Quando se tem 14 anos, o sonho de todo garoto é matricular-se numa escolinha de futebol. Porém, a história do próximo entrevistado é diferente. Com essa idade, João Elias Cruz já é um fenômeno no Jornalismo Esportivo.
Natural de Recife-PE, mas criado em Olinda, cidade próxima
localizada na Região Metropolitana, João Elias Cruz tem 14 anos.
Hoje, ele é colunista de futebol nordestino no BOL Esporte/Portal Terceiro Tempo e no Doentes Por Futebol. Este é o tema mais abordado, com análises técnicas e táticas dos times do Nordeste, principalmente de Pernambuco. Porém, como um grande admirador do futebol, não deixa os outros clubes de lado.
Confira abaixo a entrevista.
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é João Elias Cruz?
João Elias Cruz: Um garoto de 14 anos loucamente apaixonado pelo futebol e pela família.
GD: Você só tem 13 anos e já escreve nos portais Terceiro Tempo e Bola pra Frente. Quando e como surgiram esses convites?*
JEC: Na verdade, tenho 14 anos e o Bola Pra Frente é o meu blog pessoal, mas o convite pro Terceiro Tempo surgiu de um e-mail enviado pelo então diretor de redação do portal, Ednilson Valia, onde o mesmo em nome de Milton Neves(dono do site) me convidou para ser colunista e ter como tema principal o futebol da Região Nordeste com mais foco em Pernambuco.
GD: Quando foi a sua primeira aparição na TV?
JEC: Ocorreu em 2009, em um programa da TV Nova Nordeste que era comandado pelo ex-jogador Zé do Carmo. Naquela ocasião, o tema abordado foi a partida Sport x Palmeiras decidida nos pênaltis, pelas oitavas-de-finais da Taça Santander Libertadores. A partida resultou na eliminação do time pernambucano.
GD: Você gosta mais de escrever sobre a parte tática dos times. Como surgiu essa paixão?
JEC: Mais ou menos na transição de 2012 para 2013. Entrei num grupo chamado Discussão Tática no Facebook e me interessei bastante no tema. De início, confesso que entendia pouca coisa sobre a temática, mas com o tempo, fui aprimorando através de debates e muita pesquisa.
GD: No Brasil, atualmente, o Paulo Vinícius Coelho (PVC) é considerado o melhor comentarista tático. Espelha-se nele? Já conversou diretamente com ele?
JEC: PVC na verdade, é um de meus grandes ídolos no jornalismo esportivo. Um dos melhores comentaristas da América do Sul, indiscutivelmente. Tem um conhecimento muito grande sobre a parte histórica, estratégia, técnica, gestão financeira, aborda polêmicas com argumentos e de forma inteligente, etc. Já conversei com ele pelo Twitter, por e-mail e também em uma participação minha na Rádio Estadão ESPN(em 2012).
GD: Você acredita que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
JEC: Eu não sigo muito essa linha de revelar o clube de coração para torcedores comuns ou no meio de transmissões. Principalmente aqui em Pernambuco, onde há uma rivalidade árdua entre Sport, Náutico e Santa Cruz. Penso que revelar o clube assim abertamente acaba manchando a imagem de imparcialidade para o público. Não que vá deixar de ser imparcial, mas nesse aspecto, me refiro à interpretação do torcedor em caso de opinião contrária ou elogio à equipe rival. Tenho meu clube do coração. Adianto logo que não sou torcedor fanático, mas sei diferenciar muito bem o momento "torcedor" e o momento "analista".
GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
JEC: Paulo Vinícius Coelho/PVC(ESPN Brasil), André Rocha(ESPN Brasil), Gustavo Hoffman(ESPN Brasil), Galvão Bueno(TV Globo), Mauro Beting(TV Bandeirantes), Rafael Oliveira(ESPN Brasil) e Raphael Rezende(SporTV).
GD: É possível conciliar os estudos com os trabalhos?
JEC: Claro que sim. Basta otimizar tempo e saber dividir as horas do dia. O tempo é precioso, não devemos desperdiçá-lo com banalidades.
GD: Como é sua rotina hoje?
JEC: Muito corrida. Colégio, curso de inglês, academia, blog, colunas em portais, etc. Porém, o mais importante é que eu sempre me mantenho ocupado. Gosto dessa rotina. É cansativa, porém, estou sempre com energia e disposição. É incrível, muito bom.
GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
JEC: Muita coisa. Principalmente porque estou iniciando e projetando uma carreira no meio jornalístico pro futuro. Espero que consiga chegar aos 40, 50 anos realizado profissionalmente e também na minha vida pessoal.
GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
JEC: De cabeça, não me lembro(rs).
GD: Mudando de assunto, o que achou do título do Brasil na Copa das Confederações? Você acha que vai existir um clima de oba-oba apenas por ter ganhado da Espanha?
JEC: Título merecido. Luís Felipe Scolari aprumou a seleção estrategicamente na final da Copa das Confederações, marcando em cima, com pressão, encurtando espaços, criando aglomerações nas proximidades do setor da bola, variando a altura dos blocos, neutralizando o toque de bola espanhol e saindo em velocidade pro contra-ataque, utilizando principalmente o talento de Neymar, o grande craque da equipe. Porém, é necessário que se tenha muita humildade. No futebol, tudo é possível. E quem conhece a história da seleção brasileira ou tem um pouco de inteligência, sabe que vencer a Copa das Confederações não significa necessariamente que a equipe conquistará a Copa do Mundo. Para isso, será necessário muito trabalho e manutenção da base, com entrosamento e padrão tático já construído. Sou obrigado a tirar o chapéu pro Felipão e reconhecer o ótimo trabalho que ele vem fazendo. O Brasil é um dos favoritos, mas isso não quer dizer muita coisa se tratando de futebol, que é decidido dentro de campo, 11 x 11, onde acaba favoritismo. Aliás, acaba tudo. Tudo. E o objetivo é só um para todos. A vitória. E na luta para alcançar a vitória, todos tornam-se iguais, com a mesma capacidade. Bom, apenas minha opinião.
GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
JEC: Sim, aprenderá muito na parte estratégica, disciplinar, amadurecimento como ser humano, descobrimento de novos métodos de treinamento, modelo de jogo, etc. Foco, trabalho e humildade são essenciais para ele. Tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do mundo, pois já é um grande jogador sem sombra de dúvidas.
GD: Demitir técnicos resulta em algo favorável? Por que?
JEC: Óbvio que não. É simplesmente ridículo demitir treinadores com 3 ou 4 jogos. Infelizmente, aqui no Brasil, observa-se apenas o resultado. Fazem a chamada "análise de resultado". Simplesmente não se observa a construção do modelo de jogo, as evoluções, regressos, diferenças e adaptações da parte estratégica, processos de jogo, mudança dos jogadores na parte técnica e no aspecto físico, além de muitas outras coisas. Além de que saber que para um planejamento dar certo, ele demanda de tempo, paciência e trabalho árduo. Infelizmente, os dois primeiros citados inexistem aqui no Brasil. E isso vem da ignorância tremenda, absurda do torcedor brasileiro. Um dia desses li um texto fantástico do Leonardo Miranda no portal Globo que mencionava o motivo de não termos "Barcelonas" no Brasil. Pelo simples fato de que lá desde as categorias de base, o objetivo é aprimorar processos de jogo, formar cidadãos e atletas. Aqui, pensa-se apenas em resultados. Estamos formando muitos monstros desde as categorias de base. Precisamos de cidadãos. O esporte necessita de cidadãos. E quando os resultados não chegam, a corda arrebenta pro lado mais fraco. E os treinadores acabam caindo. Particularmente, não queria estar na pele dos mesmos. Se eu fosse treinador, eu NUNCA gostaria de treinar uma equipe brasileira. O futebol brasileiro é pra lá de medíocre em termos de organização e planejamento.
GD: As torcidas organizadas atrapalham ou ajudam o futebol?
JEC: As torcidas, de fato, ORGANIZADAS, apoiam a equipe e demonstram o amor pelo clube vibrando até o último minuto da partida. Mas se a pergunta foi referente aos vândalos e às torcidas (des)organizadas, não ajudam em nada. Só atrapalham e prejudicam famílias e pessoas inocentes. Triste realidade.
GD: Sobre o Futebol Nordestino, Sampaio Corrêa e Santa Cruz chegaram à final da Série C, e subiram para a Série B, consequentemente. Como você avalia essas duas equipes?
JEC: Santa Cruz e Sampaio Corrêa tiveram momentos distintos na Série C. O Tricolor do Arruda passou por diversos momentos de irregularidade sob o comando do técnico Sandro Barbosa, mas com a chegada de Vica, o rendimento melhorou, o modelo de jogo foi muito bem ajustado e à equipe conseguiu chegar aonde chegou. Já o Sampaio Corrêa, teve um início excelente, mas teve que lidar com perdas. Deu a volta por cima e conseguiu o merecido acesso pra Série B.
GD: Qual é a sua avaliação sobre o Futebol Nordestino como um todo? Deve melhorar em algum quesito?
