Oito de julho de 2014. Há um ano, a seleção brasileira sofrera a maior goleada em participações na Copa do Mundo. Foi uma aula dos comandados de Low. Um desespero e apatia dos fracassados de Felipão.
A seleção brasileira foi humilhada diante de 50 mil pessoas presentes no Mineirão, por uma Alemanha que emplacou sete gols, sendo que cinco foram na primeira etapa, com menos de 30 minutos de bola rolando.
Sem Neymar, o único que poderia mudar o rumo daquela catastrófica tarde de terça-feira, Scolari optou pela entrada de Bernard, apostando no emocional e na vibração do estádio. Foi no mesmo Mineirão, na Copa das Confederações contra o Uruguai, que o ex-jogador do Atlético Mineiro entrara.
Pensando na proteção de sua zaga, a seleção de Scolari começou o jogo apertando a saída de bola da Alemanha, buscando em uma tentativa falha, diminuir o toque de bola alemão. Até os oito minutos iniciais, a seleção estava criando boas alternativas. Mas o que veio a seguir foi um atropelo.
Em falha de David Luiz, que deixou Muller livre na grande área brasileira, a Alemanha conseguiu descobrir o segredo para encurralar o Brasil: toque de bola. Low, pensando na mesma filosofia de Pep Guardiola, quis que a seleção controlasse por maior tempo possível a redonda. Dante, que entrara por apenas jogar no futebol alemão, foi engolido por Klose e Muller. Luiz Gustavo e Fernandinho foram esmagados por Kroos e Khedira.
Parecia um jogo-treino. Uma seleção de várzea contra uma poderosa esquadra. O técnico brasileiro treinou a semana inteira com três volantes – Paulinho, Fernandinho e Luiz Gustavo – ou com Willian, como substituto de Neymar. Era preciso povoar o meio-campo. Mas a insistência em Bernard foi uma aposta cara e que causou prejuízo.
E que prejuízo. Pagou-se uma conta cara. Nem aproveitar a fragilidade notória na lateral esquerda da Alemanha, ocupada pelo improvisado Howedes. Bernard ou Oscar foram capazes de fazer.
Insistiu em Fred quando o mesmo mostrou-se abaixo de seu rendimento, colocou Oscar aberto, fora de posição, manteve Daniel Alves em péssima forma. Nem Maicon foi capaz de mudar a postura tática da seleção de meninos que gastaram o seu tempo para brincar no jardim de infância da Granja Comary.
O time era óbvio desde a surpreendente conquista da Copa das Confederações. O Brasil encontrou dificuldades em todos os jogos. A vitória por 4 a 1 diante de Camarões foi apenas uma pequena demonstração de que era possível. É o famoso para inglês ver.
Ramires e Paulinho entram na segunda etapa, para as saídas de Hulk e Fernandinho, buscando uma movimentação maior no meio campo Canarinho. Até que uma melhora pôde ser percebida. A seleção explorou as jogadas pelos flancos. Mas tinha um paredão na meta adversária: Neuer. Três oportunidades foram desperdiçadas em oito minutos. Um provável 5 a 3 poderia estar no placar do Mineirão.
Low quis a ofensividade e a manutenção da posse de bola. Deu certo. Dois gols de Schurlle, em menos de dez minutos. Placar alto que fez com que a Fifa explorasse a barra de rolagem. Algo inacreditável.
Oscar marca aos 45 minutos. Um gol de honra. Mais de 50 mil pessoas, ironicamente, gritam 'Eu acredito!'. Que reação original.
O que se viu ao longo dessa Copa foi um Brasil fraco, tanto tecnicamente quanto psicologicamente, mal treinado, com um treinador superado. A geração selfie perdeu de forma mascarada, justa. E o mais importante: não havia lideranças em campo. Alguém para gritar, acalmar os mais jovens e tentar mudar a auto-estima do time.
Um ano se passou. O termo revolução foi pauta de todos os programas esportivos. Ex-jogadores e técnicos exploraram esse vocabulário. De nada adiantou. Dona Lúcia, personagem carismática da Copa, apareceu na entrevista coletiva de Felipão e sua trupe.
Dunga chegou. De novo ele. O famoso bordão "resultado é o que importa". Uma série de amistosos. Doze vitórias. Seleção continua fraca e dependente de apenas um jogador. Involuímos. A seleção parece caranguejo. Anda para trás a todo momento.
Eliminada de forma vexatória para o Paraguai, nos pênaltis. Nenhuma seleção sente o peso de enfrentar uma seleção tão tradicional como a nossa já foi um dia. No passado longínquo.
Faltou ao Brasil referências mais calejadas. Pela primeira vez, não disputará a Copa das Confederações, em 2017, na Rússia. Corre um sério risco de ficar de fora da Copa do Mundo. Mas, sinceramente, é bom tomar esse choque de realidade.
Não foi apagão. Foi falta de respeito, preparo, cuidado. Faltou tudo ao Brasil. Sobre tudo para os alemães. Muita posse de bola. E gols.
Comemorem bastante! É o primeiro aniversário de muitos!
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Aula tática e técnica da Alemanha completa um ano. Involuímos em todos os aspectos
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