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Mais de 70 dias se passaram, e o futebol brasileiro não retornou, ao contrário das principais ligas europeias que já estão com a bola rolando - o Campeonato Alemão voltou a ter jogo após 66 dias. Campeonato Português, Italiano e Espanhol também já têm datas definidas para o retorno - apenas o Francês não será concluído, uma medida acertada ou tomada cedo demais pelos órgãos competentes?
Com relação ao futebol tupiniquim, há uma pressa e pressão fortes para que a retomada dos jogos aconteça. Alguns clubes já estão treinando, mesmo não havendo nenhuma data precisa para que os Estaduais sejam concluídos e que o tão aguardado Campeonato Brasileiro seja iniciado.
Mas o que chama a atenção, em meio às reuniões sem fim e posicionamentos diferentes entre os times, é a questão financeira. Tão logo anunciada a paralisação dos torneios, os diretores foram aos microfones dizendo que a situação do time em questão estava difícil e que cortes e redução salarial seriam feitos - um processo de "readequação com base no momento atual".
Oras, não adianta colocar a "culpa" na pandemia do coronavírus. A doença nada tem a ver com as gestões irresponsáveis dos cartolas, que, sufocado pelas contas, querem esse retorno imediato. Vale lembrar que, nesse reinício de competições, não haverá torcida nos estádios - ou seja, uma fonte de renda a menos.
Se o Flamengo, time mais poderoso no Brasil neste momento, pede empréstimo e consegue uma linha de crédito de R$ 50 milhões para ter uma "sobra", mesmo que a situação esteja "equacionada", imagina a situação de outros clubes com menos poder aquisitivo?
Mais uma vez, os dirigentes terão que adotar a cautela, ou pelo menos tentar. Reorganizar a casa será mais do que necessário. Pés no chão na hora de fazer um investimento serão obrigatórios.
Botafogo e Vasco quiseram trazer o jogador marfinense Yaya Touré. Uma lástima. No fim, o resultado previsível aconteceu: ele não veio nem para um, muito menos para o outro.
Novamente teremos que ver aquela velha história de clubes pedindo o adiantamento das cotas da televisão, pedindo perdão pelas dívidas, etc.
Os dirigentes tentam pressionar o presidente da República para que ele tome uma decisão. Mas esbarra nos prefeitos e governadores que, com razão, querem evitar a realização das partidas de futebol.
Vale salientar que o esporte não é uma atividade essencial. Futebol acima de tudo? Mesmo?
Hoje, o Brasil registra, até a publicação desta opinião, mais de 27 mil óbitos por Covid-19, estando na triste quinta colocação de países com mais registros da doença. São mais de 460 mil casos confirmados.
Governo Federal, pressionado pela cúpula da Bancada da Bola, quer o futebol como lazer, enquanto mais de mil mortes acontecem por dia.
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