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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Entrevista com Bachin Jr

Jornalista, narrador, mestre de cerimônia. Essas são algumas das características de Oswaldo Bachin Júnior, mais conhecido como Bachin Jr, meu próximo entrevistado.

Oswaldo Bachin Jr nasceu em 16 de Agosto de 1963 em Santa Bárbara d’Oeste. Filho de Oswaldo Bachin e Maria Contrera Bachin, já falecidos. É casado com Luciele Mendes Bachin. Desta união nasceram dois filhos: Amanda Graziele Bachin e Guilherme Henrique Bachin.

Cursou o ensino pré-primário no Colégio de Freiras em Santa Bárbara d’Oeste; o ensino primário na Escola José Gabriel de Oliveira; o ginasial na Escola Santa Bárbara (Mercadão) e Ulisses de Oliveira Valente e o segundo grau na Escola Emilio Romi.

É Jornalista formado pela Universidade Metodista de Piracicaba (1982/1985) e Radialista Profissional, graduado pelo C.A.R.M.O - Centro de Aperfeiçoamento Racional de Mão de Obra – Santos/SP (1982).

Iniciou sua carreira na Rádio Brasil de Santa Bárbara d’Oeste como rádio escuta, repórter esportivo e locutor apresentador em 1980. De lá para cá, atuou também em diversas emissoras de Rádio da região (Americana e Limeira), com destaque para a Santa Bárbara FM e TV Cultura de Santa Bárbara, onde trabalhou por 20 anos nos setores de jornalismo e esporte.

Na área da comunicação, trabalha como Mestre de Cerimônia em grandes eventos da cidade e região.
Atuou como coordenador de assessoria de imprensa nas prefeituras de Americana e Nova Odessa, e também na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste.

Na televisão foi narrador esportivo da TV Século 21 por 3 anos, acompanhando apresentações da Seleção Brasileira de Máster. Atualmente trabalha na Rede Globo de Televisão, sendo um dos narradores esportivos dos canais SporTV.

Confira abaixo a entrevista:

Gabriel Dantas: Em que momento da sua vida você decidiu se formar em Jornalismo?
Bachin Júnior: Logo após obter meu primeiro emprego numa loja de materiais para construção. Sempre sustentei a ideia de ser Engenheiro Agrônomo, aliás cheguei a prestar vestibulares para tal. Porém, a convite de um amigo, que gerenciava esta loja e também era o plantonista Esportivo da Rádio Brasil – AM de Santa Bárbara d’Oeste, comecei a ajudá-lo como Rádio Escuta. Pouco tempo depois, já estava “apaixonado” pela área de comunicação, tendo ingressado na UNIMEP em 1982, cursando Jornalismo.

GD: E para ser narrador?
BJ: Na verdade comecei como repórter de campo e não tinha a pretensão de ser narrador. Porém, de maneira inesperada, recebi o convite para ser o narrador da equipe numa temporada, uma vez que o narrador contratado desistiu de última hora. Foi na Rádio Azul Celeste (AM 1440) de Americana. De lá para frente, abandonei os gramados e segui atuando apenas nas cabines dos estádios.

GD: Sua trajetória no Jornalismo começou na Rádio Brasil de Santa Bárbara d’Oeste. Conte-nos sobre o seu início na área e qual foi a importância desta emissora.
BJ: A importância foi fundamental, afinal tive minha primeira oportunidade. Como havia dito, de um trabalho voluntário como Rádio Escuta, veio o convite para ser repórter de campo. Já contratado, porém, exerci nesta emissora diversas outras funções nas áreas do jornalismo e entretenimento. Foi uma grande escola, porque neste período, paralelamente, cursei a faculdade de Jornalismo. Aliando teoria e prática, pude crescer rapidamente na área.

GD: Você passou por uma experiência nos veículos de comunicação de Americana e Limeira. Quais foram estes veículos? Como foi a troca de experiência com outros radialistas e profissionais da área?
BJ: Em Americana trabalhei nas Rádios Cultura e Notícia FM e Clube e Azul Celeste (AM). Tive o privilégio de narrar em 1980 a temporada que culminou com o acesso do Rio Branco à 1ª Divisão do Futebol Paulista. Em Limeira, atuei em algumas temporadas como narrador da Rádio Jornal AM, acompanhando, no futebol, Internacional e Independente, e no basquete o Winner Limeira. Fiz grandes amigos e aprendi com os mais experientes daquela ápoca.

