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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Rodada atípica para o futebol brasileiro

O nível do futebol brasileiro está no fundo do poço. Isso é fato desde 2014, mais precisamente depois daquele fatídico 7 a 1. O resultado abalou todas as estruturas possíveis: da CBF aos campeonatos. Nenhum jogo agradava. As arenas utilizadas na Copa foram esquecidas, salvas a Arena Pernambuco, a arma do Sport neste Brasileirão 2015, o Mineirão, a Arena Corinthians e o Beira-Rio. Arena Castelão é utilizada na Série B.

Depois da Copa do Mundo, veio a Copa América, quase um ano depois. E o nível continuava ruim. Só que teve um agravamento: casos de corrupção, dirigentes das confederações americanas (inclusive da Brasileira) tendo lugar especial nas investigações, acusações de lavagem de dinheiro, compra de votos para as sedes das próximas duas Copas.

Embora o fator seja extra-campo, houve um abalo dentro das quatro linhas. Grandes clássicos marcaram este Brasileirão. Porém, mais cadeiras vazias do que o esperado. Um exemplo foi o clássico Flamengo x Corinthians. A expectativa era grande, muito por conta do atacante peruano Guerrero, que agora veste o manto Rubro-Negro. Nem 35 mil pessoas compareceram ao Maracanã.

O Campeonato Brasileiro está mais nivelado, obviamente. Nenhuma equipe conseguiu abrir uma vantagem confortável, como acontecera nas edições anteriores, nas quais o Cruzeiro sagrou-se campeão. Futebol voluntarioso, elegante. Dava gosto acompanhar os jogos do time mineiro. Hoje, quase 50% do elenco se transferiu para outros mercados. Perdeu força e a mão, principalmente quando numa atitude até hoje inexplicável houve a demissão de Marcelo Oliveira, que atualmente resgata o futebol do Palmeiras.

Atlétco-MG, Corinthians e Sport. Os três clubes que mantêm a regularidade. Ponte Preta e Atlético-PR começaram muito bem, mas perderam as forças. Internacional disputa a Libertadores e poupa seus atletas no campeonato nacional. Grêmio, sob o comando de Roger Machado, tem mais coletividade, faz bons jogos, mas está longe do ideal.

A rodada 14, realizada neste final de semana, foi atípica. Jogos interessantes, a começar pelo Corinthians x Atlético-MG. Jogo equilibrado, com oportunidades para os dois lados. Os dois goleiros foram os protagonistas da partida. Bom público presente na Arena Corinthians. Quase 37 mil compareceram ao estádio. Flamengo x Grêmio foi um confronto marcado pela estreia de Guerrero no Maracanã. O peruano foi o autor do gol da vitória. Mais de 50 mil presentes.

Os jogos de domingo mantiveram o patamar de sábado. Sport x São Paulo e Palmeiras x Santos são provas cabíveis da realidade atípica do futebol brasileiro. Estádios lotados, duelos interessantes. As vitórias de Sport e Palmeiras representaram os eficientes comandos de Eduardo Baptista e Marcelo Oliveira.

A eficiência do Sport ajuda a explicar o sucesso. Os rubro-negros conseguem ser incisivos e criam muitas oportunidades de gol, especialmente no jogo aéreo. André e Marlone, jogadores massacrados por não terem padrão de jogo, estão sendo o diferencial dessa equipe, que ainda conta com o melhor volante desse campeonato, Rithely. Preciso nos desarmes, capacidade para sair jogando, cabeça erguida. Evoluiu, se comparado à temporada passada.

Já o Palmeiras é um outro time. Com Oswaldo de Oliveira, era bagunçado. Jogadores não tinham posições fixas. Não havia um time realmente titular, que mantivessem uma série efetiva de jogos. Marcelo conseguiu encaixar as peças. Conta com um volante que finaliza bem de fora da área, voluntarioso. Gabriel, ex-Botafogo. O jogo de ontem, contra o Santos, foi de um nível excelente. Fernando Prass e Vanderlei foram exigidos. Principalmente na segunda etapa.

Raramente uma rodada merece ser elogiada pela qualidade técnica dos jogos. Mas esta rodada foi marcada por jogos que prendessem o telespectador em frente à TV. Os torcedores que compareceram aos estádios saíram satisfeitos.

Em alguns momentos, ou rodadas como queiram, vamos nos concentrar na parte que ainda vale a pena. Existe a esperança de que o futebol volte a ser, tão somente, futebol. Que o público compareça ao estádio. [Que] as diretorias sejam participativas, realizando promoções e promovendo um ingresso mais barato. E que os níveis dos futuros duelos sejam idênticos ou superiores ao que foi apresentado neste sábado e domingo.

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