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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O fim de Patrícia Moreira


Patrícia Moreira, torcedora do Grêmio. Uma pessoa comum, que vai ao estádio apoiar o time do coração. Ontem, não foi diferente. Ela foi à Arena do Grêmio ver o time comandado por Felipão jogar contra o Santos, pela Copa do Brasil. Porém, dificilmente, ela voltará à nova casa do time porto-alegrense. Isso porque ela ofendeu o goleiro Aranha, do time paulista, de 'macaco'.

Mas por quê ela fez tal ato? Foi levada pela emoção? Pode até ser. Mas, na verdade, isso representa apenas a falta de caráter e respeito. As câmeras da ESPN flagraram essa moça com a mão na boca e fazendo a leitura labial, entende-se perfeitamente que ela ofende o atleta de 'macaco'. Surgiram, horas depois, uma teoria da conspiração. Algumas pessoas disseram que ela gritou Marca Gol. Não. Não disse isso.

Minutos depois, as redes sociais estava infestada de tantas informações a respeito da torcedora. Nome completo, endereço, telefone, endereço de trabalho. Tudo, inclusive os seus perfis nas redes sociais, como Facebook e Instagram. O seu caráter foi tão grande, que ela já havia bloqueado o seu perfil de compartilhamentos de fotos. E, hoje, já excluiu seu Facebook.

Não é de ontem que a torcida do Grêmio vem tendo esses comportamentos. Antes, debocharam a morte do Fernandão, ídolo do Internacional. Clubismo nessa hora, pouco importa. O respeito clama em primeiro lugar. Para eles, isso é fantástico. E vale um adendo: os dois casos aconteceram na Arquibancada Geral. Que fique claro - parte 1: Não estou generalizando. A torcida do Grêmio não é racista e muito menos vergonhosa. Porém, alguns imbecis respondem pela instituição.

Após o jogo, Felipão concedeu entrevista coletiva, que terminou sem que nenhum jornalista tocasse no assunto. Inadmissível. Jornalismo medroso. Que fique claro - parte 2: o jornalista tem que trabalhar com a ética e a responsabilidade.

A instituição Grêmio e a Polícia Militar, junto com STJD,  têm que puni-la e punir os outros delinquentes, que também ofenderam o atleta. Simples assim. Não é possível que nada será feito. As imagens estão ali para servirem como provas. Mas esqueci: vivemos num país onde a impunidade é zero.

Aranha e os outros atletas do Santos pediram para que o árbitro da partida, Wilton Sampaio, colocasse na súmula da partida o acontecido. Não fez. Atitude covarde.

Um outro adendo: linchamento público na "coitada" não é a ideia mais viável. Ela tem que responder na Justiça, ser punida pelo Tribunal e ficar sem ir aos estádios. Mas o 'país da Copa' é o país da impunidade, como já disse antes, não? Interdição da Arena do Grêmio, para ver se o torcedor aprende a respeitar seus semelhantes, é a ideia mais correta.

Patricia Moreira, a torcedora de ontem, era feliz, usava hashtags, demonstrava carinho com seu animal de estimação, tinha uma vida feliz. Mas isso acabou. Hoje teve a casa apedrejada e recebeu ameaça de morte por telefone! Essa é a solução contra o racismo? Claramente, a resposta é negativa.

Patrícia Moreira teve seu fim. Não terá uma vida fácil daqui pra frente. Dá um certo medo que algo pior aconteça. Mas quem procura acha.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Compare as dívidas dos clubes nos últimos anos

As dívidas dos 24 principais clubes de futebol do Brasil atingiram, juntas, R$ 5,682 bilhões de reais em 2013, número 14% acima do apresentado no ano anterior.

Nos últimos 5 anos, os clubes apresentaram um crescimento de R$ 2,8 bilhões de endividamento ou 98%.

Os dados são de uma pesquisa recente da consultoria BDO.

O endividamento líquido inclui tanto as dívidas com tributos quanto com empréstimos. No total, a lista é liderada pelo Flamengo, apesar do clube ter tido um aumento de apenas 2% no volume do ano.

A dívida do Bahia foi a que mais cresceu de 2012 para 2013: 174%.

Agora, confira o quadro que compara as dívidas dos clubes e as suas respectivas variações entre 2011 e 2014




domingo, 24 de agosto de 2014

Lúcio exerceu seu papel de capitão e isso trouxe efeitos

"Não adianta uma metade do time correr e a outra, não". Uma frase que parecia simples, mas que trouxe mudanças radicais para o Palmeiras.

Lúcio, zagueiro e capitão do time alviverde, mostrou porquê foi campeão da Copa do Mundo de 2002 e capitão da seleção brasileira nas últimas Copas (2006 e 2010).

Ele preferiu não dar nomes, mas deixou claro que há jogadores no grupo que precisam ter maior comprometimento. E esse comprometimento veio no jogo de ontem, após 10 jogos sem vencer.

No Pacaembu, o Palmeiras venceu o Coritiba por 1 a 0, com gol de Juninho. Foi a primeira vitória de Ricardo Gareca no Nacional. A equipe agora é a 15ª e terá que secar rivais neste domingo para ficar fora da área de descenso no seu centenário, a ser comemorado na próxima terça-feira.

Poucas vezes que vi um Palmeiras tão aguerrido como ontem. Não tinha bola perdida, vontade extra, ânsia de marcar, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Não foi uma exibição de encher os olhos. Mas o espírito de vencer foi forte, e trouxe a vitória na comemoração do Centenário do clube. Dia especial.

Para o Palmeiras continuar crescendo, é necessário que haja essa vontade e determinação. Como disse o zagueiro Lúcio, após o jogo, "Vamos continuar o mesmo trabalho, todos se doando. É um alívio vencer, todo mundo entrou com esse espírito, com a mesma vontade, todos têm caráter e vergonha na cara".

Espírito de capitão. Faltava isso. Ontem, foi minimizado.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A torcida é o maior reforço do Flamengo neste Brasileirão

Pode até ter sido a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Ou a contratação do atacante Eduardo da Silva. Mas o maior reforço do Flamengo neste Brasileirão está sendo a torcida. Uma torcida fanática e que joga junto. Pelo menos, isso ocorre no Maracanã.

O Flamengo, em 5 rodadas, saiu da zona de rebaixamento. De lanterna na 11ª rodada à 13° na 16ª. Desses 5 jogos, o time carioca venceu 4, e perdeu apenas um. Confira abaixo os resultados e a posição da equipe nas rodadas anteriores:

Rodada 12 - Flamengo 1 x 0 Botafogo
Posição na tabela: 18°

Rodada 13 - Chapecoense 1 x 0 Flamengo
Posição na tabela: 20°

Rodada 14 - Flamengo 1 x 0 Sport
Posição na tabela: 19º

Rodada 15 - Coritiba 0 x 1 Flamengo
Posição na tabela: 14°

Rodada 16 - Flamengo 2 x 1 Atlético-MG
Posição na tabela: 13°

Dessas 4 vitórias, dois foram sobre equipes que estão na primeira parte da tabela (Sport e Atlético-MG). O time é limitado, mas vem ganhando corpo e apoio, vindo da arquibancada. O Flamengo venceu três partidas em casa e uma fora, a sua primeira no campeonato.

