É com muita honra que recebo em meu blog um entrevistado de uma grande emissora de TV: Edson Viana Melo Filho, mais conhecido como Edson Viana, repórter da Rede Globo. Chegou à emissora como estagiário, em agosto de 2000 e hoje é um grande jornalista. Faz reportagens para o Esporte Espetacular, Globo Esporte e outros jornais da emissora.
Abaixo, você confere um pouco mais da vida e de opiniões do entrevistado.
Gabriel Dantas: Para os futuros leitores, quem é Edson Viana?
Edson Viana: Sou um jornalista, apaixonado por esportes e cinema.
GD: Você teve alguma influência para se tornar jornalista?
EV: Influência,
diretamente, não. Mas a carreira veio de uma antiga paixão pela
escrita. Fiz vestibular para Publicidade e Propaganda, mas depois acabei
optando pelo jornalismo. Graças a Deus.. hehehe.
GD: Antes de ir para a Rede Globo, passou por alguma outra emissora de TV/Rádio?
EV: Não. cheguei à Globo como estagiário, em agosto de 2000. Antes tive apenas experiência com assessoria de imprensa e jornal.
GD: Qual o momento mais marcante que você já passou pela Globo?
EV: Tive
muitas coberturas marcantes. Mas sempre vou lembrar com carinho das
Paralimpíadas de Pequim, em 2008. Pela grandiosidade das instalações
chinesas e pela lição de vida. São atletas incríveis, que ensinam muito
pela superação. Passei a admirá-los ainda mais. Principalmente o nadador
Daniel Dias. Um grande cara.
GD: Cite alguns profissionais com os quais tenha trabalhado ou esteja trabalhando que te marquem duma forma mais especial?
EV: Tenho enorme admiração por Tino Marcos e Pedro Bassan. Geniais e pessoas incríveis. Aprendo muito com eles, a cada matéria.
GD: Mudando de assunto, na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é
satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo
investigativo?
EV: Acho que, no geral, é boa. Mas em algumas
situações, como nas contratações, a luta pelo furo leva a uma correria
que compromete a qualidade da notícia. Todo mundo quer dar primeiro e
nem sempre a apuração é a melhor possível.
GD: Gostava do estilo do Mano Menezes de treinar a Seleção?
EV: Acho que ele sofreu ao fazer uma necessária renovação. Acredito que saiu quando estava encontrando um caminho.
GD: O que está achando do comando de Felipão?
EV: Acho um grande treinador, principalmente na formação de grupo. Está
sabendo tirar o melhor dos jogadores. A Copa das Confederações
reaproximou a seleção dos brasileiros. Fiquei mais confiante numa boa
campanha em 2014.
GD: Qual é o principal fator que diferencia o futebol espanhol do nosso?
EV: Acho
que hoje eles aprimoraram algo que por muitos anos foi nossa melhor
característica. Um toque de bola envolvente, refinado. E nós acabamos
nos afastando disso. Eles estão com a melhor geração da história
enquando nós passamos por uma transição. Mas a Itália e o Brasil na Copa
das Confederações mostraram que há caminhos para superá-los.
GD: Acha errada a postura da maioria dos veículos, que fala 90% de futebol e 10% de outros esportes? Como mudar esse cenário?
EV: No
Brasil, o futebol é mais que um esporte. É um traço marcante da nossa
cultura. Natural que tenha mais espaço na cobertura jornalística. É
assim também em países europeus. Acho que podemos dar mais espaço a
esportes olímpicos, o que acaba acontecendo naturalmente quando os jogos
se aproximam. Como nossos esportes olímpicos carecem de um maior
investimento, acabamos ficando reféns de ídolos esporádicos, como
Gustavo Kuerten, Daiane dos Santos e César Cielo. Uma continuidade maior
de grandes resultados ajudaria a dar mais espaço na cobertura.
GD: Discute-se muito a questão do bairrismo, relativo ao futebol paulista, nas TVs abertas. Qual seu pensamento a respeito?
EV: A
cobertura esportiva é, por natureza, algo de interesse local.
Torcedores de times de uma cidade dificilmente se interessam pela
cobertura de outros estados. Na TV Globo temos edições locais do Globo
Esporte que contemplam praticamente todo o território nacional. Mas
claro que grandes clubes, de torcida nacional ganham mais espaço. Mas a
cobertura deve ser isenta, sem estar impregnada pelo bairrismo.
GD: Qual a sua opinião a respeito dos Estaduais? Devem ser ignorados pelos clubes?
EV: Acho
que alguns são inchados, o que leva a jogos desinteressantes na maior
parte do tempo. Poderiam ser mais enxutos. Mas são importantes pela
rivalidade local, que é um tempero interessante.
GD: Pelo Brasileirão, qual clube tem mais favoritismo?
EV: O Atlético-MG tem
um grande elenco, bem armado pelo Cuca e tem jogando de forma
encantadora. O Corinthians continua forte, assim como o Fluminense.
Cruzeiro e Inter são outros grandes times.
GD: Palmeiras consegue o acesso para a Série A?
EV: Acredito que sim. Um grande time sempre se destaca na Série B pela estrutura e pelo investimento.
GD: Quem fez a melhor contratação: Pato(Corinthians) ou Ganso(São Paulo)?
EV: Pato. Acho um grande atacante e o Ganso tem sido bem irregular. Já não tem sido tão decisivo quanto nos tempos de Santos.
GD: Tite é o melhor treinador na atualidade?
EV: Um dos. Acho Cuca e Abel grandes técnicos também.
GD: Muricy Ramalho pode pintar no São Paulo, no lugar de Ney Franco?
EV: Pode ser... teve uma passagem vitoriosa... mas O Ney é um ótimo técnico também.
GD: Neymar no Barcelona. Ele vai ser titular fácil ao lado de Messi?
EV: Precisa de um tempo de adaptação. Mas é um craque raro e vai ser
titular. O futebol dele vai crescer se desenvolver muito na Espanha,
enfrentando grandes defesas.
GD: O que você pensa à respeito de José Maria Marin, Presidente da CBF?
EV: Como todo administrador, tem erros e acertos.
GD: O que você pensa à respeito dos estádios que estão sendo construídos para a Copa das Confederações e Copa do Mundo?
EV: Passei
por todos eles em janeiro. São espetaculares. Mas em algumas cidades,
como Brasília, Cuiabá e Manaus, vão demandar um trabalho enorme pra se
tornarem arenas lucrativas. Já que o futebol nesses estados não é tão
desenvolvido. Poderiam ser menores.
GD: O que espera para a Copa de 2014?
EV: Espero dificuldades de
deslocamento.. não acredito que todas as obras de mobilidade ficarão
prontas. E a copa das confederações mostrou que a organização precisa
melhorar em alguns aspectos. O sistema de comunicações precisa melhorar
também.
GD: Para finalizar, como é trabalhar na Rede Globo?
EV: É muito
gratificante. Temos uma estrutura profissional que permite a realização
do trabalho. E também uma grande liberdade criativa. Além da
oportunidade de participar de grandes eventos.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Entrevista com Edson Viana
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