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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Durval, exemplo de liderança

Sério, de poucas palavras, líder. Esse é o perfil de Durval, zagueiro do Sport. Em 15 rodadas, o camisa 4 cometeu apenas uma falta. Foi no jogo contra o São Paulo, na Arena Pernambuco. No Brasileirão, já possui 89 desarmes.

É o grande responsável pela solidez defensiva. Preciso nos desarmes, fez o Rubro-negro esquecer os anos de pesadelo vividos desde a sua saída.

Por onde passa, ganha admiração. Seja de atletas ou torcedores. O seu estilo se compara ao de Gamarra, que disputou a Copa do Mundo de 1998, na França, e cometeu nenhuma falta.

Durval fraquejou e cedeu aos impulsos congênitos de beque.

São 10 títulos estaduais em sequência no Brasil.

O seu estilo é totalmente contrário ao de Thiago Silva ou David Luiz.

Cada um que chega naquele saguão de aeroporto esquece do vexame e esboça um sorriso de comercial de creme dentário.

Durval, não. Olhar indômito. É o famoso sem risadinha. Nem mesmo com uma taça na mão ele coloca os dentes para fora.

Ah, se todos os zagueiros fossem como Durval.

Isso talvez não nos livre de levar gols, claro. Mas coloca respeito, liderança. Bate no peito. Vibra. O cara joga com uma peixeira no bolso.

Em tempos modernos, a geração selfie invade qualquer espaço público. Os mesmos torcedores que xingaram os comandados de Felipão na Copa do Mundo são aqueles que procuram saber em qual saguão se depositará as bagagens e aqueles passos de pop-star para registar o momento.

Essa vidinha paralela é, talvez, a mazela mais importante do nosso futebol atual.

Durval tira fotos? Sim. Durval cede um momento para rir? Com certeza. Mas com respeito. E há tempo exato para esse momento. Não por querer ser um sujeito boa-praça e para ficar famoso nas redes sociais. Os chorões andam na contra-mão. O leitor deve estar se perguntando: Durval é boa-praça? Respondo: não o conheço pessoalmente. Posso afirmar que ele é carismático nas entrevistas.

A rigor, zagueiro é a segunda ocupação deles. Já Durval, a primeira.

Dunga poderia repensar no tipo de zagueiro que ele quer em campo para disputar as Eliminatórias para a Copa de 2018, na Rússia.

O beque do Sport está muito bem, obrigado. No auge da forma física e esbanjando o talento para sair do campo de defesa. E, claro, sem sorrir.

Então, Durval, continue assim, sem sorrisos. Deixe isso para os zagueiros dos filtros de Instagram, meias e atacantes. Eles não precisam intimidar ninguém, afinal.

O riso não faz com que o zagueiro perca a seriedade ou a liderança.

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