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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Entrevista com Edson Viana

É com muita honra que recebo em meu blog um entrevistado de uma grande emissora de TV: Edson Viana Melo Filho, mais conhecido como Edson Viana, repórter da Rede Globo. Chegou à emissora como estagiário, em agosto de 2000 e hoje é um grande jornalista. Faz reportagens para o Esporte Espetacular, Globo Esporte e outros jornais da emissora.

Abaixo, você confere um pouco mais da vida e de opiniões do entrevistado.

Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Edson Viana?
Edson Viana: Sou um jornalista, apaixonado por esportes e cinema.

GD: Você teve alguma influência para se tornar jornalista? 
EV: Influência, diretamente, não. Mas a carreira veio de uma antiga paixão pela escrita. Fiz vestibular para Publicidade e Propaganda, mas depois acabei optando pelo jornalismo. Graças a Deus.. hehehe.

GD: Antes de ir para a Rede Globo, passou por alguma outra emissora de TV/Rádio?
EV: Não. cheguei à Globo como estagiário, em agosto de 2000. Antes tive apenas experiência com assessoria de imprensa e jornal.

GD: Qual o momento mais marcante que você já passou pela Globo?
EV: Tive muitas coberturas marcantes. Mas sempre vou lembrar com carinho das Paralimpíadas de Pequim, em 2008. Pela grandiosidade das instalações chinesas e pela lição de vida. São atletas incríveis, que ensinam muito pela superação. Passei a admirá-los ainda mais. Principalmente o nadador Daniel Dias. Um grande cara.

GD: Cite alguns profissionais com os quais tenha trabalhado ou esteja trabalhando que te marquem duma forma mais especial?
EV: Tenho enorme admiração por Tino Marcos e Pedro Bassan. Geniais e pessoas incríveis. Aprendo muito com eles, a cada matéria.

GD: Mudando de assunto, na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
EV: Acho que, no geral, é boa. Mas em algumas situações, como nas contratações, a luta pelo furo leva a uma correria que compromete a qualidade da notícia. Todo mundo quer dar primeiro e nem sempre a apuração é a melhor possível.

GD: Gostava do estilo do Mano Menezes de treinar a Seleção?
EV: Acho que ele sofreu ao fazer uma necessária renovação. Acredito que saiu quando estava encontrando um caminho.

GD: O que está achando do comando de Felipão?
EV: Acho um grande treinador, principalmente na formação de grupo. Está sabendo tirar o melhor dos jogadores. A Copa das Confederações reaproximou a seleção dos brasileiros. Fiquei mais confiante numa boa campanha em 2014.

GD: Qual é o principal fator que diferencia o futebol espanhol do nosso?
EV: Acho que hoje eles aprimoraram algo que por muitos anos foi nossa melhor característica. Um toque de bola envolvente, refinado. E nós acabamos nos afastando disso. Eles estão com a melhor geração da história enquando nós passamos por uma transição. Mas a Itália e o Brasil na Copa das Confederações mostraram que há caminhos para superá-los.

GD: Acha errada a postura da maioria dos veículos, que fala 90% de futebol e 10% de outros esportes? Como mudar esse cenário?
EV: No Brasil, o futebol é mais que um esporte. É um traço marcante da nossa cultura. Natural que tenha mais espaço na cobertura jornalística. É assim também em países europeus. Acho que podemos dar mais espaço a esportes olímpicos, o que acaba acontecendo naturalmente quando os jogos se aproximam. Como nossos esportes olímpicos carecem de um maior investimento, acabamos ficando reféns de ídolos esporádicos, como Gustavo Kuerten, Daiane dos Santos e César Cielo. Uma continuidade maior de grandes resultados ajudaria a dar mais espaço na cobertura.

GD: Discute-se muito a questão do bairrismo, relativo ao futebol paulista, nas TVs abertas. Qual seu pensamento a respeito?
EV: A cobertura esportiva é, por natureza, algo de interesse local. Torcedores de times de uma cidade dificilmente se interessam pela cobertura de outros estados. Na TV Globo temos edições locais do Globo Esporte que contemplam praticamente todo o território nacional. Mas claro que grandes clubes, de torcida nacional ganham mais espaço. Mas a cobertura deve ser isenta, sem estar impregnada pelo bairrismo.

GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
EV: Acho que alguns são inchados, o que leva a jogos desinteressantes na maior parte do tempo. Poderiam ser mais enxutos. Mas são importantes pela rivalidade local, que é um tempero interessante.

GD: Pelo Brasileirão, qual clube tem mais favoritismo?
EV: O Atlético-MG tem um grande elenco, bem armado pelo Cuca e tem jogando de forma encantadora. O Corinthians continua forte, assim como o Fluminense. Cruzeiro e Inter são outros grandes times.

GD: Palmeiras consegue o acesso para a Série A?
EV: Acredito que sim. Um grande time sempre se destaca na Série B pela estrutura e pelo investimento.

GD: Quem fez a melhor contratação: Pato(Corinthians) ou Ganso(São Paulo)?
EV: Pato. Acho um grande atacante e o Ganso tem sido bem irregular. Já não tem sido tão decisivo quanto nos tempos de Santos.

GD: Tite é o melhor treinador na atualidade?
EV:
Um dos. Acho Cuca e Abel grandes técnicos também.

GD: Muricy Ramalho pode pintar no São Paulo, no lugar de Ney Franco?
EV: Pode ser... teve uma passagem vitoriosa... mas O Ney é um ótimo técnico também.

GD: Neymar no Barcelona. Ele vai ser titular fácil ao lado de Messi?
EV: Precisa de um tempo de adaptação. Mas é um craque raro e vai ser titular. O futebol dele vai crescer se desenvolver muito na Espanha, enfrentando grandes defesas.

GD: O que você pensa à respeito de José Maria Marin, Presidente da CBF?
EV: Como todo administrador, tem erros e acertos.

GD: O que você pensa à respeito dos estádios que estão sendo construídos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo?
EV: Passei por todos eles em janeiro. São espetaculares. Mas em algumas cidades, como Brasília, Cuiabá e Manaus, vão demandar um trabalho enorme pra se tornarem arenas lucrativas. Já que o futebol nesses estados não é tão desenvolvido. Poderiam ser menores.

GD: O que espera para a Copa de 2014?
EV: Espero dificuldades de deslocamento.. não acredito que todas as obras de mobilidade ficarão prontas. E a copa das confederações mostrou que a organização precisa melhorar em alguns aspectos. O sistema de comunicações precisa melhorar também.

GD: Para finalizar, como é trabalhar na Rede Globo?
EV: É muito gratificante. Temos uma estrutura profissional que permite a realização do trabalho. E também uma grande liberdade criativa. Além da oportunidade de participar de grandes eventos.

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