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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Elenko Sports: outra empresa que fatia jogadores e faz entender por quê o futebol brasileiro vive a sua pior fase

Caro leitor, você já deve ter ouvido falar sobre a Elenko Sports. Ou sobre Fernando Garcia. Mas o que você talvez não saiba é que Fernando Garcia e Elenko Sports são na verdade as mesmas pessoas física e jurídica (o conselheiro vitalício Fernando Garcia é irmão do empresário e também conselheiro vitalício do Corinthians e candidato ao pleito, Paulo Garcia, e é dono da Elenko Sports).

Mas quem é a Elenko Sports?

Elenko Sports é uma empresa formada por ex-membros do Grupo DIS, sobretudo o diretor Guilherme Almeida. Este diretor é figura conhecida da Ponte Preta, inclusive em viagens do time para jogos fora de Campinas.

Fernando Garcia, sócio da empresa Kalunga, é um dos donos da empresa. A família Garcia é conhecida no meio do futebol. O irmão de Fernando, Paulo, é conselheiro do Corinthians e homem forte na política do time. O pai deles, Damião, foi presidente e investidor do Noroeste de Bauru.

Foi Fernando que levou Ralf para o Noroeste, time que seu pai tem em Bauru, em 2008. Com o talento do volante, foi para o Barueri. Graças à sua influência no Corinthians, o clube foi o caminho óbvio para o jogador em 2010. É titular absoluto.



Além de Guilherme e Fernando, outro nome da Elenko é Marcus Vinícius Sanchez. O balanço patrimonial da Ponte Preta de 2013, apresentado e aprovado pelo conselho no mês de abril, mostra uma conta a receber do empresário de R$ 444.441,00, feita em 2013, e um título a pagar de R$1.500.000,00, desde 2012.

Marcus Sanchez é vice-presidente do laboratório de farmacêuticos genéricos EMS. E em dezembro do ano passado resolveu deixar o grupo, que tem como sócios Fernando Garcia, Thiago Ferro e Guilherme Miranda - os dois últimos ex-parceiros de Delcir Sonda, da DIS.

Fernando Garcia está envolvido no fatiamento do atacante Malcom. Garcia tenta a todo custo vender o atleta para o mercado europeu. A princípio do fatiamento, seriam 30% do Corinthians, 40% de Fernando Garcia, 15 % de uma empresa discriminada apenas como ART (que ninguém sabia dizer do que se tratava) e outros 15% para o jogador.

O Google nos diz que a empresa ART, na verdade, trata-se da ART SPORT SOCCER, que, além dos cinco jogadores listados pela família Garcia, e que fazem parte da empresa mais conhecida de Fernando, a LF ASSESSORIA, esconde outros 20 atletas do clube, num total de 25 jogadores (grande parte da categoria de base).

São eles:

Malcom, Petros, Uendel, Guilherme Arana, Cléber (recém negociado com o Hannover, da Alemanha), Arlindo, Luiz Fernando, Guilherme Mantuan, Matheus Cassini, Felipe, Lucas, Luis Galvão, Marcio PC, Arthur, Franklin, Lucas Balardin, Gabriel Speto, Lucas Minele, Marquinhos, Matheus Souza, Renan Guedes, Gabriel Souza (Flamengo Guarulhos), Willian Arão, Denner e Henrique Teixeira.

Destes jogadores citados, vamos dar preferência a alguns neste post. Começamos por Matheus Pereira. O garoto de 16 anos é tido como uma promessa do clube do Parque São Jorge e será observado por Tite ao lado dos profissionais. Inclusive viajará para os Estados Unidos, onde a equipe fará a pré-temporada.

O problema administrado pela diretoria é que só 5% dos direitos econômicos do atleta são ligados à agremiação do Parque São Jorge. A maior parte dos direitos foi cedida a empresários como pagamento de dívidas. O jogador é da Elenko Sports, que tem como sócio Fernando Garcia.

O atacante Malcom e o jovem meia Matheus Pirulão estiveram em Marselha, ao lado do empresário Fernando Garcia. Matheus “Pirulão”, além de campeão invicto da Canon Lion City Cup com a equipe Sub-15, o atacante foi eleito o melhor jogador da competição disputada em Cingapura na vitória nos pênaltis por 5 a 3 sobre o PSV.