GD: Jota Júnior é um dos influenciadores da sua carreira como narrador. Quando surgiu o contato com o Jota e o que ele representa na sua vida? Quando e como surgiu o convite para trabalhar na Rede Globo?
BJ: Jota Jr é uma referência para todo profissional que deseja seguir carreira como narrador. Sua maneira de conduzir uma transmissão é irreparável. Calmo, preciso...faz o telespectador se sentir absolutamente à vontade e bem informado durante toda jornada. Nossa amizade começou no início dos anos 80, quando ele já era um nome consagrado, à época no Rádio esportivo. Foi dele a indicação, em 2008, para conduzir a transmissão de Palmeiras x Ituano, na abertura do Paulistão daquela temporada. Daquele jogo partiu o convite para toda temporada, prosseguindo até a minha efetiva contratação em 2013. Sou muito grato pela confiança em mim depositada. É um brilhante profissional e um ser humano fantástico.

GD: Do rádio para a televisão. Sua primeira experiência no veículo foi na TV Século 21. Conte-nos um pouco mais sobre essa mudança de plataforma.
BJ: Na TV Séc 21 atuei em 3 temporadas, acompanhando a seleção Brasileira de Master, à convite do ex-jogador Zenon. Foi uma experiência incrível. Conheci estádios e cidades deste estado de São Paulo, fora do eixo comum das equipes que disputam o Torneio Estadual. Estranhei um pouco, de início, afinal vinha da escola do Rádio, em uma outra dinâmica de narração, mas aos poucos fui me adaptando. Valeu demais esse período.

GD: Quem são os narradores que mais admira?
BJ: No Rádio, Osmar Santos e Fiori Giglioti jamais serão superados e fizeram história. Sempre admirei também os estilos de José Silvério e Éder Luiz.
Na Televisão, Jota Jr, Milton Leite e Luis Carlos Jr conduzem, à sua maneira, de forma brilhante suas narrações. Luciano do Vale jamais poderá deixar de ser citado pelo jeito único e emocionante como narrava suas partidas.

GD: Para ser narrador, tem que fazer algum tipo de curso para aprimoramento da voz? Conte-nos como é o trabalho de um narrador.
BJ: Especificamente para narrador não, mas o Curso de Radialista prepara o profissional como um todo. Narrar é um dom, que precisa ser descoberto e lapidado. Para cuidar da voz é sempre bom ter um profissional da área de fonoaudiologia. Afinal é sua ferramenta de trabalho. Ser narrador não é simplesmente atuar durante o período do evento. Requer um estudo antecipado do mesmo. Na estrutura de uma transmissão, o narrador tem uma posição importante. Afinal, como um maestro, é ele quem coordena tudo, a todo tempo. Uma grande responsabilidade.

GD: Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
BJ: Certa vez, ainda como repórter de Rádio, trabalhava num jogo na cidade de Mogi Guaçú. Em determinado momento, ainda no primeiro tempo, percebi que os jogadores se jogavam ao chão. Sem entender de início, logo percebi que um enorme enxame de abelhas rondava o gramado. Resultado: também me atirei ao chão até que elas se acomodassem em uma das traves do estádio. O jogo foi paralisado e só reiniciado após a chegada dos bombeiros que conseguiram tirar as milhares de abelhas de lá rs.

GD: Ser narrador não é algo fácil. Como fazer para não errar os nomes dos jogadores, já que estes mudam de posição a todo instante?
BJ: É o exercício da prática. Cada um tem sua técnica. Particularmente faço assim: Junto o nome do jogador, seu número / posição e sua característica física. É infalível. Não demora mais que 10 minutos para gravar os nomes.