Confira agora o público presente no Maracanã nessas três vitórias:

Flamengo 1 x 0 Botafogo:
Público: 43.412 pagantes/ 52. 378 presentes

Flamengo 1 x 0 Sport
Público: 35.583 pagantes/ 42.071 presentes

Flamengo 2 x 1 Atlético-MG
Público: 37.726 pagantes/ 40.892 presentes

Se considerarmos apenas os pagantes, a média de público é de 38.907. Agora, considerando apenas os presentes, a média sobe para 45.113.

Isso só demonstra que o torcedor do Flamengo é o centroavante. E, na base da raça e perseverança, o Flamengo pode alcançar vôos maiores.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Análise da primeira convocação do Dunga

Dunga convocou os 22 jogadores que disputarão os amistosos de setembro contra a Colômbia e o Equador. E finalmente as mudanças vieram. Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Philippe Coutinho foram as novidades da lista.

Com a oportunidade dada a Philippe Coutinho, é possível que Dunga avance Neymar como referência na frente, se o sistema escolhido for o 4-2-3-1. Pela direita, a tendência é encaixar um canhoto. Everton Ribeiro ou Hulk. Ricardo Goulart, mais vertical, ou Oscar no centro. Por sinal, não colocaria o Oscar como titular. Daria uma oportunidade à dupla cruzeirense, que é bem entrosada.

Pode-se dizer que o Brasil jogará com um "falso 9". Com a entrada de Tardelli, teríamos um atacante mais fixo, já que Hulk pode atuar no meio-campo, e o Neymar, mais recuado. Senti a falta de Alan Kardec. Jogador está no auge de sua carreira e merecia uma oportunidade. 

Ainda no meio-campo, Elias, Luiz Gustavo, Fernandinho e Ramires foram convocados. Por sinal a convocação do Ramires anula a volta do Paulinho - ao meu ver - à seleção. O ex-corintiano foi irregular na última Copa do Mundo. Os volantes convocados conduzem e passam a bola com simplicidade, fluindo o jogo. 

Na defesa, bons nomes foram convocados. A aposta do Maicon me surpreendeu negativamente. Preferia apostar nos jovens Natanael, do Atlético-PR, e Fabrício, do Internacional. Filipe Luis, outro injustiçado da Era Felipão, foi convocado. A zaga está bem representada com David Luiz e Marquinhos, ambos do PSG. Thiago Silva não foi convocado por conta da contusão. David Luiz pode jogar também como volante, dando uma oportunidade ao Miranda, que também não foi convocado para a Copa. 

Jefferson e Rafael foram os goleiros convocados. Particularmente, gostei. Mas ainda sinto a falta do Fábio, do Cruzeiro. Ou até mesmo de Marcelo Grohe do Grêmio. 

A minha seleção titular seria formada por: Rafael; Filipe Luis, David Luiz, Marquinhos, Alex Sandro; Elias, Luiz Gustavo, Everton Ribeiro, Philippe Coutinho, Ricardo Goulart; Neymar. Jogaria no 4-5-1, um esquema ousado e bastante criativo e seguro. Pode dar certo nessa reformulação do futebol brasileiro. Um treinador precisa usar novos métodos de aprendizagem técnica e tática. 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Entrevista com Dassler Marques

Ex-repórter do Portal Terra. Passou pelas redações da Folha Online, da Trivela e especialmente do Terra, do qual saiu na última semana depois de quase seis anos. Escreveu em muitas revistas, como a FutLance, a Máquina do Esporte, a Placar por muito tempo. Também é correspondente da Kicker, da Alemanha, além de ter algumas participações no Sportv, Espn, Bandsports. Esse é o perfil do novo entrevistado: Dassler Marques. 

Confira abaixo a entrevista que Dassler Marques. Aqui, ele fala sobre a seleção brasileira, estaduais, Dunga e muito mais. 

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Dassler Marques?
Dassler Marques: Eu sou repórter de futebol e estudo e escrevo bastante sobre o futebol de base. Já estive nas redações da Folha Online, da Trivela e especialmente do Terra, do qual saí na última semana depois de quase seis anos. Já escrevi em muitas revistas, como a FutLance, a Máquina do Esporte, a Placar por muito tempo. Também sou correspondente da Kicker, da Alemanha, além de algumas participações no Sportv, Espn, Bandsports... 
 
GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Queria ser jornalista desde criança?
DM: Eu me formei em 2006, e efetivamente comecei em uma redação no ano seguinte, por conta do Pan. Sempre quis trabalhar no futebol, o jornalismo foi a saída que encontrei..rs

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
DM: Mauro Beting e PVC são os dois principais. E ao Mauro devo muito pelo que já fiz até hoje. 
 
GD: Recentemente, o Terra demitiu cerca de 100 profissionais, e você estava nessa lista. Por qual motivo houve essa demissão? E quais são seus planos para o futuro?
DM: A direção da empresa escolheu pessoas de perfis muito variados, não encontramos critérios nas decisões, mas nada muito diferente do que tem sido o Terra há anos. Meu desejo é encontrar outra redação para trabalhar em breve (risos).   

GD: Você já passou pelos sites Trivela, Máquina do Esporte e Folha de S.Paulo. Como foi trabalhar nessas conceituadas empresas?
DM: A Trivela foi sem dúvida uma experiência incrível. De alguns meses, mas incrível, pelo perfil das pessoas com quem convivia, pelo aprendizado enorme que tive e pela liberdade editorial. Na Folha foi meu primeiro emprego, por dois meses, e também deu para aprender bastante. Na Máquina foi uma oportunidade muito legal que o Erich Beting me deu e durante um período curto também absorvi bastante sobre o tema que trata a Máquina.  

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
DM: Nem todos os veículos têm o interesse nesse jornalismo e são poucos os profissionais com essa vocação e que também têm tempo disponível para isso. Cito hoje o Lúcio de Castro como uma referência, mas todo o processo que envolveu a saída do Ricardo Teixeira foi histórico, em especial a cobertura da Folha de SP, do Lance e da Record. Também noto que as matérias investigativas, em alguns momentos, são motivadas por interesses comerciais, ou simplesmente não ocorrem por interesses comerciais. 

