Gabriel Barbosa - o Gabigol - realiza exame médico no Ninho do Urubu (Foto: Alexandre Vidall/Flamengo) |
Parece piada, mas não é. Infelizmente. No mesmo dia em que o Brasil registrava 1.179 mortes por coronavírus – recorde negativo, desde o anúncio do primeiro óbito pela Covid-19, em 17 de março – presidentes de Flamengo e Vasco, Rodolfo Landim e Alexandre Capello, respectivamente, foram para Brasília (quem pagou?) se reunir com o Presidente da República para discutir – pasmem – o retorno do futebol. Não é possível!
Um adendo que cabe aqui fazer nesta "reunião da vergonha": o médico Márcio Tannure trabalhou todo paramentado, na hora de realizar os exames nos jogadores rubro-negros. Em compensação, em Brasília, não seguiu nenhuma orientação médica. Rasgou o diploma de um dia para o outro, assim como Campello, dirigente vascaíno. Como pode?
Em um mundo devastado pela doença, dirigentes negacionistas querem a todo custo retomar as atividades. Querem treinar. Querem jogar. Até o momento, não vi a mesma força e vontade desses dirigentes em discutir novos formatos das competições, um novo calendário, medidas para ajudar os clubes de menor estrutura e recurso financeiro.
Melhorem, senhores! Sejam mais humanos!
Enquanto Flamengo e Vasco mancham suas páginas, o membro do Comitê Gestor de Futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, tem dado uma aula de como se comportar em meio à pandemia. Declarações fortes, porém necessárias. “Pode vir o Papa, presidente, ministros, o Botafogo não vai treinar”, reforçou Montenegro, em entrevista ao Troca de Passes, programa do SporTV.
Vale citar, ainda, que o Flamengo, que não tem aval da Prefeitura do Rio de Janeiro, para realizar suas atividades, segue com a sua rotina de treinos normalmente. Como se nada tivesse acontecendo ao seu redor. Aliás, o clube teve jogadores detectados com a doença. O massagista Jorginho, um dos personagens mais icônicos do clube, faleceu, vítima do coronavírus. E daí? Temos que treinar. Para enfrentar quem?
Fernando Prass, goleiro do Ceará, foi enfático ao dizer que o futebol não é uma atividade essencial. E está mais do que certo. Infelizmente, poucas lideranças têm feito aparições para corroborar com aquilo que foi dito mais de uma vez por pessoas inteligentes, como o Prass.
O Brasil é enorme. Cada Estado tem enfrentado sua dificuldade e visto a sua realidade de perto. Será que ainda teremos que debater sobre a retomada do futebol no país, em meios a tantos óbitos e casos confirmados? Que absurdo!
Dirigentes que querem a volta da modalidade, alegando crise financeira e momento difícil, usam da pandemia para culpa-la. Mas, na verdade, já sabiam do déficit cabuloso há muito tempo.
Portanto, parem de fazer política e abaixar a cabeça para tudo o que um irresponsável no poder diz. O futebol é a coisa menos importante, no momento.
0 comentários:
Postar um comentário