JEC: Futebol que já não revela grandes times ou esquadrões. Deve melhorar em diversos sentidos, com algumas questões que devem ser pensadas, principalmente quanto à planejamento inteligente com a verba que possui. O Vitória já mostrou que é possível ir longe numa competição nacional, assim como Sport, Bahia, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza, por exemplo, já mostraram no passado.
GD: Dê a sua análise a respeito da Copa do Nordeste.
JEC: O principal atrativo é a vaga pra Sul-Americana, mas acho uma competição desnecessária. Só mostra o quanto que o calendário do futebol brasileiro é assassino. Pra mim, a melhor opção para uma equipe do porte de Sport, Bahia, Vitória e outras, seria colocar o time sub-18, sub-20 ou sub-23 pra jogar a competição e o estadual. O time principal iria fazer uma pré-temporada em países estrangeiros vizinhos na América do Sul. Iria aprimorar muito a questão técnico-tática das equipes, além da observação de jovens talentos nas disputas dos torneios locais. Mas infelizmente, atende-se muito à vontade do "povo". E uma ideia como essa, seria muito criticada e ainda por cima, sem argumentos para derrubá-la.
GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
JEC: Isso só o futuro dirá. Vamos aguardar. Não quero me pronunciar sobre no momento, mas adianto que minhas expectativas não são boas.
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo e nos conte como é trabalhar nos portais.
JEC: Se você quer e tem a pretensão de se formar em jornalismo no futuro, procure estudar bastante, ler muito, exercitar desde cedo... Peça ajuda aos seus pais ou para alguém em quem você confia. Você precisará de apoio. Mas além disso tudo, o mais importante é ter persistência, nunca desistir e procurar adquirir conhecimento cada dia mais, ser um amante do saber. Aprimorar cada vez mais. Sempre. Sempre. E escrever para um grande portal como o Terceiro Tempo é uma honra. Admiro muito o Milton Neves e sou muito grato ao portal por acreditar no meu trabalho. É um prazer imenso escrever para o portal esportivo mais antigo do Brasil e que desde 1996 é referência no assunto.
*No seu blog do entrevistado constava que a idade era 13 anos. Por isso a pergunta foi elaborada com a idade que eu a vi. Peço desculpas ao entrevistado e aos leitores.
Hoje, ele é colunista de futebol nordestino no BOL Esporte/Portal Terceiro Tempo e no Doentes Por Futebol. Este é o tema mais abordado, com análises técnicas e táticas dos times do Nordeste, principalmente de Pernambuco. Porém, como um grande admirador do futebol, não deixa os outros clubes de lado.
Confira abaixo a entrevista.
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é João Elias Cruz?
João Elias Cruz: Um garoto de 14 anos loucamente apaixonado pelo futebol e pela família.
GD: Você só tem 13 anos e já escreve nos portais Terceiro Tempo e Bola pra Frente. Quando e como surgiram esses convites?*
JEC: Na verdade, tenho 14 anos e o Bola Pra Frente é o meu blog pessoal, mas o convite pro Terceiro Tempo surgiu de um e-mail enviado pelo então diretor de redação do portal, Ednilson Valia, onde o mesmo em nome de Milton Neves(dono do site) me convidou para ser colunista e ter como tema principal o futebol da Região Nordeste com mais foco em Pernambuco.
GD: Quando foi a sua primeira aparição na TV?
JEC: Ocorreu em 2009, em um programa da TV Nova Nordeste que era comandado pelo ex-jogador Zé do Carmo. Naquela ocasião, o tema abordado foi a partida Sport x Palmeiras decidida nos pênaltis, pelas oitavas-de-finais da Taça Santander Libertadores. A partida resultou na eliminação do time pernambucano.
GD: Você gosta mais de escrever sobre a parte tática dos times. Como surgiu essa paixão?
JEC: Mais ou menos na transição de 2012 para 2013. Entrei num grupo chamado Discussão Tática no Facebook e me interessei bastante no tema. De início, confesso que entendia pouca coisa sobre a temática, mas com o tempo, fui aprimorando através de debates e muita pesquisa.
GD: No Brasil, atualmente, o Paulo Vinícius Coelho (PVC) é considerado o melhor comentarista tático. Espelha-se nele? Já conversou diretamente com ele?
JEC: PVC na verdade, é um de meus grandes ídolos no jornalismo esportivo. Um dos melhores comentaristas da América do Sul, indiscutivelmente. Tem um conhecimento muito grande sobre a parte histórica, estratégia, técnica, gestão financeira, aborda polêmicas com argumentos e de forma inteligente, etc. Já conversei com ele pelo Twitter, por e-mail e também em uma participação minha na Rádio Estadão ESPN(em 2012).