GD: Dunga é um bom nome para substituir Felipão?
DM: Particularmente não acho. Mesmo que ele tenha bons resultados, e estou seguro que terá, Dunga não vai conseguir liderar a mudança que a Seleção Brasileira precisa. Na verdade, o futebol brasileiro precisa de uma grande mudança, algo muito discutido, e seria fundamental ter na Seleção alguém que pudesse participar desse processo. Acho que não é o caso do Dunga.  

GD: Quem você convocaria para os próximos amistosos da seleção?
DM: Há muitos jogadores capazes de assumir um lugar no elenco. Sou otimista. Espero mesmo é que o Dunga possa chamar apenas jogadores com perspectivas de jogar em 2018. Não adianta usar experientes agora para ter resultados, porque eles não vão jogar na Rússia. Lucas Silva, Fred, Vitinho, Roberto Firmino, Lucas, Gabriel, Alex Telles, Marquinhos...enfim, alguns que posso citar. 

GD: Quais são suas opiniões a respeito da seleção brasileira? A revolução no futebol deveria começar muito antes dessa derrota contra a Alemanha?
DM: Sem dúvida. Os resultados de 2002 e 1998 encobriram grandes problemas estruturais e conceituais do futebol brasileiro. Na era dos pontos corridos, tivemos a oportunidade de evoluir como país, o que deveria se refletir na Seleção, mas ainda ocorreu muito pouco. 

GD: No blog do Terra você falava sobre a base. Não passou da hora dos dirigentes/clubes começarem a investir mais nos garotos?
DM: Precisamos melhorar a formação, mas principalmente a transição. Falta coragem para lançar os garotos, mas também falta peito e profissionalismo dos dirigentes para coordenar esse processo. 

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
DM: Enquanto tiverem esse formato, sim. Simplesmente não há espaço no calendário para 19 datas. Eles deveriam ter, no máximo, estourando, 12 datas. O Atlético-PR tem revelado uma série de jogadores, justamente, porque formou um time Sub-23. De quebra, resolveu dois problemas: o calendário inchado e a dificuldade na transição da base. É um exemplo.  

GD: As torcidas organizadas ajudam ou atrapalham o futebol?
DM: Ajudam na beleza do espetáculo, mas tem uma estrutura completamente nociva à sociedade. É urgente a intervenção firme do governo. 

GD: Vimos na Copa, um grande público nas novas arenas. Você é otimista em relação que essas arenas irão continuar recebendo um bom público ou não? Por que?
DM: É preciso ainda mudar totalmente o conceito de ir ao estádio no Brasil. Os estádios são um ótimo ponto de partida, a compra de ingressos online também, mas falta principalmente ter conforto, segurança e um espetáculo atrativo, principalmente na qualidade do jogo e em aproximar o clube dos torcedores.  

GD: Para finalizar, deixe um recado para os futuros leitores que querem seguir a área do Jornalismo. 
DM: Que se dediquem muito, porque o mercado é bem restrito, e só mesmo com algum diferencial as oportunidades vão aparecer. Escrever e conversar muito com as pessoas também são coisas essenciais. Jornalista precisa se comunicar sempre. Obrigado pelo convite, Gabriel. 

domingo, 17 de agosto de 2014

Inconstância do Corinthians põe em risco vaga na Libertadores

O Corinthians decepcionou mais uma vez em casa. A equipe comandada por Mano Menezes empatou com o Bahia em 1 a 1. Os visitantes saíram na frente com Kieza, aos 35 minutos. Sete minutos depois, Gil empatou para o Timão.

Este foi o terceiro tropeço do Corinthians na sua nova casa - a Arena Corinthians. A equipe já perdera para o Figueirense por 1 a 0, e empatara com o Botafogo em 1 a 1. Mesmo com o empate, a equipe paulista permanece no G-4. A equipe está na terceira colocação, com 28 pontos, dois atrás do Cruzeiro, segundo, e três atrás do líder Internacional.

Com o tropeço, a equipe conseguiu o feito de perder 5 pontos em casa, assim poderia estar na liderança com 33 pontos. Caso vencesse esses três jogos, a equipe teria somado 9 pontos, e estaria com 37 pontos, abrindo uma larga vantagem para o segundo colocado.

Um outro adendo: do 15° ao 20° do Brasileirão, o Corinthians só venceu o Flamengo, no dia 27 de abril. Jogo que marcou a despedida do Pacaembu. 2 a 0.

16° Bahia - empate em 1 a 1

17° Figueirense - derrota por 1 a 0
18° Botafogo - empate em 1 a 1
19° Flamengo - vitória por 2 a 0
20° Coritiba - empate em 0 a 0

O Corinthians não pode se submeter a perder pontos importantes (não desmerecendo os méritos das outras equipes). A verdade é que o time faz bons jogos em casa, com exceção do jogo contra o Figueirense, que foi pífio. Mesmo assim, a equipe catarinense era a lanterna naquela oportunidade.


Um outro adendo: este foi o sétimo empate do Corinthians na competição. O campeão Cruzeiro empatou sete vezes em 38 partidas. Em 2011, quando o conquistou o pentacampeonato, o Corinthians oito vezes. E, se comparado à 2013 e se mantiver neste ritmo de empates, o Timão pode ter o mesmo número sob o comando de Tite (17 empates). Ou seja: Tite e Mano Menezes apresentam a mesma característica: priorização da defesa. 


Todos esses números podem fazer com que o Corinthians fique mais um ano sem jogar a competição que venceu em 2012: a Libertadores. 

sábado, 16 de agosto de 2014

Entrevista com Juliana Cabral

Depois de um tempo sem fazer entrevistas, retomo à atividade. E recomeço com uma ex-jogadora de futebol e, hoje, comentarista da Rádio Globo: Juliana Cabral.

Juliana Ribeiro Cabral, mais conhecida como Juliana Cabral, nasceu em São Paulo3 de outubro de 1981), é uma ex-futebolista brasileira que atuava como Zagueira

Juliana Cabral trancou a facudade de Educação Física, para atuar fora do Brasil. Na Suécia, jogou no Kopaberg Goutemburg. e foi capitã da Seleção Feminina de 2001 a 2004, Bicampeã Sulamericana 1998-2003, Medalha de Ouro no Pan-americano em 2003 e medalha de Prata nas Olimpíadas de Atenas. Também foi comentarista da TV Bandeirantes nos Jogos Pan-americanos de 2007 e das Olimpíadas de Pequim 2008 pela BandSports.

