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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Entrevista com Hugo Botelho

Depois de um mês sem fazer nenhuma entrevista, eu voltei com a mesma. O entrevistado de hoje é Hugo Botelho, narrador do Portal Terra e da BandSports.

Hugo Botelho nasceu em Lavras, no Sul de Minas. Iniciou sua carreira como locutor na Rádio Rio Grande FM em Lavras, onde trabalhou também na Rádio Cultura AM. Como narrador esportivo teve sua primeira oportunidade na Rádio Clube de Nepomuceno, Minas Gerais. No período de 1996 a 1998 foi narrador da Rádio Minas AM de Divinópolis, de onde se transferiu para a Rádio Difusora de Poços de Caldas. Em 2003, foi convidado a narrar na Rádio 9 de Julho em São Paulo e em seguida foi para a Rádio Capital, também de São Paulo. Em novembro de 2005, foi contratado pela Rádio 105 FM.

Narrou a Copa do Mundo da Alemanha em 2006 pela Rádio Bandeirantes de São Paulo, se destacou chamando a atenção do Portal Terra que o contratou para narrar o Campeonato Alemão de Futebol e outros esportes com destaque para os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008. Trabalhou no canal FX em transmissões de jogos da Copa Libertadores da América e da Copa Sulamericana e na TV Poços, de Poços de Caldas, onde apresentou um programa esportivo por seis anos.

Abaixo, vocês, leitores, podem conferir um pouco mais sobre o entrevistado.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, explique quem é Hugo Botelho?
Hugo Botelho: Sou natural de Lavras/MG, atualmente narrador esportivo do Portal Terra e Bandsports. 

GD: Em que ano ingressou no Jornalismo? Teve alguma influência? 
HB: Atuo desde 1987, tendo ingressado no meio jornalístico por ser um apaixonado pelo rádio esportivo desde os 5 anos de idade.

GD: Em quais empresas de mídia trabalhou?
HB: Rádio: Rádio Rio Grande FM, Rádio Cultura AM e Jornal A Gazeta, em Lavras/MG; Rádio Minas , em Divinópolis/MG; Rádio Difusora, Poços de Caldas/MG; Rádios Nove de Julho, Capital, Bandeirantes (narrei a Copa do Mundo de 2006 e Confederações em 2013); 105FM, Bradesco Esportes FM, em São Paulo. Portal Terra (internet); Televisão: Bandsports e FX.

GD: Como é sua rotina hoje?
HB: Hoje é simples. Recebo escalas do Terra e Bandsports e as cumpro. Recentemente foi demitido da Bradesco Esportes FM onde trabalhei 1 ano e 02 meses. Foi a primeira demissão em minha vida.

GD: O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
HB: No Terra, fiz a cobertura das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos de Verão, uma dos Jogos Olímpicos de Inverno e uma do Pan. Além de narrar vários outros eventos e apresentar programas. Narrei uma Copa do Mundo pela Rádio Bandeirantes e outra pela 105FM. Narrei ainda 10 finais de Libertadores, 02 finais de Champions League e finais de Campeonatos Brasileiros desde 1996. Me sinto realizado. 

GD: Você acredita que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração? 
HB: Não vejo nenhum problema. Eu sou cruzeirense e flamenguista e nunca escondi isso de ninguém. A forma como você vai conduzir trabalho é que vai lhe dar a credibilidade e o respeito junto aos torcedores comuns, independentemente de preferência clubística.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira? 
HB: Narrador é José Silvério. Somos da mesma cidade e é meu ídolo desde que conheci o rádio. Admiro vários profissionais.

GD: Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
HB: É a melhor e mais ampla cobertura esportiva do mundo. Existem problemas. Mas nada comparado a Espanha, por exemplo, onde existe os que são Real Madrid ou Barcelona, descaradamente. O jornalismo investigativo não é falho somente no esporte, é num todo. Não existe imprensa livre. Por isso...

