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terça-feira, 9 de julho de 2013

Entrevista com Napoleão de Almeida

Tenho a honra de receber, em meu blog, mais um jornalista de muita qualidade: Napoleão de Almeida. É narrador do Portal Terra e tem formação em jornalismo, publicidade e gestão esportiva. Ex-Placar, Rádios Globo e 91Rock, TVs Record e Band, jornais Metro e Gazeta do Povo.

Abaixo, você pode conferir um pouco mais da vida e das opiniões do entrevistado.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, explique quem é Napoleão de Almeida?
Napoleão de Almeida: Um jornalista, trabalhador, em busca de seus objetivos. Acessível e franco, tentando melhorar os defeitos.

GD: Em que ano entrou na área do jornalismo? Teve alguma influência familiar?
NA: Em 2002, na Rádio Globo Curitiba. Meu avô e meu pai sempre gostaram de futebol, mas não trabalhavam com jornalismo ou esporte.

GD: Você se sente privilegiado ao trabalhar com o futebol, uma modalidade tão presente na vida das pessoas?
NA: Sim. É uma alegria poder ganhar a vida fazendo o que o gosto.

GD: Você acha que o profissional esportivo deve citar o time que torce?
NA: Acho indiferente, em todos os sentidos. O leitor/ouvinte deve aprender a apreciar/criticar a notícia e não o emissor.

GD: Quem são os jornalistas e/ou profissionais de comunicação que mais admira?
NA: Gosto do Galvão, ainda é o melhor narrador. Tem muitos bons profissionais ainda por aí, colegas que admiro e acompanho. Quando criança, ouvia muito o Carneiro Neto, um narrador paranaense. E tenho como espelho um ex-chefe e grande amigo, o Gladimir Nascimento, pela postura sempre ética e honesta.

GD: Qual foi o momento mais importante que já presenciou na sua carreira?
NA: Foi um privilégio transmitir as Olimpíadas de Londres. Já havia feito jogos de Seleção e Libertadores, mas Olimpíada é maior, envolve mais gente. Espero ter a oportunidade de narrar jogos na Copa.

GD: Você teve uma passagem na TV Record. Como foi trabalhar na emissora?
NA: Foi muito bom, comandei um projeto local lá e foi bom em todos os sentidos, acabou quando tinha que acabar.

GD: Mudando de assunto, você acha que pode pintar um clima de oba-oba na Seleção Brasileira após ter vencido a Espanha, na final da Copa das Confederações?
NA: Não, acho que o brasileiro ficou feliz com a Seleção, mas não dimensionou que ela seja hoje melhor que todos os outros. Acho que serviu para dizer: "O Brasil pode vencer".

GD: Quem se destacou positivamente e negativamente nessa competição?
NA: Só vi coisas positivas dentro de campo. Neymar confirmando seu talento, Fred, Hulk, Julio Cesar e David Luiz crescendo, Felipão em alta. Acho que o Lucas perdeu um pouco de espaço, mas não diria que foi um destaque negativo.

GD: Felipão fez o certo ao não convocar Ramires e Ronaldinho Gaúcho? Por que?
NA: Ramires nem tanto. Ronaldinho sim. Mas Felipão tem que comandar com aquilo que acredita, não com que os outros querem. E saber a diferença entre ter convicção e ser teimoso. Ronaldinho na Seleção não é o mesmo do Galo, onde jogam para ele. O Brasil já tem um jogador assim, não precisa de dois. Mas Ronaldinho pode ser útil sim para a Seleção, basta querer e entrar no que o Felipão pede. Ramires, acho, voltará.

GD: Gostava do estilo de treinar do Mano Menezes?
NA: Sim, mas ele não conseguiu resultados. Quando começou a conseguir, mexeram. Agora, com a vitória de Felipão, é desnecessária uma análise melhor. Que tenha sorte no Flamengo.

GD: O que você pensa a respeito de José Maria Marin, Presidente da CBF?
NA: Penso que deveríamos ter uma renovação no comando e na maneira de pensar o futebol brasileiro e que talvez ele não seja o mais indicado para isso.

GD: Qual é o principal fator que diferencia o futebol espanhol do nosso?
NA: Dinheiro. Mas o Espanhol é glamouroso para Real e Barça. Para os demais, está ficando ruim. Corremos esse risco por aqui.

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
NA: Não, mas devem ser enxugados e melhorados. Menos tempo, menos clubes na elite. Devem ser repensados também para os pequenos locais, com calendário anual que leve ao encontro dos grandes. Gosto mais dos regionais, Copa do Nordeste, Sul-Minas, etc.

GD: O que você pensa a respeito dos estádios que estão sendo construídos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo?
NA: Acho que vão ficar prontos e serão uma oportunidade de mudar o futebol brasileiro - não o país. É uma confusão comum nesse tema.

GD: O que espera para a Copa do Mundo 2014?
NA: Que tudo seja posto mais as claras fora de campo e o Brasil aproveite o momento. Dentro, que a Seleção faça boa campanha, disputando com Alemanha, Espanha e Argentina o título.

GD: Pelo Brasileirão, qual clube já é uma amostra de surpresa e de decepção?
NA: Surpresa pra mim é o Vitória, que se mantém entre os primeiros e jogando bem. Botafogo e Coritiba são confirmações. Decepções são os Atleticos, mas o Mineiro deve ter um desconto, pois está com as atenções na Libertadores. O Paranaense errou na estratégia e está pagando caro.

GD: Palmeiras consegue o acesso para a Série A?
NA: Consegue, talvez não como campeão, mas consegue. Subirá na camisa e no poder financeiro.

GD: Mano Menezes é o técnico ideal para treinar o Flamengo?
NA: É um bom nome. Arrumar o Flamengo não é apenas tarefa de um treinador. Deve ter suporte diretivo, organização e outras coisas. Mas ele pode evitar que o Fla dê vexame no Brasileiro.

GD: Neymar foi para o Barcelona. Lá, ele terá espaço?
NA: Terá e rápido. Vai jogar ao lado do Messi e assim que entrosarem, será um grande espetáculo pra assistir. Neymar não fará nenhum pit-stop no banco, pode anotar.

GD: Para finalizar, como é trabalhar no Portal Terra? E quais dicas poderia dar para quem quer seguir a área do jornalismo?
NA: Estude muito, trabalhe mais ainda, dedique-se 100% ao que você quer. Ouça muito os colegas e os mais velhos. Tenha coragem de tentar e de dizer o que é o correto. Absorva as boas críticas e jogue fora as gratuitas. O Terra é uma ótima casa, um local com boa estrutura e bom ambiente. Sou muito grato pela oportunidade.
 

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