Hoje, Juliana é formada em Educação Física e comentarista da Rádio Globo. Abaixo, você pode conferir um pouco mais da entrevistada.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, explique quem é Juliana Cabral?
Juliana Cabral: Ex-atleta de futebol que atuou profissionalmente durante 13 anos. Cheguei a seleção brasileira com 15 anos de idade e tive a oportunidade de disputar dois Sul-Americanos (98 e 2003), dois Mundiais (1999 - bronze e 2003 - sexto), duas Olimpíadas (2000 Sidney - 4°lugar, e 2004 Atenas - Prata) e Ouro no Pan-Americano de Santo Domingo 2003. Joguei nos EUA (2006) e na Suécia em 2004, aqui no Brasil joguei no Pro Sport, Saad, São Paulo, Palestra, Corinthians, Vasco, São Bernardo e Jaguariúna. Durante anos joguei salão na Associação Sabesp futebol de salão. Parei de jogar em 2009, sou formada em Educação Física e hoje trabalho na rádio Globo como comentarista. 

GD: Você é comentarista da Rádio Globo. Como surgiu o convite?
JC: Na época trabalhava na RedeTV, no programa Belas na Rede, e me chamaram para fazer um jogo da seleção feminina no Torneio Internacional de São Paulo, aceitei e após algumas semanas estava trabalhando na rádio. Sou muito grata a oportunidade que a rádio Globo me deu através do produtor Eduardo Barbosa o famoso Belezinha. 

GD: Antes da Rádio Globo, você teve uma passagem pela RedeTV e BandSports. Como foi trabalhar nessas duas emissoras?
JC: Foi muito bacana. Pela BandSports fiz alguns jogos de Olimpíadas e Mundiais feminino, mas na RedeTV era diferente. Aos domingos tínhamos um programa para falar dos campeonatos masculinos. Aprendi muito nas duas emissoras, na Band ainda tive a oportunidade de trabalhar ao lado do Silvio Luiz no Pan de 2007 e jamais vou esquecer essas experiências. Foram anos de muito aprendizado. 

GD: Como começou sua história no futebol feminino? Dificuldades e superações.
JC: Comecei de pequena jogando na escola, na rua e em casa com o meu irmão. A primeira dificuldade surgiu na escola, na aula de educação física, as meninas não podiam jogar até que um dia pedi para o professor e ele deixou. Passei a jogar na escola, mas em casa surgiu a segunda dificuldade, minha mãe. Não gostava que os meninos vinham me chamar na porta de casa e começou a me proibir de jogar, como meu irmão Leandro sempre foi muito companheiro, sempre dava um jeito de eu ir com ele e assim fizemos minha mãe mudar de ideia. Com a aprovação da minha mãe e incentivo do meu pai fiz um teste na Pro Sport e passei e ali começou a minha carreira. Os obstáculos foram vários, o término de clubes, alguns meses sem receber, condições precárias de trabalho, a distância da minha família após perder a minha mãe...o futebol foi a minha válvula de escape, todos os obstáculos e dificuldades me fortaleceram ainda mais na busca do meu sonho. Sempre tive meu pai e meus irmãos do lado e acredito que a minha mãe sempre me guiou lá de cima.  

GD: Você foi zagueira. Sempre quis atuar nessa posição? E muito se fala que o atleta que joga nessa posição, tem que mostrar liderança. Como era o seu comportamento dentro das quatro linhas?
JC: Não, comecei como meia e o grande Zé Duarte, Seu Zé do Boné, me colocou para jogar de zagueira. Talvez tenha que mostrar porque tenha uma visão completa do jogo, mas isso é de cada um, acredito. As coisas aconteceram naturalmente, prestava atenção em tudo, treinava muito e sempre que tinha a oportunidade falava, me expunha, incentivava, cobrava, orientava...

GD: Você participou do grupo que foi medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Para você, onde o Brasil errou para não ter conquistado o ouro?
JC: Difícil falar. Treinamos muito para chegar aonde chegamos. Estudamos demais as americanas e na única bola que erramos, perdemos. Foi um grande jogo, deixamos tudo ali. 

GD: Quais são suas observações sobre o futebol feminino atualmente?
JC: Mudou muito pouco da minha época. Acredito que o futebol feminino tenha altos (época de Olimpíadas, Mundiais onde surgem os interesses pela modalidade) e baixos (na sua grande maioria). Vejo tudo o que é feito para o feminino na maioria das vezes de qualquer jeito, para falar que estão fazendo. A menina ainda tem dificuldade de acesso ao futebol, poucos clubes têm categoria de bases, poucos clubes se mantêm o ano inteiro com campeonatos, o nível competitivo entre as equipes é muito desigual, a preparação do profissional não existe, atletas que cobram profissionalismo, mas não tem atitudes profissionais. Resumindo, acho que o futebol feminino ainda engatinha no Brasil.  

GD: O que acha da seleção brasileira feminina atual?
JC: Jogadoras com qualidade que precisam evoluir muito. Acho que a chegada do Vadão será muito interessante. Aliás fiquei impressionada com a qualidade das jogadoras da sub-20 que disputaram o Mundial agora (do Canadá) e querer comparar essa derrota para Alemanha com a dos homens na Copa, é uma piada. 

GD: Muito se fala que você se decepcionou com a desorganização do esporte no Brasil, e por isso você decidiu pendurar as chuteiras. Isso se confirma ou há mais algum motivo?
JC: Isso se confirma. Para resumir perdi o tesão com tanta falta de respeito.

GD: Você já jogou nos EUA e na Suécia. Qual a principal diferença no quesito estrutura destes dois países para o nosso?
JC: Total, lá a estrutura é profissional. 

GD: Quais são suas opiniões a respeito da seleção brasileira masculina? A revolução no futebol deveria começar muito antes dessa derrota contra a Alemanha?
JC: Jogadores que ganham muito e se comprometem pouco (não generalizando) Claro que sim, mas mesmo com uma derrota dessa quem pensa o futebol brasileiro continua achando que somos os melhores. Precisamos pensar mais no esporte e esquecer um pouco questões políticas e grana. 

GD: Qual a principal diferença do futebol europeu para o nosso?
JC: Organização, a busca do conhecimento sempre. Aqui estamos estacionados, vivendo de passado. 

GD: Dunga é um bom nome para substituir Felipão?
JC: Não acredito. Fez o que o Dunga nos últimos anos? Venceu um estadual com o Inter, teve um bom time e teve dificuldades. Depois de uma derrota daquelas pensava ver um treinador que pensa o jogo diferente, estudioso, com ideias novas... Continuaremos em busca da vitória simples.

GD: Muito se discutiu nesta Copa sobre o choro dos jogadores. Até quando o emocional pode atrapalhar no desempenho de um atleta? E como ficava o seu emocional durante uma partida decisiva?
JC: Jogador é ser humano se emociona também, mas tem que ter limite, tem que ter controle das ações. Acho que a questão emocional acentuada aliada ao despreparo técnico e tático atrapalhou. O frio na barriga antes do jogo é normal, a ansiedade, a emoção no hino que normalmente passa um filme na sua cabeça, mas a hora que o jogo começa isso tudo tem que ficar de lado. Procurava adquirir confiança no início do jogo, concentrar o máximo possível e quando o jogo começava tudo fluía naturalmente. 