Matheus já foi absorvido no cenário de contas vencidas e arroxo financeiro que marca os corintianos na atualidade. Em menos de quatro meses desde a assinatura do contrato profissional de Matheus Pereira, o Corinthians cedeu 95% dos direitos econômicos para os representantes do jogador.

Todos sabem que o Corinthians terá que reduzir custos nesta temporada. Além disso, pagará a primeira parcela de R$ 100 milhões à Odebrecht, construtora responsável pela Arena Corinthians. Ou Itaquerão. Tanto faz nesta circunstância.

Constata-se, também, no caso de Malcom, que, em vez de possuir “apenas” 40% dos direitos do atleta, a família Garcia tem, na verdade, 70%, já que os outros 15%, em nome do jogador, evidentemente trata-se de subterfúgio conhecido para remunerar agentes e dirigentes envolvidos nas transações.

Matheus Cassini é outro jogador considerado uma das maiores promessas da base alvinegra. Recentemente surgiu a hipótese do Atlético de Madrid contratá-lo. Os empresários do jogador mantêm contato direto com representantes da equipe europeia. E um desses empresários é Nilson Moura, agente Fifa e que faz parte da ART SPORT SOCCER.

Vale lembrar que a Fifa iniciou uma ofensiva para punir clubes por transferências que não têm fim esportivo, isto é, quando um time serve apenas de ponte para grupos ganharem dinheiro. Casos da Elenko Sports, de Fernando Garcia, da Doyen Sports e a Art Sport Soccer.

Na saída de Cléber, o que chamou a atenção da Fifa foi o fato de o Corinthians ter ficado com o jogador por alguns meses e não ter recebido nada na transferência. Dos direitos do zagueiro, 80% pertenciam a Elenko Sports, do conselheiro corintiano Fernando Garcia, outros 10% a um empresário, Beto Rappa, e o restante ao atleta. O time alvinegro ficou de mãos abanando.

Outra lembrança: a Elenko Sports é uma espécie de balcão para a Ponte Preta e é fundo de quintal para a Penapolense. A empresa tem vários jogadores no elenco da equipe campineira. Alguns deles que, depois de passar pela Ponte, assinaram com o Corinthians. São os casos do próprio zagueiro Cléber, o lateral Uendel e volante Ferrugem. Além deles, no Corinthians, a empresa tem Petros, ex-Penapolense, e Walter.

O atacante Silvinho, também ex-Penapolense, que veio em 2014, mas já deixou o elenco, o meia Wellington Bruno, que vestiu a camisa em 2013, e o lateral Rodrigo Biro, que foi contratado junto ao Penapolense ano passado, também pertencem ao grupo.

Em reportagem feita pelo jornalista Dassler Marques no ano passado, constatou-se que as viagens da Penapolense que partem da capital até o noroeste do estado eram feitas em um jatinho estimado em R$ 70 milhões. No interior da aeronave, objetos banhados a ouro reforçam o tom luxuoso.

E após a classificação à semifinal do Paulistão daquele ano, eliminando o São Paulo nos pênaltis, Garcia colocou o patrimônio à disposição da Elenko Sports. Mobilidade e grana: a alma de Fernando Garcia e seus filiados da empresa.

E assim torcedores, jornalistas, todos vão obtendo respostas e montando o quebra-cabeça para saber realmente sobre o momento que o futebol brasileiro está passando. Explicações sobre aquele 7 a 1 tão vergonhoso, mas que ao mesmo tempo foi merecido para aprendermos algumas lições. Mas essas lições de casa, literalmente, ainda não foram feitas. E vai demorar muito tempo para serem realizadas.

Fontes: Blog do Paulinho, Cosme Rímoli, Dassler Marques e Henrique Brazão.

4 comentários:

  1. SE esses empresarios nao investissem nesses garotos nosso futebol estaria pior ainda. Cada 30 jogadores em que esses investidores gastam tempo e dinheiro divulgando o futebol deles , só 1 deles dará lucro , para cobrir TODO o prejuizo advindo dos outros 29!!

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  2. Faça uma entrevista com os jogadores e pergunte a eles e aos familiares deles se o investido(empresario) ajudou ou atrapalhou a carreira deles.

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  3. Esse João deve ser da quadrilha garcia. Tá defendendo muito.

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  4. Esse João com certeza é desta quadrilha está acabando com os clubes de futebol e enchendo os bolsos a policia Federal devia investigar esses vagabundos.

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