GD: Você acredita que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
JEC: Eu não sigo muito essa linha de revelar o clube de coração para torcedores comuns ou no meio de transmissões. Principalmente aqui em Pernambuco, onde há uma rivalidade árdua entre Sport, Náutico e Santa Cruz. Penso que revelar o clube assim abertamente acaba manchando a imagem de imparcialidade para o público. Não que vá deixar de ser imparcial, mas nesse aspecto, me refiro à interpretação do torcedor em caso de opinião contrária ou elogio à equipe rival. Tenho meu clube do coração. Adianto logo que não sou torcedor fanático, mas sei diferenciar muito bem o momento "torcedor" e o momento "analista".
GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
JEC: Paulo Vinícius Coelho/PVC(ESPN Brasil), André Rocha(ESPN Brasil), Gustavo Hoffman(ESPN Brasil), Galvão Bueno(TV Globo), Mauro Beting(TV Bandeirantes), Rafael Oliveira(ESPN Brasil) e Raphael Rezende(SporTV).
GD: É possível conciliar os estudos com os trabalhos?
JEC: Claro que sim. Basta otimizar tempo e saber dividir as horas do dia. O tempo é precioso, não devemos desperdiçá-lo com banalidades.
GD: Como é sua rotina hoje?
JEC: Muito corrida. Colégio, curso de inglês, academia, blog, colunas em portais, etc. Porém, o mais importante é que eu sempre me mantenho ocupado. Gosto dessa rotina. É cansativa, porém, estou sempre com energia e disposição. É incrível, muito bom.
GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
JEC: Muita coisa. Principalmente porque estou iniciando e projetando uma carreira no meio jornalístico pro futuro. Espero que consiga chegar aos 40, 50 anos realizado profissionalmente e também na minha vida pessoal.
GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
JEC: De cabeça, não me lembro(rs).
GD: Mudando de assunto, o que achou do título do Brasil na Copa das Confederações? Você acha que vai existir um clima de oba-oba apenas por ter ganhado da Espanha?
JEC: Título merecido. Luís Felipe Scolari aprumou a seleção estrategicamente na final da Copa das Confederações, marcando em cima, com pressão, encurtando espaços, criando aglomerações nas proximidades do setor da bola, variando a altura dos blocos, neutralizando o toque de bola espanhol e saindo em velocidade pro contra-ataque, utilizando principalmente o talento de Neymar, o grande craque da equipe. Porém, é necessário que se tenha muita humildade. No futebol, tudo é possível. E quem conhece a história da seleção brasileira ou tem um pouco de inteligência, sabe que vencer a Copa das Confederações não significa necessariamente que a equipe conquistará a Copa do Mundo. Para isso, será necessário muito trabalho e manutenção da base, com entrosamento e padrão tático já construído. Sou obrigado a tirar o chapéu pro Felipão e reconhecer o ótimo trabalho que ele vem fazendo. O Brasil é um dos favoritos, mas isso não quer dizer muita coisa se tratando de futebol, que é decidido dentro de campo, 11 x 11, onde acaba favoritismo. Aliás, acaba tudo. Tudo. E o objetivo é só um para todos. A vitória. E na luta para alcançar a vitória, todos tornam-se iguais, com a mesma capacidade. Bom, apenas minha opinião.
GD: Neymar é a estrela do atual futebol brasileiro. Você acha que ele pode se tornar um dos melhores jogadores do mundo com essa transferência para a Europa?
JEC: Sim, aprenderá muito na parte estratégica, disciplinar, amadurecimento como ser humano, descobrimento de novos métodos de treinamento, modelo de jogo, etc. Foco, trabalho e humildade são essenciais para ele. Tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do mundo, pois já é um grande jogador sem sombra de dúvidas.
GD: Demitir técnicos resulta em algo favorável? Por que?