GD: Vimos na Copa, um grande público nas novas arenas. Você é otimista em relação que essas arenas irão continuar recebendo um bom público ou não? Por que?
JC: Acho difícil, primeiro pela qualidade do nosso futebol e segundo pelo valor dos ingressos. Sem falar da violência. 

GD: Como você olha para o futebol feminino nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016?
JC: Tenho certeza que seremos muito bem representada pelas meninas que se dedicam muito, o fator casa pode dar uma motivação a mais, mas será muito difícil porque enfrentaremos seleções completamente preparadas fisicamente, tecnicamente e psicologicamente. 

GD: Para finalizar, deixe um recado para os futuros leitores
JC: Ver o produto final com sucesso na maioria das vezes não conseguimos imaginar o processo para se chegar ali. O importante é sempre prosseguir, acreditar e transformar as dificuldades em energia para se conquistar o sonho. Grande beijo a todos. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Futebol feminino precisa de renovação e investimento

E mais uma vez o Brasil foi vítima da Alemanha. Dessa vez, no futebol feminino Sub-20. Na última terça-feira (12), o Brasil perdeu da seleção europeia por 5 a 1, e foi eliminada de maneira vexatória. No Canadá, a seleção brasileira comandada pelo técnico Doriva Bueno realizou três partidas: empate contra China (1 a 1), derrota para os EUA (1 a 0) e humilhação contra Alemanha (5 a 1).

Qual foi o grande problema da seleção? Emocional, falta de técnica ou muito oba-oba? Não sei a melhor resposta. Mas o futebol feminino vive um drama semelhante ao do futebol profissional masculino. As condições não são as melhores oferecidas pelo clube/dirigentes, o calendário é pífio e os investimentos são algo raro. 


O Brasil Sub-20 realizou apenas dois amistosos antes de partir para o Canadá. E agora a seleção feminina principal, sob comando de Vadão, disputa a Copa América 2014 no Equador, de 11 a 28 de setembro. A seleção principal conta apenas com um bom nome: Marta. Marta pode até ser comparada com Neymar. Se estiver na seleção, ótimo; caso contrário, é uma seleção qualquer. 


A renovação começa na base, assim como o futebol masculino. Porém, me parece que as diretorias olham apenas para o próprio umbigo. E assim fica difícil. Se eles fizeram um intenso trabalho de busca, tenho certeza que surgirá uma nova Marta, Formiga, Cristiane. Mas a nobreza impera.

Enquanto a seleção masculina tem apoio de várias empresas importantes no mercado, não vejo isso acontecer no futebol feminino. Será que o machismo ainda reina? É bem provável.

E o que esperar das Olimpíadas de 2016? Não muita coisa. O título pode até vir, mas sem empolgar. A roda de samba, o choro e a glorificação da vitória são problemas que devem ser resolvidos.

O futebol feminino é muito instável e, por isso, temos de já começar a pensar no futuro. Queremos ter uma coisa melhor mais para frente e a hora de construir isso é agora. Ou melhor: passou da hora. Concluindo: renovação e investimento são algo que devem acontecer. Caso contrário, continuaremos sem revelar grandes jogadoras e ficaremos na mesmice. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Volta, mata-mata. Para o bem do futebol

A discussão é antiga. E interminável. Pontos corridos ou mata-mata? Sem pestanejar: mata-mata. E sou fã antigo dos pontos corridos. E agora? Explico:

O principal benefício dos pontos corridos é a justiça inerente a ele. Todo mundo enfrenta todo mundo duas vezes, uma em casa e outra fora. Quem termina com mais pontos é o campeão. Justiça, certo? Não.

Nos pontos corridos quase não há reviravolta. Depois de um início com “cavalos paraguaios” liderando, um time lidera por 15 rodadas, outro por 18 e acabou o campeonato. Não há reviravolta. Como exemplo, pode-se citar o Campeonato Brasileiro de 2012. Em 2012, o Atlético-MG liderou por 15 rodadas e o Fluminense por 17. Depois que o Flu assumiu a liderança na 22ª rodada não largou mais.

Com três rodadas de antecedência, já conhecíamos o campeão, Fluminense. A duas rodadas para o final, um gigante, o Palmeiras, estava rebaixado, e já sabíamos também os quatro times que iriam para a Copa Libertadores 2013: Fluminense, Grêmio, Atlético-MG e São Paulo, nesta ordem à época. 

Outro exemplo: o Brasileirão de 2013. De 2005 a 2012, a taça sempre ficou em São Paulo ou no Rio. Porém, ano passado, houve a quebra da nobreza. O Cruzeiro sagrou-se campeão. Na 34ª rodada, o Cruzeiro derrotou o Vitória por 3 x 1, em Salvador, aliado a derrota do Atlético Paranaense contra o Criciúma por 2 x 1. Foi um campeonato de um time só, e os pontos corridos fez justiça com o Cruzeiro, porém novamente não houve uma disputa direta por título.

No mata-mata o confronto pela taça é direto. Um time tem vantagem, por ter feito melhor campanha, mas isso não é garantia de título. Basta lembrar a decisão de 2002, a última do mata-mata. O Corinthians, com melhor campanha, foi derrotado duas vezes pelo Santos que ficou com o caneco. Além da briga direta pelo título, há de se concordar que o público é maior nesse tipo de sistema.

A graça do futebol também tem a ver com a “zebra”. O pequeno que chega e surpreende o grandão no momento decisivo. Lotação máxima em dois jogos, nervos a flor da pele, detalhes... Qualquer descuido e a vaca vai pro brejo. Jogar assim, no fio de navalha, é muito mais divertido. O grito de gol numa partida mata-mata sai rasgando a garganta. A vitória é celebrada com muito mais garra. E a dor do adversário perdedor compara-se a uma facada. Mas dor e alegria caminham juntas, e isso propicia a emoção.

Porém, a atual partilha da grana faz com que alguns times tenham mais chance de ser o melhor. Na nobreza (Corinthians, Flamengo, São Paulo etc.) é possível montar um time ruim, desmontar no meio do caminho, remontar e vencer o campeonato ainda com dinheiro sobrando. No médio (Coritiba, Atlético-MG, Bahia, Sport) e no baixo cleros (Figueirense, Chapecoense, Criciúma, Vitória), qualquer erro de planejamento é punido com campanhas medíocres, endividamento ou as duas coisas.