GD: Sem citar nomes, mas já tiveste algum tipo de rusga ou desentendimento com algum colega de trabalho? Ou sempre tudo na paz?
HB: Em 25 anos de profissão nunca tive nenhum problema, por mais duvidoso que possa parecer. Em todas as empresas que trabalhei deixei amigos e portas abertas. E em todas elas, recebi convites para retornar. É um orgulho. Acabo de ter um decepção muito grande na Bradesco Esportes FM. Há 06 anos na 105FM, liderando a audiência do rádio esportivo em São Paulo, fui convidado a me transferir para o Bradesco. Um projeto muito interessante e que, infelizmente, não vai decolar.

GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
HB: Várias. Uma delas foi a narração de um lance do atacante Arce em um jogo Corinthians x Vasco em que o mandei a m... Isso já rendeu mais de 1 milhão de visualizações no Youtube.

GD: Qual a diferença de trabalhar no Rádio e na TV? Qual é a mais vantajosa?
HB: No Rádio, você precisa criar a imagem, saber dosar a emoção e mais algumas técnicas especiais para o ouvinte “enxergar” o jogo. Na televisão, é mais simples, você nunca deve brigar com as imagens e sim valorizá-las. Em, ambos é preciso ter conteúdo. Narrar com qualidade no rádio é para poucos. Indiscutivelmente a televisão remunera bem mais.

GD: Mudando de assunto, o que achou do título do Brasil na Copa das Confederações? Você acha que vai existir um clima de oba-oba apenas por ter ganhado da Espanha?
HB: Não existe clima de oba- oba. O que se viu foi uma comemoração por um título. É normal. A seleção jogou um futebol de boa qualidade.

GD: Qual jogador foi o melhor nessa competição? E quem foi o pior?
HB: Em minha opinião, Fred foi o melhor. Pior: algum jogador do Taiti 

GD: Depois do título, Felipão é mesmo o técnico ideal para a Copa 2014?
HB: Temos vários técnicos com muita capacidade. Felipão ganhou uma Copa do Mundo e foi quarto colocado em outra com a modesta seleção portuguesa. Torço por ele.

GD: Neymar é a atual estrela do cenário do futebol brasileiro. Você acha que ele será o melhor jogador do mundo com essa transferência para a Europa?
HB: Ele será o melhor o mundo. E mais de uma vez. 

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?

HB: É necessário encontrar uma fórmula para que eles não acabem. E esta fórmula precisa partir dos clubes menores. Os grandes clubes não podem pagar a conta dos pequenos.

GD: São Paulo vive um momento muito conturbado. Adalberto Batista pediu demissão. Ele e Juvenal Juvêncio são os culpados? Por que?
HB: O problema ali é bem maior do que podemos imaginar.

GD: O que está achando do comando de Paulo Autuori, pelo São Paulo? E do Mano Menezes, pelo Flamengo?
HB: Eles não formaram estes grupos, assumiram conscientes das dificuldades e das cobranças que vão sofrer. É preciso dar um tempo maior a ambos.

GD: Demitir técnicos resulta em algo favorável? Por que?
HB: Às vezes. Já acompanhei trabalhos que funcionou. 

GD: Nesse início de Brasileirão, quem é a grande surpresa e decepção?
HB: Surpresa é o Coritiba e decepção o São Paulo.

GD: Qual seu conceito sobre a participação das mulheres no jornalismo esportivo?
HB: O espaço há de ser dado, em minha opinião, aos competentes. Isso independe de sexo.

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a àrea do jornalismo.
HB: Se prepare para enfrentar muitas dificuldades numa profissão em que poucos, poucos mesmo, conseguem uma boa remuneração. Valorize o seu trabalho. Brigue contra a vaidade. Nunca passe por cima de ninguém.

1 comentários:

  1. Acompanho O seu trabalho na 105.1 de Jundiai é muito bom profissional nota 10

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