JEC: Óbvio que não. É simplesmente ridículo demitir treinadores com 3 ou 4 jogos. Infelizmente, aqui no Brasil, observa-se apenas o resultado. Fazem a chamada "análise de resultado". Simplesmente não se observa a construção do modelo de jogo, as evoluções, regressos, diferenças e adaptações da parte estratégica, processos de jogo, mudança dos jogadores na parte técnica e no aspecto físico, além de muitas outras coisas. Além de que saber que para um planejamento dar certo, ele demanda de tempo, paciência e trabalho árduo. Infelizmente, os dois primeiros citados inexistem aqui no Brasil. E isso vem da ignorância tremenda, absurda do torcedor brasileiro. Um dia desses li um texto fantástico do Leonardo Miranda no portal Globo que mencionava o motivo de não termos "Barcelonas" no Brasil. Pelo simples fato de que lá desde as categorias de base, o objetivo é aprimorar processos de jogo, formar cidadãos e atletas. Aqui, pensa-se apenas em resultados. Estamos formando muitos monstros desde as categorias de base. Precisamos de cidadãos. O esporte necessita de cidadãos. E quando os resultados não chegam, a corda arrebenta pro lado mais fraco. E os treinadores acabam caindo. Particularmente, não queria estar na pele dos mesmos. Se eu fosse treinador, eu NUNCA gostaria de treinar uma equipe brasileira. O futebol brasileiro é pra lá de medíocre em termos de organização e planejamento.
GD: As torcidas organizadas atrapalham ou ajudam o futebol?
JEC: As torcidas, de fato, ORGANIZADAS, apoiam a equipe e demonstram o amor pelo clube vibrando até o último minuto da partida. Mas se a pergunta foi referente aos vândalos e às torcidas (des)organizadas, não ajudam em nada. Só atrapalham e prejudicam famílias e pessoas inocentes. Triste realidade.
GD: Sobre o Futebol Nordestino, Sampaio Corrêa e Santa Cruz chegaram à final da Série C, e subiram para a Série B, consequentemente. Como você avalia essas duas equipes?
JEC: Santa Cruz e Sampaio Corrêa tiveram momentos distintos na Série C. O Tricolor do Arruda passou por diversos momentos de irregularidade sob o comando do técnico Sandro Barbosa, mas com a chegada de Vica, o rendimento melhorou, o modelo de jogo foi muito bem ajustado e à equipe conseguiu chegar aonde chegou. Já o Sampaio Corrêa, teve um início excelente, mas teve que lidar com perdas. Deu a volta por cima e conseguiu o merecido acesso pra Série B.
GD: Qual é a sua avaliação sobre o Futebol Nordestino como um todo? Deve melhorar em algum quesito?
JEC: Futebol que já não revela grandes times ou esquadrões. Deve melhorar em diversos sentidos, com algumas questões que devem ser pensadas, principalmente quanto à planejamento inteligente com a verba que possui. O Vitória já mostrou que é possível ir longe numa competição nacional, assim como Sport, Bahia, Santa Cruz, Náutico e Fortaleza, por exemplo, já mostraram no passado.
GD: Dê a sua análise a respeito da Copa do Nordeste.
JEC: O principal atrativo é a vaga pra Sul-Americana, mas acho uma competição desnecessária. Só mostra o quanto que o calendário do futebol brasileiro é assassino. Pra mim, a melhor opção para uma equipe do porte de Sport, Bahia, Vitória e outras, seria colocar o time sub-18, sub-20 ou sub-23 pra jogar a competição e o estadual. O time principal iria fazer uma pré-temporada em países estrangeiros vizinhos na América do Sul. Iria aprimorar muito a questão técnico-tática das equipes, além da observação de jovens talentos nas disputas dos torneios locais. Mas infelizmente, atende-se muito à vontade do "povo". E uma ideia como essa, seria muito criticada e ainda por cima, sem argumentos para derrubá-la.
GD: Em relação à Copa de 2014, quais são as suas impressões ou constatações? A organização do Brasil, ao final da Copa, poderá ser digna de aplausos?
JEC: Isso só o futuro dirá. Vamos aguardar. Não quero me pronunciar sobre no momento, mas adianto que minhas expectativas não são boas.
GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo e nos conte como é trabalhar nos portais.
JEC: Se você quer e tem a pretensão de se formar em jornalismo no futuro, procure estudar bastante, ler muito, exercitar desde cedo... Peça ajuda aos seus pais ou para alguém em quem você confia. Você precisará de apoio. Mas além disso tudo, o mais importante é ter persistência, nunca desistir e procurar adquirir conhecimento cada dia mais, ser um amante do saber. Aprimorar cada vez mais. Sempre. Sempre. E escrever para um grande portal como o Terceiro Tempo é uma honra. Admiro muito o Milton Neves e sou muito grato ao portal por acreditar no meu trabalho. É um prazer imenso escrever para o portal esportivo mais antigo do Brasil e que desde 1996 é referência no assunto.
*No seu blog do entrevistado constava que a idade era 13 anos. Por isso a pergunta foi elaborada com a idade que eu a vi. Peço desculpas ao entrevistado e aos leitores.
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