É necessário estabelecer uma relação entre a justiça do campo e o dinheiro com que os clubes se mantém no campeonato. Mas a Globo diz 'não querer atrapalhar a gestão dos clubes'. Com isso, a renovação do futebol brasileiro ficará para outras décadas. Uma pena para o torcedor (leia o post de ontem e descubra o que ocorrerá com o torcedor caso a Globo tire o futebol da grade).

Por outro lado, a Globo quer mudar a fórmula de disputa. A volta do mata-mata começa a ganhar força, depois de em outros tempos também terem sido testados quadrangular e sistema de módulos. Entretanto, a volta do mata-mata seria uma forma de beneficiar os clubes da nobreza (Corinthians e Flamengo), já que no último domingo (3), esses dois clubes registraram as piores marcas de audiência. O fraco empate sem gols entre Coritiba e Corinthians registrou 13 pontos para a emissora no Ibope – cada ponto equivale cerca de 62 mil domicílios sintonizados em São Paulo. No mesmo dia, a partida entre Flamengo e Chapecoense somou apenas 17 pontos, cerca de 38 mil domicílios no Rio de Janeiro*.

Durante muito tempo os brasileiros acreditaram que seguir o modelo europeu (Campeonato Espanhol, Francês, Inglês, Italiano são com pontos corridos) seria uma evolução natural da organização do nosso futebol. Não acredito nisso. Temos capacidade para mais. E assim os clubes do médio e baixo cleros terão de se acostumarem à ideia de que, por mais da metade do ano, suas maiores ambições serão não cair de divisão e roubar algum ponto dos grandes.

*Informação do portal TV Foco.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Se o futebol morrer na TV aberta, coitado dos torcedores

Só tem uma solução: ou melhora ou sai do ar. É nessa linha que a Globo quer trabalhar. A emissora vai exigir melhor qualidade do futebol e fará um alerta: se os espetáculos não melhorarem e a audiência não subir, dentro de alguns anos o esporte deixará de ser interessante para a TV aberta.

É claro que o nível do futebol brasileiro não é o dos melhores. Mas, se continuar assim, em cinco, dez anos passará a ser um produto relevante apenas para a TV paga. Vai "morrer" na TV aberta, sua principal fonte de sustento atualmente.

Mas e a Band? Podemos dizer que a Band é carregada pela Globo, já que a emissora que tem sede no Rio de Janeiro tem largas vantagens com a CBF. Então, a Band não transmitiria nenhum jogo do Brasileirão. E claro, um fator mais crucial: a Globo perderia audiência e poderia ficar na segunda ou terceira colocação na grade do Ibope. E isso é o que a emissora nem quer pensar. 

Porém, e o torcedor? Aquele que não pode assinar a TV Paga por conta do alto valor? É, o torcedor sofreria. Voltaríamos à época do rádio, onde todos se juntavam no canto para ouvir as transmissões. 

Para se ter uma ideia: o assinante de uma TV Paga tem apenas o canal SporTV para acompanhar suas partidas. Porém, a emissora que pertence à Globo transmite por semana em média de 4 jogos do Brasileirão Série A (um na quarta, um na quinta, um no sábado e um no domingo). Mas nem sempre os jogos que são transmitidos são de agrado do torcedor. E vale um atento: a emissora não transmite os jogos das 21h50 (quando ocorre no meio de semana) e das 16h00 (finais de semana, principalmente domingo). Os jogos são transmitidos às 19h30 e 18h30, respectivamente. 

Vamos à mais uma situação: o trabalhador não pode acompanhar uma partida no meio de semana por conta de suas atividades, fonte de renda. Logo, quer assistir aos jogos do fim de semana (em caso de folga). Caso contrário, paga por um serviço insuficiente e caro, sem prestigiar. Ou seja, nada vale a pena. 

Outra: cada jogo custa R$ 85,00. Caso o trabalhador queira assistir ao jogo do seu time de coração, ele teria que pagar esse valor a cada semana. O time dele joga 38 vezes. Logo, o valor dessa situação seria R$ 3230,00. Para ficar mais claro: um trabalhador recebe R$ 720,00 (salário mínimo) por mês. O time dele joga em média 8 vezes por mês. O trabalhador que quer assistir aos 8 jogos, teria que desembolsar R$ 680,00. Sobraria R$ 40,00 para pagar as contas e colocar o alimento em casa. Insuficiente, certo?

É uma situação difícil. É claro que o torcedor não é obrigado a pagar por esse tipo de serviço. Porém, ele quer acompanhar ao menos duas vezes o time do seu coração. Mas e a ida aos estádios? É uma boa opção? Vejamos:

Em média, o estacionamento custa R$ 25,00. O trabalhador teria que desembolsar mais R$ 50 do ingresso. Já são R$ 75. Mas ele precisa consumir algo. Uma lata de refrigerante/cerveja e uma pipoca, dão em média de R$ 20,00, ou até mais, dependendo do estádio e das condições pós-Copa (padrão Fifa). Somados, são R$ 95,00. Porém, tem um outro adendo: levar a família. Sendo assim, o custo dobraria ou triplicaria. 

Sendo assim, fica nítido que a Globo pensa nela mesma, e não nos torcedores que querem apenas seguir o time do coração e ir ao estádio para se divertir. Coitado dos torcedores.

Faltou um time brasileiro na final da Libertadores

O Nacional-PAR, 16° colocado entre os classificados para as oitavas de final da Libertadores, chegou à final da competição de forma inédita. Também novidade foi a presença do San Lorenzo-ARG na decisão, 15° na fase inicial. O duelo entre os dois piores classificados para o mata-mata da principal competição da América do Sul é, provavelmente, o mais carismático da história do torneio. De um lado, o Nacional Querido, que tem uma torcida fanática e receptiva; do outro, o Ciclón e um time que é abençoado pelo Papa Francisco.

Porém, esqueça a final carismática e lembre-se de que essa final ficará marcada pelo atual momento do futebol sul-americano, e, sim, faltou um time brasileiro na final. O Nacional-PAR empatou duas vezes com o Atlético-MG, ainda campeão do torneio; enquanto que o San Lorenzo goleou o Botafogo, venceu o Grêmio nos pênaltis e eliminou o Cruzeiro, último representante brasileiro, nas quartas.

As duas equipes não possuem técnica, um padrão de jogo. O Nacional aposta na raça e em lances ocasionais. Já o time do Papa tem qualidade no toque de bola. Se colocarmos na balança, o San Lorenzo tem uma leve vantagem sobre o Nacional, e, talvez, merecesse chegar à final.

A Libertadores sem um time brasileiro na final é sem graça. Água com açúcar. Nem o gol aos 48 minutos do segundo tempo feito pelo Nacional foi capaz de animar. Sinceramente, foi uma 'pelada'. De 2010 a 2013 tivemos representantes na final da maior competição sul-americana. Em 2014, a sequência caiu por terra.

