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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Entrevista com Dassler Marques

Ex-repórter do Portal Terra. Passou pelas redações da Folha Online, da Trivela e especialmente do Terra, do qual saiu na última semana depois de quase seis anos. Escreveu em muitas revistas, como a FutLance, a Máquina do Esporte, a Placar por muito tempo. Também é correspondente da Kicker, da Alemanha, além de ter algumas participações no Sportv, Espn, Bandsports. Esse é o perfil do novo entrevistado: Dassler Marques. 

Confira abaixo a entrevista que Dassler Marques. Aqui, ele fala sobre a seleção brasileira, estaduais, Dunga e muito mais. 

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Dassler Marques?
Dassler Marques: Eu sou repórter de futebol e estudo e escrevo bastante sobre o futebol de base. Já estive nas redações da Folha Online, da Trivela e especialmente do Terra, do qual saí na última semana depois de quase seis anos. Já escrevi em muitas revistas, como a FutLance, a Máquina do Esporte, a Placar por muito tempo. Também sou correspondente da Kicker, da Alemanha, além de algumas participações no Sportv, Espn, Bandsports... 
 
GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
DM: Eu me formei em 2006, e efetivamente comecei em uma redação no ano seguinte, por conta do Pan. Sempre quis trabalhar no futebol, o jornalismo foi a saída que encontrei..rs

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
DM: Mauro Beting e PVC são os dois principais. E ao Mauro devo muito pelo que já fiz até hoje. 
 
GD: Recentemente, o Terra demitiu cerca de 100 profissionais, e você estava nessa lista. Por qual motivo houve essa demissão? E quais são seus planos para o futuro?
DM: A direção da empresa escolheu pessoas de perfis muito variados, não encontramos critérios nas decisões, mas nada muito diferente do que tem sido o Terra há anos. Meu desejo é encontrar outra redação para trabalhar em breve (risos).   

GD: Você já passou pelos sites Trivela, Máquina do Esporte e Folha de S.Paulo. Como foi trabalhar nessas conceituadas empresas?
DM: A Trivela foi sem dúvida uma experiência incrível. De alguns meses, mas incrível, pelo perfil das pessoas com quem convivia, pelo aprendizado enorme que tive e pela liberdade editorial. Na Folha foi meu primeiro emprego, por dois meses, e também deu para aprender bastante. Na Máquina foi uma oportunidade muito legal que o Erich Beting me deu e durante um período curto também absorvi bastante sobre o tema que trata a Máquina.  

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
DM: Nem todos os veículos têm o interesse nesse jornalismo e são poucos os profissionais com essa vocação e que também têm tempo disponível para isso. Cito hoje o Lúcio de Castro como uma referência, mas todo o processo que envolveu a saída do Ricardo Teixeira foi histórico, em especial a cobertura da Folha de SP, do Lance e da Record. Também noto que as matérias investigativas, em alguns momentos, são motivadas por interesses comerciais, ou simplesmente não ocorrem por interesses comerciais. 

GD: Dunga é um bom nome para substituir Felipão?
DM: Particularmente não acho. Mesmo que ele tenha bons resultados, e estou seguro que terá, Dunga não vai conseguir liderar a mudança que a Seleção Brasileira precisa. Na verdade, o futebol brasileiro precisa de uma grande mudança, algo muito discutido, e seria fundamental ter na Seleção alguém que pudesse participar desse processo. Acho que não é o caso do Dunga.  

GD: Quem você convocaria para os próximos amistosos da seleção?
DM: Há muitos jogadores capazes de assumir um lugar no elenco. Sou otimista. Espero mesmo é que o Dunga possa chamar apenas jogadores com perspectivas de jogar em 2018. Não adianta usar experientes agora para ter resultados, porque eles não vão jogar na Rússia. Lucas Silva, Fred, Vitinho, Roberto Firmino, Lucas, Gabriel, Alex Telles, Marquinhos...enfim, alguns que posso citar. 

GD: Quais são suas opiniões a respeito da seleção brasileira? A revolução no futebol deveria começar muito antes dessa derrota contra a Alemanha?
DM: Sem dúvida. Os resultados de 2002 e 1998 encobriram grandes problemas estruturais e conceituais do futebol brasileiro. Na era dos pontos corridos, tivemos a oportunidade de evoluir como país, o que deveria se refletir na Seleção, mas ainda ocorreu muito pouco. 

GD: No blog do Terra você falava sobre a base. Não passou da hora dos dirigentes/clubes começarem a investir mais nos garotos?
DM: Precisamos melhorar a formação, mas principalmente a transição. Falta coragem para lançar os garotos, mas também falta peito e profissionalismo dos dirigentes para coordenar esse processo. 

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
DM: Enquanto tiverem esse formato, sim. Simplesmente não há espaço no calendário para 19 datas. Eles deveriam ter, no máximo, estourando, 12 datas. O Atlético-PR tem revelado uma série de jogadores, justamente, porque formou um time Sub-23. De quebra, resolveu dois problemas: o calendário inchado e a dificuldade na transição da base. É um exemplo.  

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
DM: Ajudam na beleza do espetáculo, mas tem uma estrutura completamente nociva à sociedade. É urgente a intervenção firme do governo. 

GD: Vimos na Copa, um grande público nas novas arenas. Você é otimista em relação que essas arenas irão continuar recebendo um bom público ou não? Por que?
DM: É preciso ainda mudar totalmente o conceito de ir ao estádio no Brasil. Os estádios são um ótimo ponto de partida, a compra de ingressos online também, mas falta principalmente ter conforto, segurança e um espetáculo atrativo, principalmente na qualidade do jogo e em aproximar o clube dos torcedores.  

GD: Para finalizar, deixe um recado para os futuros leitores que querem seguir a área do Jornalismo. 
DM: Que se dediquem muito, porque o mercado é bem restrito, e só mesmo com algum diferencial as oportunidades vão aparecer. Escrever e conversar muito com as pessoas também são coisas essenciais. Jornalista precisa se comunicar sempre. Obrigado pelo convite, Gabriel. 

1 comentários:

  1. Oi, tudo bom? Você tem o email do Dassler para me passar? Estou tentando entrar em contato com ele. Obrigada. Beijos

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