Confira abaixo a entrevista que Dassler Marques. Aqui, ele fala sobre a seleção brasileira, estaduais, Dunga e muito mais.
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Dassler Marques?
Dassler Marques: Eu sou
repórter de futebol e estudo e escrevo bastante sobre o futebol de base. Já
estive nas redações da Folha Online, da Trivela e especialmente do Terra, do
qual saí na última semana depois de quase seis anos. Já escrevi em muitas
revistas, como a FutLance, a Máquina do Esporte, a Placar por muito tempo.
Também sou correspondente da Kicker, da Alemanha, além de algumas participações
no Sportv, Espn, Bandsports...
GD: Em que ano ingressou no
Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
DM: Eu me
formei em 2006, e efetivamente comecei em uma redação no ano seguinte, por
conta do Pan. Sempre quis trabalhar no futebol, o jornalismo foi a saída que
encontrei..rs
GD: Quem
são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
DM: Mauro
Beting e PVC são os dois principais. E ao Mauro devo muito pelo que já fiz até
hoje.
GD: Recentemente, o Terra demitiu cerca de 100 profissionais, e você estava nessa
lista. Por qual motivo houve essa demissão? E quais são seus planos para o
futuro?
DM: A direção
da empresa escolheu pessoas de perfis muito variados, não encontramos critérios
nas decisões, mas nada muito diferente do que tem sido o Terra há anos. Meu
desejo é encontrar outra redação para trabalhar em breve (risos).
GD: Você já
passou pelos sites Trivela, Máquina do Esporte e Folha de S.Paulo. Como foi
trabalhar nessas conceituadas empresas?
DM: A Trivela
foi sem dúvida uma experiência incrível. De alguns meses, mas incrível, pelo
perfil das pessoas com quem convivia, pelo aprendizado enorme que tive e pela
liberdade editorial. Na Folha foi meu primeiro emprego, por dois meses, e
também deu para aprender bastante. Na Máquina foi uma oportunidade muito legal
que o Erich Beting me deu e durante um período curto também absorvi bastante
sobre o tema que trata a Máquina.
GD: Na
sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por
exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
DM: Nem todos
os veículos têm o interesse nesse jornalismo e são poucos os profissionais com
essa vocação e que também têm tempo disponível para isso. Cito hoje o Lúcio de
Castro como uma referência, mas todo o processo que envolveu a saída do Ricardo
Teixeira foi histórico, em especial a cobertura da Folha de SP, do Lance e da
Record. Também noto que as matérias investigativas, em alguns momentos, são
motivadas por interesses comerciais, ou simplesmente não ocorrem por interesses
comerciais.
GD: Dunga é
um bom nome para substituir Felipão?
DM: Particularmente
não acho. Mesmo que ele tenha bons resultados, e estou seguro que terá, Dunga
não vai conseguir liderar a mudança que a Seleção Brasileira precisa. Na
verdade, o futebol brasileiro precisa de uma grande mudança, algo muito
discutido, e seria fundamental ter na Seleção alguém que pudesse participar desse
processo. Acho que não é o caso do Dunga.
GD: Quem
você convocaria para os próximos amistosos da seleção?
DM: Há muitos
jogadores capazes de assumir um lugar no elenco. Sou otimista. Espero mesmo é
que o Dunga possa chamar apenas jogadores com perspectivas de jogar em 2018.
Não adianta usar experientes agora para ter resultados, porque eles não vão
jogar na Rússia. Lucas Silva, Fred, Vitinho, Roberto Firmino, Lucas, Gabriel,
Alex Telles, Marquinhos...enfim, alguns que posso citar.
GD: Quais são suas opiniões a
respeito da seleção brasileira? A revolução no futebol deveria começar muito
antes dessa derrota contra a Alemanha?
DM: Sem
dúvida. Os resultados de 2002 e 1998 encobriram grandes problemas estruturais e
conceituais do futebol brasileiro. Na era dos pontos corridos, tivemos a
oportunidade de evoluir como país, o que deveria se refletir na Seleção, mas
ainda ocorreu muito pouco.
GD: No blog do Terra você falava
sobre a base. Não passou da hora dos dirigentes/clubes começarem a investir
mais nos garotos?
DM: Precisamos
melhorar a formação, mas principalmente a transição. Falta coragem para lançar
os garotos, mas também falta peito e profissionalismo dos dirigentes para
coordenar esse processo.
GD: Qual a sua opinião a respeito dos
Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
DM: Enquanto
tiverem esse formato, sim. Simplesmente não há espaço no calendário para 19
datas. Eles deveriam ter, no máximo, estourando, 12 datas. O Atlético-PR tem
revelado uma série de jogadores, justamente, porque formou um time Sub-23. De
quebra, resolveu dois problemas: o calendário inchado e a dificuldade na
transição da base. É um exemplo.
GD: As
torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
DM: Ajudam na
beleza do espetáculo, mas tem uma estrutura completamente nociva à sociedade. É
urgente a intervenção firme do governo.
GD: Vimos na Copa, um grande público
nas novas arenas. Você é otimista em relação que essas arenas irão continuar
recebendo um bom público ou não? Por que?
DM: É preciso
ainda mudar totalmente o conceito de ir ao estádio no Brasil. Os estádios são
um ótimo ponto de partida, a compra de ingressos online também, mas falta
principalmente ter conforto, segurança e um espetáculo atrativo, principalmente
na qualidade do jogo e em aproximar o clube dos torcedores.
GD: Para
finalizar, deixe um recado para os futuros leitores que querem seguir a área do
Jornalismo.
DM: Que se
dediquem muito, porque o mercado é bem restrito, e só mesmo com algum
diferencial as oportunidades vão aparecer. Escrever e conversar muito com as
pessoas também são coisas essenciais. Jornalista precisa se comunicar sempre.
Obrigado pelo convite, Gabriel.
Oi, tudo bom? Você tem o email do Dassler para me passar? Estou tentando entrar em contato com ele. Obrigada. Beijos
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