Explico mais detalhadamente o porquê que faltou um time brasileiro na final (com números):

Inter x Chivas Guadalajara-MEX - final da Libertadores 2010: 
Público: 53.124 torcedores Renda: R$ 2.148.430,00

Santos x Peñarol-URU - final da Libertadores 2011
Renda e Público: R$ 4.266.670,00 / 37.894 pagantes


Corinthians x Boca Juniors-ARG - final da Libertadores 2012
Público: 40.186 Renda: R$ 2.580.912,50


Atlético-MG x Olímpia-PAR - final da Libertadores 2013
Público 56.557 Renda R$ 14.176.000,00

A quantia da última final (2013) foi mais do que o dobro do registrado na então recordista, a partida entre Flamengo e Santos, que marcou a despedida de Neymar do time paulista, em Brasília: R$ 6.948.710.

Com a presença de um time brasileiro, a emoção é maior. Poderia ser qualquer time, desde o Bahia até o Cruzeiro, que hoje é um dos melhores senão o melhor clube do Brasil. O público e renda são maiores. Até agora não foi divulgado números da partida de ontem entre Nacional x San Lorenzo, que terminou 1 a 1. Talvez eu seja motivo de piada por conta deste post, mas continuo com a minha tese de que faltou um time brasileiro na final. E acredito eu que a Conmebol não está feliz com a pífia partida de ontem. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A emoção de um Gre-Nal

Já está mais do que provado que a rivalidade e a paixão dos torcedores pelos seus times no futebol brasileiro crescem a cada nova partida. No Rio Grande do Sul não é diferente, talvez seja até mais evidente O clássico Grenal faz acender, a cada novo jogo, a chama da disputa e da competição entre as duas equipes gaúchas, reforçada sempre pelas torcidas organizadas e pelos fanáticos do futebol, que fazem de tudo para acompanhar seu time de coração.

Grêmio e Internacional proporcionam histórias. No dia 30 de janeiro de 2011, foi realizado o primeiro clássico fora do Brasil. O jogo foi no Atílio Paiva, em Rivera, cidade do Uruguai. O Grêmio venceu por 2 a 1. O Olímpico, antigo estádio do Grêmio, teve seu último capítulo escrito no dia 02 de dezembro de 2012. O jogo terminara em 0 a 0.

Depois do Olímpico, uma nova fase foi iniciada pelo Grêmio. A construção da Arena do Grêmio faria com que o Gre-Nal ganhasse um novo glamour. Primeiro Gre-Nal da história da Arena foi em 2013, mais precisamente no dia 04 de agosto.

Daqui a quatro dias, o Beira-Rio, estádio do Inter que foi reformulado para a disputa da Copa do Mundo, receberá o primeiro Gre-Nal. Será a chance do Grêmio dar o troco, já que o Gre-Nal 400 foi vencido pelos Colorados. Rafael Moura fincou pé na história ao anotar dois, virar o jogo e dar à Arena o seu primeiro vencedor após três Gre-Nais. Rafael Moura foi o herói vermelho no 2 a 1 do clássico 400.

Para sentir a emoção e saber do quão importante e inesquecível é vivenciar um Gre-Nal, confira o que Rodrigo Vianna, narrador da Rádio Gazeta AM, de Porto Alegre, Thaís Luana, colunista no portal Donas da Bola e Diori Vasconcelos, comentarista na Rádio Gaúcha disseram:

Rodrigo Vianna:
"De cara deixo o último Gre-Nal com o inesquecível. Mesmo ainda recente, o último, disputado em Caxias do Sul para mim é o mais inesquecível. Por um único motivo, o Internacional tirou o pé depois dos quatro gols. Estava narrando o jogo, e sentado na cabine do Centenário, foi nítido o Inter desacelerando, e deixando o jogo chegar ao final. Mesmo nos tempos dos anos 90 quando o Grêmio vencia o Inter com o time B, e nenhum dos jogos, percebi uma superioridade tão grande como esta do último jogo".

Thaís Luana:
"Falar sobre Gre-Nal é sempre com muita emoção, pois diferente de outros clássicos pelo Brasil, no RS só existe 1 adversário eterno! São vários bons, outros nem tanto, várias finais de Gauchão entre os dois times, mas o primeiro que me vem na lembrança e um dos mais emblemáticos para todos os tricolores foi o GREnal do século. Depois de 100 anos do massacre que o Grêmio aplicou no Inter, leves 10x0 em 1909, em 2009 o jogo seria a comprovação da superioridade. O Grêmio vinha de uma série de sete jogos sem vencer o clássico e no do século não estava começando diferente: o Inter sai na frente com Nilmar. Mais uma derrota estava vindo e em pleno Olímpico Monumental lotado. Por sorte nossa, Souza empata ainda no primeiro tempo e a agonia minha só começava. Jogo pegado, como todo Gre-Nal, cartões amarelos e faltas duras davam o tom do jogo complicado.
Sou sempre positiva em todos os jogos, acredito até o fim na Imortalidade que muitos interpretam erradamente. Somos Imortais não porque não morremos e caímos, somos Imortais porque não desistimos nunca, vamos com força até o último segundo, nossa tão conhecida raça sempre prevalece e é nessa vibe que eu sigo. No segundo tempo muitas bolas perigosas dos dois lado, até que o iluminado argentino Máxi López faz no rebote de Guiñazu, lembro perfeitamente do lance e da avalanche na geral, comemorava como louca em casa. Depois de 100 anos o Gre-Nal era nosso novamente. O próximo, de domingo, tem tudo para ser grande com a volta do nosso eterno mestre Felipão, e no lado do Inter tem o Abel, como em 1995, ano de muitas glórias nossas, e que assim seja em 2014!"

Diori Vasconcelos:
São muitos clássicos inesquecíveis. Cada um deixa episódios e personagens marcados na história. Vou lembrar de um Gre-Nal recente, que foi um dos melhores clássicos que assisti nos últimos tempos. Especialmente, por ter sido um clássico que resgatou o folclore e magia que esse duelo tem. Estou falando do Gre-Nal 398, realizado em 2013, no estádio Centenário, em Caxias do Sul. O jogo terminou 2 x 2, com gols de Willians, D'Alessandro, Jackson (contra) e Vargas. Depois da partida, o atacante Kleber Gladiador, o meia D'Alessandro e o técnico Renato protagonizaram uma disputa de declarações. O primeiro disse que o "Inter começou a existir em 2006". O argentino falou que "tem time que tem que olhar VHS para relembrar título". Já o treinador disparou que "D'Alessandro tem de idade eu tenho de títulos". Foram três declarações provocativas, mas nenhuma delas com intenção maldosa. Em nenhum momento, incitaram violência ou demonstraram irritação com os adversários. Simplesmente, mostraram que é possível levar a rivalidade na esportiva. Sem precisar ficar refém de declarações frias que tiram o brilho e a graça de um dos maiores clássicos do mundo".
 
