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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Veja a situação dos 'elefantes brancos' após a Copa

A Copa do Mundo acabou há menos de 8 meses, porém ainda é comentado. E esses comentários são negativos. O prejuízo dos elefantes brancos é algo que incomoda o bolso de quem está pagando por construções arquitetônicas exuberantes, mas sem fins utilitários.

Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília não são cidades com tradição no futebol. Basta observarmos as médias de público. Quando foram escolhidas como sedes da Copa do Mundo, despertaram críticas pelo alto investimento público. Santa Catarina e Goiânia, locais que possuem mais tradição no esporte, foram esquecidas.

Abaixo confira um quadro comparativo de arrecadação e prejuízo de cada sede citada acima*:

EstádioCusto de construçãoCusto de ManutençãoArrecadaçãoPrejuízo
Mané GarrinchaR$ 1,7 biR$ 600 mil/mêsR$ 5,5 mi desde maio/2013R$ 5,9 mi
Arena da AmazôniaR$ 669,5 miR$ 700 mil/mêsR$ 1,5 mi desde agosto/2014R$ 2,7 mi
Arena PantanalR$ 628 miR$ 300 mil/mêsR$ 380 mil desde julho/2014R$ 1,4 mi
Arena das DunasR$ 423 miNão informouNão informou-

Após a Copa, a Arena das Dunas é o estádio que mais foi utilizado, com mais de 30 jogos. Porém a média de público não chega a 10 mil, sendo que a capacidade é de 31.375 lugares. Em segundo, vem o Mané Garrincha, que abrigou 17 partidas após o Mundial, sendo que um foi o Desafio Internacional de Futsal entre Brasil x Argentina, recebendo um público de 56.578. Além disso, o estádio recebeu o Torneio de Futebol Feminino. A média de público é de apenas 10.925, sendo que o estádio tem lotação de 72.788.

A Arena Pantanal recebeu 16 jogos após a Copa. O lucro, no entanto, foi pequeno, já que a arena cobrou apenas R$ 50 mil de aluguel para os jogos da primeira e da segunda divisão e não cobrou pelos outros (terceira e quarta divisão) para "incentivar o futebol local". 

O estádio tem capacidade para 43.150 pessoas, porém como foi feito com placas de pré-moldados tem a possibilidade de ser reduzido para 20 mil. A média de público nesses 16 jogos é de apenas 12.975. O maior público pós-Copa foi na partida Goiás 1 x 0 Flamengo, pelo Brasileirão de 2014, com 38.405 presentes.

A Arena da Amazônia é quem mais sofre para sanar as dívidas. O aluguel para sediar uma partida é de R$ 700 mil. O consórcio que administra o estádio tenta atrair clubes cariocas e shows de consagrados artistas brasileiros. 

Vale lembrar que em seis meses após o mundial, foi arrecadado R$ 1,5 milhão até janeiro de 2015, contando jogos do torneio amistoso entre Flamengo, Vasco e São Paulo no início do ano. Após a Copa, foram sete jogos realizados em Manaus. A média de público é de 23.289 torcedores por jogo; o estádio tem capacidade para abrigar 40.549. 

Não é impossível fazer os estádios renderem, mas não é tão fácil quanto o discurso dos políticos indica. Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal e Rio Grande do Norte terão que trabalhar com a imaginação e competência para que seus respectivos estádios não fiquem às moscas. Afinal, quem está pagando por isso somos nós. É a farra do dinheiro público.

Média de público:

Manaus: 7 jogos disputados - 23.289 torcedores por jogo
Arena Pantanal: 16 jogos disputados - 12.975 torcedores por jogo
Mané Garrincha: 17 jogos disputados - 10.925 torcedores por jogo
Arena das Dunas - Sem informações

*Fonte: BBC Brasil

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