GD: Na maioria dos estádios, vemos que narrador passa por muitos apuros. Qual foi o maior apuro pelo qual você passou para narrar uma partida de futebol?
BJ: Como narrador em televisão ainda, felizmente, não passei nenhum apuro. Mas quando atuava no Rádio, certa vez em Águas de Lindóia, fomos transmitir um amistoso do Rio Branco. A Rádio Clube havia solicitado junto a empresa telefônica 2 linhas de trabalho (transmissão e retorno), porém foi disponibilizada apenas a de transmissão. Para que pudéssemos ter o retorno da Rádio, tivemos que transmitir em cima da marquise da arquibancada. Foram disponibilizados mesas e guarda sol e lá fomos nós, para a transmissão que, por sorte e dedicação, foi tudo bem.

GD: Neste ano você fez sua estreia como narrador de um jogo de basquete. Qual foi a sensação inicial?
BJ: Um pouco de apreensão inicialmente, mas me preparei bem. Pesquisei bastante e conversei com dois experientes profissionais do SPORTV, que acompanham sempre o basquete: Odinei Ribeiro e Renatinho. Deu tudo certo. Foi uma transmissão tranqüila e evidente que o ritmo vem com a sequencia de outras transmissões que poderei fazer.

GD: Sabemos que o narrador, a cada momento, está em lugares diferentes para levar o jogo ao telespectador. Como você concilia o trabalho na TV com sua vida pessoal? Têm tempo para lazer?
BJ: De fato, nossa vida é “andar por esse País”. Porém, entre uma escala e outra é possível curtir o convívio da família. O detalhe é que, quase sempre nos finais de semana, estamos envolvidos em transmissão. Desta forma, para maioria de nós narradores, nosso fim de semana passa a ser segunda terça, quinta e sexta...mas é muito compensador.

GD: Em sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
BJ: Na verdade, a maior parte ou quase totalidade da programação dos canais especializados em esporte no País é voltada para o entretenimento. Os eventuais problemas graves que afetam o esporte acabam sendo tratados pelas demais emissoras, dentre da pauta jornalística geral.

GD: Um sonho que pretende realizar?
BJ: Continuar me dedicando e aprimorando minhas transmissões para quem sabe, num futuro próximo, estar envolvido nos grandes eventos como Copa do Mundo, Olimpíadas, etc. Mas sem pressa, tudo ao seu tempo. A experiência que a vida me deu, me permite pensar e agir assim

GD: Pelas redes sociais, você recebe muito carinho. Qual é a sensação de recebê-lo? Isso te motiva a seguir na área esportiva?
BJ: Muito. O advento das redes sociais revolucionou muitas coisas, principalmente nosso contato com amigos/telespectadores. A troca de informações é imediata, instantânea. É fantástico. Adoro interagir com àqueles que acompanham e gostam do meu trabalho. Sempre que possível, estamos nos falando por esse maravilhoso meio de comunicação. É evidente que todo esse carinho se transforma num combustível para seguir fazendo sempre o melhor. Isso não tem preço!

GD: Para finalizar, deixe um recado para os nossos leitores que querem seguir a área do jornalismo e nos conte como é trabalhar na Rede Globo.
BJ: Sou suspeito para falar em Jornalismo, afinal sou um apaixonado pela profissão (rs). Mas vamos lá: o Jornalismo é apaixonante. Uma profissão difícil, porque exige do profissional, 24 horas de dedicação. Mas, em contrapartida, permite que você possa contribuir para um mundo melhor. Quer informando, quer formando, quer denunciando ou simplesmente promovendo entretenimento. Não é possível imaginar o Mundo sem os meios de comunicação. E de maneira especial, o Jornalista aparece no meio desta cadeia como uma rica fonte de referência.
Trabalhar na maior emissora do Brasil e uma das maiores do mundo é um privilégio. A nós são oferecidas as melhores ferramentas existentes e o resultado final não poderia ser outro, senão um produto de qualidade. Soma-se a isto o fato de estar ladeado de grandes profissionais. É um aprendizado e crescimento diário inimaginável. Se você deseja ser Jornalista, não desista. Busque seu sonho e esteja sempre preparado para as oportunidades que o mercado lhe oferecer. Boa sorte.

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