O fanatismo e o amor que os torcedores têm pelo Grêmio e pelo Inter é visível a cada decisão. Nas vitórias e nas derrotas eles sempre estão apoiando o seu time. Isso pode ser sempre notado nas músicas que os colorados cantam: "Inter, estaremos contigo, tu és minha paixão. Não importa o que digam. Sempre levarei comigo.” E nas músicas dos gremistas “Fui numa festa na Geral do Grêmio. É lá que rola a festa sim senhor. Rapaziada é puro sentimento. A que mais canta pelo tricolor”.

Abel Braga x Felipão! Gre-Nal 401! Uma nova história será contada! O primeiro Gre-Nal sem Fernandão, ídolo do Inter onde atingiu seu melhor momento no futebol. Logo em seu jogo de estreia, marcou o milésimo gol da história do Clássico Gre-Nal, feito que lhe rendeu uma placa e o fez cair nas graças da torcida colorada. Hoje, ele não está conosco, mas lá de cima vivenciará e torcerá com muita emoção. 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

De Pratto a Willian José: essa é a "eficiente" diretoria do Palmeiras

O torcedor palmeirense esperava ansiosamente por Lucas Pratto, meia do Vélez Sarsfield-ARG. Porém, a diretoria se baseou na teoria 'da expectativa à decepção', resumido numa contratação: Willian José.

O ex-jogador de Santos, São Paulo, Grêmio e (pasme!) Real Madrid, está perto de ser anunciado pelo Palmeiras. Ele acabou de ser rebaixado para a terceira divisão do campeonato espanhol pelo Real Madrid “B”.

Pior ainda é o acerto salarial, que, segundo fontes, se aproxima do que o clube disse não poder pagar por Alan Kardec, que é muito mais jogador.

Calma aí! Não tinha dinheiro para aumentar o salário do Kardec, mas tem para comprar Willian José? Explico: o atacante tem a empresa Base Soccer, sediada, não por acaso, na Inglaterra, cuidando de sua carreira, com o agente Nick Arcuri, sócio oculto de Kia Joorabchian, assinando o “negócio”, oficialmente. É de se duvidar essa transação.

Depois que Alan Kardec se foi, o Palmeiras não teve um atacante de luxo. Trouxe Henrique, fez alguns gols e ficou idolatrado por 'Henriquemovic', 'Henrique Ronaldo', 'Messihenrique', dentre outros. Viveu uma seca de gols, e só voltou a balançar a rede no último domingo, contra o Bahia.

A diretoria palmeirense, comandada pelo presidente Paulo Nobre, consegue ser pífia. E assim, o clube vai lutando para não cair pela terceira vez para a Série B.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Coritiba e Corinthians fizeram um jogo tão ruim quanto Nigéria x Irã

E a Copa não sai da cabeça.

Depois de 20 dias do encerramento do Mundial, muito se discute ainda sobre o nível técnico e tático do Campeonato Brasileiro.

Jogos fracos ainda são vistos. E os times estão se forçando para fazer história. Porém negativa.

Quem serão os protagonistas do pior jogo do Brasileirão 2014?

Depois de ver Coritiba x Corinthians, não tive dúvidas: foi o pior jogo desta edição.

Poucas finalizações, gramado encharcado, e a família de quero-quero sendo prejudicada por 'ver' um espetáculo bizarro.

Quando acabou o jogo, lembrei de Nigéria x Irã, jogo válido pela Copa do Mundo.

Torcida curitibana não ficou muito satisfeita com o nível técnico apresentado. E não era para menos. 

Jogo sonolento, sem criatividade. Foi o primeiro 0 a 0 da Copa. 

Curiosidade: os dois jogos citados foi em Curitiba. O jogo da Copa foi na Arena da Baixada, pertencente ao Atlético-PR; enquanto Coritiba x Corinthians, foi no Couto Pereira, estádio dos mandantes. Apesar de serem rivais, estão quites com apresentações fracas. 

E mais um dado curioso: Já ocorreram 15 empates em 0 x 0 nessa Série A. Em 5 deles tinham Coritiba ou Corinthians.

É, amigos! Quando será que veremos um jogo tão bom e movimentado como foi Espanha x Holanda?

Difícil citar. A única equipe que tem potencial para fazer tal exibição é o Cruzeiro. Porém, são 20 equipes no Campeonato. Não querendo ser pessimista, mas já sendo: nunca veremos uma edição de Campeonato Brasileiro com nível de Copa.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Os meus 23 convocados

Daqui a mais de duas semanas, Dunga divulgará sua primeira lista como novo técnico da seleção brasileira. A lista de convocados servirá para os amistosos dos dias 05 e 09 de setembro. Dia 05, o Brasil enfrenta a Colômbia; e no dia 09, o Equador será o adversário.

Dunga admitiu que não tem 'lista negra' e que ''os jogadores serão convocados por competência, não é por amizade, não por acharmos que é bonito, não é porque tem marketing e, sim, por aquilo que realiza dentro do campo''.

Se fosse eu o Dunga (não tenho este poder, e nem queria assumir essa responsabilidade), convocaria os seguintes jogadores:

Goleiros:
Victor (Atlético-MG)
Fábio (Cruzeiro)
Neto (Fiorentina)

Laterais:
Fagner (Corinthians)
Fabrício (Internacional)
Danilo (Porto)
Filipe Luis (Atlético de Madrid)
 
Zagueiro:
Dedé (Cruzeiro)
Marquinhos (PSG)
Gil (Corinthians)
Miranda (Atlético de Madrid)

Meias:
Fernandinho (Manchester City)
Hernanes (Lazio)
Ralf (Corinthians)
Ricardo Goulart (Cruzeiro)
Everton Ribeiro (Cruzeiro)
Oscar (Chelsea)
Philippe Coutinho (Liverpool)

Atacantes:
Neymar (Barcelona)
Diego Tardelli (Atlético-MG)
Lucas Moura (PSG)
Alan Kardec (São Paulo)
Douglas Coutinho (Atlético-PR)

Time titular:
Brasil ( 4-2-3-1):  
1- Victor; 
2 - Fabrício;
3 - Dedé;
4 - Gil;
6 - Filipe Luis;
5 - Ralf;
15 - Hernanes;
7 - Ricardo Goulart;
8 - Everton Ribeiro;
11 - Oscar;
10 - Neymar

Nesse esquema tático, teríamos um toque de bola eficiente, marcação pressão, velocidade nos contra-ataques, infiltrações e sim, uma boa e velha bola parada. Porém, é fácil palpitarmos e colocarmos em ação aqueles que poderiam ser os nossos representantes. A ver como será o desfecho da lista.