"Esse lance é tão bom quanto pintar com Lukscolor, a tinta da pintura inteligente". "Ele é fora de série", "Demaaaaaaais", "Bandeirantes, canal do esporte". Este foi Luciano do Valle.
Ontem, estava no Ginásio Lineu de Moura, acompanhando São José x Palmeiras, pelo NBB. Peguei meu celular para tirar uma foto da partida, mas me reparo com um link da Band, dizendo o seguinte "Morre aos 66 anos o narrador Luciano do Valle". Não acreditei na hora. Fiquei parado, sem reação. Choque.
Luciano do Valle foi o melhor narrador de todos os tempos. Conseguia passar emoção. Dava seus pitacos nos jogos. "No costado da zaga".
Não acompanhei os 50 anos de carreira. Comecei a acompanhá-lo nos anos 2000. Vasco x Corinthians, no Maracanã. Decisão do Mundial de Clubes. Corinthians campeão. Imagino a narração e o arrepio toma conta.
Mas quem sou eu para falar do mito Luciano do Valle? Nem formado em jornalismo sou. Estou longe de ser narrador. A emoção é mais forte.
Como não lembrar da Copa de Mundo de 1982? A narração do gol de Zico contra a Iugoslávia em 1986. "Não há palavras para descrever o gol de Zico".
Não há palavras para descrever o quanto foi importante o narrador Luciano. Narrou 10 Copas do Mundo e 10 Olimpíadas. Passou pela TV Globo, TV Record e Band. As três principais emissoras deste Brasil.
Como não lembrar a Copa de 1994, quando Baggio perdeu o pênalti? O primeiro gol do Ronaldo com a camisa do Corinthians contra o Palmeiras, em Presidente Prudente. Aquele antológico do mesmo Ronaldo contra o Santos na Vila Belmiro, fazendo com que torcedores do Santos aplaudissem de pé o tento.
A mais recente transmissão no Mundial de Clubes de 2012. Corinthians x Chelsea. A narração do gol de Guerrero arrepia até que nem gosta do futebol e torce pelo time rival.
A sua décima primeira Copa estava por vir. Aqui no Brasil. Que desfalque! As Copas do Mundo sem Luciano do Valle não serão as mesmas. Como diz Milton Neves, "o melhor gol da televisão brasileira".
Luciano do Gol. Luciano do Vôlei. Luciano do Basquete. Luciano do Boxe. Luciano da Sinuca. Popularizou esses esportes. Ele não é simplesmente Luciano do Futebol.
Luciano do Valle, mas que é do Brasil inteiro.
Luciano disputou ponto a ponto, ataque a ataque com Galvão Bueno e Cléber Machado. Diferenciado.
As vozes dos narradores estavam engasgadas. Silvio Luiz e Jota Júnior, companheiros e amigos de Luciano do Valle, estavam monótonos.
Vida que segue.
Eu, particularmente, queria entrevistá-lo, conhecê-lo, comentar um jogo ao lado dele. Mas Deus parecia estar carente na tarde de ontem, e quis trazer para si o gênio do esporte. Receba-o de abraços abertos.
A voz emotiva e brilhante se cala e se apaga. As quartas e os domingos não serão mais os mesmos.
Descanse em paz, mito Luciano do Valle.
domingo, 20 de abril de 2014
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Genial post amigo
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