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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Campeão, Manchester City tem DNA de Guardiola; time ainda pode bater recordes

Em 1 de fevereiro de 2016, o Manchester City confirmou Pep Guardiola como novo técnico, para substituir Manuel Pellegrini. Pep assumiu a equipe em julho, e a expectativa estava alta com relação ao que poderia apresentar o time inglês. O espírito vencedor, a metodologia e o futebol inteligente já fora visto no Barcelona e no Bayern de Munique, equipes por onde o técnico espanhol também fez excelentes trabalhos, implantando um encanto a cada jogada.

A primeira temporada de Guardiola no "primo pobre" de Manchester seria de adaptação. O que era indiscutível é que a maneira de jogar, trocar passes, seria diferente do que estávamos acostumados a assistir. E foi assim. Muita posse de bola, sem chutão, zagueiros atuando como líberos, rotatividade. Mas o título da Premier League não veio. Foi um pouco frustrante. O Manchester City teve alguns tropeços importantes, e terminou a competição em terceiro. Chelsea, treinado por Antonio Conte, faturou o caneco.

Após o término da temporada 2016-2017, Guardiola percebeu que mudanças no elenco seriam necessárias, caso a equipe pudesse sonhar com títulos. Vale lembrar que o atacante Gabriel Jesus já estava no elenco à época. Mais de R$ 2 bilhões foram gastos. Vieram os laterais Mendy, Walker e Danilo, o zagueiro Laporte, o meia Bernardo Silva e o goleiro Ederson, além dos jovens Douglas Luiz, Kayode e Luka Ilic.

Pep Guardiola e Gabriel Jesus: parceria de sucesso (Foto: Reuters)
E o Manchester City começou a dar liga: a consolidação de um estilo de jogo. O DNA de Pep, enfim, apareceu e se consolidou. Transformação tática que causou espanto no campeonato local. A Premier League ganhou muita qualidade.

Se no Barcelona, Guardiola tinha Xavi e Iniesta, e no Bayern de Munique, Thiago Alcântara, quem assumiu a faixa de articular as melhores jogadas e ser um cérebro pensante nos citizens foi De Bruyne, meia belga, que lidera o meio-campo, com assistências e golaços.

De Bruyne: o responsável por comandar o meio-campo do City (Foto: Reuters)
Gabriel Jesus ganhou maturidade. A lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo, em 31 de dezembro do ano passado, fez com que ele perdesse ritmo, mas, nesse final de semana, o camisa 33 fez o gol que abriu a vitória sobre o Tottenham por 3 x 1. Ederson inspira confiança, Sané é decisivo, David Silva também é genial.

O estigma de "mais um time endinheirado” foi saindo de cena a cada partida. Em uma coletiva de imprensa, Guardiola chegou a dizer que "é impossível jogar o nosso estilo de jogo, sem jogadores de alto nível. É impossível". De fato. Nos grandes campeonatos europeus, não vi um futebol tão empolgante e bem desenvolvido. O Napoli, de Maurício Sarri, é o que chegou mais próximo, mas está patinando no Campeonato Italiano.

Manchester City comemora título da Premier League (Foto: Reprodução/Twitter)

Em 25 de fevereiro de 2018, o primeiro teste de fogo para Guardiola e seus comandados. Decisão da Copa da Inglaterra contra o Arsenal, em Wembley. E o City passou sem dificuldades: 3 x 0 e título incontestável.

Nesta Premier League, o Manchester City só tem duas derrotas: Liverpool (4 x 3) e Manchester United (3 x 2). Aliás, grandes jogos! Talvez os melhores desta edição do campeonato. Além dessas derrotas, outros tropeços dolorosos apareceram nesta temporada: duas derrotas para o Liverpool, dessa vez pela Champions League, sendo uma dessas por impiedoso 3 x 0, em Anfield (na volta, 2 x 1 para os Reds em Manchester) e para o Wigan (1 x 0) na FA Cup.

Nesse final de semana, após vitória sobre o Tottenham aliada ao tropeço do Manchester United para o West Bromwich (1 x 0), o City sagrou-se campeão da Premier League, mesmo restando cinco jogos para cumprir a tabela. Mas a equipe ainda pode quebrar recordes importantes. Veja:

Maior pontuação: 95 (Chelsea 2004-2005) - tem 87
Maior número de vitórias: 30 (Chelsea 2016-2017) - tem 28
Recorde de gols: 103 (Chelsea 2009-2010) - tem 93

Guardiola tem motivos para comemorar a implantação de uma metodologia não muito comum no futebol inglês, que é mais defensivo que propriamente ofensivo. Ele entra para a história a ser o primeiro treinador espanhol a ganhar o título inglês.

O treinador espanhol tem gestão e liderança, um homem que organiza, planeja, controla e domina. E seus comandados obedecem. Os amantes do futebol agradecem.

Títulos de Guardiola:

Barcelona: 14
Bayern de Munique: ​​7
Manchester City: 2

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