com a CBF. Então, a Band não transmitiria nenhum jogo do Brasileirão. E claro, um fator mais crucial: a Globo perderia audiência e poderia ficar na segunda ou terceira colocação na grade do Ibope. E isso é o que a emissora nem quer pensar. 

Porém, e o torcedor? Aquele que não pode assinar a TV Paga por conta do alto valor? É, o torcedor sofreria. Voltaríamos à época do rádio, onde todos se juntavam no canto para ouvir as transmissões. 

Para se ter uma ideia: o assinante de uma TV Paga tem apenas o canal SporTV para acompanhar suas partidas. Porém, a emissora que pertence à Globo transmite por semana em média de 4 jogos do Brasileirão Série A (um na quarta, um na quinta, um no sábado e um no domingo). Mas nem sempre os jogos que são transmitidos são de agrado do torcedor. E vale um atento: a emissora não transmite os jogos das 21h50 (quando ocorre no meio de semana) e das 16h00 (finais de semana, principalmente domingo). Os jogos são transmitidos às 19h30 e 18h30, respectivamente. 

Vamos à mais uma situação: o trabalhador não pode acompanhar uma partida no meio de semana por conta de suas atividades, fonte de renda. Logo, quer assistir aos jogos do fim de semana (em caso de folga). Caso contrário, paga por um serviço insuficiente e caro, sem prestigiar. Ou seja, nada vale a pena. 

Outra: cada jogo custa R$ 85,00. Caso o trabalhador queira assistir ao jogo do seu time de coração, ele teria que pagar esse valor a cada semana. O time dele joga 38 vezes. Logo, o valor dessa situação seria R$ 3230,00. Para ficar mais claro: um trabalhador recebe R$ 720,00 (salário mínimo) por mês. O time dele joga em média 8 vezes por mês. O trabalhador que quer assistir aos 8 jogos, teria que desembolsar R$ 680,00. Sobraria R$ 40,00 para pagar as contas e colocar o alimento em casa. Insuficiente, certo?

É uma situação difícil. É claro que o torcedor não é obrigado a pagar por esse tipo de serviço. Porém, ele quer acompanhar ao menos duas vezes o time do seu coração. Mas e a ida aos estádios? É uma boa opção? Vejamos:

Em média, o estacionamento custa R$ 25,00. O trabalhador teria que desembolsar mais R$ 50 do ingresso. Já são R$ 75. Mas ele precisa consumir algo. Uma lata de refrigerante/cerveja e uma pipoca, dão em média de R$ 20,00, ou até mais, dependendo do estádio e das condições pós-Copa (padrão Fifa). Somados, são R$ 95,00. Porém, tem um outro adendo: levar a família. Sendo assim, o custo dobraria ou triplicaria. 

Sendo assim, fica nítido que a Globo pensa nela mesma, e não nos torcedores que querem apenas seguir o time do coração e ir ao estádio para se divertir. Coitado dos torcedores.

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