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sábado, 24 de janeiro de 2015

Atestado de amadorismo

A confusão entre PMs e torcidas organizadas de Corinthians e São Paulo ocorrida em Limeira estava evidente. Desde que a Federação Paulista de Futebol (FPF) decidiu fazer a transferência da capital para o interior, todos sabiam que a pancadaria estava armada.

Desde o fim de 2014 o estádio do interior passava por obras estruturais nas arquibancadas e partes internas - o laudo definitivo do estádio foi conseguido às pressas nos últimos dias.

O Limeirão já foi palco sem problemas de jogos de Campeonato Brasileiro, como Corinthians x Flamengo e Corinthians x Portuguesa em 2004. Entretanto, pela mesma Copa São Paulo de Futebol Júnior, houve um caso de violência.

Foi em 2004 e 2011. No primeiro, Inter de Limeira e Corinthians se enfrentaram. O Timão perdeu por 2 a 1. A torcida local resolveu provocar. E o dano estava feito. Torcedores do Corinthians revidaram na pancadaria. Invadiram o setor reservado à torcida adversária após o apito final, resultando numa selvageria que se alastrou para os arredores do estádio.

Já em 2011 São Paulo e Flamengo fizeram o confronto que era válido pelas oitavas de final da competição. Poucos policiais fizeram a segurança inicialmente. Uma emboscada de torcedores do São Paulo deixou dois torcedores do Flamengo feridos nas imediações do estádio. Torcedores do clube carioca quiseram revidar na mesma moeda. Saíram do estádio e resolveram voltar pelo setor dos são-paulinos. Não conseguiram devido ao reforço policial que tinha nos arredores.

As obras recentes do estádio possibilitaram novos acessos para torcedores às arquibancadas. Mas o que adianta ter acessibilidade sendo que a Polícia Militar é despreparada? Faltando apenas 20 minutos para o Majestoso terminar - o Corinthians vencia por 3 a 0 - ônibus das duas torcidas chegaram ao mesmo tempo e passaram pelo mesmo local. Conflito armado.

Porém, antes mesmo do jogo começar, torcedores do Corinthians tentaram subir uma rua que dá acesso ao estádio. Nessa rua estavam torcedores do Tricolor. Nada feito. A PM impediu a subida. Gás lacrimogênio e pedras para dispersar os valentões.

Após o jogo, o secretário municipal de Segurança Pública, Maurício Miranda de Queiroz, disse que a PM conseguiu manter a ordem. Quando? Em que momento? Após o apito final do juiz, a PM liberou as duas torcidas para saírem do estádio. Ao mesmo tempo. Resultado: mais confusão.

A transferência de um clássico da capital para o interior é o atestado de amadorismo da FPF. Vimos até o presente momento uma edição da Copinha com muita família, alegria, clima de paz. Porém a mancha da violência apaga aquela que talvez tenha sido a melhor edição dos últimos 10 anos.

A atitude patética da PM e a incapacidade de organizar um clássico da Federação Paulista de Futebol representa o quão pífio é a realidade dos clássicos. Por isso que são perigosos. Acontece que a torcida organizada é o câncer disso tudo. Apenas atrapalham. Não escondo a minha opinião: sou contra a presença desses torcedores travestidos de marginais.

A FPF trocou o certo pelo duvidoso. Corinthians e São Paulo já duelaram por diversas vezes na Arena Barueri. Os campeonatos eram outros: Paulistão e Brasileiro. Por que não ser realizado lá? Preferiram levá-lo para o interior. Nos jogos houve rivalidade entre as torcidas. E sempre haverá. Mas graças ao trabalho competente da polícia não houve problemas de violência.

Violência que por sinal venceu na noite de ontem em Limeira. Os violentos vencem os duelos contra aqueles torcedores de bem, que vão ao estádio para torcer e comemorar pelo seu time.

Não dá mais para aturar a violência nos estádios. Está difícil a convivência de torcidas em um mesmo espaço e no mesmo tempo. As leis defendem os bandidos. E o torcedor de bem fica à deriva.

Que a trágica noite de ontem sirva de lição para a FPF agir da maneira mais correta possível nos próximos anos.

1 comentários:

  1. cara, seu blog e muito bom, vou indicar para meus amigos viciados em bola, vou seguir você se puder siga me blog de volta. linuxbugone.blogspot.com.br

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