Foi uma atuação apática. O Internacional não conseguiu jogar no México. Os primeiros cinco minutos foram apenas para dar uma expectativa ao torcedor Colorado. O que se viu depois foi assustador. Os dois laterais, William e Geferson, não marcavam. Cederam espaços para Damm, Aquino, Rafael Sóbis. D'Alessandro tentava carregar o piano. Aránguiz, idem. Alisson, quando exigido, fez defesas importantes. Nilmar e Lisandro López em posições erradas. O esquema tático não funcionou.
Do outro lado, uma aula de como se comportar jogando em casa. Velocidade pelos flancos, profundidade, troca de passes eficientes. O futebol mexicano evoluiu. E, mais uma vez, o nosso falido futebol desceu mais um degrau em direção ao inferno.
O grande problema do Inter não foi o Aguirre. Ele colocou os melhores em campo. Foram estes jogadores que atuaram contra o Santa Fé, da Colômbia, e vencendo o duelo. Chegaram à semifinal com louvor. A parada para a Copa América deveria fazer bem ao time gaúcho. D'Alessandro, Valdívia e Nilmar estavam machucados e puderam se recuperar. Mas o desempenho no Campeonato Brasileiro é patético. Time B ou C não davam conta do recado. Jogos fracos e chegou a ocupar a zona do rebaixamento.
Porém o técnico uruguaio insistiu em aberrações táticas e pagou alto preço. Por exemplo: jogar com dois atacantes e mandar um deles se posicionar aberto pela ponta-esquerda (Lisandro López) enquanto o meia mais rápido (Valdívia) atuava pela ponta-direita. Inaceitável.
Ao fim do primeiro tempo, o placar já mostrava 2 x 0 para o time mexicano. Era necessário que o Internacional fizesse pelo menos um para levar o jogo aos pênaltis. Sugeri, através das redes sociais, que o assistente de Diego Aguirre colocasse Ernando, Alex e Eduardo Sasha. Quero aqui fazer uma salva (que gol contra bizarro do lateral Geferson).
Para o segundo tempo, nenhuma modificação foi feita. A postura defensiva do Internacional era desastrosa. Nenhum jogador era capaz de parar o liso Aquino. Driblou, cruzou, chutou e sofreu um pênalti. Desestabilizou os jogadores Colorados. Ricardo Ferretti, técnico brasileiro que atua no Tigres, foi perfeito nas substituições. Gastou o tempo, trocou peças, mas manteve o ritmo do baile mexicano.
Mas a classificação do Inter não foi perdida na América do Norte, e sim no Beira-Rio, na semana passada, sete dias atrás, no magro 2 a 1. Após um começo de muita intensidade, marcando sob pressão a saída de bola do Tigres, a equipe fez dois gols e parou no tempo. Com mais confiança e aproveitando os erros, o Tigres diminuiu, com Ayala. Ali, o torcedor mexicano e os jogadores sentiram que a vaga para final estava mais perto do que se poderia imaginar.
O gás do time acaba muito rápido! Isso ficou provado no jogo da semana passada e no de ontem. Aquino sofreu pênalti. A marmita tinha tudo para azedar com menos de 10 minutos da segunda etapa. Mas Sóbis, com os pés ainda no solo Colorado, chutou pessimamente, e Alisson defendeu. Era a força que o Inter necessitava. Confiança. Mas que de nada adiantou.
O time pecava nos passes e nas finalizações. E o Tigres fazendo o seu jogo, aproveitando o apoio incondicional de sua torcida. Aos 11 minutos, o balde de água fria. Arévalo Rios fez 3 x 0. Precisava-se de dois gols. Substituições tardias, mas que deram um ânimo. Eduardo Sasha entrou e foi ativo em todos os lances. Lisandro López, aos 43, diminuiu para 3 x 1.
Pior do que a derrota foi a postura do time. Time cansado, sem forças, errando tudo que tentava. Diego Aguirre fica ameaçado. Tem a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro como rotas.
Mas há uma questão: o Inter se dedicará à Copa do Brasil? No ano passado, a tratou com desprezo e caiu na terceira fase, para o Ceará. Foi para a Sul-Americana, e caiu para o Bahia. O time gaúcho encontrará pedras pelo caminho.
Bola grudada nos pés, paciência para encontrar a melhor jogada, a catimba mexicana, o drible armado. Características que o Tigres utilizou durante boa parte do duelo. Se o Internacional tivesse feito metade disso na primeira partida, o resultado e o parâmetro seriam outros.
Fica claro que setor mais importante de um time é o meio-campo. E o Tigres tinha muita qualidade para girar a bola entre os alas. A bola passava por todos os componentes.
Fica a lição. O futebol mexicano evoluiu. O futebol brasileiro respirou com ajuda de aparelhos nesta Libertadores. O preço está taxado. Tigres encara o River Plate na final da competição. O time mexicano ajudou o argentino a se classificar para as oitavas de final. O River passou com a pior campanha. E devido ao regulamento tacanho da Conmebol, mesmo sem conseguir o título, o River Plate já está garantido no Mundial de Clubes que será realizado em dezembro, no Japão. Monterrey, representante da Concacaf e também clube mexicano, já está garantido na competição.
É preciso rever o regulamento. Custo-benefício é nulo. Mas a vaga para a final da Libertadores é mais um feito grande para a história do futebol daquele país. Se o título vier, a glorificação será maior.
Ao Inter, resta rever os conceitos e os erros. Precisa aprimorar no campeonato nacional. Caso contrário, pelo quinto ano seguido, o clube terá feito pesados investimentos e conquistado apenas o Estadual.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
A aula de futebol do Tigres; os problemas gritantes do Internacional
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